Harmonizando Clássicos de 2009 Parte II > Salton Talento
Bem, eis a segunda parte do Post de Segunda-feira e desta feita fui de vinho Brasileiro, Salton Talento um saboroso blend de Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Tannat, mais um clássico e mais um porto seguro que há anos encanta os que já conseguiram deixar o preconceito de lado. Neste último fim de semana, optei por não ir para a cozinha e saí com um casal de amigos para desfrutar das massas leves e deliciosas do Stéfano. Me incomodou o fato de que, por telefone, terem me dito que o valor da rolha, que até acho justo, seria cobrada porém que o valor dependia do vinho, mas enfim, decidi arriscar e pelo menos fiquei só nos 25 Reais, menos mal! Como a Rejane, nossa garimpadora gastronômica, estava presente, não vou falar do restaurante nem de sua comida pois ela certamente o fará, então vamos direto no vinho e na harmonização.
O que gosto deste vinho e desta vinícola, é que não se deixaram levar pelo sucesso permanecendo com uma política de precificação adequada e competitiva e, importante, manifestou há época seu desapreço pela tentativa de implantação das maledettas salvaguardas ao vinho brasileiro, tendo sido a única vinícola grande a fazê-lo, respeito isso. Não entram em delirius tremulis quando um de seus vinhos se sobressai nem tentam produzir ícones e sim vinhos que qualquer um possa tomar e, muito importante, com boa qualidade desde sua gama de entrada, como prova sua nova linha Intenso sobre a qual falarei um dia desses.
Há cerca de 5 anos montei um Desafio de Vinhos ás cegas entre blends do novo mundo com preços acessíveis tendo havido 9 rótulos em prova, incluindo aí rótulos do Chile, Argentina, Uruguai , Austrália e outros brasileiros. Para a surpresa de todos, (você pode ler sobre isso clicando aqui) o ganhador foi exatamente o Salton Talento que de lambuja também levou o troféu de melhor relação Custo x Beneficio. O que comentei na época segue válido agora; “No olfato, uma certa timidez inicial que vai se abrindo na taça de forma sutil e delicada mostrando aromas de ameixa, cassis com algo de chocolate. Na boca mostra bom corpo, fruta madura, boa acidez, taninos finos e aveludados ainda bem presentes num final de boca bastante redondo e de boa persistência, harmônico enchendo a boca de prazer.” O 2009 confirmou o equilíbrio encontrado com o de 2005 que tomamos no Desafio e o preço pouco mudou pois encontra-se por aí ao redor de R$60 a 70 versus os R$58 de cinco anos atrás, nada mal! Um bom vinho que sempre me agrada abrir.
A harmonização foi com massa, especificamente Rondelli de presunto e queijo + Canelone de carne, este último sendo a especialidade da casa, ambos com molho vermelho. O vinho pode facilmente encarar pratos mais pesados, como o cabrito e coelho à caçadora que eles também têm no cardápio, porém não matou a massa não. A boa acidez do vinho enfrentou bem a acidez do molho e a harmonização até que satisfez e, obviamente, a companhia também ajudou e muito! Minha nota para a harmonização vai ficar em 4, faltou o chan!!!
Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui.