Gurijuba e Chateauneuf-du-pape
O vinho certamente você conhece, mesmo que ainda não o tenha tomado, mas Gurijuba conhece? Eu, debaixo de meus cinqüenta e cinco anos de experiência, confesso que não conhecia não nem nunca tinha ouvido falar! Gurijuba, também conhecido como guarijuba, é um peixe de corpo robusto encontrado principalmente no litoral Norte do Brasil, no Amapá entre a foz do rio Araguari até a foz do Cunani, podendo pesar até 30 kgs. Comi pela primeira e única vez na casa dos amigos Cris e Val, aliás num dia que foi a primeira vez de muitas outras coisas! Foi a primeira vez que fui a Valinhos, que fui á casa do Cris e da Val e que tomei um Chateauneuf-du-pape branco, um dia para não esquecer.
O Cris leva jeito e me fez lembrar de algumas situações gastronômicas que me marcaram no ano passado (Malbec com Filhote e Filipa Pato no Dalva & Dito) em que um toque diferenciado do Chef fez a diferença e, neste caso, o Cris preparou um molho reduzido de laranja, mel e um leve toque de pimenta que sobre o saboroso Gurujiba, preparado ao forno com batatas, deu uma liga fenomenal com esse potente Clos Des Papes 2006 que possui um final algo adocicado provavelmente devido a seus equilibrados 15% de teor alcoólico. Sei não, mas a continuar assim acho que o futuro irá desvendar um grande chef e dono de bistrot, aguardemos! O vinho, bem o vinho é grande e certamente melhorará mais ainda nos próximos dois anos, mas para falar dele eu deixo ao anfitrião fazer as honras da casa. O que posso comentar é que se trata de um vinho marcante, robusto e complexo que só foi sobrepujado pelo todo que se mostrou bem superior às partes. É essa sinergia entre pessoas, comida e vinho que faz com que determinados momentos sejam especiais determinando a perfeita harmonização, tudo o que os amantes da enogastronomia buscam incessantemente.
De entrada um camarãozinho muito bem temperado acompanhado de um delicioso Sauvignon Blanc da Chilena Casa Del Bosque, muito fresco, balanceado e harmônico que também se mostrou uma parceria de prima que deixou saudades. Para finalizar, um mousse de damasco, elaborado pela Val, muito delicado e saboroso tendo o meu Coteaux du Layon Carte d´Or 2005 de Baumard (Loire) se sobreposto em demasia ao mousse. Esta gostosa sobremesa pedia um vinho mais leve e de maior frescor, mais acidez, para o acompanhar, porém o vinho era muito bom, a sobremesa idem e a companhia mais ainda, então não houve grandes danos.
Ótima prosa, três ótimos vinhos, comida idem, boa companhia, que mais se pode pedir de um dia de Domingo?! Um Salute especial aos bons momentos da vida como esse e kanimambo amigos.
Ps: Restante do feriado estou de folga, retorno na Quinta com o resultado do Desafio de Vinhos Brancos Australianos (Aussie Whites) realizado na enoteca da Wine Society em Moema!
Grande JFC,
Obrigado pela visita!!! E pelos rasgados elogios… menos… risos… Venha sempre!
Sobre o vinho, entendo que o Chateaneuf Branco consegue aliar o corpo a delicadeza. Não é um vinho branco fresco, leve, de entrada… mas mantém carcterísticas desses como alguma mineralidade e nuances florais nos aromas… Os sabores tem essa delicadeza e são marcantes, sobrepujando todo aquele corpo. Acho uma bela experiência…
E sim é um vinho longevo, dizem que pode ficar 10 anos numa garrafa, quem sabe um dia…
Forte Abraço!
Guarda uma para quando inaugurarmos teu Bistro! Salute
Caros João e Cristiano,
Esse Chateauneuf du Pape branco, Clos des Papes é faixa preta. Um vinho maralvilhoso e inesquecível. Ainda tenho um da safra 2005 que estou guardando. Há outros muito interessantes vendidos aqui no Brasil como: La Bernardini do Chapoutier (Mistral), o La Nerthe (Grand Cru) e o La Gardine (Decanter).
Um abraço.
Eugênio Oliveira
http://www.decantandoavida.com
Eugênio,
Eu ainda tenho um Clos des Papes 2007 e um Font de Michelle que é uma primazia… os dois são da mineira Premium…
Forte Abraço!