Destaques 2011 – Brasil
É achavam que eu não ia falar de Brasil né?! Bem, não ia deixar de fora não até porque a vitivinicultura brasileira, a despeito dos malfadados; Maledetto (selo fiscal) e Aberração (ST) vem comprovando que já sabemos fazer vinho e bom, restando-nos agora a esperança de, quem sabe num futuro não muito distante, também aprendamos a comercializá-lo! Enquanto isso, alguns bons rótulos vão surgindo, alguns ótimos, dos quais destaco estes que provei em 2011. Não estão aqui, mas devo dar menção honrosa a quatro vinhos que me surpreenderam muito positivamente na degustação de vinhos nacionais promovida pelo Gustavo (Enoleigos); Miolo Lote 43 2008, Salton Talento 2006, Dal Pizzol 200 anos Touriga Nacional 2009 e Pizzato Concentus 2005.
Ainda deixarei pendentes os Destaques 2011 de vinhos de Sobremesa e Espumantes, mas como tinha prometido iniciar Fevereiro com minhas diversas listas de Melhores 2011 por faixa de preços, volto a estes Destaques mais adiante em Fevereiro. Falemos agora de meus caldos brazukas!
- Valduga Identidade Arinarnoa – Já provei alguns dos outros rótulos desta linha da valduga, mas de longe é esse que mais me agrada. Arinarnoa é nascida de um enxerto entre a Merlot e a Petit Verdot, sendo uma uva que me agradou bastante. Preciso tomar outros, inclusive argentinos e uruguaios que também se iniciam nesta cepa. Muito elegante e fresco, com taninos macios, um vinho fácil de se gostar com notas olfativas e palativas diferentes e sedutoras. Preço ao redor dos R$70,00.
- Churchill Cabernet Franc 2008 – Um projeto de Nathan Churchill com a Valmarino, é um vinho complexo e boa textura e nariz muito interessante em que frutos negros e notas tostadas dão suas caras. Mais para encorpado, este 2008 está muito jovem e precisa de uma de aeração para mostrar todo seu potencial e uma temperatura mais para alta, em torno dos 19 a 20º C. Um belo, complexo e elegante vinho que deve melhorar muito com o tempo e custa por volta dos R$70,00.
- Chesini Gran Vin 2005 – este quem trouxe foi o amigo Gustavo (Enoleigos) e, pasmem, para abrir após uma vertical de seis safras de Don Melchor. Pessoalmente achava que o vinho iria sumir perto dos Hermanos mais robustos, mas se apresentou muito bem tendo surpreendido a maioria dos presentes. Vinho único porque o vinhedo de onde as uvas se originaram não existe mais! Coisas de nossa vitivinultura tupiniquim. Bom vinho, encorpado e equilibrado. Dificil de achar, porém ronda os R$65,00.
- Bella Quinta Cabernet Sauvignon Reserva 2005 – na praça hoje é difícil de se encontrar o 2005, mas o de 2006 já provei e também está bem saboroso. O 2005 está algo mais complexo, taninos de boa qualidade já equacionados, boa fruta, um vinho muito agradável para se tomar no dia a dia e seu preço o permite, em torno dos R$38,00. Elaborado em Flores da Cunha sob encomenda para a Bella Quinta que é uma vinícola de São Roque, é um vinho que vale bem a pena e bateu por nariz um outro forte contendedor a estar aqui, o Don Giovanni Reserva Merlot.
- Antonio Dias Tannat – do Alto Uruguai (RS), nova fronteira produtora de vinhos próximo a Chapecó, vem este vinho que mexeu com minhas estruturas ao primeiro gole na Expovinis de 2011 e de lá para cá só fez confirmar que estávamos diante de um vinho surpreendente de um produtor pioneiro numa nova e surpreendente região produtora. Já falei bastante sobre ele aqui no blog então não vou me extender, mas fiquemos de olho neste ano em dois lançamentos o Pinot Noir e o Touriga Nacional que provei de barrica e prometem muito! Por R$49,00 certamente uma boa compra.
- Sesmarias 2008 – o melhor vinho nacional que já tomei e só por isso merece estar aqui com todas as honras. Seu preço é para colecionador, sua produção idem, e tem que comprar só na Miolo. Muitíssimo bom, equilibrado, complexo, bom volume de boca e gostosa textura, taninos finos e sedosos ainda por serem devidamente integrados (muito jovem), longo é um vinho que mexe com a gente e quem quiser ter uma garrafa dessas prepare-se para pagar a bagatela de R$250,00 ou mais. Pequena produção, cerca de 600 garrafas, e marketing do bom faz com que o preço seja esse disparate, mas como tem quem compra certos estão eles em cobrar tudo isso. Na minha avaliação, meramente hedonística e sem qualquer ciência, baseado no que tem por aí no mercado, um vinho que, apesar de alguns poderam me achar presunçoso, na minha opinião vale, uns 130 a 160 Reais tops.
