Degustações

De Madrid à Quinta Divina, a Saga de Uma Degustação Harmonizada de Jerez.

Se prepara, demorou para armar essa e a história é longa! rs Tudo começou em Setembro/Outubro do ano passado, após abrir os trabalhos com um Jerez Manzanilla em vez do costumeiro espumante, quando decidimos armar uma degustação para explorar a diversidade dos vinhos de Jerez que a maioria achava só serem doces. Fui orçar no mercado, inviável para o orçamento da Confraria. Opção encontrada, já que um dos confrades ia para Madrid em Novembro, comprar os melhores e os mais caros (Amontillado VORS 30 anos, Palo Cortado VORS 30 anos, Oloroso e o Brandy Solera Gran Reserva Special Selection) lá e os outros por aqui mesmo, no final saiu tudo por menos da metade do preço!

 

Tudo comprado, confrade feliz nos enviou foto pelo Whats e nós por aqui já esfregando as mãos, preparando o palato para o grande encerramento do anos e salivando, mas …! É, tem sempre um mas. rs Não é que no embarque do voo de volta Madrid, Lisboa, São Paulo a TAP proibiu o embarque desses e de outros vinhos que eles traziam!!! (cuidado, especialmente em voos com transbordo de aeronave) Eles vieram, os vinhos ficaram no guarda volumes do aeroporto. Na volta, todos correndo atrás de alguém confiável em Madrid para ir buscar esses vinhos e guardá-los.  Depois de alguns poucos dias, missão cumprida, e agora, como trazê-los??

Em Fevereiro, numa viagem a Portugal, lá vão os amigos a Madrid buscar os vinhos que, vejam só, embarcaram de volta de Lisboa, pela mesma TAP, sem qualquer problema, UFA!! Agora, enquanto os vinhos descansam, correr atrás de harmonizar isso tudo e mais uma saga! Um cara, chef conhecido de uma amiga, se predispôs a preparar um menu que seria executado na casa de um dos confrades aqui na Granja. Demorou ad eternum para chegar com uma proposta de 2000 Reais para ingredientes e vir até a Granja, Uber e mais R$500 (!!!!!) por pessoa. Vou ser sincero, nem abri o menu, seria muito mais negócio ir a um restaurante de primeira linha espanhol aqui em Sampa e ainda sobraria grana, pirou legal o cara. Se queimou à toa, bastava dizer que não podia, não tinha interesse, estava ocupado, certamente mais honesto e correto. Ah, nem me pergunta o nome dele, já esqueci!! rs

Fiquei feliz ao saber que a Chef Sandra Antunes de Souza, parceira em outras atividades inclusive numa degustação de vinhos espanhóis na Vino & Sapore onde servimos tapas e pinchos, tinha recém aberto seu Flôrida Garden Café onde também servia pratos ao almoço, por sinal muito bons, recomendo. Lá vou eu conhecer o lugar, super charmoso diga-se de passagem, e rever a competente amiga. Alguns poucos dias depois, tudo armado e chegou o grande momento que há seis meses esperávamos, explorar os vinhos de Jerez e suas potenciais harmonizações. Como o amigo Didu mencionou num post no Face fazendo referência ao mestre Don Jerez (José Luiz Pagliari), as harmonizações tradicionais são:

“Fino” – Aperitivos, Presunto Cru, Fritura de peixes e carnes brancas, Embutidos sem pimentão, Mariscos iodados, Aspargos e Alcachofra.

“Manzanilla” – Aperitivos, Presunto Cru, Fritura de peixes e Mariscos iodados.

“Amontillado” – acompanham sopas e consomes, as carnes brancas e os queijos curados.

“Oloroso” – acompanham bem as caças e as carnes vermelhas.

Os “Medium” e o “Pale Cream” acompanham muito bem o foie gras, os patés e as quiches, além de frutas frescas.

Os “Cream” são para sobremesas

“PX” – Pedro Ximenes são ideais para doces e queijos azuis

Como nessas coisas eu sou pouco tradicionalista e gosto de ousar, me debrucei na pesquisa sobre o tema e usando minha intuição mais a criatividade da Sandra e algo do tradicional, por que nunca tinha harmonizado Jerez fora o Manzanilla, eis o resultado do menu escolhido. Duas opções para cada vinho começando com Manzanilla seguido de Amontillado, Oloroso, Palo Cortado e o Cheese Cake com o Cream e o Taleggio com o PX.

