Innominabile II – O Retorno
Se há uma coisa que sou nesta vida, é persistente e tive que fazer o Innominabile II retornar a minha taça! Tudo bem, tem gente que diz que estou mais para teimoso, mas acho que isso é intriga da oposição. rsrs Conheço este vinho e, tanto quanto o pessoal de vinícola como o de um leitor amigo com comentário consternado que estava com o resultado do Desafio de Vinhos Assemblage, sentia que tinha que abrir logo a garrafa que me restava na adega e fazer a prova dos nove. Esperava o momento adequado e este finalmente chegou quando decidi fazer um fettucine com bacalhau aqui em casa, seguindo a receita do amigo Alexandre do Diário de Baco. Realmente super simples e rápido de fazer tendo harmonizado muitissímo bem com este vinho.
Como pode ser visto pela foto, mesmo que não muito boa, o vinho possuía uma cor bonita ruby com leve halo aquoso. Nada a ver com o que tínhamos tomado no Desafio, já de cor atijolada e rala. Este está vivo, com aromas algo florais, na boca mostra madeira bem integrada, taninos macios, maduros, finos e sedosos mostrando bastante elegância, saboroso, delicado mostrando bom equilíbrio e acidez correta, um vinho gastronômico que cresceu com o prato e necessita de um tempinho em decanter para realmente mostrar seu potencial. O final é de média persistência e muito agradável, mostrando um estilo bem velho mundo.
Repetiu o que já conhecia dele e mostrou ser um vinho de muitas qualidades em que se destaca a finesse e harmonia ao contrário dos muitos vinhos anabolizados que se vê por aí. Combinou muito bem com o bacalhau en função da elegância dos taninos que se equilibraram de forma harmoniosa com a delicadeza do prato. Poderia ter ganho o desafio caso fosse esta a garrafa em disputa? Provavelmente não, mas certamente se haveria bem melhor do que o resultado que obteve, pelo menos no meu conceito, dando uma maior canseira aos seus adversários da noite. Uma pena, mas aprendi mais uma; de que duas garrafas de um mesmo vinho, de uma mesma safra e guardado num mesmo lugar, podem envelhecer e evoluir de forma totalmente diferenciada uma da outra. São estas peculiaridades que fazem com que viver em nossa vinosfera jamais seja um tédio. Para quem quer mesmice, adote whisky ou cachaça!
Salute e kanimambo.
Olá João
Degustei esse vinho no último final de semana. Não conhecia. Achei interessante, mas não tanto quanto você… Acho que eu preciso abrir uma outra garrafa também, para tirar a prova. 🙂
Um abraço
Daniel Perches
Oi Daniel, não sei como nem com quê vc tomou esse vinho, mas ele cresce muito com comida, então sugiro buscar uma harmonização legal, acho que certamente ele deverá cescer em sua avaliação.
Abs e kanimambo por visitar.
ô meu amigo…
agora que vc harmonizou com o prato que fizemos esse vinho e achou bom, vou fazer o mesmo aqui.
só nao sei onde encontro esse vinho…
abs!
Alexandre
Em Sampa acho que tem naquela loja nova AOC Brasil no Itaim com quem a Villaggio Grando fezum acordo.
Valeu.
Caro João,
Eu sabia!! rsrs Falando sério: não me julgo sequer um “enófilo” (sou mais um experimentador e gosto de beber mesmo, não apenas degustar…), mas na minha modesta opinião esse é um dos melhores vinhos tintos produzidos no Brasil atualmente! Por esse motivo fiquei “consternado” (excelente termo) com o resultado da prova dos assemblages…
Fico feliz que, nessa contra-prova, o Innominabile Lote II tenha conseguido mostrar tudo aquilo que é: um vinho saboroso, equlibrado e que sai fora da mesmice, com características muito mais próximas dos vinhos do velho mundo, onde a delicadeza e elegância são mais valorizados que a potência e o corpo.
PS: Definitivamente, trata-se de um vinho que pede um decanter. Além disso, é impressionante a evolução desse vinho numa taça…