Vamos Baixar a Soberba em Nossa Vinosfera??
Isso vale especialmente para os críticos e colunistas de salto Luis XV que andam por aí, mas também para mim e para você. Vale também para produtores, enólogos, enófilos, editores, assessores de imprensa, sommeliers, donos de lojas, atendentes, restauranteurs, enfim todos aqueles atuantes em nossa vinosfera. Descrições complicadas, a glamorização do vinho e seu metiê (basta olhar os posts de ostentação pura no facebook!), pontuação de vinhos, tudo só atrapalha, não ajuda em nada a desmistificar nossa vinosfera só complicando e dificultando a obtenção de mais seguidores à causa, especialmente em países ainda por desenvolver uma cultura enófila como o Brasil, mas não só!
Hoje o recado é curto e grosso, direto ao ponto, usando este vídeo abaixo que encontrei na net, neste excelente canal que é o Estrategias & Mercados. Fala-se tanto em descomplicar o vinho para o consumidor, iniciantes ou não, e cada vez vejo mais distanciamento daqueles que deveriam ter uma postura mais pró ativa no mercado. Descer do pedestal em que alguns se colocaram, menos soberba, esse é o nome do jogo, o caminho a seguir, parar de falar complicado! Mais vinho, mais experiências, menos afetação e ostentação, menos falácias tipo “Melhor do Mundo” (o marketing pode ser honesto!!), mais verdade e pé no chão!
Menos cereja e morango, caixa de charuto e alcaçuz, mais emoção na taça, mais adjetivos, mais gosto não gosto, tesão, saboroso, vibrante, qual o problema?? Porquê temos que sentir tantos aromas? Se não sentir qual o problema? Lembro quando Albert de Villaine (Sócio diretor da Domaine de Romanée Conti), em entrevista à revista Veja há alguns anos atrás, disse: “Não fico surpreso que as pessoas não identifiquem estes aromas todos nos vinhos que compram. Eu mesmo não sou capaz de reconhecê-los. Aliás, acho muito aborrecido. Não estou interessado nisso, e sim na personalidade do vinho”. Vinho bom é o na taça e na boca amigos!! Vamos parar de frescuras, ás vezes até que há o que falar, mas não vamos impor essa chatice o tempo inteiro, afora ficar repetitivo cansa! Há vezes em que temos que simplesmente curtir a viagem, sem perguntas nem explicações demais. Aliás, meu amigo Rui (leia-se Pingas no Copo), é mestre nisso, sem tretas!!rs
Como já dizia o saudoso e insubstituível (o caderno Paladar do Estadão que o diga!) Saul Galvão, “Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.”. Isso não cativa, espanta!! Vamos virar esse jogo?? Quem fala de vinho que seja mais franco, mais honesto na sua mensagem, mais prático na linguagem falando com gente duma forma que ele entenda, aí sim estaremos colaborando com a desmistificação desses caldos de Baco, descomplicando!
Assista o que o Ricardo tem a dizer no vídeo, vale a pena escutar e, importante depois, PRATICAR!
Sáude, kanimambo e vamos todos descomplicar? Bom fim de semana e seguimos nos encontrando por aí nas estradas desse mundinho do mundo vínico tupiniquim ou por aqui. Fui, cheers!
Fantástico o vídeo! Obrigada por dividir conosco, João.
Posso dizer que a Próxima Taça vem trilhando por este caminho a pelo menos 3 anos. Com nossas bicicletas temos levado vinho de qualidade para as praças, virada cultural, baladas de forma simples e descontraída.
Aliás, os amigos do Wine Bar, também, tem sido legal ver diversas ações nesse sentido inclusive para mostrar ao publico que dá sim para tomar vinhos baratos com qualidade!
Sempre digo: qual o gosto de um rótulo? Lamba: vai sentir gordura, pó, dedo sujo, creio eu.
Vinho é conteúdo, o que está dentre da garrafa. Deveria ser um pequeno passaporte para geografia, arte, cultura de um povo em seu local.
Tudo certo com vinho de grandes produções, alguns fincam o pé neste sentido, outras nem tanto, pois encaram o vinho como mero produto, do tipo margarina, enfim, vale mesmo é estudar um pouco, compartilhar com os amigos e dar risada, pois vinho é vinho o resto é passarela..
Gostei dessa Nilson, “vinho é vinho, o resto é passarela” ! Lindo meu amigo, com a tua marca!! rs
Abraço mestre!!
Bom, concordo que tem muita pompa por aí, mas só falar ‘delicioso/maravilhoso/fantástico’ não agrega muito tb. Veja quanto comentário falando de lambrusco de padaria ‘delicioso’ tem por aí. Pra quem quer comentar o vinho, tem que dar uma descrição um pouco mais precisa de vez em quando.
Caro Joelson, como disse no texto, tem vezes que sim e vezes que não e há momentos em que curtir a viagem tão simplesmente se torna necessário. nem tanto á terra nem tanto ao mar. No geral o pessoal exagera na dose vendendo uma glamorização inexistente! Minha opinião, lógico.