 

Querem saber o resultado, bem, este post já está ficando longo demais, então vou deixar o resultado para Segunda, ok? Food for thought (como diriam os ingleses) para o fim de semana, rs, kanimambo pela visita e nos vemos na Segunda por aqui ou no fim de semana na Vino & Sapore. Já reservou presença no Desafio Sul Americano de Merlots, NÃAO???

Saúde

Desafio Sul Americano de Merlots

Pessoalmente, mesmo sendo um grande fã e divulgador da necessidade de diversificar, tendo a acreditar que a grande uva brasileira, mais precisamente do Vale dos Vinhedos, é a Merlot. Produzimos muita quantidade de bons Merlots, talvez na média superiores aos de nossos hermanos argentinos, uruguaios e chilenos. Alguns dos Merlots tops brasileiros brigam pau a pau com seus congêneres sul americanos e quiçá do mundo, mas como ter a certeza?

Tem gente, por outro lado, que não é chegada em Merlot, é tem disso! rs Eu sempre acho que a razão disso talvez seja porque nunca tenha provado ou tomado um grande Merlot. Aliás, para quem me diz que não gosta de Merlot eu lembro que um dos vinhos mais conceituados do mundo é um Merlot, um tal de Petrus, não sei se já ouviram falar? rs

Pois bem, neste próximo dia 11 de Abril, uma Quinta-feira, armei uma degustação às cegas para começar bem o ano agora que o carnaval terminou. Na Vino & Sapore a partir das 20horas, ás cegas, em ordem aleatória degustaremos os três principais Merlots nacionais – Pizzato DNA (R$280), Miolo Terroir (R$175), Valduga Storia (R$260) versus Fabre Montmayou Gran Reserva Merlot (R$220) da Argentina, Santa Ema Amplus Merlot do Chile (R$185) e Bracco Bosca Gran Ombú do Uruguai (R$500).

Teremos apenas 12 vagas para quem se candidatar a compor a bancada de juízes da noite. Para preparar o palato um espumante de primeira e para acompanhar, água, pãozinho, queijos, embutidos, café e estacionamento gratuito. Essa experiência custará R$175,00 por pessoa, pagos no ato da reserva. E aí, vai deixar passar? Fico no aguardo de vosso contato e à disposição no caso de eventuais dúvidas.

A Vino & Sapore fica na Rua José Felix de Oliveira, 875 acesso pelo km 24 da Rodovia Raposo Tavares sentido interior, centrinho da Granja Viana. Saúde, kanimambo e espero vos ver por aqui neste desafio de respeito, quem ganhará?

 

Interessante Painel de Vinhos Brasileiros.

Recentemente na confraria Saca Rolha optamos pelo tema Brasil e sua diversidade. Como sempre, a surpresa com o nível dos vinhos foi grandes, tanto que ao final decidimos repetir o tema com novos rótulos no próximo mês.

Como alguns amigos do Face e Instagram que viram a foto dos vinhos me pediram opinião sobre o que foi provado, optei por compartilhar com vocês aqui também já que muitos não frequentam essas mídias. Como estava servindo e participando, notas não foram tomadas então meus comentários abaixo veem de memória e de forma resumida.

Conti Grechetto 2017 (São Joaquim/SC), um branco para abrir os trabalhos. Uma uva que já não é assim tão conhecida e, acho, a Villaggio Conti é pioneira no Brasil com este varietal. A Conti é uma vínicola que só planta e elabora vinhos com castas italianas elaborando uma série de vinhos muito interessantes para quem curte diversidade. O vinho é fresco, mas vai bem além! rs Boa estrutura, notas amendoadas com final meio limonado, vinho sedutor com notas aromáticas de intensidade média, frutos tropicais e leve floral, acidez balanceada e final seco.

Bassetti Roberto 2015 (São Joaquim/SC), delicioso Sangiovese que já vai na terceira safra (2013/14 e 15). Descobri há 2 anos numa visita e venho acompanhando a produção que se iniciou com pouco mais de 300 garrafas, foi para 600 e agora com a safra de 2015 creio que bateu 1300. São 22 meses de barrica, um vinho de cor clara, corpo médio, muito rico meio de boca, taninos finos que encanta quem o conhece, perfeito exemplar de Sangiovese com ótima textura e frutos silvestres que pedem a segunda e terceiras taças. Boa acidez, tipico dos vinhos de altitude, e persistência.

