Decanter Wine Show – Sempre Digno do Nome
Mais um show de qualidade, diversidade e cordialidade de um importador que prezo muito. Desta feita o evento se dedicou aos vinhos do Novo Mundo e aproveitei para rever e conhecer alguns rótulos sul-americanos mais que de outras regiões.
Muita coisa boa, porém alguns vinhos me chamaram mais a atenção, certamente alguns encontrarão seu espaço nas lojas em que dou consultoria inclusive a Vino & Sapore (rs), e gostaria de os compartilhar com os amigos.
Vina Alicia Tiara (Argentina) – este delicioso branco composto de Riesling, Alvarinho e Savignin num assemblage diferenciado e de muita qualidade que encanta e surpreende até os menos chegados aos vinhos brancos. Bom corpo, complexo, é vinho de grande personalidade.
De Martino (Chile) três vinhos me surpreenderam e uma noticia pra lá de marcante considerando-se a fobia novo mundista por barricas novas. A De Martino não mais usa barricas novas e parte desta mudança já se sente em seus vinhos a começar pelo Quebrada Seca Chardonnay. Já tinha provado este vinho há algum tempo e nunca tinha entendido o que tantos críticos viam nele, pois sempre o achei excessivamente amadeirado encobrindo a fruta. Desta feita o vinho passou por botis de 5000 litros e o que vemos é um vinho muito mais harmonioso, madeira sutil e a fruta como protagonista com um leve apimentado muito interessante. Belo vinho este!
Ainda na De Martino, um delicioso rosé de Cinsault da região de Itata, é o Gallardia del Itata. Provamos o 2012 que estava delicioso, mas o frescor e os aromas do 2013 são de tirar o chapéu. Já o Las Cruces Old Bush Vines um field blend em que várias cepas (malbec, carmenére, Cab. Sauvignon, etc.) coexistem, é muito marcante. Quando o Malbec está pronto eles colhem a parcela inteira e vinificam conjuntamente. Estruturado, elegante e com ótima persistência, é um vinho a ser tomado com calma para apreciar todo o seu potencial e certamente o farei.
O Las Moras 3 Valleys Shiraz (Argentina/San Juan)com 15 a 18 meses de barrica tostado médio e mesclado entre americano e francês, mostra porquê os Syrahs de San Juan são tão prestigiosos. Tremendo vinho, elaborado com uvas de três vinhedos de altitudes diferentes; 650, 950 e 1380 metros. Conteúdo alcoólico puxado, 15%, porém muito bem integrado e pouco perceptível na taça, fruta e especiaris típicas da casta, firme e complexo com taninos finos e aveludados. Um dos melhores!
Luigi Bosca – por incrível que pareça sempre deixei para provar o portfolio deste produtor por último e no final passava batido. Finalmente dei uma bela passagem por toda a linha deles e me encantei com o Ícono, um baita vinho que se deu muito bem na degustação Campeonato do Mundo de Vinhos e entendi porquê. Vinhaço e o preço idem, na casa das 500 pratas, o que faz dele um objeto de desejo. Vinhas velhas cultivadas em pé-franco, corte praticamente igual de Malbec e Cabernet Sauvignon, um vinho longa guarda que deverá ainda evoluir muito nos próximos seis a sete anos. Preço acompanha, então não é para a bolso da maioria de nós mortais, mas……
Agora você me pergunta, só isso? Não, tinha muito mais, porém tive que sair para atender uma emergência e do muito que provei esses foram os destaques, mas me falaram muito bem dos rótulos americanos e ótimos Shiraz australianos. Enfim, coisa boa não falta nesse que é um dos melhores portfolios do Brasil. Por hoje é só, durante a semana mais noticias e troca de experiências. Salute e kanimambo.
João, bom dia!
Você experimentou o Las Moras Black e o Luigi Bosca de Sangre? Caso não, penso que valem a pena.
Abraços!
Oi Alessandro, o Black Label Malbec e o Cabernet x Cabernet assim como Luigi Bosca DOC e o De Sangre são todos muito bons mesmo, concordo contigo, mas quis comentar só os maiores destaques se não o post ia ter uns dois metros! rs Abraço