Os Vinhos do Argentina Winebar de 10 de Abril
Como parte das festividades do Dia Mundial do Malbec em 17 de Abril, ocorreram uma série de eventos entre eles dois encontros do Winebar (clique para assistir). Como eu tinha uma degustação de Malbec comemorativa ao dia no próprio dia 17, tive a grata satisfação de participar na do dia 10 em que três vinhos foram degustados; O Andeluna Altitud Malbec 2010, Sottano Reserva da Familia 2008 e Lagarde Primeras Vinas 2009 que mostraram bem a diversidade dos estilos de vinhos elaborados no país da Malbec, mas não só! Afinal, tenho provado ótimos Cabernets de Mendoza, muito bons Tannats de Salta e belos Merlots e Pinots da Patagônia, então há muito por onde se escolher e ainda há um movimento de blends que tem dado o que falar e que poucos conhecem. Aliás, pensando nisso acho que vou armar uma degustação só com alguns belos blends que tenho provado!
Bem, mas nosso papo de hoje tem a ver com os vinhos do Winebar, então deixa eu compartilhar com os amigos as minhas impressões sobre eles.
Andeluna Altitud Malbec – quando estive em Mendoza em Novembro do ano passado, já tinha tido a oportunidade de conhecer esse vinho e esta amostra só veio confirmar minha primeira opinião. Se tudo, inclusive os vinhos, precisam de uma segunda chance, este a teve e comprovou uma falta de equilíbrio enorme (apesar da opinião contrária de alguns colegas) com seus excessivos 15.8% de teor alcoólico e enorme extração tânica com uma adstringência que toma conta da boca até a ponta do nariz . Não sou um técnico, a opinião é pessoal e calcada nos anos de janela e milhares de vinhos provados, porém este vinho é um claro exemplo de um estilo excessivo de vinhos produzidos na região e que não me agradam, porém tem lá seu séquito de seguidores mundo afora. Há poucos dias tive a oportunidade de provar um vinho do Douro, depois falo dele, com 16.5% de teor alcoólico que estava perfeitamente balanceado dando a percepção de 13,5 a 14% , então o excesso de álcool, pelo menos até a terceira taça (rs), não é um problema em si, mas seu equilíbrio sim. Sinceramente não me agradou, mas acredito que uma hora de aeração deverá trazer grandes benefícios ao vinho com uma maior integração de taninos e álcool. Preço por volta dos R$70 a 80,00.
Sottano Reserva da Familia – o vinho de safra mais antiga (08) da prova, mas que, por sua estrutura, ainda vai longe devendo evoluir muito bem por mais uns dois anos (para quem conseguir esperar) quando deverá atingir seu ápice. Um vinho de toques algo florais e bem frutado (frutos negros) com nuances de especiarias e uma cor quase negra que tinge a taça. Na boca mostra grande estrutura , volumoso, equilibrado, firme e denso, taninos finos, um final bem especiado em que uma pimenta se manifesta de forma bastante intensa quando um pouco mais quente e menor quando algo refrescado. Vem da sub´região de Perdriel que tradicionalmente nos traz vinhos de grande concentração e estrutura, então demonstra bem a tipicidade do terroir. O teor alcoólico aqui é algo menor, 14,5%, e bem integrado no todo, mas mesmo assim uma meia hora de aeração certamente lhe fará bem. Para quem gosta de vinhos potentes, certamente uma grande pedida e um vinho que eu tomaria de bom grado na companhia de pratos igualmente substanciais com o um belo bife de chorizo ou paleta de cordeiro na brasa. Yummy!!! Preço ao redor de R$90 a 100,00.