Meus amigos, ontem cumpri mais um de meus muitos anos, ainda não sou um clássico, como meu saudoso sogro falava, mas estou a caminho! Tive o prazer de, via face, receber um montão de mensagens me felicitando pelo dia, uma prova de carinho e reconhecimento que me deixou muito comovido e certo de que a mensagem está sendo bem entendida. Vinho é, acima de tudo, desculpa para reunir GENTE em volta da mesa para COMPARTILHAR bons MOMENTOS, CALDOS e PRATOS independentemente de valores e espero seguir tendo saúde para seguir fazendo isso por algumas décadas mais dividindo essas experiências com vocês. Valeu GENTE, kanimambo e salute.
Caro João, bom dia (e parabéns por mais um ano de vida, ainda que atrasado)!!
Quanto aos vinhos citados, tive a oportunidade de conhecer quatro, inclusive dois deles na Vino & Sapore, tendo muito me agradado: são eles o Bella Quinta Cabernet Sauvignon Reserva e o Don Giovanni Reserva Merlot, ótimos exemplares brazucas que não decepcionam, tampouco te deixam sem grana. Por outro lado, numa recente degustação da SBAV fomos agraciados com um exemplar do Sesmarias e, permita-me a franqueza (e concordância), é certo que seu valor está acima do que realmente entrega, ainda que seja um bom vinho. Como vc ressaltou: coisas de marketing; daí a importância de blogs não tendenciosos que se preocupam em contribuir para o fomento da boa cultura do vinho. É o seu caso.
Valeu meu amigo e grato pela visita. É sempre um enorme prazer te receber.
Grande João,
Parabéns pelo seu aniversário antes de tudo. Atrasado mas está valendo! 🙂 Anos e anos pela frente trazendo informações sobre seus “caldos” com essa riqueza de detalhes, nos deixando com água na boca e com sede de conhecer cada vez mais e mais..
A hora que tiver a oportunidade, sugiro experimentar também o vinho Joaquim, da Villa Francioni, aqui de SC. Não tenho um décimo da sua experiência, mas pro meu paladar pareceu muito bem equilibrado, casando perfeitamente com um galeto ao primo canto. Preço por volta dos R$ 65.
Abraços,
JF
o Churchill Cabernet Franc 2008 é com a VALMARINO e não com a ….
Oops Nilson, grato pela correção. Tinha estado a falr da vallontano e na hora….. Já corrigi.
A Seleção está bem legal, mesmo com alguns preços fora da casinha praticados aqui na terrinha, os vinhos brasileiros estão com aumento significativo de qualidade com novas regiões, produtores pequenos e ocm muito esmero. Surpresas virão, muitas com certeza.
Grande abraço!!
José Felipe, bela sugestão essa e já mencionei o Joaquin aqui no site. É vinho para vender bem na faixa dos 50 reais, mas “importando” para Sampa os preços aqui ficam na casa dos 80 o que é muito pelo vinho. Aliás, prova o Leopoldo que também é catarinense e é um belissimo vinho da vinícola Santo Emilio. pena que não chega aqui!
Como defensor dos bons vinhos brasileiros, parabenizo pelos comentários e peço que continue a provar nossos bons brazucas. Tem mita coisa boa por aqui!
Sérgio, sempre pois não tenho preconceitos e adoro garimpar a despeito do que pensam alguns dos responsáveis pelos caminhos do vinhos nacionais. Aliás, se der uma olhada na quantidade de posts por país (em categorias aqui do lado) verá que Brasil é o segundo país provado depois de, obviamente, Portugal!
É João, como sempre bem independente e preciso nas tuas opiniões mostrando que não tens preconceitos no mundo do vinho. Como o Sergio comentou temos sim muita coisa boa por aqui porém esse pessoal tem mesmo que rever é sua politica de precificação, os vinhos brasileiros melhorzinhos estão muito caros e não adianta atacar as importações, o problema é local. Estou adorando teus destaques e agora aguardo os melhores por faixa de preço, anda logo.
JFC,
A sua lista mostra que ainda dá para tomar bons nacionais com preço razoável (bom é difícil dizer). O Chesin Gran Vin 2005 ainda é fácil de achar no Sul, mas com o frete para entrega em SP ele acaba perdendo a competividade. Já provou os Máximo Boschi? o que diria deles? Abs e boa semana!
Jõao,
Tive um problema e não acho seu emai, favor envia para mim no meu email.
abraçõ
Nilson Cesar
Estive em dezembro no Uruguay, (Punta Del Este) onde experimentei o
vinho Dom Pascual Chadonay, safra 2011.
Voltando pra cá, tenho procurado constantemente e não obtive sucesso.
Já sei por exemplo, que o importador oficial dessa vinícola é a Interfood.
Comprei vários deles, mas o chardonay parece não existir por aqui em
nosso país.
Gosteio do seu blog, e espero poder seguí-lo, aproveitando os seus
conhecimentos da área.
Abs.
Wanderley Garcia
Jales SP.
JFC,
Depois de tantos anos deste post, resolvi abrir a garrafa do Antonio Dias Tannat 2008, estava quase completando 10 anos de sua colheita. Excelente vinho, com estrutura e acidez que dão água na boca, aquela vontade de ter uma próxima garrafa (que não tenho mais mesmo). Valeu a recomendação! Abs.,
Guilherme