Falando de Azeite
Há cerca de uns 10 dias, fui convidado pela Lusitana de Vinhos & Azeites, para participar de uma degustação de alguns de seus vinhos novos e antigos. Para acompanhar os vinhos, uns queijos muito saborosos para petiscar, especialmente o parmesão, uns azeites que eles também estão importando e um delicioso Panforte que harmonizou muito bem com um bom Porto Ruby. Dos vinhos? Bem, provamos o Terras do Pó, branco, elaborado com a uva Fernão Pires, o Trincadeira Encosta do Estremoz 2004, o Barão do Sul 2005 com algumas alterações no corte, o Herdade Grande tinto 2005, um novo produtor em seu portfolio, o Vinhas Da Ira, um vinhaço, e os vinhos do Porto, Tawny e Ruby, da recém chegada Quinta das Baldias. De todos eles, falarei mais adiante em futuros blogs, mas desde já uma dica, caso você queira dar uma passada por lá, são todos muito bons e a Lusitana tem um histórico de preços justos.
Agora, me encantei com o azeite virgem extra da Casa de Santa Vitória. Bão demais, sô! Não vou negar adoro um bom azeite, está no sangue, e este é realmente muito bom! Mesmo não sendo um “entendido” no tema de azeites, vê-se que há muito esmero na produção deste que é proveniente do olival da propriedade Herdade da Malhada. As melhores azeitonas são selecionadas para confeccionar este azeite, como no vinho, um corte (assemblage) de diferentes variedades de azeitonas (cobrançosa, cordovil e picual) resultando em um produto de bastante complexidade. A extração a frio, por processos unicamente mecânicos, vem agregar qualidade a este néctar com acidez máxima de 0,3%. O resultado final é um azeite com aromas frutados, fresco, suave, elegante com final levemente picante. Por somente R$26,40, excelente preço para um azeite desta qualidade, ligue já para a Lusitana, (11) 4508-8880, e agende uma visita para pegar o seu azeite e conferir os vinhos. Provei e Aprovei, uma delicia e, tenho dito!
João Filipe,
Já postei comentários aqui com o nick Galahad. Na verdade esse nick eu uso em um simulador de vôo on-line. Não sei bem porque ele apareceu automaticamente ao comentar aqui.
Mas o objeto do comentário de hoje é mais um lamento. Meu olfato é uma desgraça desde criança. O tabagismo só piora a situação. Então, eu fico indignado quando alguém analisa um vinho, ou azeite no caso do post, e encontra aromas sutis. Tá bem, eu reconheço que é inveja mesmo!
Bom, ao final quero fazer uma pergunta que não tem nada a ver com azeite. É o seguinte: como dito acima meu olfato não ajuda em nada. Eu classifico um vinho bom como aquele que, no final da língua, deixa um gosto de favo de mel. Não xingue ainda! Caso você já tenha mastigado um favo, e conheça o sabor característico, julgue minha definição de um vinho saboroso. Suponho, na minha ignorância, que eu esteja definindo, de forma heterodoxa, o que os entendidos chamam de retrogosto.
Sir Galahad, descoberto! Brincadeira Jorge e desde já saiba que estou atrás de um favo de mel para traçar. No momento não posso te acompanhar nessa alusão de sabor, mas o importante é que vc curta. Olhe, nesse quesito de aromas, a ultima coisa que vc deve estar é preocupado com isso e, muito menos indignado. Dê uma ohada em dois posts, no ABC do Vinho, descrevendo aromas, e em Opinião, O valor das notas. Ali existem alguns comentários, não meus, mas que demonstram bem o que estou tentando te passar, conceitos no qual acredito, tendo tomado a liberdade de pegar emprestado as palavras de gente mais experiente e respeitada do que eu para melhor expressar essa posição. É boa leitura.
Eu também não tenho um olfato de primeira, fumei por 28 anos, e peno para tentar discernir entre os vários aromas, mas estou melhor pois treino bastante ao tomar, prestando mais atenção ao vinho na taça. Isso dá para fazer, treinar para poder reconhecer os aromas principais tipo, frutas negra, fruta madura, frescas, em compota, do bosque, citricos, especiarias, mineralidade, apimentado. Agora se são cerejas ou mirtillos?! Falar que são lirios do campo colhidos numa tarde de sol nos campos de Gramado ou se seriam do Loire na França, dizer que tem aromas de sacristia ou de ciprestes Italianos em flor, também me parece exagero e preciosismo desnecessário e até um pouco chato. Não creio que devamos, no entanto ficar obcecados com isso, o mais importante de tudo é a personalidade do vinho, o todo, a satisfação que ele te deu, o prazer que lhe proporcionou.
Quanto ao retrogosto, este é o gosto que fica em sua boca, após vc ter tomado o vinho. Este retrogosto pode ser curto, sumir rápido, ou pode permanecer por um longo tempo. O bom vinho tem uma persistência do retrogosto longo e agradável com sabores que podem variar. Favo de mel, beleza se isto lhe satisfaz, mas não só! Existe um mundo de sabores em aberto, importante é diversificar, se desprover de preconceitos e baixar a guarda para provar e encontrar seus preferidos. Certamente vc encontrará um montão deles que também lhe darão muito prazer com retrogostos de sabores diversos, tão bons quanto os favos de mel que você tanto aprecia.