Lagarde Primeras Vinas – um prazer hedonístico! Como mencionei na hora, o vinho que eu levaria para a cama!! rs Saltamos alguns degraus no sentido de complexidade e sofisticação num vinho. Este ainda está bem jovem, porém desde cedo mostra todo o potencial advindo de uvas de vinhedos de 1906 e 1930, as primeiras vinhas do produtor. O GRANDE vinho da noite! Aquele que consegue unir com maestria a potência com complexidade e elegância num vinho que literalmente empolga quem o toma e gosta de vinhos d essa estirpe. Um dos melhores Malbecs que já tomei, certamente entre meus top 10, e que me surpreendeu muito positivamente. Violáceo lindo e brilhoso na taça, paleta olfativa intensa e sedutora (ameixa madura com nuances de chocolate ao final) que chama a taça à boca e é lá que ele dá olé! Me entusiasmei, sei, mas fazer o quê, não é esse o grande barato do vinho? Despertar emoções e nos trazer prazer? neste caso, missão cumprida com louvor pelos produtores e enólogos responsáveis! Voltemos ao vinho porque já entrei em devaneios mil, mas quando me entusiasmo com algo os adjetivos rolam soltos e fáceis faltando objetividade, fazer o quê? Nessas horas a música é uma só; “deixa a vida me levar, vida leva eu, sou feliz e agradeço por tudo o que Deus me deu”! rs Na boca o vinho é de uma riqueza e complexidade únicas, confirmando a fruta e um perfeito equilíbrio entre taninos, álcool e acidez mostrando que ainda há muita vida pela frente e guardar algumas garrafas deste vinho será certamente um investimento bem feito no prazer. Os taninos são muito finos, daqueles que se apresentam sedosos na ponta da boca, sem excessos, bom volume de boca, untuoso, para tomar só ou bem acompanhado, um vinho de primeiro nível na constelação de grandes vinhos da vinosfera mendocina. O preço gira entre R$165 a 180,00 o que acho um pouco puxado. Fosse uns 135/140 Reais e seria um Best Buy entre seus pares!
Uma bela experiência, bastante didática, que demonstrou bem o que se queria mostrar, a diversidade de estilos dentro de uma mesma região, neste caso Mendoza. Eu curti muito e só pelo incrível Lagarde Primera Vinas (por sinal um belo rótulo também) já valeu muito a pena! Salute, kanimambo e amnhã tem mais.
João, boa tarde!
Eu também não sou técnico e estou bem aquém de você no conhecimento, mas faz uns 15 dias tomei o Andeluna Reserve Malbec, com 15,9%. Achei horrível. O Sottano já tomei o Reserva, marilhoso e me disseram que o melhor mesmo é o Judas. Conhece? Quanto ao Lagarde Primeras Vinas vou sair “na captura” rss.
Abraços.
Prezado João,
Estou de viagem marcada para passar 5 dias em Mendoza na companhia da minha adorável e futura esposa e agendamos 8 bodegas para conhecermos (Septima, Ruca Malen, Pulenta Estate, Catena Zapata, Alta Vista, Norton, Achaval Ferrer e Terrazas de Los Andes). Como estaremos retornando à Buenos Aires e ainda passaremos mais 4 dias lá, gostaria, se possível, que você me oriente sobre comprar vinhos nas bodegas que visitaremos, comprar em Mendoza, comprar em Buenos Aires ou no Free Shop ? Muitas perguntas, porém necessito de uma orientação melhor, apesar de ter lido seu post sobre como trazer vinhos do exterior, pois não sei se a quantidade que desejamos trazer (em torno de 18 garrafas) serão acondicionadas em malas especiais ou despacharemos em embalagens de lojas ou se as bodegas têm embalagens próprias para viagem…enfim…estamos um pouco temerosos de compramos as preciosidades e elas se perderem pelo caminho.
Forte abraço
Leonardo Camilo
P.S. Obrigado pelas dicas dos vinhos paa meu casamento. O La Linda está na frente, porém ainda falta provar o Cabal.
Leonardo, clique aqui http://falandodevinhos.wordpress.com/2012/11/26/descobrindo-a-argentina-e-seus-vinhos-ii/ e a legislação diz um máximo de 12 litros (16 garrafas) por pessoa ou USD500. O que vc compra no free de saída no embarque conta nessa cota, o que está fora é só o que vc comra aqui no Free de chegada. Algumas lojas acondicionam os vinhos bem e podem ser despachados junto com sua bagagem, veja no entanto, as limitações de peso com sua companhia aérea. Abs e boa viagem