Roda, Roda, Roda …..
Nada a ver com Chacrinha nem mudança de ano, até porque o encontro com a Bodegas Roda e seu diretor comercial de exportação, o simpático Gonzalo Lainez Gutierrez, realmente se deu no ano passado! Uma deliciosa degustação vertical do Roda II, que desde 2002 simplesmente mudou para Roda Reserva. A Bodegas Roda (nome originado das primeiras duas letras do sobrenome de seus proprietários – ROtland e DAurella) da região de Rioja na Espanha, é uma vinícola com cerca de 160 hectares de vinhedos entre próprios (60%) e controlados por eles, distribuídos entre 28 ecossistemas que variam entre 380 a 650 metros de altitude onde se encontram plantadas as cepas Tempranillo, Garnacha e Graziano, sendo três na Rioja Baja e os restantes vinte e cinco na Rioja Alta.
Exportam 50% de sua produção (Suiça, Reino Unido, Russia, Alemanha, Estados Unidos e Brazil entre outros) e a filosofia é de elaborar vinhos mais modernos sem perder a essência e elegância dos vinhos da Rioja. A produção iniciada em 1992, gera três rótulos o Roda Reserva, Roda I e Cirsion , este último o seu mais importante vinho. A degustação vertical contemplou as safras de 1999, 2000, 2001 e 2002 , degustação esta que o Gonzalo batizou de Luzes & Sombras em função das características de cada safra:
- 1999 – ano muito difícil com frio excessivo ao norte.
- 2000 – ano médio com calor mediterrâneo.
- 2001 – ano fantástico em que tudo deu certo.
- 2002 – ano terrível em que quase tudo o que podia dar errado, deu.
A madeira, essencial aos vinhos da Rioja, está lá dando suporte aos taninos e acidez para produzir vinhos equilibrados e de boa guarda. A cada ano, escolhem os 17 melhores vinhedos, entre os 28 existentes, com os quais elaboram seus três rótulos. Porquês dos melhores 17, porque este é também o número de balseiros disponíveis na vinícola. Os vinhos são ótimos e cada um deles apresentou características diferentes mostrando bem o impacto do clima de cada safra:
Roda Reserva 1999, na minha opinião já passando de seu apogeu mas ainda com mais um ou dois anos para ser apreciado, foi o vinho mais encantador de todos neste momento. Um vinho mais complexo, algo mineral, corpo médio com taninos de grande finesse e aquela personalidade muito característica presentes nos grandes vinhos da região, apesar de um pouco curto na sua persistência, mostrando nuances tostadas e algo terroso. Meu amigo Emilio que adora vinhos de idade, iria se lambuzar todo com ele! Eu gamei e possui somente 13% de teor alcoólico totalmente integrado e equilibrado. Um estilo de Rioja que faz mais a minha cabeça.
Roda Reserva 2000, um vinho mais fechado tanto na nariz quanto em boca, mais denso com fruta mais presente e com maior intensidade. Um vinho que se mostrou bem equilibrado, sedoso, madeira e fruta bem integrados, concentrado, mineral mais presente com um final em que apareceram notas de chocolate, mostrando um estilo mais moderno do que o 99. Deve evoluir bem nos próximos dois anos.
Roda Reserva 2001, talvez o melhor vinho mostrando uma paleta olfativa de boa intensidade e bem frutada, muita complexidade, uma boca de ótimo volume, muito rico, longo, boa acidez mostrando-se ainda algo viril porém com um toque de elegância que creio ser um exemplo claro do que a vinícola busca na elaboração de seus vinhos. Um ótimo vinho hoje, mas que com mais uns dois ou três anos de garrafa certamente mostrará melhor todo o seu glamour. Certamente o melhor exemplo da filosofia da Bodega conseguindo unir a modernidade e o clássico da região.
Roda Reserva 2002, muito bom, mas perde nesta comparação direta com seus irmãos mais velhos. Mesmo com a competência dos enólogos em ano tão difícil na Espanha, o vinho se apresentou menos intenso, mais ligeiro, taninos sedosos, saboroso, franco de menor complexidade e mais fácil de agradar desde já.
Os vinhos são elaborados com um corte de Tempranillo, Garnacha e Graziano, de vinhedos com mais de trinta anos de idade, passando um mínimo de dezesseis meses em barrica e vinte em garrafa antes de serem colocados no mercado. Ao todo, vinhos muito saborosos que nos deixam pensando como serão seus irmãos mais graduados, especialmente o Cirsion , um 100% Tempranillo elaborado com uvas de plantas especiais, mais antigas e escolhidas à mão. O Kit degustação (para você fazer seu próprio vertical), assim como toda a linha da Bodega, está disponível nas 40 lojas da Expand, seu exclusivo importador e distribuidor para o mercado Brasileiro.
Salute e kanimambo
bom dia meu amigo…
estou com um Roda I 2005 em casa.
sendo o Roda I uma linha abaixo do que vc degustou, devo esperar menos pra abrir?
abs!
Alexandre
Fala Alê, tudo beleza? Feliz Ano Novo mon ami. Na verdade a sequência é; Roda Reserva (ou II dependendo da Safra), Roda I e Cirsion. Não conheço o Roda I, mas pelas informações que possuo, porém me dizem ser um vinho mais estruturado então acho que se o segurares até o ano que vem ou 2012, deverás te deparar com um vinho mais evoluido com taninos mais integrados quando todo o seu potencial deve aflorar de forma mais evidente. Se preferires um vinho mais potente, mais novo mundo, então tomá-lo em 2010 é uma boa pedida, mas acho que necessitarás de pelo menos uma hora a uma hora e meia de decanter.
Abs
Valeu meu amigo…
O negocio é esconder o bicho em algum lugar pra esquecer dele até 2012!
abração
Ale
Boa pedida!