O Estado Coletor Também Atua Sobre o Vinho, e Como!!

Volta e meia o maledetto acorda e dá suas caras, impressionante!! Hoje começo este desabafo e desagravo, com uma foto do rodapé de uma nota fiscal que exemplifica bem o processo pelo qual produtores, importadores, comerciantes e você meu caro consumidor, são esmagados pela máquina coletora sem que haja a devida contrapartida.

Sim, o que você viu está correto, mais de 60 por cento de impostos. Por isso o vinho é tão caro no Brasil, dos maiores preços do mundo, e não adianta ficar buscando outros culpados. Por isso o consumo não cresce há anos, porque com os preços na casa do chapéu fica complicado o trabalhador comum encontrar espaço em seu orçamento para seguir degustando estes caldos de Baco que, por sinal, são taxados na maioria dos países como alimento e as benesses de seu consumo moderado e regular estão mais que comprovados! Os sangessugas voltam a atacar e há que se posicionar contrário a mais essa aberração!!

Pois bem, no afã de arrecadar, não de arrumar a casa mas de seguir financiando o total desarranjo das contas públicas, o governo federal optou por taxar um pouco mais o que já está sobre taxado! O consumo já caiu e com o aumento de preços que esse aumento de impostos irá causar, não tem jeito, vai cair mais. Aumentando impostos e com o aumento de preços decorrentes, numa economia já recessiva, creio que não carece de muita inteligência para concluir que o aumento de arrecadação não ocorrerá! Importante, antes que os xiitas de plantão já desçam a lenha, este post não tem qualquer viés político partidário e vale também para a seara estadual. Análise meramente tributária e prática, nosso bolso!

Pois bem, a “ameaça” agora é aumentar o IPI que era aplicado de forma, na minha opinião, equivocada já que contemplava um produto de um dólar igual ao de duzentos, e erraram na correção metendo os pés pelas mãos novamente ao querer taxar a todos com 10% de IPI (aumento porcentual verdadeiramente absurdo, acima dos 300%) sobre o valor FOB que é a base invertida de todo o sistema tributário sobre o qual incidem em cascata todos os outros impostos. A grosso modo, isto significaria um aumento porcentual nos preços finais entre 12 a 15%!! Para entender melhor, leia esta matéria publicada pelo portal G1aqui. O absurdo é tão grande que a aplicação dessa medida contempla os estoques já existentes e para os quais já foi pago o devido imposto!!! Pior ainda o comentário da Receita, de acordo com o portal, da Receita, “O Fisco observou que o mercado é livre e que o repasses da alta da tributação para os preços depende dos produtores e revendedores”, com o bolso alheio (sempre!) é fácil né?!!

Existe uma luz no fim do túnel e pode ser que não seja um trem vindo! rs Num esforço para mudar esse status quo, na semana passada ocorreu uma reunião no Ministério da Fazenda em que houve uma forte presença de parlamentares resultando num acordo algo mais módico que contempla um aumento de “apenas” 3% e somente a partir de Janeiro 2016, não mais dia 1 de Dezembro. Aliás, o decreto lei com esse aumento de impostos que deveria, ou deverá, entrar em vigor daqui a alguns dias ninguém sabe ao certo, ainda, pasmem, não tinha sido regulamentada!!

Aumentar impostos ainda mais é esmagar o consumidor e reduz arrecadação com a queda ainda maior de consumo, é aumentar o contrabando que já não é pequeno e a sonegação, dificultando a vida de quem trabalha legalmente e paga seus impostos gerando empregos e renda. Essa é a verdade das ruas que impera, não a dos gabinetes então acho que está na hora do governo abrir o olho e em vez de aumentar impostos aumentar a fiscalização nas fronteira, pois os amigos comerciantes do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, em especial mas não só, sabem bem do que estou falando.

O mundo do vinho, e não só, pede bom senso, só isso! Esse povo adora fazer contas com o ovo ainda na galinha de forma totalmente desassociada da realidade depois,de forma até algo infantil, não sabem porquê sua teoria não funcionou. Saiam dos gabinetes e venham para a rua  onde a realidade é outra! Menos estado coletor e mais estado incentivador, está na hora de mudar o foco!! Kanimambo pela paciência, quem chegou até aqui (rs), e esperemos que as alterações à lei que deveriam ter sido entregues ontem ao relator sejam realmente levadas a plenário e aprovadas, o consumidor agradece!