Cave Antiga Marselan 2007 (Farroupilha/RS), um mostra de que esta uva hibrida do sul da França pode produzir vinhos longevos e de muita qualidade. O ano de 2018 foi pródigo em algumas surpresas com vinhos brasileiros longevos, este foi uma dessas Achou, compre!! Um vinho que está soberbo, rico, equilibrado, fruta madura ainda bem presente, mas algumas notas terciárias já presente lhe aportam bastante complexidade, ótimo volume de boca, um vinho a curtir, eu o faço!

Zanella Porcentual 2014 (Antonio Prado/RS), um blend criativo que foi mais uma das gratas surpresas que tive no ano passado. Corte de majoritariamente Merlot com Cabernet Sauvignon e agora as duas surpresas, Tannat e Alicante Bouschet com passagem de 12 meses por barrica francesa e americana com uma produção limitada a 3000 garrafas. Nariz de boa intensidade com frutos secos, notas terrosas e especiarias, na boca fruto maduro, bom volume, corpo médio mostrando boa estrutura tânica e aveludado, final de boa persistência e acidez equilibrada. Boa companhia para carnes e me deu muito prazer tomar, virei fã.

Para terminar, dois vinhos de maior conceito na mídia:

Miolo Lote 43 2011 (Bento Gonçalves/RS), já virou um clássico, tradicional corte de Cabernet Sauvignon com Merlot elaborado em anos especiais (só 7 em 17 anos) em Bento Gonçalves pela Miolo. Ainda muito vivo, quase jovem, com um montão de anos pela frente. Doze meses de barricas francesas e americanas, paleta aromática complexa de notas achocolatadas misturadas a frutos negros e especiarias cresceu conforme o vinho foi esquentando. Na boca mostra-se muito rico, equilibrado, encorpado, vinho para voltar a provar daqui a mais 6 anos! Sua reputação tem razão de ser.

Guaspari Vista da Serra 2015(Espirito Santo do Pinhal/SP) de terras paulistas, um produtor que já virou referência e mais uma vez fez bonito, Ainda prefiro o Vista do Chá que acho possuir uma acidez mais acentuada que faz feliz! Clássico paulista, virou famoso rapidamente e seu preço acompanha a fama. Syrah clássico com 17 meses de barrica francesa, frutado, especiado, toque tostado, encorpado com notas apimentadas e boas persistência.

Se eu tivesse que dar uma nota média para esta degustação, sobre 10 eu ficaria com algo ao redor de 7,5 a 8 o que demonstra claramente que nossa produção tupiniquim está muito bem obrigado, bastante qualidade mesmo que ás vezes pecando pelos preços exageradamente altos. Gostamos tanto que no próximo mês degustaremos mais uma seleção de vinhos brasileiros explorando regiões e castas diferentes porque há bem mais a ser explorado que Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay mesmo sabendo que temos muito bons exemplares destes e, porquê não, alguns rótulos podem até ser com essas uvas, ou não! rs

Saúde, grato pela visita e nos encontramos novamente por aqui semana que vem. Um ótimo fim de semana e passa neste Sábado na Vino & Sapore porque aí o fim de semana ficará ainda melhor!

Os Catena; Seus Vinhos e Sua Gente

Recebi recentemente um press release sobre os grandes resultados dos vinhos da família Catena em 2018 que me serviu de inspiração para expandir um pouco seu conteúdo para aqueles que tão somente conhecem seus vinhos. Durante muito tempo carreguei comigo uma imagem diferente sobres estes vinhos, até que conheci em diversas visitas esse mundo incrível que leva a marca Catena direta e indiretamente. Tanto que no dia de hoje, meu aniversário, abrirei um La Piramide Cabernet Sauvignon 2012, que me encantou lá em minha última visita, para comemorar.

