17 Vinhos Brasileiros Premiados na Decanter Wine Awards
Certamente um motivo de orgulho para nossa ainda “engatinhante” vitivinicultura de vinhos finos tupiniquim. Afinal, a DECANTER WINE AWARDS é um evento que está entre os melhores, maiores e, principalmente, mais respeitados concursos de vinho internacional.
Este ano, algumas ótimas surpresas ao vermos alguns vinhos brasileiros pontuados. Só espero que não comecem com aquele marketing ridículo de “melhor do mundo” usando essa premiação como base, menos gente, menos! Enfim, isso não é importante, o que vale mesmo é que, como digo faz anos, aprendemos a fazer vinho (meu problema é com a estratégia comercial que adotam) e alguns rótulos são realmente muito bons e esse reconhecimento internacional em concursos sérios é primordial inclusive para o próprio mercado (consumidor) nacional. Vamos a alguns destaques brasucas entre os “apenas” (rs) 16.000 vinhos do mundo inteiro inscritos na edição 2016:
Medalha de Platina (2) – Valduga com dois rótulos > Leopoldina Chardonnay 2015 e Leopoldina Merlot 2012 (RS)
Medalha de Ouro (1) – Guaspari Vista do Chá Syrah 2012 (SP)
Medalha de Prata (5)- Só espumantes; Aurora Brut, Valduga 130, Perini Moscatel, Salton Séries Brut Rosé e Salton Intenso Brut. (RS)
Medalha de Bronze (9)- Valduga Raizes Cabernet Franc e Raízes Gran Corte ambos 2012, Aurora Moscatel, Aurora Premium Selection Cabernet Sauvignon 2013, Aurora Procedências Chardonnay Brut, Aurora Reserva Merlot, Ponto Nero Conceptual Edition Brut Rosé de Noir, Ponto Nero Brut Rosé, Guaspari Vista de Serra Syrah 2012
Talvez este resultado sirva de incentivo a outras vinícolas investirem na participação deste renomado e respeitado concurso no ano que vem e aí, certamente, outros nomes aparecerão por aqui.
Para boa ordem, vejam a pontuação necessária para que uma medalha seja outorgada a um vinho no Decanter Wine Awards:
Platina – foi introduzida nesta edição e substitui o troféu de melhor vinho regional. Vinhos de altíssimo gabarito! Foram somente 130 vinhos os agraciados este ano.
Ouro – de 95 a 100 pontos / Prata – de 90 a 94 pontos / Bronze – de 86 a 89 pontos.
Kanimambo pela visita e, tendo a oportunidade, porquê não um vinho brasileiro na taça? A evolução na qualidade é fato, basta a gente perceber o vinho e seu preço (sim importante também) dentro de seu contexto. Saúde, tchin-tchin!
Realmente é um momento de grande renovação e, oportunidade, para o vinho brasileiro. Oportunidade princialmente devido aos custos dos importados; entre eles taxas e cambio, e a alta qualidade e diversidade que estamos recebendo nas taças por aqui.
Venho de uma família de raízes ítalo-germânica-Luso-Franca, onde o vinho sempre esteve a mesa.
Este vinho, a mesa, era base da cultura de sobrevivência e alimentação, sendo, o vinho fino, uma rara exceção, coisa de festa e comemoração em datas especiais. Sempre existiu, assim como sempre existiram pratos especiais, mas não era o centro das atenções e produto comercial.
Muito desta herança rústica, colonial e de sobrevivência, vem mudando de posição e foco e, para quem quer estar no mercado, a adoção de uma roupagem comercial e a busca de qualidade, voltada para um público fora da vizinhança; público este mais exigente e influenciado pela chegada dos importados se tornou obrigação. A renovação do modo de produção, com a substituição da madeira velha, onde o vinho era fermentado por cubas de inox, a adoção de práticas higiênicas nos locais de produção, a nova visão de vitivinicultura utilizando novos clones, novas variedades, densidade, produtividade, enfim, tudo está revolucionando o conceito e estamos apenas no começo. Podemos sim usufruir de ótimos caldos de nosso país. Sem dúvida produtores mais afoitos e pouco amigos da ética tiram, e vão tirar mais proveito, sempre, parte da característica moral e do caráter de cada um , mas sempre vamos poder usufruir de produtores conscientes e com visão de longo prazo.
JFC,
Para 2017 não tivemos nenhuma platina, o Guaspari Vista do Chá Syrah 2014 manteve seu ouro, sendo que a Guaspari ainda obteve prata no Vale da Pedra 2015 e Vista da Serra Syrah 2014, bem como no Vista do Bosque Viognier 2015.
A Casa Valduga obteve prata para o Leopoldina Chardonnay 2015.
Interessante que os espumantes brasileiros, que têm boa fama pouquíssimos bronzes, sendo que a nota mais alta foi 87 para o Salton Brut NV.
A Decanter me parece uma revista independente de marketing, por isso uma boa fonte de informações.
Abs.,
Guilherme