Alentejo x Douro, um Belo Desafio!
Um Derby de muita qualidade e vinhos muito parelhos na opinião dos amigos presentes. Mais um Desafio se foi, o oitavo, e outros a caminho com o apoio dos amigos e parceiros do vinho que fazem com que estes encontros mensais sejam um sucesso e uma fonte de aprendizado. Como não pudemos reunir a todos os amigos fisicamente, a forma foi compartilhar virtualmente aqui um pouco das sensações sentidas. Para quem não acompanha estes posts com assiduidade, sempre gosto de deixar claro que estas degustações são o que o célebre critico espanhol José Penin chama de Catas Hedonisticas que nada mais é do que uma prova realizada com um viés técnico porém sem jamais perder de vista o prazer e o sabor. Sempre ás cegas, sempre decantados, sempre seguindo as temperaturas de serviço adequadas e agora, novo padrão, sempre com as boas e resistentes taças Cabernet de 250ml da Arcoroc trazida pela Arc International e disponíveis em seus distribuidores.
Desta feita doze vinhos, todos tintos, sendo seis do Alentejo e seis do Douro servidos aleatoriamente. Como sempre, já tradição neste tipo de prova, interessantes surpresas no evento realizado com o apoio do Restaurante Franciacorta e o esmerado serviço do Steffano e equipe. Depois falo do jantar, mas a comida estava demais e a cozinha merece um destaque especial. Estes embates são também uma forma de garimpo, de mostrar que há vida, e muito boa vida, abaixo de R$100,00 e quem nem sempre o melhor vinho é o mais caro. Insisto na tese de que nome, origem e camisa não ganham título, mas sim performance o que, no nosso caso, significa o caldo na taça e na boca, o resto é marketing. Por outro lado, cada dia é um dia diferente do outro em que mudam as condições individuais e um vinho que tenha se dado muito bem em um determinado dia, não necessariamente repete a performance em outro, até porque os adversários são outros e as comparações inevitáveis.
Colaboraram, enviando seus Desafiantes, os já costumeiros parceiros como Zahil, Winebrands, Interfood, Lusitana de Vinhos & Azeites, BR Bebidas, Portal dos Vinhos que nos ajudou na obtenção do Cortes de Cima, Vinea, Mistral, Expand e Casa Flora que mui gentilmente acedeu a minha solicitação especial na participação com dois vinhos que se mostraram importantíssimos no embate. Também o produtor alentejano Herdade do Pinheiro, ganhador de nosso embate de vinhos portugueses de Agosto. Importante frisar que na foto, o Quinta do Fredo é o sem rótulo e não é reserva, sendo esta garrafa apenas uma mostra de barrica. Quando dos comentários, entrarei em maiores detalhes e mostrarei a arte dos rótulos que já recebi.
Para escolher o Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio, Melhor Compra e a região ganhadora dete verdadeiro Derby, uma banca composta de 13 pessoas: Breno Raigorodski (Colunista e Juiz FISAR) / Zé Roberto Pedreira e Fábio Gimenes (Confraria de Embu) / Simon Knittel (Kylix) / Ralph Schaffa (Restauranteur) / Dr. Luis Fernando Leite de Barros (Enófilo) / Francisco Stredel e Evandro Silva (Confraria 2 Panas) / Daniel Perches (Vinhos de Corte) / vindo do Rio, o amigo Claudio Werneck (Le Vin au Blog)/ Alexandre Frias (Diario de Baco & Enoblogs) / nossa convidada especial Eliza Leão (Lusitana de Vinhos e Azeites) e eu. Dos 13, desconsideramos as notas da Eliza por uma questão ética, mesmo considerando-se que a prova foi às cegas, com notas em ficha de avaliação padrão ABS sendo a mais alta e a mais baixa eliminadas e o restante somado e dividido por 10 dando-nos o resultado de pontuação e ganhador.
Nos próximos dias comentarei os vinhos e os resultados, mas hoje quero mesmo é falar do delicioso espumante que tomamos antes do evento. Um deliciosa forma de preparar o palato para o que estava por vir ou, no popular, para limpar a serpentina. Sempre tento trazer alguma novidade e esta foi para mim uma grata surpresa porque já o tinha provado no final do ano passado e este me pareceu bem superior, talvez mais fresco. há que se tirar o chapéu para eles já que conseguiram elaborar um espumante com qualidades, pelo menos a meu ver, que agrada bastante. Foi o Santa Julia Brut, um saboroso corte de Pinot Noir com Chardonnay e Viognier, que chama a atenção na taça por sua tonalidade amarelo palha, brilhante, porém com laivos rosados, provavelmente advindos do alto porcentual de Pinot usado no corte. Perlage abundante, fina e muito persistente. No nariz é tímido com leves nuances florais, certamente uma característica trazida pela Viognier. Na boca é muito agradável, balanceado, cremoso, saboroso e refrescante com algo de frutas tropicais. Elaborado pela bodega Santa Julia do grupo Zuccardi, a importação está hoje a cargo da Ravin. Com um preço bastante competitivo e em linha com os bons espumantes nacionais, é certamente mais uma boa opção a ser considerada na hora de escolher o que comprar. Neste verão, certamente uma ótima opção para receber os amigos nos fins de semana e fazer bonito, especialmente para quem gosta de mostrar produtos diferenciados e menos comuns aos já amplamente conhecidos pelos aficionados. Os espumantes argentinos entre nós, nunca gozaram de muita estima ao contrário dos vinhos tranqüilos, mas pelo que tenho provado as coisas começam a mudar, OJO!
Amanhã , ou depois, comento em detalhes a nossa epopéia e depois o delicioso jantar acompanhado do muito bom Aveleda Follies Alvarinho (Interfood) e do campeão de custo x beneficio, o saboroso Herdade Paços do Conde (Lusitana) ótimos companheiros aos pratos apresentados, pelo menos a meu ver.
Salute e kanimambo
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