Nicolás Catena Zapata é o principal nome do vinho argentino e grande responsável por colocar seu país no mapa dos melhores rótulos do mundo. Na década de 70, impressionado com a produção vitivinícola do Napa Valley (Califórnia, EUA), percebeu que o terroir de Mendoza, na Argentina, também podia dar origem a vinhos excelentes. Com determinação, trabalhou por décadas nos vinhedos e na adega, pesquisando e implementando novas técnicas. O resultado são vinhos extraordinários e de grande personalidade, que surpreendem a imprensa especializada pelo mundo afora. Talvez uma de suas principais teorias hoje, seja de que a época para inovação através de tecnologia já era, hoje todo mundo tem acesso a ela. O segredo hoje para inovação é a descoberta e o entendimento dos mais diversos terroirs. Também acredito nisso, pois com tecnologia já se consegue tomar bons vinhos da Venezuela, do Peru e até Tahiti, mas os grandes vinhos, esses só de grandes terroirs!

Em meados dos anos 90, Laura Catena, sua filha, o ajudou a emplacar uma identidade argentina nos vinhos da Catena. Vinhedos foram plantados em diferentes altitudes para produzir uma ampla gama de vinhos, entre eles o Nicolás Catena Zapata onde a Cabernet Sauvignon e não a Malbec é a protagonista. A primeira safra vinificada feita pelo enólogo José Galante foi 1997. Depois do seu lançamento em 2000, ele entrou em degustações as cegas com outros da mesma safra, como Chateau Latour, Opus One, Caymus Special Selection e Solaia tendo o Nicolás com frequência levado o primeiro ou o segundo lugar.

Passados quase 20 anos desde sua estreia, este verdadeiro ícone sul-americano segue surpreendendo a todos e o último que tomei, um 2009, estava de lamber os beiços! rs Na edição de outubro, a revista inglesa Decanter elegeu este grande tinto como seu “vinho lendário”: vinhos que não apenas estão entre os melhores do mundo, mas que também têm uma importância histórica. É elaborado com um corte de Cabernet Sauvignon (predominante) e Malbec dos melhores vinhedos das zonas mais frias e elevadas da Catena Zapata. A Cabernet talvez tenha sido o maior ponto de divergência entre Nicolás e seu pai que preferia a e via a Malbec como protagonista. Nicolás valorizou a Malbec, porém ampliou seu espectro de castas e terroirs e mostrou ter uma “quedinha” pela Cabernet! rs

Laura Catena, bióloga e 4ª geração da família é a atual diretora da Catena Zapata e também proprietária das prestigiadas vinícolas Luca e La Posta, tendo sido homenageada pela revista Wine Spectator como “Wine Star”, durante evento anual Wine Experience. Sua rotina é entre a Califórnia e Mendoza onde cuida das vinícolas e do Catena Institute of Wine. Sou fã incondicional do Luca Syrah, apesar e toda a linha ser muito boa, e do Pinot Glorieta da la Posta, um pinot com jeito de Borgonha por um preço bem camarada.

Alejandro Vigil, foi uma grande aquisição feita pela família no inicio dos anos 2000 e que, com sua juventude, conhecimento e criatividade, ajudou a catapultar os vinhos da família a um patamar ainda mais alto num projeto de expansão e exploração de regiões de grande altitude. Na Catena, começou desenvolvendo o instituto de pesquisa. Na época, havia um consultor australiano, o grande John Duval criador do mítico Penfolds Grange, fazendo o corte de Nicolas Catena Zapata 2001. Como conta o próprio Alejandro numa entrevista à revista Adega, John Duval se virou para mim e me perguntou; “Vigil, anima-se a fazer um corte?” Eu, com toda a ignorância – pois, para mim, era uma brincadeira –, fiz. Estavam todos: Nicolas, Laura (sua filha), Pepe Galante (enólogo), e fui com minha garrafinha. Colocaram-na sobre a mesa, com outras cinco. Fizeram uma prova às cegas e todos votaram no meu corte. Eu, cara de pôquer. “O que você fez?” “Mesclei isso e isso”. “E quantas garrafas pode fazer disso?” “Nem faço ideia” [risos]” Alguns meses depois, Nicolás o encarregou de todos os vinhos premium da empresa. Os da safra 2004 foram seus primeiros como chefe e, em 2007, encarregava-se de todas as vinícolas da família. Não é à toa que é reconhecido pela critica internacional como um dos 30 principais enólogos do mundo!

Essa parceria foi além e Alejandro em sociedade com Adrianna Catena (a caçula da família) montou um novo projeto chamado Aleanna que hoje é mais conhecida como El Enemigo e Grande Enemigo, nomes dados a seus vinhos altamente premiados

Na família ainda há Ernesto Catena que tem uma pegada mais direcionada aos vinhos orgânicos e bio dinâmicos com diversos rótulos entre eles a linha Animal, gosto muito do Malbec, e do Siesta que tem seu Cabernet Franc Bio como um de meus vinhos favoritos elaborado com esta uva na Argentina.

