Challenge de Vinhos – Brasil X América Latina
Participei do Wine In e comentei aqui alguns dos vinhos brasileiros que me surpeenderam na prova, mas fiquei devendo algumas informações adicionais sobre o Challenge de Vinhos realizado no último dia do evento. O 1º Wine In, idealizado e coordenado pelo amigo e ex-colunista deste blog, o Breno Raigorodsky, teve como intuito principal discutir o potencial do mercado para o vinho brasileiro com os principais atores deste mercado: produtores, formadores de opinião e distribuidores. Pelo que tenho lido e pelo que vi, me parece que o objetivo foi alcançado.
Para avaliar ás cegas o presente status-quo dos vinhos brasileiros viz-a-viz a dos hermanos chilenos e argentinos, foram realizados dois challenges, um com vinhos abaixo de R$50 e outro acima julgados por dois júris, um popular e o outro técnico tendo havido bastante similaridade nos resultados, porém com notas bastante dispares. Os vinhos que chegaram neste challenge passaram por uma primária no dia anterior, sistema igual de composição de júri, tendo o júri técnico sido composto por; Beto Duarte (Papo de Vinho), Celito Guerra (Embrapa), Horst Kissman (Prazeres da Mesa), Jean Pierre Rosier (enólogo), Jeriel Costa (Blog do Jeriel), João Filipe Clemente (Falando de Vinhos), José Maria Santana (Gosto), José Luiz Pagliari (SBAV-SP / Senac-SP), Jorge Carrara (Prazeres da Mesa), Juliana Reis (SENAC São Paulo), Manuel Luz (consultor), Marcio Oliveira (Vinoticias), Mario Telles (ABS-SP), Mauro Zanuz (Empraba), Nicola Massa (enólogo), Silvia Mascella (Revista Adega), Silvia Franco (Vinho e Gastronomia) e Suzana Barelli (Menu). Também participaram os seguintes especialistas internacionais: Amy Friday e Andrew Shaw (Importadora Bibendum), Claudio Salgado (sommelier do Marriott de Hong Kong), Charles Byers (escritor e radialista canadense), Daniel Marquez (brand ambassador de vinhos e destilados nos EUA), James Lapsley (professor do departamento de Viticultura e Enologia da UC Davis), Olivier Bourse (representante da Université de Bordeaux) e Roberto Rabachino (jornalista, professor e sommelier italiano).
Resultados do Challenge Brasil x América Latina abaixo de R$50
(clique na tabela para ampliar)
Os meus TOP 5 no Challenge acima de R$50,00 foram, na ordem:
Achaval Ferrer Malbec – 2011 (R$85)
Lote 43 – 2011 (R$130)
RAR Cab. Sauvignon/Merlot – 2008 (R$70)
Clos de Los Siete – 2009 (R$105)
Kaiken Corte Malbec/Bonarda e Petit Verdot – 2011.(R$60)
Não foi nenhuma surpresa o resultado pois há muito tempo que coloco vinhos nacionais em Desafios de Vinho às cegas, e na grande maioria das vezes se deram muito bem. Vejam aqui alguns desses momentos de destaque entre diversos outros:
Desafio de Uvas Ícones – Brasil foi segundo com um Merlot
Desafio de Bordeauxs até R$100 – Introduzi um corte Bordalês brasileiro, foi segundo
Desafio de Vinhos Portugueses – Mais um “intruso” brasileiro nesse meio e se dando bem entre feras..
Desafio Merlots do Mundo – Brasileiro em primeiro lugar.
Desafio de Blends até R$85,00 – Campeão foi Brasileiro
O problema, como eu sempre digo, não é a qualidade e sim a política comercial, a ausência de estratégias e precificação dos produtos nacionais. Enfim, já cansei de bater nessa mesma tecla, os preços citados acima foram pesquisados na internet e se referem a vendas em São Paulo e toda a sua carga tributária absurda. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.
PS. a escolha dos vinhos presentes ao Challenge foi de responsabilidade dos organizadores.
Temos ótimos vinhos,ótimos produtores, alguns safados, entidades pouco representativas; só de fachada e um setor ovelheiro que segue balindo face ao novo bRasil que está se instalando. Somos canibalizados por impostos e a grande maioria fica ruminando pelos cantos, reclamando das coisas.
Tem produtores, pequenos, fora desta lista que fazem vinhos sensacionais mas esbarram com os entraves brasilís..Mas vamos..
O Miolo Lote 43 tecnicamente é muito bom mesmo, sendo que tive a oportunidade de degusta-lo alguns meses atras aqui na minha cidade e fiquei surpreso. Miolo realmente faz um trabalho muito serio, muito bom isso!
JFC,
na Decanter Magazine edição especial da América do Sul, o Steven Spurrier (um crítico que me parece insuspeito) indica como tops Cave Geisse Brut de Pinto Bandeira 1998 (18,5 pts em 20, mas duvido alguém achar pelos 35 euros que estão indicados na revista), Lidio Carraro Grande Vindima Merlot 2005, Pizzato DNA99 2008 (18pts em 20, mas quem acha esta safra?), Lidio Carraro Dádivas Pinot Noir 2012 (18 pts em 20), Miolo Sesmarias 2008 (caríssimo, vale mais que um bom Bordeaux ou Borgonha? 17,5 pts em 20) e Casa Valduga Raízes Cabernet Franc 2010 (16,5 pts em 20, este sim preço razoável, mas difícil de ser achado em SP).
Interessante que os vinhos da Campanha gaúcha começam a despontar como boas alternativas àqueles do Vale dos Vinhedos.
Abs.,
Guilherme
Oi Guilherme, creio que tens toda a razão, os vinhos da Campanha e outras novas regiões do RS e Santa Catarina estão superando os do Vale.
Então, João, eu também fiz a minha avaliação porque acompanhei as degustações na sala ao lado que replicava o que se fazia na sala técnica, num Juri Popular, aberto a quem quisesse provar todos os vinhos que estavam em jogo.
na minha avaliação o RAR ficou em primeiro (91), seguido pelo Alicia, pelo Lote 43, pelo Kaiken e pelo Montes (90). Na média do Juri Popular, ficou em primeiro o Clos de los Siete, que para mim ficou com 89, junto com Achaval Ferrer, Pulenta e Rota 324.
Todos muito próximos a praticamente todos os outros, CQD, como queríamos demonstrar…