Douro, Vinhos de Excelência na Taça
Há um bom tempinho que não falo dos vinhos portugueses! O mercado possui hoje uma imensidade de rótulos de todas as regiões produtoras da saudosa terrinha o que torna difícil a escolha, para que não caiamos sempre nos mesmos, na busca por novos sabores. Portugal produz vinhos de grande nível reconhecidos em qualquer lugar do mundo como tal, especialmente os produzidos no Douro, Alentejo e Dão, mas não só.
Estes grandes vinhos, como a maioria dessa categoria, precisam de tempo e tomar um grande Douro, Alentejo ou Dão novinhos, é abrir mão da complexidade, exuberância e equilíbrio que eles ganham com o tempo. Sempre falo isso acerca dos vinhos portugueses, mas nos grandes isto é ainda mais importante. Um dos melhores vinhos que tomei na minha vida foi um Chryseia 2001 após oito anos guardado. O mesmo posso dizer de vinhos como os deliciosos alentejanos Malhadinha 2003 e Avó Sabica 2004, o Quinta do Monte d’Oiro 2001 (Lisboa), Quinta do Côtto Grande Escolha 2001 (Douro), Quinta da Pelada Touriga, Quinta das Marias e Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004 (Dão) entre uma imensidade de outros grandes caldos tomados.
Desta feita, dois vinhos maravilhosos um delicioso e sempre elegante Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2003, uma obra de arte clássica em estado liquido. Tomei em meu aniversário este ano na companhia da família e amigos, uma pena que só tinha uma garrafa pois deixou saudades. Entra ano sai ano e este vinho segue encantando, talvez uma das melhores relações Qualidade x Custo x Prazer que tinhamos no mercado em vinhos desta categoria, já que há cerca de dois anos o vinho rondava os R$120, daqueles vinhos que não só satisfaziam os sentidos como o bolso. Hoje creio que custa em torno dos R$180,00, o que me parece um pouco excessivo, mas…..é o custo da fama alcançada! Complexo, elegante, deveria vir de cartola e fraque para a mesa, possui boa estrutura com taninos macios perfeitamente integrados. Boa fruta, paleta olfativa agradável que convida a taça á boca, mineral com um longo e saboroso final é um vinho puramente hedonistico. Compre todos as safras e vá guardando, eu não fiz isso e me arrependo! Dizem que a 2007 está divino, mas esse ainda estou procurando, já o de 2008 já garanti, mas para tomar somente daqui a quatro anos. Para este, a escolha de Bacalhau à Brás foi super acertada, casamento perfeito!
Mais recentemente, acompanhando o sempre delicioso e especial strogonoff de filé mignon de minha esposa, um grande representante da mais clássica cepa portuguesa, a Touriga Nacional, o incrivelmente sedutor Quinta do Vallado Touriga 2005, absolutamente no ponto e divino! Tudo o que se espera de um grande vinho produzido com esta generosa cepa que tantos grandes vinhos produz e empresta sua exuberância a deliciosos vinhos de corte. Nariz gostoso, fruta negra, aquele típico aroma de violeta formando uma paleta olfativa sedutora e muito agradável. Na boca é exuberante, mais estruturado e denso que o Crasto Vinhas Velhas, taninos finos, rico e complexo com notas de tabaco, café num longo final que nos deixa aquele gostinho de quero mais, um belo vinho e finalmente mais dois tugas na taça que só vêm demonstrar a maturidade que a vitivinicultura portuguesa alcançou, especialmente no Douro, berço histórico de grandes vinhos. Este já beira os R$160,00 mas, considerando-se nossa irrealidade de preços, até que vale, mas poderia estar algo abaixo desse patamar para se tornar mais interessante ainda.
São vinhos consagrados, mas que eu ainda não tinha comentado então resolvi que deveria compartilhar com os amigos mesmo sabendo que pouco ou nada acrescento ao muito que já se escreveu sobre eles. De qualquer forma, mais que os vinhos, é a importância de lhes darmos tempo para mostrar todo o seu potencial então, cabe aqui aquele célebre ditado de que “o apressado come cru”! Neste post iniciarei algo que pretendo vir a fazer de forma mais amiúde que é dar minha percepção, algo bem pessoal e consequentemente parcial, de valor ou seja aquilo que acho que estes vinhos valem considerando-se nossa absurda realidade de preços (acho que temos os preços de vinho mais caros do mundo). Neste caso minha percepção é de R$160 para o Vinhas Velhas e R$180,00 para o Vallado Touriga.
Salute e kanimambo pela visita
Olá João, estava com saudades de seus posts.
Realmente os preços dos vinhos praticados no Brasil é algo que em minha opinião é um dos responsáveis pelo baixo consumo de vinhos em nossa terra.
Concordo com você que o Apressado come cru, e acho mágico guardar um vinho por alguns anos até o momento certo para a degustação.
João, agora já incomodando, gostaria de te pedir uma sugestão de vinho do porto da safra de 1988, ano este que é minha data de nascimento.
Desculpa o abuso e continue atualizando o blog, seus comentários e dicas são muito importantes.
Grande abraço.
Boas dicas João, realmente dois ótimos vinhos.
Com relação ao comentário do Ricardo Brito sobre os preços do vinho aqui no país, que são altos, lembro que não é só no vinho, é em tudo: impostos, preços dos automóveis, da gasolina, salários dos políticos, enfim: de tudo e que junto a enorme corrupção e ineficiencia publica com as benesses de um sistema jurídico complacente fazem o país que temos. Altos salários nas mãos de safados..
kanimambo pelos comentários amigos. Nilson, falou tudo, realmente tá difícil digerir toda essa sujeira e estrutura de custo Brasil que torna este páis um dos mais caros do mundo para se viver! Ricardo, valeu cara e vou atrás desse 88 e te digo algo logo.
Abs
ô joão, decanta esse caldo!
rsrsrs
abraço,
ana
Oi Ana, precisou não!!!!!!!!!!