Fritar dos ovos, tem mão dos Catena e de Alejandro Vigil, pode mergulhar de cabeça que dificilmente vai dar ruim. Em cada linha de produtos, bons rótulos de entrada e grandes vinhos que ganharam em 2018 os holofotes dos mais importantes críticos, mas não só, porque 2017 também trouxe grandes conquistas. Vejamos alguns dos mais pontuados:

Os tintos Adrianna Vineyard River Stones Malbec 2016 e Gran Enemigo Single Vineyard Gualtallary 2013 (Cabernet Franc c/Malbec) foram classificados com 100 pontos pelo crítico Robert Parker, a nota mais alta já concedida para vinhos argentinos, os colocando num patamar de excelência que poucos no mundo frequentam.

Uma outra grande e recente premiação foi o El Enemigo Chardonnay 2016 que obteve 98 pontos de James Suckling tendo sido selecionado entre os TOP 100 vinhos de 22.000 vinhos provados por ele em 2018

Já o Adrianna Fortuna Terrae 2014 recebeu 95 pontos do jornalista Kim Marcus e é o no.1 da lista de indicações da última edição da revista Wine Spectator (Dez18/Jan19). Também recebeu alta pontuação de Robert Parker (96 pts), James Suckling (98 pts)

Catena Zapata Malbec Argentino com novo rótulo, A grande ilustração reveste a garrafa em 360graus. Desenhos que contam o drama da vida, morte e ressurgimento da uva Malbec, ilustram o novo rótulo do Catena Zapata Malbec Argentino . Esta repaginada  safra 2015 obteve 95pts da publicação The Wine Advocate e 94pts de James Suckling e Tim Atkin.

Talvez um dos maiores feitos dos vinhos Catena Zapata tenha sido a eleição por James Suckling do Melhor Vinho Argentino de 2017, não um Malbec ou um Cabernet Sauvignon, mas sim um vinho branco, o Adrianna White Stone Chardonnay 2014. Eu há muito venho falando dos brancos argentinos, este é só mais um atestado que confirma o estágio desses vinhos por lá e o quanto devemos estar abertos a eles.

Pessoalmente, sou um fã do Adrianna Single Vineyard Malbec e na ultima visita lá me encantei com o Cabernet Sauvignon La Piramide 2012  assim como o melhor Bonarda que já tomei, o Parcela Nicolás Catena 2014 sem contar seu estupendo Semillon botrytizado que poucos conhecem, o Catena Semillon Doux . Ah, não podia deixar de mencionar e indicar aos amigos um vinho da linha Gran Enemigo que fez minha cabeça e me fez suspirar quando o conheci há uns dois anos e naquele dia disse que poderia ser ainda melhor que o Gualtallary, ao menos parelho com ele, o El Cepillo!!! Para minha satisfação o 2014 recebeu 98 pontos na safra 2014 (acho que Parker), acima do Gualtallary. Posso até não entender nada de vinhos, mas sei reconhecer um grande vinho na taça! rs

Hoje falei de Catena Zapata, e como falei (rs), porém a verdade é que apesar do que esta casa produtora significa para a vitivinicultura argentina, o nível geral dos vinhos dos hermanos cresceu excepcionalmente com novos e criativos enólogos sem medo de explorar novas técnicas, rever velhas receitas  assim como a descoberta e exploração de novos terroirs. Eu mudei muito os conceitos que tinha quanto aos vinhos argentinos depois de mais de 2000kms rodados pelas diversas regiões produtoras e prova de inúmeros rótulos e visitas a produtores que me mostrou que essa revolução promovida pelos Catena desde 1970 não cessou, segue em plena evolução, explorem, desfrutem!

Kanimambo, saúde e uma ótima semana para todos

 

Wine Tasting II na Vino & Sapore

Meu último evento do ano se dará neste próximo dia 1 de Dezembro das 16 às 19:30h e, como sempre, será uma tremenda viagem de descobrimentos por nossa vinosfera e mundo gastronômico já que ainda teremos pães e geleias artesanais assim com contaremos com a presença, última antes dele partir para a Espanha, do amigo Bruno do Mestre Queijeiro que muitos devem já conhecer por sua loja em Pinheiros.

