Vinhos da Semana – Um Pouco de Tudo
Um período interessante com vinhos de diversas regiões e cepas. Uns vinhos conhecia, outros não, uns confirmaram outros, não. Enfim, a diversidade e surpreendentes sabores que fazem com que nossa vinosfera seja um eterno processo de garimpo e descobertas.
La Posta Bonarda 2006 – da Estela Armando Vineyards, este foi uma recomendação do Luiz Horta que, mais uma vez acertou na cabeça. Esta cepa quando bem trabalhada, produz caldos muito interessantes e agradáveis o que se confirmou neste vinho. De bonita cor rubi intensa, aromas de frutas silvestres e nuances de fumado advindos da madeira, tudo muito sóbrio e bem harmonizado na taça. Na boca é muito saboroso de taninos amistosos e aveludados, bem equilibrado, boa estrutura com um final de boca de média persistência e algo apimentado. Um vinho que me agradou sobremaneira. Em agosto do ano passado o comprei por R$39,00. Com o Dólar do jeito que está, creio que o preço é hoje em torno de R$50 na Vinci Vinhos. I.S.P.
Lyngrove Reserve Shiraz/Pinotage 2005 – Não é o primeiro Lyngrove que provo e este só veio confirmar a primeira impressão quando provei o varietal shiraz deles há cerca de um ano atrás. São vinhos que necessitam de tempo e de uma decantação bastante longa para arredondar um pouco seus duros taninos. Álcool um pouco alto, 14.5% o que convém manter a temperatura um pouco mais próximo de 16º. Paleta aromática de boa intensidade, bem frutada e com presença de especiarias. Na boca a madeira está bem presente, taninos firmes, concentrado, final de média persistência apresentando um retrogosto um pouco defumado um vinho austero para acompanhar pratos de igual porte. Importação da Wine Company, custava R$53,00 em Outubro, agora não sei. I.S.P.
Casa de Santar DOC 2003 – Um Dão elaborado com um corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Afrocheiro com 13% de teor alcoólico. Comprei devido à boas criticas que o 2005 vem recebendo e porque gosto bastante do Reserva. Este não me agradou não. Achei demasiado rústico, taninos duros com uma certa agressividade e uma acidez cortante. Na boca mostra-se bastante encorpado, terroso, tostado com grande concentração. O amigo Álvaro Galvão costuma dizer que há que se dar três chances ao vinho; a primeira porque a garrafa pode não estar boa, a segunda porque pode ser que você não esteja bem no dia e a terceira, bem, essa é a derradeira! Acho que vou fazer isso com este vinho e nos darmos uma nova chance antes de eu tecer mais comentários já que corro o sério risco de estar sendo injusto.
Achaval Ferrer Malbec 2004 – Meu porto seguro, um Malbec de muita personalidade e bastante constante. Este 2004 está no ponto para ser tomado, macio e redondo, fruta vermelha madura, boa acidez ainda presente, taninos doces, cremoso, harmônico e elegante com final de boca agradável, longo e prazeroso invitando à próxima taça. Companhia que alegrou meu primeiro churrasco do ano tendo sido ótimo parceiro para uma maminha na brasa. Um dos melhores Malbecs disponíveis no mercado e só lamento que o preço não seja assim tão convidativo. Importação da Expand onde a safra de 2005 se encontra por R$85,00 e a de 2006 (excelente) por R$98,00 ou por volta disso. I.S.P.
Muralhas de Monção 2006 – Um dos vinhos verdes mais consumidos em Portugal e por aqui tem os seus seguidores também, eu sendo um deles. Corte de Alvarinho com Trajadura, muito cítrico com nuances florais, sempre apresentando grande frescor e muito balanceado, é um vinho que safra pós safra mostra uma consistência impar e substância, algo nem sempre disponível nos vinhos verdes disponíveis no mercado. Tem um final de boca muito agradável e de boa persistência apresentando um retrogosto de frutas tropicais e algo mineral. Um vinho muito saboroso, ótimo para o verão acompanhando uns camarõezinhos grelhados ou uma lula à dorê enquanto o sol se põe sobre as águas do mar tranqüilo. Não é de grandes complexidades, mas é certeiro, direto diz logo ao que vem e nos deixa bem felizes e satisfeitos, missão cumprida com honras e bom preço, por volta dos R$38,00. Importador Barrinhas e disponível num grande numero de lojas, inclusive a Casa Palla, um dos bons pontos de venda aqui na região Oeste de Sampa e Cotia/Granja Viana
I.S.P.
Quer contatar importadores ou lojas aqui mencionados, veja detalhes em “Onde Comprar” .
Salute e Kanimambo
Oi João…
Sobre a Lyngrove, vc já experimentou o Sauvignon Blanc deles? Surpreendente. Recomendo.
Falei dele aqui:
http://www.diariodebaco.com.br/2008/11/lyngrove-collection-sauvignon-blanc.html
abs!
Alexandre
Viva João, achei curioso a tua opinião sobre o Casa de Santar (Faz muito tempo que não provo a colheita 2003). É provavelmente um dos exemplos que representa o “lado mais leve” do Dão, menos rústico e mais consensual.
Tenho boas lembranças do Reserva de 1996 e de 1998 (um ano fraco). Estes foram para mim os melhores Reservas que provei desta Casa. Elegantes.
Sobre o Muralhas de Monção, não acrescento mais nenhuma palavra. Tu disseste o essencial: É certeiro!
Um grande abraço
Pingus, também achei estranho e acho que houve aqui um duplo incidente. Eu não estava em um dos meus melhores dias e, certamente, o vinho não estava bom provavelmente devido a más condições de transporte e guarda. Tenho que repetir a prova! Me lembro de um Reserva 2000, mas foi o 2001 que me conquistou exatamente por essa maior elegância e por ser mais consensual e harmonioso.
Alexandre, esse vai para a lista. Valeu.
Olá, gostaria de saber quais os vinhos mais baratos e de boa procedencia, estou entrando nesse ramo agora e gostaria de aprender sempre mais, adoro vinho tinto seco, mas notei que as cabernet são mais ácidas e não gosto muito, tem algum mais fraco, menos acido, seria a Merlot?
Aguardo uma resposta de vocês ok?
Att: Vandriano
Oi Vandriano e uma recomendação, nunca crie regras ou definições sobre nada no mundo do vinho e esteja aberto para tudo. Um cabernet brasileiro é diferente do chileno, do argentino ou francês, pode variar de zona para zona em cada país e de produtor para produtor. Nos vinhos mais baratos então, isso é ainda mais comum e se tiver provado um ou dois ruins, tente não generalizar. Quanto a bons vinhos e baratos, meu caro só posso lhe recomendar fuçar aqui no blog onde tenho diversas dicas. Veja em Tomei e Recomendo Argentina, Portugal e outros paises, unclusive Brasil, veja oa Melhores de 2008 que tem um post especifico de vinhos até R$30,00, etc. Excesso de acidez, amargor, etc, isso pode dar em qualquer vinho e depende de um monte de coisas, então não se preocupe com isso e siga garimpando. Só o tempo e a litragem é que poderão lhe ajudar nesse processo de descoberta.
Abs e grato pela visita.