Chovendo no Molhado, Marqués de Murrieta!

Falar de Marquês de Murrieta é chover no molhado, o que falar de novo sobre esse produtor que é um dos clássicos de Rioja desde o ano de 1852 e que outros já não tenham falado? Difícil tarefa essa, então vou simplesmente constatar um fato, estamos diante de grandes vinhos e um grande produtor que tem suas exportações sobre a gestão de um amigo que há muito não via, o competente executivo português João Machetta Pereira que conheço desde seus tempos na Graham’s e que tive o enorme prazer de rever recentemente na World Wine Experience de vinhos Ibéricos.

Meus destaques, ficam para três vinhos que se destacaram entre alguns outros de grande qualidade:

murrieta 1

Marqués de Murrieta Reserva 2012 – um clássico Rioja con 20 meses de barrica americana e 12 em garrafa, para só depois chegar ao mercado. Corte tradicional de 89% Tempranillo, 5% Mazuelo, 4% Graciano, 2% Garnacha, é um vinho que encanta, mostra bem a tipicidade da região e possui um preço algo mais acessível, comparando com seus outros rótulos, na casa das 220 pratas.

Marqués de Murrieta Gran Reserva Limited Edition 2009 – Uau, esse eu não conhecia e entrou para minha lista de preferidos de Rioja, grande vinho com apenas 32 mil garrafas produzidas. Corte de 90% Tempranillo, 5% Mazuelo, 3% Garnacha, 2% Graciano com 24 meses de barricas americana sendo engarrafado um ano depois onde permanece por mais 36 meses de garrafa, mostrando um equilíbrio, riqueza e textura de boca cativantes, baita vinho!

Castillo de Ygay Gran Reserva 2005 – a jóia da coroa, para mim, um vinho inebriante em que o rótulo foi desenhado e segue intocado há mais de 100 anos. Só sai em grandes safras, quando o vinho atinge a qualidade exigida o que ocorreu somente em 50 vezes desde 1852! Corte 86% Tempranillo (barrica americana), 14% Mazuelo (barrica francesa), total de 30 meses em barrica, após o blend mais 6 meses de tanque de cimento e 36 meses de garrafa, quando finalmente nos é dado o privilégio de tomá-lo. Verdadeira poesia engarrafada, são este tipo de vinhos que fazem a fama da Rioja tradicional e este 2005 está simplesmente divino. Ótima paleta olfativa e um meio de boca exuberante e complexa, final longo, fino, mostrando taninos muito elegantes mas ainda vendendo saúde, vinho para muitos anos ainda e com enorme capacidade de evolução. Preço na casa dos 800 a 850 Reais (o 2007), para poucos, mas …

Já tinha tido oportunidade de tomar e falar destes vinhos aqui no blog em 2008 e minha opinião segue a mesma, vinhos soberbos e ainda tem o Dalmau que é outro grande vinho, só que num estilo mais moderno e gordo, gosto mais do estilo mais tradicional! rs Como curiosidade, somente o Dalmau em toda a Rioja tem o direito de usar um pouco de Cabernet Sauvignon no corte. Isto se deve porque esse pequeno vinhedo já existia antes da criação da DOC, para todos os outros a Cabernet Sauvignon é proibida.

Essa foi minha primeira parada no World Wine Experience, em breve falo de alguns outros produtores visitados. Bom feriado e sábado estarei na Vino & Sapore aguardando você, venha tomar uma taça de espumante comigo, conhecer a casa, muita coisa interessante! Saúde e kanimambo pela visita.

 

Salvar