Selo Fiscal, O Maledetto vai Vencer? Triste Noticia, Triste Dia!
Já tinha dito em artigo anterior datado de 27 de Agosto passado, que o Maledetto desse projeto que contempla o abominável selo fiscal deveria cair devido aos diversos pareceres técnicos e enorme impacto negativo junto aos pequenos produtores, a maioria, e a nós consumidores, porém que não me espantaria se uma canetada vinda de cima, se sobrepondo aos interesses da maioria e dos técnicos, viesse para nos afrontar. E não é que hoje acordei com esta notícia no meu computador! Parece que ao finalizar o post anterior sobre vinhos brasileiros provados, já estava prevendo algum desastre!
Mantega garante selo para os vinhos brasileiro e importado
25 de março de 2010 – Os vinhos brasileiro e importado receberão a partir de abril um selo fiscal que assegurará a formalização de todo o setor. A garantia foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira (25), em Brasília, ao presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre. O industrial liderou uma comitiva que representa 95% da cadeia produtiva do setor no Brasil. “A medida visa coibir a informalidade, evitar a fraude do produto e contribuir com o fortalecimento do segmento”, afirmou Tigre, destacando que esta é uma conquista que vinha sendo apoiada pela entidade e beneficiará mais de 200 mil pessoas do setor rural e industrial. O ministro antecipou que irá fazer a divulgação oficial da implantação do selo no próximo mês, na sede da FIERGS, em Porto Alegre. “O selo será importante para avançarmos na formalização do setor e melhorar a competitividade do vinho brasileiro”, salientou Mantega.
“Queremos fortalecer o desenvolvimento de toda a vitivinicultura nacional e o selo é um passo importante nessa direção. Será um selo fiscal e de qualidade, pois inibirá o contrabando e garantirá a qualidade, atestando a pureza do vinho”, explicou a presidente do Sindicato da Indústria do Vinho do Rio Grande do Sul (Sindivinho-RS), Cristiane Passarin, que representa 700 indústrias gaúchas do setor, das 1.200 existentes no Brasil.
“O selo é uma ferramenta fundamental, mesmo que não resolva todos os problemas do setor”, disse o coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, entidade que cuida dos interesses dos produtores rurais. “São mais de 20 mil famílias gaúchas e catarinenses que dependem do cultivo da uva e produzem em média 550 mil toneladas por ano. Fornecem a matéria-prima pura para a indústria e estão confiantes que o selo ajudará a evitar as distorções do mercado em relação à concorrência. Muitos produtos são rotulados como vinho, mas usam outras misturas para baixar os preços”, declarou, destacando que a remuneração dos produtores também será beneficiada.
Participaram da audiência com o ministro Guido Mantega dirigentes do Sindivinho-RS, Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Comissão Interestadual da Uva, Câmara Setorial da Uva e do Vinho no Brasil, União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) e Federação das Cooperativas Vinícolas do RS (Fecovinho).
O que move essas pessoas? Porque razão insistem nessa aberração já devidamente comprovada como retrógada e ineficiente nos países onde foi aplicada, acho que nem Freud explica? Quer dizer, cada um tem lá suas idéias e desconfianças, porém como não temos imunidade parlamentar e corremos risco de ser precipitados no julgamento, melhor é simplesmente registrar o nosso total repúdio, depois não sabem porque é tão difícil comercializar o vinho brasileiro o que torna a luta de uma Eivin, e dos lojistas que apóiam esse trabalho, missão tão inglória. Ou vocês duvidam de quem vai pagar essa conta?! Preparen-se para vinhos ainda mais caros, tanto importados como, especialmente, dos nacionais que já andam nas alturas com muitos deles já tendo aumentado entre 6 a 10% neste inicio de ano, mesmo com uma inflação e crescimento de PIB pífio assim como uma taxa cambial favorecendo a importação de insumos. Já estão faturando por conta?
Reduzir essa enorme carga tributária que contribui para atravancar nossa produtividade e convida à sonegação, isso nem pensar né Sr. Mantega? Destaquei os nomes envolvidos na eventual aprovação do Maledetto só para que não nos esqueçamos de alguns dos responsáveis por um dos maiores retrocessos na história de nossa vitivinicultura. Vade reto satanás, vade reto Mantega, Paulo Tigre e companhia!
O presidente da União das Vinícolas Familiares e de Pequenos Vinicultores, Luis Henrique Zanini, um dos poucos com bom senso e coragem para desafiar o “establishment” foi categórico em entrevista ao Jornal Zero Hora de Porto Alegre, hoje pela manhã: ” Esse governo nos traiu e mostrou que está do lado do agronegócio. Desde o início, queríamos que essa questão fosse amplamente debatida, o que não ocorreu. Foi uma medida autoritária, de reserva de mercado para os grandes produtores.” . Hoje, sem salute, não é dia de brinde e estou é muito P da vida, mas agradecendo pela visita e pedindo desculpa pelo desabafo, kanimambo e que venham dias e gente melhores!
Ps. quem ainda não conhece e quer conhecer mais sobre o assumto, digite “Selo Fiscal” no espaço para pesquisa acima e leia os diversos posts e impactos que essa aprovação pode provocar no seu bolso.
Depois nosso presidente aparece na TV e pede para que o brasileiro não deixe de consumir nossos produtos. Interessante como para os grandes o “Brasil” sabe melhorar as políticas como no caso da indústria automobilística que teve o IPI reduzido.
Conclusão para beneficiar OS GRANDES o governo esquece que pequenos produtores também precisam de beneficio e são o lado mais fraco nessa quebra de braço.
Abraços.
O Mantega está de brincadeira… e nós consumidores somos os palhaços !!!!
Lamentável, reflexo de uma sociedade passiva, incapaz de opinar sobre qualquer assunto que a cerque enquanto coletividade, de um país de extremos cada vez mais distantes, de um lado a classe baixa com sua sofreguidão prolongada com programa pseudo-sociais, de outro a classe alta cada vez mais abastada e beneficiada pelos poderes; e entre os opostos a nossa média classe achatada empurrada pra baixo vorazmente e perdida naquela idéia de outrora, de formadora de opinião.
Gostaria de saber quais são as vinícolas que apoiam a implementação do selo.
Como consumidor, a única forma de protesto que me resta é não consumir vinho produzido por tais empresas, optando pelos vinhos das que são contra.
Essa é a única arma do consumidor: boicotar o produto.
Carlos Reis
Aparentemente os grandes conglomerados, creio, pois são os que mais se beneficiarão disso e possuem estrutura e condições financeiras para topar esse estapafúrdio.
Oi Carlos, essa eu também, mas dificil encontrar quem ponha na reta! Dá para desconfiar, mas fica por aí mesmo. Até de quem é contra, afora a Vallontano do Zanini, também é um mistério.
Nesta corrida com obstáculos (alta carga tributária, taxa cambial apreciada, custo Brasil, etc.) para se promover o vinho brasileiro, eis que surge mais um complicador agora para o consumidor abrir a sua cabeça, o selo fiscal.
Também compartilho da opiniao do Carlos Reis. Uma forma de combatermos o problema é boicotarmos aqueles que apoiam tal medida. Pois, ao que parece, essa medida vai totalmente na contra-mão do que hoje fazem, em relaçao ao vinho, os países desenvolvidos. Inclusive, na minha opiniao, se há um bom indicador do nível de desenvolvimento sócio-cultural de um país, esse indicador deveria ser o seu consumo per capita de vinho. Nao precisa mais dizer muita coisa…