O Valor dos Pontos No Vinho!
Semana passada um cliente novo pediu para ver vinhos com 90 pontos ou mais, daí eu voltar a este tema! Já comentei este tema por aqui e repito, são interessantes indicadores de qualidade a serem digeridos com uma boa dose de parcimônia! São muitos os críticos que dão notas a suas avaliações, alguns até por aqui, já eu somente pratico pontuação quando participo de concursos ou bancas degustadoras e isto se torna absolutamente necessário. No blog não o faço por uma questão filosófica! Já tomei vinho de 100 pontos e ….. nada. Nesse mesmo dia tomei um outro de 94 e UAU!! Mas tem gente que compra vinho por ponto, fazer o quê, cada um com sua neura e tudo bem, há espaço para todos e para todas as tendências, mesmo que eu não seja simpatizante da causa. Nesse caso, lembro que um vinho de 86/87 pontos é um muito bom vinho, pelo menos na minha avaliação, não se pode ficar restrito aos vinhos acima de 90. Eu, por exemplo, sou munheca dando nota, tem que ser um grande vinho para eu dar mais de 90 pontos!
Há críticos bons e outros nem tanto, há os que confio e outros nem tanto, tudo é uma questão de confiança e conceito. Uma vez mudaram os críticos convidados num importante evento de vinhos no Chile. Anualmente eram os críticos americanos os convidados e nesse ano foram europeus, para variar um pouco. O que se viu foi uma reviravolta geral nas premiações dadas! Uns preferem um estilo (maior extração e potência) e outros buscam um outro (maior elegância e complexidade), tudo acaba se resumindo numa questão de preferências individuais e por isso essa notas são tão relativas.
Pior é que uns dão notas de uma forma e outros de outras, então como entender e compará-las? Um dos críticos que acompanho, especialmente quando se trata de Espanha, é Penin que, por uma questão didática, adotou desde 1992 a pontuação americana como seu padrão e não a europeia que segue a tendência de pontuar de 0 a 20. Neste padrão americano a pontuação começa em 50 e é a que mais comumente usamos por aqui em nossa vinosfera tupiniquim. Veja o que significam estes pontos:
50 a 59 é um vinho defeituoso/ruim
60 a 69 não recomendável
70 a 79 um vinho correto/honesto
80 a 84 um vinho bom
85 a 89 um vinho muito bom
90 a 94 excelente
95 a 100, vinhos excepcionais lembrando que a perfeição não existe então, em meu conceito, 100 pontos não dou para nenhum vinho! rs Aliás, vinhos desse calibre (próximo dos 100 pontos) não são para serem pontuados e sim apreciados e contemplados preferencialmente de joelhos agradecendo a Baco pela oportunidade! Na tabela (elaborada pela www.delongwine.com) abaixo, uma equiparação das principais formas de pontuação. A imagem pode ser vista ampliada aqui > http://srv.delongwine.com/how_we_rate_wines.pdf .
Minha dica; use com cuidado pois tem muito vinho que não participa de concursos e a pontuação é muito relativa. Muitos destes concursos são de qualidade e reputação duvidosa, outros não possuem qualquer relevância, então devagar com o andor e, especialmente, cuidado com os tais vinhos “melhores do mundo” engodo marqueteiro!! Podem até ser bons, mas longe do que afirmam até porque tal coisa inexiste.
Saúde e kanimambo pela visita, ótima semana para todos.
Tenho para mim que os sistemas de pontuação, servem como uma referência, mas não como um porto seguro, pois o melhor vinho é o próximo.
O sistema de pontuação com a consequente criação de rankings do tipo: Primeiro, segundo, enfim, tem uma função destinada, tanto a aferição de qualidade quanto a publicidade resultante, ótima pelos bem pontuados, e como tal, sujeitas a manipulação e investimento na máquina marqueteira. Muita coisa boa não vai para concursos, coisa e tal. Melhor coisa é provar, ver o preço e comparar com pontuados e cada um cria seu próprio ranking, que a medida do tempo e experiência muda, inda bem, pois vinho é singular e não veio para ser pasteurizado.
JFC,
alguém já disse aqui no blog que vinho não vai para a passarela ou que ninguém lambe o rótulo, pois é, ninguém bebe pontuação. Não são todos os produtores e vinhos que são avaliados, tem a preferências do provador, tem a questão da ocasião, uma série de coisas envolvidas. E quem paga é quem vai ao mercado ou ao importador, que deve avaliar se o gosto do provador é igual ao dele e se os pontos a mais valem pagar pela propaganda. Mantenho-me fiel à inglesa Decanter, que é verdade que tem propaganda, mas indica vinhos de dia a dia, vinhos mais caros e menos caros, tem uma porção de coisa, além de uma parte de viagens interessante.
Hoje olho o mercado e vejo que está inundado de importações antigas esperando para serem desovadas, uma promoçãozinha aqui e um trocado ali para ver se pega um incauto. Vinhos esperando por uma vesga de avaliação positiva, qualquer que seja, que valha um selinho dourado no rótulo.
Abs.
Guilherme
Bem assim!!
Pontos, pontos e pontos. Somos inundados por pontuações de diversos órgãos pontuadores. Na verdade, criei meu próprio sistema de avaliação, onde dou nota para:
10 pontos para a ocasião
10 pontos para o local da degustação
20 pontos para o atendimento
20 pontos para a harmonização
20 pontos para o vinho
20 pontos para a companhia.
Até hoje as melhores de minhas pontuações ficaram para sempre em minha memória.
obrigado pelos posts