Vidal Fleury, Aqui e no Viva a Granja
Fui convidado pelo Marcio, editor do portal Viva a Granja, a escrever uma coluna de vinhos no site que fala das coisas de minha querida Granja Viana onde vivo já faz 28 anos e encontrei meu shangrilá neste mundo louco que é a São Paulo metropolitana. Toda a segunda-feira publicarei matéria quase sempre inédita e que, posteriormente, virá parar aqui no blog. Alternando dicas e comentários de vinhos com wine education, iniciei minhas atividades como colunista nesta última Segunda (28), falando de uma saborosa degustação que tive a honra de participar, em que traçamos 11 rótulos da Vidal Fleury que agora nos chega pelas mãos dos competentes amigos da Vinea.
Dentro de minha filosofia de garimpar o mercado por aqueles vinhos que nos oferecem mais do que o valor pago, ou pelo menos geram essa percepção, minha primeira matéria para o Viva a Granja, tratou de dois rótulos realmente imperdíveis em função da ótima relação Qualidade x Preço x Prazer. Desses, você vai ter que clicar aqui para ler mais, mas hoje quero falar de outros dois rótulos marcantes e que, a meu ver, talvez sejam os grandes vinhos da degustação.
Provamos vinhos de R$56,00 a 560,00, todos muito bons. Um Condrieu muito bom, mas puxado no preço, um Côtes du Rhône básico muito saboroso por apenas R$56,00 (verdadeiro achado!), um Chateauneuff-du-Pape de muita qualidade, um estupendo Hermitage e dois Côte-Rotie (assemblage de Syrah com Viognier) que é um vinho que me encanta; o La Chatillonne 2004 que custa R$554,00 e o Brune et Blonde da mesma safra por R$328,00, ambos magníficos exemplares de Côte-Rotie mas tenho que confessar que o que me deu maior prazer foi o mais barato que me seduziu pela incrível e complexa paleta olfativa que convida a levar a taça à boca onde o vinho nos traz um enorme prazer com seu bom equilíbrio, textura gostosa completada por taninos finos que compõem um conjunto de grande elegância com um final carnudo e mineral, um grande vinho que deixa, desde já, saudades. Para mim, o melhor vinho de todos eles, mas que matou o delicioso Entrecôte de Paris que foi servido. Do ponto de vista de harmonização, o Côtes-du-Rhône Village de apenas R$65,00 matou a pau!
Dois vinhos, no entanto, me marcaram pois são vinhos de grande qualidade por um preço que, dentro do que nos entregam de prazer e satisfação, muito em conta. O Vacqueyras, aquele que meu bolso elegeria como o vinho do encontro, e o Crozes-Hermitage, dois belos vinhos numa faixa de preços bem competitiva se olharmos o que mais existe no mercado dessas AOCs.
Vacqueyras Rouge 2007, por R$109,00 um vinho realmente sedutor e, parafraseando aquele velho anuncio, muito “bom de boca”. Assemblage de Grenache (50%) com Syrah e Mourvédre que mostra boa estrutura e harmonia montado sobre um tripé de acidez x álcool x taninos muito bem balanceados e sem arestas. Paleta olfativa sedutora com muita fruta, toque floral, alguma especiaria e nuances terrosas. Na boca é muito rico, bom volume de boca, taninos delicados de muito boa qualidade, harmônico, boa textura, médio corpo para encorpado, boa concentração e pasmem, somente 13.5% de teor alcoólico, com um final de boca muito apetecível e longo que deixa aquela vontade de quero mais na taça. Fico pensando nele acompanhando uma perna de cabrito assada e minha boca se enche d’água! Show de bola e a maioria dos convidados o colocou como destaque da degustação e realmente merece todos os elogios.
Crozes-Hermitage 2007, 100% Syrah de muita elegância. Os Hermitage, uma pequena colina, são vinhos bastante másculos, encorpados e de longa guarda. Os Croze-Hermitage são os vinhos que vem da colina atrás de Hermitage e estão um degrau abaixo, mas o patamar é tão alto……! Este vinho é mais manso, mais amistoso ao palato e deve ser tomado agora, quando já nos dá muito prazer, e nos próximos dois a três anos imagino eu. Teor alcoólico muito educado, para os dias de hoje, com 13%, equilibrado, frutas negras e couro no olfato, algo defumado na boca, salumeria, taninos aveludados e um final saboroso de boa persistência e elegante. Um vinho que surpreende e custa R$112,00, um boa compra.
Por hoje é só. Amanhã é dia de post com a degustação virtual da Confraria em que diversos amigos blogueiros e eu, estaremos comentando e compartilhando com os amigos nossas impressões sobre vinhos Sauvignon Blanc sul-africanos. Até lá. Salute e kanimambo pela visita.
Caro Felipe,
Gosto muito de vinhos e peço informações sobre como me corresponder na internet com apaixonados por vinhos. Eu tive oportunidades de visitar muitos países e regiões produtoras de vinhos. Além disso, degusto muitos vinhos mensalmente.
Vc. poderia me ajudar nisto?
Gostei do artigo acima e tbém prefiro o Vacqueyras aos outros degustados.
Para mim entretanto, o preferido próximo destas regiões é o Gigondas. Vc tem experiencia com estes vinhos? Acredite valem muito a pena.
Aguardo e agradeço.
Abraços.
José Carlos
Valeu José Carlos. Vou colocar mais Gicondas no copo, quando tiver chance, pois tenho pouca litragem nele para comentar. Grato pela dica.