Semana das Boas na Taça e no Prato
Nesta última semana tive a oportunidade e o privilégio de desfrutar da presença de amigos e clientes em duas degustações de grande satisfação e alegria, sendo que a ùltima ficou para a história. Duas estupendas e marcantes experiências, numa mesma semana puro privilégio!
Experiência I – Começamos pela degustação TOP de Final de Ano na Vino & Sapore que foi de muito bom nível tendo havido um empate técnico entre dois vinhos. Éramos 14 participantes degustando os seguintes vinhos:
Prieure Lichine Margaux 2005 – Para mim o mais complexo de todos, um prazer hedonístico de muita qualidade fazendo jus ao apelido do mais feminino dos Bordeauxs. Aromas florais, boca de boa concentração, rico, untuoso sem perder a elgância tipica da AOC. Melhor se tivesse decantado, mas mesmo assim um vinho de prima que deve evoluir muito pelos próximos 10 anos já que vem de uma safra estupenda na região.
Canalicchio di Sopra Brunello di Montalcino Riserva 2004 – pura elegância e finesse, para mostrar que Brunello não é só potência. Com tudo no ponto certo, sem arestas mostrando-se sedoso e sedutor, especiado com um final de boca muito saboroso de grande persistência.
Marques de Grinon Petit Verdot 2005 – adoro este vinho que normalmente apresenta ótimo corpo e taninos firmes mas finos. Desta feita não performou como esperado tendo se mostrado muito rustico e de taninos rebeldes e agressivos. Coisas do mundo do vinho, algumas garrafas podem nos trazer surpresas mesmo quando já bem conhecidos.
Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Grande Reserva 2007 – um vinho que cada vez mais demonstra a grande fase por que passa o Douro, a grande safra que foi 2007 e a excelência dos vinhos desta casa produtora. Encorpado, violetas no nariz, riquissímo no palato, eqilibrado com uma acidez gastronomica que só evoluiu com o prato surpreendendo muitos dos presentes.
Todos vinhos estupendos de safras nota 10, que tiveram como acompanhamento um dos dois pratos; Cabrito no Forno com batatas douradas ou de Sorentini de funghi com creme de funghi elaborados pelo restaurante Emilia Romagna, nosso parceiro e vizinho. Os pratos estavam ótimos e a harmonização mostrou que o Brunello e a massa fizeram uma tremenda parelha assim como o Quinta Nova e o Cabrito que também foi bem acompanhado pelo Prieure Lichine. Para meu gosto o Prieure Lichine foi o vinho da noite e o tomaria solo, sem comida e tendo na companhia a única e perfeita harmonização. Com os pratos sigo a maioria conforme acima, mas não havíamos terminado, não!
Para finalizar, um Graham´s Tawny 10 anos com panettone de amêndoas italiano da Loison, mais uma ótima harmonização que foi batida por uma outra que fizemos na semana anterior em que juntamos panettone básico de frutas secas da Loison com um incrível Moscatel de Setúbal 98 da Bacalhôa, dos deuses!!
Experiência II – Essa é daquelas para jamais esquecer e os personagens envolvidos só ajudam a tornar a experiência num verdadeiro momento de êxtase. Só que essa eu conto em outro post, porque este já está ficando longo demais.
Salute, kanimambo e espero você para uma taçinha lá na Vino & Sapore.
Caro João Filipe,
Acho que sou um dos primeiros a ler seus posts, portanto, também um dos primeiros a invejá-lo rsrsrsrs. Quanto ao Moscatel “dos deuses”, permita-me a curiosisade (e ignorância) ante a safra anotada: este foi o Moscatel Roxo? Abraços.
Oi Josmar, espera para ver o que tomamos e comemos na Experiência II !! rs O Moscatel 98 não foi o Roxo que é ainda melhor, mas este também está divino e custa uns 30% menos, vale a pena.
Voltemos ao foco. Em Recife, comidinha da mamãe. Ceia com peru e bacalhau. O meu desprendimento de Natal veio do vinho, logo o vinho! Não trouxe vinho da minha adega, aqui ninguém bebe vinho, e não tive coragem alguma de encarar lojas em dia de Natal. Tive que me contentar com o branco argentino que veio numa “cesta de Natal”. Expectativas mínimas. Mas que vem atender minha vontade didática de avaliar vinhos mais simples e analisar o famigerado “custo-beneficio”.