“Sinto Vergonha de Mim” – um Brado de Indignação
Relutei muito antes de escrever este post. Talvez porque meu filho me tenha feito prometer que não trataria de política neste blog. Talvez ainda, por realmente achar que este não é o foro adequado para tratar deste assunto. Pensando bem, no entanto, creio que este texto não possui nenhuma conotação ou viés político que possa ferir partidários de qualquer partido ou ideologia e, conseqüentemente, me liberei para, excepcionalmente, abrir um espaço em “Falando de Vinhos” para bradar minha indignação. Este é um brado de cidadania clamando por mais decência, pela ética e moral na política e em nosso dia a dia, pela seriedade no trato com os bens de terceiros, pelo respeito pelo cidadão independente de sua faixa etária, cor, raça, sexo ou nível social. É um ato político sim, mas sem qualquer intenção de atacar qualquer partido; seja ele de direita, esquerda ou centro, de falar sobre o governo de hoje ou de dez, vinte ou trinta anos atrás, até porque o mal é, aparentemente, endêmico. Tão endêmico que, já em 1914, Ruy Barbosa leu no Senado Federal este genial texto de Cleide Canton. A versão de Rolando Boldrin é imperdível, mesmo que somente para relembrar e nos colocar para refletir sobre o Brasil em que vivemos e a nossa responsabilidade no processo. Só não vale beber para esquecer ou afogar as mágoas.
Talvez o texto já esteja muito batido, mas o toque que lhe é dado por Rolando Boldrin e a presente descoberta da farra dos cartões de crédito em todos os níveis, o tornam pertinente e imprescindível. Pela enésima vez, nossa eterna paciência é colocada à prova, a minha se esgotou! Permita-se 3 minutos de reflexão e assista ao vídeo abaixo. Eu deixarei de ter “Vergonha de Mim” pois, dentro do possível, despejarei meu verbo num brado de indignação cidadã que espero possa ter algum eco e desperte alguns. Não há mais como tolerar que nossa terra tão cansada de saques e descaso com seu povo, cansado, carente, ludibriado e usado, em nome de quem, falsamente, se cometem as maiores barbáries, siga sendo tão descaradamente afrontado em seus essenciais valores éticos e morais. E, certamente, não desanimarei, não rirei da honra nem terei vergonha de mim por ser honesto. Pode ser pura utopia, mas ainda acredito na vitória do bem sobre o mal, do certo sobre o errado se deixarmos de ser tão acomodados e lenientes com a mediocridade que insistimos em eleger como nossos representantes em todos os níveis de governo.
Perdoe-me pelo desabafo e por esta breve interrupção, mas “Falando de Vinhos” é secundário neste momento. Vinho é bom, mas não é tudo, existem coisas mais importantes na vida. Aceite meu convite, não deixe de ver o vídeo, é genial. Obrigado, um abraço e não se acomode.
João, muito já debatemos sobre o assunto e o Boldrin tem esse dom de tocar fundo na alma. Desde suas modas de viola até o modo direto e simples de abordar temas complexos como este.
Na nossa velha Europa, mais particularmente na Alemanha, Austria e Suiça, os políticos regionais não são remunerados e são militarmente fiscalizados.
E aqui, onde prosperam Severinos, Malufs e outros tantos de igual estirpe com seus modos de manipular e se servir do erário, parece que anestisiaram nosso senso crítico e pela passividade típica do brasileiro, não nos desperta o civismo.
Cansados? Exaustos? Não, ainda temos que trabalhar mais 3 meses para pagar impostos, taxas e tributos.
O que temos em troca? Nada. Nos é jogado diariamente na cara que servimos somente para lhes garantir votos e pagar impostos.
Educação? Povo educado e culto não se impressiona com discursos inflamados movidos a partidários batendo palmas. Povo educado e culto conhece seus direitos e deveres.
Temos um longo caminho a percorrer, pois nosso Lesh Valessa vai passar e cabe somente a nós mudarmos o rumo deste país.
Assino embaixo. Nem os ideias da Revolução Francesa pegaram no Brasil ainda, em termos de cidadania estamos desamparados, no seculo 17.
Nao sinto vergonha de mim; sinto algo pior: profunda desilusao com nosso pais. Do alto de meus 65 anos vejo um futuro nebuloso, alias, nao consigo ver futuro. Nosso povo e bom e vive como criancas inocentes e faceis de iludir. Ha muito as raposas estao no galinheiro fazendo a festa. Educacao e o caminho obvio, a comecar pelo exemplo individual de cada um de nos.
Não sinto vergonha em mim, procuro ser um pai responsável dando uma educação baseada nos principios da cidadania e da MORAL, moral esta que durante anos acreditei poder ver em nossos SUGADORES governantes, será que a palavra moral está fora de seus dicionários, mas não vou desistir, continuarei lutando para que nossos filhos possam continuar lutando pela nossa patria AMADA, e que um dia ao invés da vergonha possamos sentir orgulho de termos feito parte da construção de um pais mais digno e responsável.
Como sempre é muito bom conversar com você João.
um grande abraço
Régis