O legal desses eventos é que o aficionado pelo saboroso mundo regido por Baco tem a oportunidade de explorar novos sabores, uvas, origens e estilos sem ter que dispender uma fortuna, muito pelo contrário. Estarão à prova 12 rótulos entre vinhos da Argentina, Chile, Portugal, Brasil, Itália e Uruguai. Haverão espumantes, vinhos tintos tranquilos e um inusitado licor de Tannat. Veja só o que nossos parceiros vínicos trarão para este evento:

Dominio Cassis

Dominio Cassis Cabernet Franc Reserva – de La Paloma no sudeste uruguaio, produção de apenas 4.000 garrafas e passagem por barricas francesas e americanas por 12 meses

Dominio Cassis Tannat Reserva – Tannat de La Paloma no sudeste uruguaio, com 12 meses de barrica francesa e americana e apenas 4.000 garrafas produzidas.

Cota 500 Blend ou Merlot – produzido pela Andes Plateau a 700 metros de altitude, pequeno produtor, bodega de autor (Enólogo Felipe Uribe) todos seus vinhos possuem alta pontuação (mais de 90) no mais conceituado guia de vinhos sul americanos, o Guia Descorchados. Dependemos de liberação de carga em Santos, então ainda não sabemos qual dos rótulos estará presente, mas um pouco de mistério não faz mal a ninguém né?

Pasion 4 Bonarda – a Bonarda vem surpreendendo na Argentina e este produtor trabalha bem a uva. Leve passagem em barricas francesas e americanas por 6 meses para dar um aporte na ótima fruta.

Masseria Tragano Nero di Troia – Uma uva autóctone da região da Puglia na Itália. Quatro meses de barrica e quatro meses de afinamento na garrafa resultam num vinho de taninos suaves e fruta abundante.

Argilla Branco – ia ser o tinto, mas tivemos que mudar pois esse se esgotou. Mudamos para branco e este vou provar com os amigos, um corte pouco usual para o Alentejo; Alvarinho, Verdelho e Viosinho.

Licor de Tannat – Um delicioso acompanhamento a sobremesas de chocolate, especialmente as elaborados com frutos secos, figos, nozes, bolo inglês e queijos obviamente. Ameixas, uva passa, figos macerados em álcool vínico por um ano em garrafões grandes de vidro e ao sol. Após este período, se adiciona o vinho tannat e essa mistura se transforma em licor após 8 meses em barricas usadas. Doce natural!

Detetives do Vinho – Vinhos brasileiros fora do main stream.

Fabian Reserva Cabernet Sauvignon 2005 – mítica esta safra nacional e este vinho de Nova Pádua, RS, é a prova disso. Na Grande Prova de Vinhos do Brasil realizada no Rio de Janeiro em Setembro do corrente, foram provados 869 vinhos e somente 1% deles recebeu a premiação de duplo ouro, ou seja mais de 92 pontos, entre eles o Melhor Cabernet Sauvignon da prova o Fabian 2005! Restaram poucas garrafas, trouxemos para o evento.

Fabian Reserva Cabernet Sauvignon/Merlot 2005 – Pode não ter tirado a mesma premiação de seu irmão mais notável, porém não lhe faltam atributos que certamente seduzirão os amigos.

Hiragami Kampai Espumante Brut Rosé – um rosé fora dos padrões, frescor com estrutura pois é elaborado com uvas Cabernet Sauvignon dos vinhedos mais altos do Brasil a 1.470 metros de altitude em São Joaquim/SC.

Hiragami Torii Cabernet Sauvignon 2014 – a safra 2008 arrasou ganhando um monte de prêmios e levando algumas degustações às cegas com adversários de peso como a que fiz na Vino & Sapore com vinhos do Chile, Argentina, Uruguai, África do Sul e Nova Zelândia, veja mais clicando aqui . Essa safra esgotou recentemente, agora nos apresentam a 2014, a conferir.  PROMOÇÃO >> Algumas poucas Magnum (1,5 ltrs) da 2008 restaram e as traremos para venda exclusivamente no Wine Tasting por um preço muito especial!!

