Vinho Fino na Latinha?!
É fácil ser preconceituoso e rechaçar novidades, mas a pergunta persiste, vinho fino na latinha? Você compraria? Creio que sei a resposta da maioria, já que somente agora o vinho na caixinha começa a quebrar barreiras e paradigmas, porém de forma ainda muito lenta, apesar da tendência de crescimento. Obvio que se trata de vinhos para o dia-a-dia, ligeiros, para serem tomados jovens até uns três ou quatro anos imagino, mas o fato é de que sim, já existe vinho fino em latinhas, um projeto que somente poderia ter sido desenvolvido num país inovador e especialista em marketing do vinho, a Austrália.
Já chegou à Europa, sei que em Portugal foi lançado no meio do ano, e após o primeiro impacto, vem crescendo a uma taxa de cerca de 20% ao mês. No total, já estão presentes em mais de 30 países e logo, logo devem desembarcar por aqui para mexer com as estruturas e sacudir o “establishment” do vinho! Poderia se pensar em mais uma aventura, mas os números e investimento indicam que este é realmente um projeto muito sério, bem elaborado e pensado pela Baroke, a detentora da tecnologia e a primeira a “enlatar” seus vinhos. Primeiramente se desenvolveu uma latinha especial com tecnologia patenteada (Vinsafe) que aplica um revestimento invisível na parte interna da lata, evitando quaisquer contato do vinho com o alumínio. Evita a oxidação, facilita a estocagem e transporte, a dose é “mais” individual, refresca mais rapidamente e mantém a temperatura por mais tempo, é inquebravel e facilmente reciclável. Para garantir a qualidade do vinho contrataram um dos somente 250 “masters of wine” existentes no mercado mundial, o Sr. Peter Scudamore-Smith, que especifica e orienta a produção de vinhos Premium Baroke na região de South Austrália.
É vero e já está emplacando legal em diversos países do mundo como Canadá, Austrália, Japão, Holanda, Espanha, Hong Kong, Singapura, Dinamarca, Bégica, e Portugal entre outros. Grandes redes de hotéis já estão comprando, linha aéreas, gente a coisa é para valer. Nunca provei, mas quem sabe alguém que esteja por Portugal, ou já tenha provado, pode nos trazer umas latinhas ou publicar suas experiências aqui no blog comentando sua avaliação? Por outro lado, vi que esse produto já está disponível em alguns países vizinhos como Uruguai e Argentina, alguém se habilita a nos trazer umas latas? Eis alguns pontos de venda do produto; na Argentina no Buquebus, Marriott Plaza Hotel em Buenos Aires, Faena Experience em Buenos Aires, Pizza Cero na Argentina e Uruguai assim como em alguns lugares na Patagônia. Vou encomendar!
Sem querer fazer propaganda de algo que não conheço, apesar de já estar, na verdade tudo isto aguçou demais a minha curiosidade. Vi que em diversos concursos internacionais competindo com vinhos tradicionais em garrafas, se saiu muito bem recebendo diversas premiações, ou seja, ruim certamente não é, o que se perde mesmo é o encanto. Agora, é para um publico mais jovem, para momentos mais amenos e tudo ajuda na divulgação e popularização do consumo do vinho quebrando os ranços elitistas do produto, o que acho muito interessante, atuando como uma porta de entrada em nossa vinosfera. De vinhos varietais e blends, brancos, roses, tintos, enfim uma série de rótulos bastante interessantes num estilo diferente e denominado pela Baroke como RTDW (ready to drink wine) ou seja, um vinho pronto a beber. Até espumante tem! Gente, quero provar!
É isso por hoje, quem conhecer, por favor comente. Salute e kanimambo.
Olha, não vou dizer que não torci o nariz, mas até fiquei curiosa para provar…
Mas acredito que realmente pode pegar a moda para os jovens, mas quem tem tradição de tomar vinho, provavelmente, não vai aderir a essa inovação. Rs.
Parabéns pelo blog, excelente! Sobre a novidade, acredito que a garrafa do vinho transceda a simples tarefa de armazenar o líquido, dando insumo para todo o ritual de apreciação que conhecemos, desde a abertura, apreciação, cuidado na hora de tomar… com a latinha, capaz de tomarem vinho de canudinho! Torci o nariz. Deve ser realmente ideal para o consumo rápido, descontraído, descuidado, mas não imagino um jantar regado a vinho de latinha. Já pensou?
