Vinho & Saúde II
Não é de agora que o tema de Vinho & Saúde está na moda. Este assunto é constante pauta de estudos e matérias das mais diversas, não é moda e sim importante assunto de interesse geral e estudo acadêmico. Seja por conhecimento ou apenas para ter desculpa para tomar umas taças do doce néctar, este tema é sempre atual, mas só para mostrar que não é de hoje que se fala disto, eis uma matéria garimpada da Internet e escrita por André Freire de Carvalho – Médico e enófilo – no Jornal Tribuna da Bahia em 7 de Janeiro de 2005 e muito atual.
“Todo ano começa com resoluções e esperanças. As pessoas definem objetivos e almejam situações que tornem suas vidas mais produtivas e prazerosas. Neste contexto, nada melhor que começar o ano falando sobre vinho e saúde. Muito se fala sobre os benefícios do consumo moderado do álcool e especialmente do vinho tinto sobre o bem-estar do ser humano. Existem vários estudos realizados por conceituadas instituições médicas, material suficiente para que tracemos um perfil do efeito do vinho sobre a saúde. Ao decidir falar sobre o tema, o fiz pensando em um querido casal de amigos que, apesar de sempre terem sido abstêmios, já admitem em nome da saúde beber uma taça diária de vinho, mudando assim seus hábitos de vida. Ressalto que nossa intenção não é fazer apologia ao consumo abusivo do álcool, substância que ainda que socialmente aceita, pode ser extremamente danosa ao corpo humano. Recomendamos a ingestão diária e moderada de álcool, preferencialmente na forma de vinho tinto, o que equivale a uma ou duas taças. É importante deixar claro que apesar das diferenças quanto a sexo, tipo físico, condições de saúde e tolerância, além de outras variáveis, a dose diária de uma taça a duas que contém aproximadamente 15 a 30 gramas de álcool traz benefícios sem riscos à saúde. Nociva, contudo, é a ingestão de álcool em curtos períodos de tempo. Ou seja, você deve beber uma taça de vinho a cada dia da semana, mas não deve beber sete taças de vinho em um dia.
Outro dado importante é que consumir álcool com alimento é mais saudável que apenas beber, pois o alimento ajuda a metabolizar o álcool, diminuindo pela metade seu nível no sangue, e o álcool promove a metabolização mais eficiente das gorduras dos alimentos. O uso moderado de álcool sob a forma de bebida fermentada ou destilada não traz os efeitos positivos apresentados pelo vinho, especialmente o tinto, pois este além do álcool apresenta mais de trezentas substâncias químicas em sua composição, entre elas os polifenóis, sendo, portanto a bebida alcoólica preferencial quando se busca benefícios a saúde. O Vinho promove:
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No coração, diminuição em até 50% o risco de doenças coronarianas como infarto, insuficiência cardíaca congestiva e doença vascular periférica. Tais efeitos ocorrem por aumento do bom colesterol, o HDL, alterações dos mecanismos de coagulação, diminuindo o risco de formação de trombos, e aumento da dissolução de trombos que circulam na corrente sanguínea.
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Diminuição de 45% no risco de desenvolver diabetes.
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Melhoria na capacidade da memória e de funções cognitivas, o que sugere que o vinho ofereça mecanismos de proteção à demência e doença de Alzheimer.
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Aumento de 5% na longevidade
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Nos olhos, prevenção da degeneração macular.
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Na pele diminuição do risco de câncer e da formação de quelóides
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Diminuição do risco de doença pulmonar crônica, possivelmente devido à presença de Revesratrol, substância presente apenas nos vinhos tintos.
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Diminuição do risco de aterosclerose
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No estômago, diminuição da flora bacteriana, proporcionando uma diminuição do risco de úlcera gástrica.
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No útero, diminuição do risco de câncer.
Algumas pessoas têm alergia a sulfito, substância utilizada principalmente no vinho branco e, portanto devem evitá-lo. São geralmente pessoas asmáticas ou em uso de esteróides e podem desenvolver dor abdominal ou problemas respiratórios. É recomendável àqueles que sentem dores de cabeça que ao beber, além de associar comida à bebida, utilizem um analgésico 30 minutos antes de beber. Apesar de uma taça de vinho conter em torno de 150 calorias acredita-se que devido à ação de seus componentes sobre a insulina e a metabolização das gorduras, a bebida não concorre para obesidade quando utilizado às refeições. É relevante notar que nas sociedades onde o consumo de álcool não é proibido ou é associado a cerimônias religiosas, datas festivas ou uso familiar e moderado o abuso do álcool por adolescentes e a dependência do álcool em indivíduos adultos, é menos comum que nas culturas puritanas, nas quais existe a proibição do uso da substância e a sua associação a algo nocivo ou diabólico. A desmistificação é ferramenta importante para evitarmos o abuso de bebidas alcoólicas. Em resumo, vinho consumido com parcimônia pode ser um grande remédio, algo que já se sabia há centenas de anos atrás.”
Tenho um amigo que, brincando, disse; “ se uma ou duas taças diárias fazem bem à saúde, imaginem uma garrafa!”. Sabemos que não é bem por aí, porém também sabemos que há benefícios e as novidades decorrentes de estudos são constantes. Estou coletando diversos artigos sobre este tema e, como já prometido, em breve volto com mais informações sobre Vinho & Saúde.
Salute e kanimambo