Efeitos do Maledetto!
É, não demorou muito para que parte dos efeitos desse maledetto selo fiscal se fizessem sentir e, já conhecendo o eleitorado, era de se esperar! Acabei de receber comunicado de que os preços de um produtor nacional, parece que é geral, estão sendo aumentados em 10% para cobrir custos, vejam abaixo. Que a polêmica do maledetto não tinha nada a ver com o contrabando e sim com os aspectos comerciais do mercado, isso já era amplamente conhecido e motivo de fortes criticas deste comentarista das coisas do vinho e os movimentos, para cima obviamente, dos preços era só uma questão de tempo. Fui um dos primeiros críticos dessa ação retrogada, um verdadeiro tiro no pé dos produtores e no bolso do consumidor que certamente seria chamado a pagar a conta. Pior, a existência do maledetto e o consequente aumento de preços afeta especialmente a gama de entrada do mundo dos vinhos tornando ainda mais caro a entrada de novos consumidores e aumento da demanda. Gente inteligente essa!
Sei que os custos para os importadores que estão com operação de selagem no porto está em algo como R$2,00 por garrafa o que, num vinho de R$150 ou 200 pouco efeito causa. Agora, e no de R$15 ou 20? Os produtores nacionais, que estão estocados até as tampas, em vez de se aproveitar para ganhar mercado estão querendo faturar em cima, legal não? Para variar, pagamos a conta que nos é empurrada goela abaixo deixando um retrogosto de sabor duvidoso. O bastante, creio eu, para que nos sintamos impelidos a rechaçar esses caldos. Eu que sempre apoiei os produtores nacionais por entender que são elo importante na formação da cultura do vinho no país e por terem evoluido no quesito qualidade, começo a pensar de forma diferente e repensarei meus apoios. Me sinto ultrajado como consumidor! Aliás, todo este tema está me fazendo lembrar de uma célebre canção composta por Gil e Chico Buarque numa época em que também nos enfiavam um monte de coisas goela abaixo pela força bruta. Guardadas as devidas proporções e importância dos fatos, finalizo com as palavras deles e a apresentação de Chico e Milton, dois craques. Se este tema e este texto são um pé, pelo menos aproveite o video porque vale a pena recordar!
Pai,afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=mTEiw4is4wI]
Salute e kanimambo
ps. Quer saber mais do Maledetto? Digite essa palavra em procurar e acompanhe a história por trás dessa atrocidade desde o inicio.
Vale lembrar que nem todos os fabricantes nacionais foram a favor do Selo, notadamente os pequenos produtores foram absolutamente contra.
De fato, os principais articuladores e lobbistas desta tramoia denominada selo, são precisamente os grandes do RS que se escondem atrás da Ibravin: Miolo, Salton e Aurora, uma guange que controla mais de 80% do mercado de vinho fino nacional, não mede esforço para controlar 100% e que trabalha dia e noite, por todos os meios, para escorraçar o vinho importado do país.
Evidentemente não é um problema nacional, um problema que afete a população brasileira. Mas me parece que esta gente, pelos desfeitos a nação, deveria era estar atrás das grades, sendo lá seu dígno lar.
É isso mesmo João. Como protesto, deixei de comprar os vinhos destes produtores, que financiam o lobby do selo em detrimento dos pequenos produtores.
pelo que eu fiquei sabendo uma maquina de selagem custa R$100.000,00
João felipe quaçl foi a vinicola que aumentou seus preço após o tão alardeado custo do selo que não seria embutido no preço do vinho???
Ou seria o reflexo da nóvíssima safra de 2011 alavancando os preços da safra de 2010 ainda a vendo?
Abraço Tádzio Grigoletti
Finalmente consegui descobrir quem está por trás do selo fiscal (várias vezes perguntei em blogs, mas não se falava expressamente o nome das vinícolas). Não comprarei mais vinhos da Miolo, Autora e Salton (aliás, estava para fechar a compra de vinhos da miolo e desisti).
Minha resposta como consumidor é não comprar vinhos de tais vinícolas.
Bom dia João Filipe! Tudo bem?
Realmente nesse país não nos deixam trabalhar, sempre aparece alguma novidade e cada dia que passa fico mais chateado.
Precisamos trazer mais vinhos e ainda não temos esse tal SELO, tenho que aguardar de 1 a 4 meses para sair a liberação, tem cabimento isso?
Esse selo é mais um empecilho para todos nós!
Um grande abraço!
Touché, era isso que os grandes produtores nacionais queriam, Martin. Como não conseguem vencer no campo de jogo, foram para o tapetão no sentido de infernizar a vida dos pequenos produtores e importadores. Agora está todo mundo, ainda mais, nas mãos de burrocratas de plantão. Já não bastava Anvisa, Alfândega, porto, etc, agora ainda tem o selo!
Oi Carlos, que eram os grandes eu já sabia, mas não extamente quais dos grandes razão por minha não afirmação, mas concocordo contigo. Com mais de 30 mil rótulos para escolher, temos opção.
Tádzio, foi a Marco Luigi, mas não foi a primeira e pelas informações recebidas é ação generalizada mesmo que não explicita. Eu não tinha duvidas que, como desculpa ou por razões práticas e reais, esse selo viria com conta a pagar.
Para mim a principal ação é comprar de quem vende qualidade por menor preço, teve a ST, agora o selo e sempre terá algum recurso sórdido para justificar o aumento de preços, principalmente agora em tempos de câmbio em baixa. Com o boicote aos exploradores, sempre surgirá aquele empresário interessado na fatia de mercado que aguarda pela oportunidade de compra justa. Encontro grande dissipariidade nos preços de vinhos, por exemplo o Marques de Cáceres Reserva atualmente tem de 65, a 120, ou talvez menos ou mais. Agora, se os grandes produtores Nacionais são a favor do selo, porque os importadores não organizam uma manifestação ou protesto para expor a situação em vez de publicar em seus catálogos demogogias e explicações que no final apenas justificam o aumento que nós consumidores arcaremos, inclusive um deles até agora não fez a “tradicional ponta de estoque” e também pouco participa de eventos de descutação gratuíta demonstrando a falta de interesse em favorecer o consumidor. Em suma, no final são todos amigos de lobby que lucram e bebem juntos o crédito das nossas compras.
Temos cerca de 300 importadores de vinho no Brasil. Ia ser engraçado ver um bloco de 300 pessoa fazendo uma manifestação ou protesto.
Brincadeira a parte, alguns importadores e produtores vem trabalhando duro para coibir as ações desta gangue do vinho.
Agora o consumidor também tem que fazer a sua parte. Ele não pode mais ficar posando de esnobe que descrimina o vinho nacional em detrimento do importado.
Precisa aprender de uma vez por todas a identificar o bom produto e o bom produtor brasileiro – tanto no quesito aroma a sabor, quanto no quesito defesa do consumidor.
E defender estes produtos e produtores frente àqueles que não tem nada de brasileiro, nem no tipo de vinho que produzem, nem nos interesses político-econômicos que defendem.
Uma parcela significativa de produtores ligados a Ibravin foram contra as ações nefastas desta, incluindo o selo nacional, sairam da entidade e formaram uma nova: União Brasileira de Vinícolas Familiares e Pequenos Vinicultores (Uvifam). Este é uma referência e bom ponto de partida para começar a encontrar autênticos vinhos nacionais, produzidos por gente que ainda mantém sangue brasileiro em suas veias.
Beleza Alex, concordo contigo e enviarei um mail ao Werner para que me envie uma lista dos que aderiram a Uvifam de forma a publicá-la aqui. Sei que um deles é o Zanini da vallontano, mas e os outros? A Uvifam só tem blog e não constam nem quem assina as matérias e nem quem são os associados. Algo a corrigir, creio eu!
Aguardo ansiosamente para saber quem são os associados à UVIFAM.
Carlos Reis