Curso de Vinhos – O Que Você Quer Saber?
Minha experiência com cursos de vinhos não é das melhores e como consumidor sempre achei que faltava algo naquele monte de informação teórica e dados históricos que nos são despejados às toneladas. Estou trabalhando na montagem de um curso meu agora e me parece justo que nesse momento eu ouvisse o que meus leitores têm para me dizer, afinal, o que você pensa sobre esse assunto? O que você gostaria de saber e que esses cursos não te deram? O que realmente é importante para você?
Sei que o tempo é escasso, mas lhe peço cinco minutos de seu tempo para refletir sobre o tema e me enviar um comentário com sua opinião e sugestões. Ficarei muito agradecido por sua contribuição pois certamente essas informações enriquecerão muito o curso que pretendo montar. Kanimambo e salute.
Estive ontem no Decanter Wine Show e alguns destaques entre os muitos bons vinhos apresentados de um portfolio vasto, complexo e muito abrangente. Amanhã aqui!
Caro amigo, os cursos sobre vinhos podem ser desenvolvidos para atender vários objetivos de cada uma varias plateias que você pretende definir como público alvo, por isso parecem sempre a desejar algo..
Trabalho nisso por hobby, há 15 anos e tenho obtido sucesso nos cursos que realizei.
Estou às suas ordens para trocar ideias sobre o assunto.
Schiffini
Bom dia. Embora leia com frequência seus (ótimos) comentários, é a primeira vez que te escrevo.
O que eu gostaria de aprender ou ser melhor orientado, é sobre como identificar os diversos aromas que tanto leio nas revistas que comentam sobre vinhos. Você inclusive fala desses aromas e eu fico achando que nunca vou aprender.
Parabéns pelo blog.
João, uma coisa que pra mim pelo menos é um pouco complicada é a memória olfativa. Acharia interessante algum curso que pudesse fornecer bagagem para identificar alguns principais aromas em um dado vinho. A didática para isso precisaria ser pensada, não sei por exemplo se aquelas caixas com aromas são realmente interessantes ou têm aromas muito artificiais que acabariam atrapalhando mais do que ajudando.
Levando em consideração que para ser um conhecedor de vinhos não basta apenas identificar os aromas neles contidos, acredito que o curso deva abordar temas relacionados às técnicas de “criação”, como a relação do vinho com a madeira (degustando, na aula, vinhos que estagiaram em barricas, comparando com outros que não passaram por esse estágio);
Penso também que deva abordar as diferenças dos vinhos produzidos nos diferentes países. Como exemplo, pode-se mostrar a diferença de vinhos do Chile e da Argentina, degustando vinhos dessas duas regiões; de modo que o aluno não apenas conheça a teoria, mas também perceba (com orientação do professor na aula) as reais diferenças entre os vinhos.
Espero ter ajudado de alguma forma.
Abraço
João, bom dia!
Eu nunca fiz um curso de vinhos, então acho que minha opinião poderá estar fora do contexto, mas entendo que eu não seja o único que seja apaixonado por vinhos e não tenha participado de algum curso, até mesmo porque aqui no Interior de SP a oferta é baixa e também por ter vários amigos na mesma situação. O pouco que conheço é através de leitura e pesquisa (seu espaço é fonte riquíssima) e principalmente experimentando rótulos diferentes.
Sendo assim, lá vai:
O que sei desses cursos, através de depoimentos de amigos que já participaram, é que as abordagens são superficiais, do tipo: Velho Mundo e Novo Mundo, conceito de Terroir, Envelhecimento, Guarda, Harmonização, alguns termos de impacto como “bouchonée”, e por aí vai…
Certa vez perguntei a um conhecido que estava num jantar na casa de amigos e que tinha participado havia 15 dias de um curso em Ribeirão Preto, se ele já havia percebido que os vinhos tinham cores diferentes, a resposta foi não. Tudo bem que ele estava iniciando nesse mundo, mas não aprendeu isso no tal curso. Mas “bouchonée” ele sabia. Nunca vi alguém que tivesse olfato tão apurado pra isso, embora já tenha aberto várias garrafas que o vinho estava estragado. Pergunto: é fácil esta identificação?
Enfim, eu participaria de um curso se fosse específico de alguma região e/ou país ou alguma casta, que aprofundasse no assunto. Entendo que aí sim, vale o tempo e investimento. Mas também entendo também que para quem ainda não sabe nada, deva haver oferta de cursos para iniciantes, afinal o intuito mesmo é difundir o vinho.
Espero ter contribuído e desejo sucesso neste projeto.
Cheers!!
João,
Memória olfativa, como citou o Felipe, é sempre uma lacuna. Aromas primários, secundários, terciários, impacto das fermentações nisso tudo e claro, COMO TREINAR ISSO NA PRÁTICA.
Além disso, como falou o Alessandro, “velho mundo e novo mundo” pode até caber num introdutório, mas hoje vejo que faltam cursos mais especializados. França, Itália, Espanha.. dá pra fazer uns 20 cursos só em cima dessas regiões. Argentina e Chile, inclusive, daria pra abordar muita coisa..
Aqui em Floripa tem surgido uma abordagem em relação as regiões por parte de uma loja chamada Santa Adega. Vão abordar Espanha num curso que pretendo participar.
Abs,
Filipe
João,
Ratificando meu comentário anterior, acabei de ler seu post “Tempo de Guarda – Vinho, quanto mais velho melhor?”. É esse tipo de detalhamento que acho que não tem nos cursos, até mesmo porque se todos os assuntos forem abordados nesse padrão, o curso teria duração de 1 ano.
ET: Parabéns pelo post.
Alessandro e José, aproveitando o que vocês falaram, o João já faz atualmente cursos específicos de países! Esse ano já aconteceram Portugal, Itália e Espanha e na quarta que vem vai rolar um do Chile! Eu fui em todos e recomendo! 😉
olá JOão,
sou de Salvador e sou louca para fazer um curso.
aqui não há cursos e sinto muita falta. Quando busco fora daqui só encontro presenciais.
assim, gostaria de fazer um curso teórico, nem que fosse virtual e a prática seria algo a se discutir ou mesmo montar formas de se fazer on line sendo que o aluno teria que ter o vinho em mãos.
parabens pelo blog!
vanessa
Caro João,
O que vejo pouco explorado são as regiões brasileiras. Parece-me que até Goiás produz vinho (não sei a qualidade), mas seria interessante conhecer todas as regiões na prática. Abraços
Pensei os cinco minutos e cheguei a uma única conclusão. No meu caso, investir em um curso de vinhos não seria a pior coisa. Nem o conteúdo programático (vinho de você qualquer assunto seria maravilhoso!!!). O pior mesmo seria o deslocamento até o curso…sou de São Bernardo do Campo e deixei de ir em cursos em São Paulo por causa da lei seca. E geralmente os horários e locais dos cursos nos impedem de ir de metrô!
Grande João!! montando um curso de vinhos então?? que beleza. Já fiz alguns cursos de vinhos direto nas vinícolas aqui no Rio Grande do Sul e fiz também cursos pela internet, e uma das coisas que acho mais complicado é decifrar alguns aromas e sabores dos vinhos, bem como as cores exatas, ou seja, vermelho rubi intenso, amarelo palha, etc… Gostaria de fazer o teu curso joão, só que não tenho como fazer presencial, pois moro no Rio Grande do Sul…abração e sucesso!!!
Fiquei encantada com a diversidade de situaçoes que voce expoe no blog e gostaria de fazer o curso tambem, onde seria? Passe as informações, por favor. Gostaria de participar de um curso mais dinâmico, sem muita teoria, mas com muita pratica e estudo de rótulos diferenciados e aromas. Como diferenciar um vinhos sem ver o rotulo. Harmonização. Vinhos com bom custo beneficio.
JFC,
não dá para ensinar a missa ao padre, mas recomendaria noções sobre o que pode ser armazenado e o que deve ser consumido logo; harmonizações tradicionais e outras mais arriscadas. países nem tão conhecidos; enfim algo que fizesse o curso diferente, lembrando sempre que o custo deve ser acessível.
Eu vi a indicação de outros leitores a respeito da identificação dos aromas, acredito ser muito difícil porque depende de uma capacidade pessoal de identificação (uma característica física presente em maior ou menor grau em cada pessoa); de experiências sensoriais pessoais (como vou saber o que é o cheiro da terra molhada do lado direito do Rhône se nunca o senti antes?); vocabulário e a própria forma de se expressar.
Abs.
Guilherme
João,
Ótima notícia!
Como podes saber, tenho certificado nível 2 pela WSET. Portanto, eu aprendi a abordagem sistematica de analise e degustação de vinho. Não que isso tenha um significado de excelência, mas tenho comigo uma experiência que talvez possa dar uma nova perspectiva para o que buscas como sugestão. enfim, vamos lá:
1. Hoje, o interesse pelo aprendizado sobre vinhos está em uma curva crescente a taxas crescentes, por diversos motivos, muitas vezes bem fundamentados, outras vezes muito superficiais. Tudo aquilo que pode ser aprendido pela leitura, seja pela internet ou pela literatura especializada, poderia ser evitado ou ponderado. Quando leio sobre o seu desenvolvimento de um curso, para mim, o mais importante seria o foco na troca de experiências, ou melhor ainda, aprender um pouco através de sua experiência ao longo dos anos. Esse sim, para mim, seria o grande diferencial de seu curso.
2. Acredito que voce poderia pensar no tipo de publico alvo que você gostaria de ter como participante em seu curso. Acredito que, possivelmente, um curso muito básico pode deixar apresentar um estimulo importante ao instrutor, que também pode querer uma trocas de experiências e aprender com seu publico também. Portanto, seria interessante você considerar seu publico alvo também. Além disso, a formação de um network de aprendizado e troca de experiências seria interessante também.
