MOVI – Quem Sabe faz a Hora Não Espera Acontecer!
Há uns quatro anos atrás conheci e celebrei essa lufada de ar fresco vindo do Chile. Era o MOVI que se criava e hoje demonstra robustez dentro de um projeto quase lúdico que deu muito certo. MOVI – Movimento dos Vinheteiros Independentes do Chile é uma associação de um grupo de produtores loucos por vinho que põem a mão na massa para produzir apenas algo ao redor de 40.000 caixas ano, ou por volta de 500 mil garrafas no total! Tem gente nesse grupo que produz ínfimas 1000 caixas ano ou seja, são produtores artesanais movidos por um projeto pessoal onde a paixão é colocada em prática “refletindo o caráter e identidade do terroir de seu local de origem”.
Cada um tem seus canais de venda específicos e toca seu negócio de forma independente, porém a associação trata de promover conjuntamente as empresas e seus produtos e que produtos! Fazia tempo que não participava de uma degustação tão marcante com presença de vinhos deste patamar de qualidade mostrando que a vida para além dos grandes conglomerados e rótulos midiáticos chilenos existe e é de primeira linha.Uma pena que não pude comparecer esta semana no MOVI Night! Nascido em 2008 com doze produtores, hoje totaliza 26 porém o grupo segue aberto a outras inclusões.
Quando provei há 4 anos atrás, esta semana não pude participar porém minha amiga Raquel Santos me representou e certamente em breve teremos seus comentários por aqui, o que mais me impressionou foram dois pontos; a diversidade e a qualidade. Fora dos padrões de massificação bem feitinha e padronização com a qual o Chile ficou famoso, mostrando claramente que o vinho pode sim mostrar personalidades diferentes dependendo do terroir e da gente (que faz parte desse terroir) que os faz. Fique de olho nos rótulos desse pessoal, valem muito a pena serem conhecidos!
Não sou de dar nota para vinhos, exceto em concursos e degustações do qual participo e haja essa necessidade, porém se tivesse que o fazer nesse dia creio que 80% desses vinhos teriam pontuação acima de 90 pontos o que, para mim, não é comum fazer. Afora uns três ou quatro rótulos “somente” bons, todos vinhos de grande categoria e uma meia dúzia marcantes.
Na época em que escrevi sobre este tema, uma parte do objetivo era dar um toque aos pequenos produtores artesanais brasileiros que não participaram da excrescência de tentativa de golpe pelas elites produtoras nacionais contra o consumidor brasileiro com a instituição Salvaguardas ao Vinho Brasileiro (leia-se aumento de impostos para os importados fora do mercosul), para que se aventurassem com sua própria associação com projetos mercadológicos conjuntos, saindo pelo Brasil mostrando sua cara aos formadores de opinião e publico em geral. Que deixassem de ficar se lamentando pelos cantos, que agissem, tomassem uma atitude tipo MOVI e fizessem acontecer porque como já dizia Vandré; “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”, porém lamentavelmente não vi nada nesse sentido acontecendo depois de 4 longos anos, acho uma pena!
Enfim, deixemos isso para lá já que o tema é mesmo o MOVI, seus produtores e seus vinhos. Enquanto a Raquel não nos traz seus comentário, caso você queira saber um pouco mais, clique aqui e veja o que achei de alguns desses vinhos que provei em 2012. Kanimambo pela visita e um ótimo final de semana.
João, que tal elaborar mais uma degustalção dos vinhos MOVI? Acho que seria uma ótima atualização e reforço dos conceitos… Abraço. Leandro