Lei Seca, deu no Estadão!
É gente, não sou eu que falo! O jornal O Estado de São Paulo publicou ontem, na página C4, o resultado de uma pesquisa com base em dados colhidos junto ao Ministério da Saúde, USP e UNIFESP que confirmam aquilo que eu já desconfiava e mencionei no meu post “De boas intenções o inferno está cheio”, no último Sábado. O nível de concentração média de álcool no sangue dos motoristas que morreram em acidentes, era muito superior àquilo que a lei permitia (0,6grs). Nos acidentes de carro, esse nível médio apurado, com base em laudos do IML em São Paulo referente a 2005, apresentou um nível de 1,4grs e nos motociclistas de 1,7grs.
Creio que fica óbvio, como expus no Sábado, que a solução do problema não passava pela redução do limite, mas sim pela criminalização e endurecimento das leis assim como de uma efetiva fiscalização e punição. Quem será que foi o “iluminado” que bolou esta nova lei e como ela passou pelos “compadres” no congresso? Que “sumidades”, verdadeiros inconsequentes são esses? A quem, realmente, interessa essa redução e porquê? Essa está difícil de engolir! Quem sabe uma boa taça de vinhos não lhes clareie as idéias a ponto de reverem a tremenda besteira cometida?
Salute, apesar de tudo e dessa gente, e kanimambo.
É uma pena que a imprensa em geral só tenha dado essa atenção a Lei, depois que ela já estava aprovada e em execução.
Agora Inês já é morta… já é hora dos grandes jornais do país começarem a fiscalizar e divulgar os absurdos de propostas de lei antes delas entrarem em votação.
Conseguir revogar essa lei absurda agora, é muito difícil. Mas temos que nos expressar.
Abrs e parabéns pelas opiniões fortes e pela coragem de se expressar contra a mídia em geral.
Ontem ouvi um pedaço de uma entrevista com um juiz de algum tribunal superior (não lembro qual) sobre a inconstitucionalidade dessa lei. Não ouvi a resposta completa, mas aparentemente haveria possibilidade de seguir esse caminho. O problema que o juiz deu a entender é quem assinaria, já que a suspensão da lei agora provocaria um escândalo – e um provável aumento de acidentes.
Que os acidentes eram causados por bêbados – e não pessoas que tinham bebido dois cálices de vinho – era público e notório, bastava o bom senso e, como disseste, aumentar as penalidades da lei existente E APLICÁ-LA. Paulo Brossard há muito tempo atrás disse que temos um grave defeito na nossa cultura: de quando em quando alguém resolve berrar que vai aplicar a lei com todo o rigor (no caso atual, fazer blitz a torto e direito), quando na verdade basta APLICAR A LEI.
Quando ouço os telejornais aqui fazendo alarde sobre a redução dos acidentes provocados pelo álcool no último fim de semana terem sido reduzidos em 37%, tenho vontade de rir – para não chorar… E todos os apresentadores aplaudindo a lei…