Melhores Vinhos de 2010 – Introdução
Bem gente, mais um ano se passou e com ele um pouco mais de experiência (litragem, rs) adquirida. Como já dito anteriormente, este não foi um ano dos mais produtivos no quesito provas pois até na Expovinis, grande fonte de pesquisa, não pude ir por estar doente. Sempre provei algo em torno de novecentos a mil rótulos ano, porém neste acho que não passei dos setecentos! Sei o número não é pequeno, porém dentro do contexto deveria ser maior.
Como sempre, minhas listas não têm numero certo e se dividem por faixa de preço afora os mais divinos que tomam assento entre meus Deuses do Olimpo (12). A cada ano simplesmente vou listando os rótulos que mais me seduziram e surpreenderam positivamente ao longo do ano e, depois, os divido pelas faixas de preço que uso como padrão; até R$50,00 que são ótimos vinhos para o dia-a-dia, de R$50 a 80,00 os vinhos de fim de semana, de R$80 a 120,00 que são os vinhos do mês e de R$120 a 200 que já são caldos para ocasiões mais especiais que tomamos mais espaçadamente. Acima disso alguns, néctares como os que compõem os meus Deuses do Olimpo, que são vinhos de grande calibre que dificilmente visitam nossas mesas, pelo menos a minha, a não ser em acontecimentos muito especiais ou em degustações e provas. Não considerei nestas listas, os vinhos provados que não estão disponíveis no Brasil. Neste ano inseri uma anotação (A) naqueles rótulos que achei um verdadeiro achado independentemente da faixa de preços em que se encontram.
Tentei, como de costume, fugir das obviedades que nada acrescem ao leitor que já está cansado de ver sempre os mesmos rótulos em destaque, e evitei me referir a vinhos que já tenha listado em anos anteriores. Certo, quem olhar com cuidado verá alguns iguais, mas serão bem poucos pois a idéia é aumentar o número de rótulos provados e aprovados que recomendo sem medo de ser feliz. Isto não quer dizer que você gostará de todos, mas serve como indicação de rótulos que certamente valem a pena ser provados.
Este é meu terceiro Melhores do Ano, junte-os e você terá uma vasta lista de produtos que merecem ser degustados, podendo haver mudanças de importadores e preços, espero que aproveitem. Lembro que a lista é subjetiva e certamente outros rótulos poderiam estar por aqui, mas esta somente contempla vinhos que efetivamente provei, degustei ou tomei ao longo do ano de 2010, com 95 % dos rótulos devidamente comentados em meus posts ao longo do ano. Para ver mais de um rótulo, basta você digitar o nome dele em “procurar” no canto direito, alto da página, e ver os comentários. Por enquanto veja algumas dicas especiais:
Hors Concour, um vinho que não resisto provar a cada chance que tenho, o Cote-Rotie La Divine de Jean-Luc-Colombo. Um grande vinho do norte das Cotes-du-Rhône que “blenda” Syrah com cerca de 5% de Viognier, um senhor vinho que me encanta! Recentemente promovi uma degustação de vinhos top em que mais uma vez este delicioso néctar se destacou entre os demais só sendo ameaçado por um saboroso Amarone Cinque Stelle do produtor Michele Castellani.
Por sair ao mercado, dois belos vinhos nacionais, para perturbar os ainda preconceituosos críticos dos tintos nacionais. Ainda estão por chegar ao mercado, mas não hesitem caso se deparem com eles; da Villaggio Grando (Santa Catarina) o incrível Além Mar elaborado pelo enólogo português Antonio Saramago e o Terragnolo Marselan, certamente o melhor vinho desta cepa produzido no Brasil. Ambos ainda sem preço, razão por estarem sendo listados aqui, e espero ansioso o lançamento ao mercado.
Só lá fora. Bem, este eu não achei por aqui, apesar da marca ter importador (Ana Import) porém em Paris está por volta dos 30 euros. Um champagne espetacular, o Mailly Grand Cru Blanc de Noir que é de tirar o fôlego e absolutamente sedutor. Para implorar para amigo trazer!
Melhor harmonização. Certamente a mais marcante e inusitada, Muros de Melgaço Alvarinho 2006 com Barreado no restaurante Tordesilhas.
Melhores produtores: Pelo conjunto da obra dentro aquilo que provei este ano, elegi quatro: Schild com incríveis Shiraz da região de Barossa na Austrália; Livio Felluga um grande produtor de brancos na Itália, Quinta da Pellada no Dão com vinhos estupendos e o Domingos Alves de Souza que possui um portfólio de grandes vinhos no Douro
Momento mais marcante. Vínico, obviamente, porque nada bate o nascimento de meu neto neste ano, certamente o Desafio de Espumantes Luso x Brasileiro com os amigos Pingus e João, quando de minha visita à SISAB em Fevereiro, que culminou na abertura de um delicioso e único Tapada do Chaves Frangoneiro Reserva 1986. Momento para ser eternizado!
Com relação aos restantes vinhos desta lista que, neste ano, totalizam cerca de 100 rótulos, inclusos os Deuses do Olimpo, você verá nos primeiros quinze dias de Janeiro em diversos posts que publicarei.
Nos vemos por aqui, salute, kanimambo e um baita 2011 para todo mundo lembrando que se estiverem pela região da Ganja Viana não deixem de visitar a Vino & Sapore e um dos bons restaurantes da região. Ótima passeio de Sábado e preciso garantir o leite do netinho!!!
Caro João,
Fiquei curioso com esse Além Mar (quais são as cepas?) feito por António Saramgo, que para mim, faz o melhor vinho português hoje, chamado Dúvida, já provou?
E esse Terragnolo Marselan também estou interessado em conhecer. Os dois são da Villagio Grando? Provei o Chardonnay e achei bem interessante, quando estarão no mercado?
Para terminar tenho que concordar com você sobre o Cote- Rotie La Divine do Jean Luc Colombo. Acabei de voltar dos EUA e trouxe um Cornas dele. Apesar de mais caro, trocaria facilmente pelo La Divine (que não encontrei), que foi para mim, foi o melhor vinho da Decanter Wine Show 2010. Uma aula de delicadeza e elegância. Fantástico.
Um abração e feliz ano novo para você!
Eugênio.
João,
Esqueci de perguntar: Como você disse que o Terragnolo Marselan talvez seja o melhor dessa cepa já feito no Brasil, você já tomou o Marselan 2005 do Bettú ? Foram feitas apenas 350 garrafas.
Oi Eugenio o Além Mar é um lote de Cabernet/Merlot e Malbec porém o projeto vislumbra uma mudança gradual para cepas lusas. Quanto ao Terragnolo (pequeno produtor em Bento), seu Marselan comparo com outros vinhos comerciais já que Bettu, que não provei, é um caso á parte. Acho que devemos ver esses vinhos no mercado agora para o próximo inverno, talvez antes.
Forte abraço