3. Não vou entrar na questão do velho mundo, mas acho que o peso do aprendizado de vinhos de regiões da America do Sul seria muito interessante, principalmente da Argentina, Chile e, principalmente, do Brasil. A minha grande dificuldade hoje, pela experiência que tive com a WSET e sendo brasileiro, é justamente não ter esse conhecimento sobre vinhos produzidos no Brasil. Infelizmente, o Brasil é inundado pela importação de vinhos do Chile e Argentina: não que isso seja ruim, pelo contrario, mas o Marketing feito leva o brasileiro a crer que o vinho nacional não tem qualidade, desconhecendo o trabalho de grande qualidade feito na Campanha, por exemplo.
4. Qual seria o enfoque do curso? Um enfoque mais tecnico, voltado mais para as técnicas de produção, ou mais abrangente, voltado mais para a qualidade na decisão de consumo e degustação? Acho que isso poderia ser ponderado. Isso também dependeria se o curso teria um caracter mais informativo ou se seria uma certificação com o apoio de uma instituição reconhecida…
5. A agenda do curso tem que ser muito bem definida e descrita, pois isso certamente resulta na percepção de qualidade do curso pelos participantes. Um participante que sai do curso com sua expectativa frustada poderia causar uma resposta negativa perante ao publico.
Enfim, não tenhas pressa em formular um curso de vinhos e coloca-lo no mercado, pois hoje existem diversas opções, porem muitas com qualidade a desejar. Pense no médio/longo prazo, focando na qualidade das informações e troca de experiências entre todos, e no potencial futuro do desenvolvimento da cultura no Brasil (que acredito que vai explodir, uma vez que o desejo pelo aprendizado ainda não chegou ao interesse da classe media, de uma forma geral).
Outra coisa, que me veio em mente agora: Na minha opinião, a linguagem poética é importante, mas a base de conhecimento sustentável, na minha opinião, encontra-se em uma linguagem mais técnica focando em conceitos e experiências com base nesses conceitos. Porem, uma vez esses conceitos aprendidos, o céu é o limite.
Um abraço, boa sorte com seu projeto!
João,
Outra coisa: eu tenho notado que a atualmente participação em cursos tem sido de um publico mais maduro, e não de um publico mais jovem. Isso pode ser uma coisa a ser considerada também.
Abs.
João,
Desculpas pela dose excessiva em meus comentários, pois eu realmente achei que estava ajudando. Mas pode deleta-los caso sejam inapropriados. Abraço.
Fabio, no hassle, a contribuição foi bem válida.
Abs
Ok, Abs.
oi trabalho num mercado sou repositor de vinhos mais breve serei um consultor de vinhos queria sua ajuda pois sei o basico so queria umas dicas
Sandro, pesquise aqui mesmo em Categorias, ABC do Vinho, compre livros, leia, estude, prove e o resto só o tempo. abraço e boa sorte
João, bom dia. Estou me preparando para dar cursos de vinhos na CASA SAVOIA, SC a ser inaugurada em set 14 e como Professor Aposentado de Tecnologia de Alimentos da UFRRJ tenho a minha visão sobre cursos de vinhos: aprendida na ABS-RJ, Curso Wine Business e W&SET 2:
1. O nível a ser dado irá depender da audiência que estaremos nos comunicando mas, sempre deverá ser simples, com exemplos práticos para amalgamar r o conteúdo teórico com a parte organoléptica, uso dos sentidos.
2. Pode começãr com curso de fundamentos, depois curso básico e mais tarde curso avançado.
3. Para iniciantes, o curso tem que ser básico mesmo com breves informações sobre história, variedades, regiõe produtoras, degustação e harmonização com provas de uns 5 vinhos (espumante, branco, tinto leve e mais estruturado e sobremesa).
4.Outro curso apropriado é só sobre degustação de vinhos. mostrando de maneira prática os flavoromas existentes com kits apropriados e exemplos vivos de frutas e hortaliças, pois trata-se de uma parte que poucos entendem bem.
5. Outro harmonização comida-vinho.
6.Daí, continuar pelo mundo fascinante do vinho como variedades de várias regiões para ver a influência do terroir e vinificação, vinhos por País de procedência e o caminho está aberto.
Totalmente aberto para prender com os outros.
Prezado Altanir,
Achei muito interessante o seu comentário, considerando seu histórico inclusive.
Uma das preocupações que tenho com a continuidade de meu aprendizado e na busca por novos cursos, uma vez que não tenho interesse em um dia ser tutor em vinhos, é com essa padronização de formato doutrinário excessiva existente hoje em cursos de vinhos. O básico, principalmente a parte escrita, já temos bastante disponível na literatura sobre o tema. Exercício de degustação sim, faz diferença em aprendizado. Tendo o foco sempre no vinho, e não em uma interpretação subjetiva ou paralela, acredito que para aqueles que já compreenderam tal subjetividade excessiva o importante passa a ser novas experiências, não em doutrina, pois acredito que todos podem degustar o mesmo vinho e interpreta-lo (não defini-lo ou classifica-lo) de forma diferente, sempre podendo acrescentar algo de bom. Por favor, entenda isto apenas como um feedback para enriquecermos nossas conversas.
Abraços.