Grato Willian e convide os amigos para visitar. rsrs. Concordo consigo, existe algo mais em nossa vinosfera do que o liquido em si. Existe história, cultura e tradição que, quando quebrados de forma muito radical, perde seu encanto. Em alguns casos muito especificos ainda vai que vai, mas ……
Torci o nariz também, mas vendo pelo lado da degustação de vinhos desconhecidos… achei uma ótima idéia. Acho que vai permitir conhecermos uma maior gama de vinhos sem comprometer 1 garrafa inteira ou comprometer nosso paladar com a escolha infeliz de uma garafa inteira. Decidido pela melhor escolha, então, partir para garrafa e o jantar.
ABS.
Curiosidades… Cinco nomes para chamar a um vinho único no mundo!
Olá João. Quanto mais me embrenho na leitura de seu blog, tanto mais o aprecio. Parabéns e muito sucesso!
O vinho e a vinha sempre me acompanharam desde a mais tenra idade, meus avós, meus pais e toda a minha familia foram e são produtores de vinho, caseiro,para consumo própria e algum, tambem, destinado a venda.
Gosto muito de falar dos vinhos portugueses, aqui no Rio, com meus amigos Brasileiros.
Uma bela ocasião referi-me ao vinho do Porto, como vinho “fino”. Ninguém entendeu “patavina”, ou seja, nada!
Para quem não sabe, o vinho do Porto (que, diga-se a verdade, não é produzido na cidade do Porto, mas nas douradas encostas do Douro) é também conhecido por vinho Tratado, vinho Fino, vinho Generoso e vinho Doce.
Cinco nomes para chamar a um vinho único no mundo!
Só por curiosidade: Existe em Portugal um delicioso licor cahamado “Licor de Merda”. É verdade! É uma bebida da região de Cantanhede, Bairrada, feita à base de leite, baunilha, cacau, canela e frutas cítricas. É ótimo para acompanhar um doce conventual, como por exemplo, toucinho do céu.
E quando ouvirem falar no Vinho que tem por nome “Força no Pau”, saibam que estão a ouvir falar de um maravilhoso vinho que se produz na região do Douro. Degustem o tinto,colheita de 1999! Delicioso!
Ou o famoso “Periquita” Reserva Tinto (Douro)?
E que tal um “Vinho dos Mortos” Tinto 2007 (de Trás-os-Montes) que tem uma história com uma bonita tradição?
Na época das invasões Francesas e quando a família real se refugiou no Brasil, os vinicultores da pequena vila de Boticas (Trás-os-Montes), temendo que as tropas invasoras se apoderassem de seus vinhos, decidiram enterrá-los no chão de saibro/terra das adegas, abaixo das pipas e dos lagares.
Quando as tropas se retiraram e os moradores recuperaram suas casas, tiveram a grata surpresa, ao desenterrarem os vinhos, de verificar que os mesmos estavam muito melhores do que eram antes.
A partir daí, a moda se espalhou e os vinhos da região passaram a estagiar enterrados por 1 ou 2 anos, sendo apelidados de “Vinho dos Mortos”.
Curiosidades….
A. Ferreira
Sinceramente, aos críticos.
Está versão “enlatada”, prática e atraente, não veio com intuito algum de confrontar o tradicional vinho engarrafado. É necessária uma análise aprofundada do efeito de um produto inovador para entender sua essência.
Desde o design até a praticidade do criativo vinho em lata, este tem, como composto, material suficiente para conquistar qualquer jovem. E não é novidade alguma, “ao ganhar o jovem de hoje, você obterá domínio sobre o mercado de amanhã.”
O vinho tem perdido prestigio entre os jovens europeus, em proporções alarmantes aos vinicultores. E não tardará para que este mesmo male atinja todos os países que seguem os padrões europeus de produção – presa à tradição. Já é passado do tempo de reverem-se conceitos, e acatar as tendências do mercado.
Façam menos frente contra esta ferramenta que veio para aquecer o mercado do vinho, e entendam que nem todos são presos a essa ideologia tradicionalista, compreendam-se por estes, a majoritária massa jovem, peso de mercado.
at.