Zanella Villa de Vinhas Brut Rosé – este vem de Antonio Prado/RS a 800 metros de altitude, mas é elaborado pelo método champenoise  Blend de Merlot com Pinot Noir prima pelo frescor e surpreende. Doze meses de autólise e somente 2500 garrafas produzidas.

Zanella Percentual 2014 – um inusitando blend tinto de Merlot (50%), Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet e Tannat com 12 meses de barricas francesas e americanas dos quais foram engarrafados apenas 3.000 garrafas.

Para acompanhar teremos também prova de queijos do Mestre Queijeiro, dos Pães da Raquel e das geleias artesanais e diferenciadas da Pé de Geleia, tudo isso por meros R$45,00 por pessoa e ainda um crédito de 15,00 para usar na compra de qualquer um dos vinhos em prova. Queijos, Pães e Geleias compras diretas com os expositores.

Limitado a 40 pessoas e já temos diversas reservas, então se houver interesse garanta logo sua reserva e compre logo seus convites. A Vino & Sapore fica na Ruas José Felix de Oliveira 875, Centrinho da Granja Viana, km 24 da |Rodovia Raposo Tavares sentido interior. Contato através dos comentários abaixo, via mail para vinoesapore@gmail.com ou ainda pelo telefone (11) 4612-6343 ou 1433 de Quarta a Sexta das 14 às 20h ou Sábado das 10 às 19h.

Enoladies – Oito Anos de Festa!

ENOLADIES 8 ANOS! Uma tremenda responsabilidade, privilégio e honra receber esta confraria desde Novembro de 2010, um mês após a inauguração da Vino & Sapore aqui na Granja Viana. Ainda mais, daqui nasceu o embrião da Confraria Saca Rolha que já passa dos 7 anos, duplamente grato!
Foram 87 encontros, 434 vinhos tranquilos e 104 espumantes degustados sem contar um tour por Mendoza onde foram abatidos mais uns 50 outros vinhos. Das fundadoras restaram quatro (que estão beirando os 600 vinhos!) e hoje o número está em doze participantes, porém no total já tivemos 29 ladies passando por esta festiva confraria assim como ao menos mais umas seis convidadas!
Muitas experiências, muitos momentos inesquecíveis, amizades curtidas, tudo em torno dos caldos de Baco que foi o catalisador que uniu estas Ladies na sua sede de descobertas vínicas e, só cá entre nós, como têm sede de conhecimento estas amigas!! rs
Que venham mais um monte destes deliciosos encontros esperando seguir sendo merecedor desta confiança. Kanimambo amigas e que o jantar de hoje seja especial como são todos os vossos aniversários. Uma sequência de fotos mostrando as EnoLadies desde 2010.

Wine Tasting na Vino & Sapore!

No próximo dia 29, Sábado a partir das 16 até as 19:30h, a oportunidade dos amigos apreciadores dos caldos de Baco conhecerem 12 diferentes rótulos. Em parceria com os amigos da Almeria e da Lusitano Import, que trarão os vinhos para prova, e o Bruno Mestre Queijeiro mais a Raquel com seus pães e a Carla com suas geléias artesanais, pretendo despertar novas sensações gustativas em quem estiver presente.

Diversidade, esse é o nome do jogo, em vinhos, queijos, pães, geléias e até azeite estarão disponíveis para prova e compra com investimento de apenas R$45,00 o convite por pessoa com um crédito de R$15 por convite para compra de qualquer dos vinhos em prova. Veja só a lista do que estará disponível para prova.

Almeria

Santa Augusta Brut – um delicioso espumante com uma baita relação PQP – Preço, Qualidade, Prazer, elaborado em Videira, Santa Catarina e uma grande oportunidade para você conhecer seu espumante de final de ano com precinho bem camarada! rs

Visigodo – de Rueda na Espanha, um branco elaborado com a uva Verdejo. Gosto muito e mais uma vez, precinho!

VSE Reserva Cabernet Sauvignon – a melhor uva do Chile, um vinho a se descobrir.

Dominio Espinal – um blend de Monastrel e Syrah da região espanhola de Jumilla. Para fugir dos tradicionais tempranillos.

Altos del Cuadrado Triple V – abri uma garrafa faz pouco tempo, teve gente babando! rs Um delicioso e surpreendente blend de Monastrel (70%), Cabernet Sauvignon (20%) e Petit Verdot (10%) de vinhedos com mais de 50 anos da região de Jumilla.

Dominio Basconcillos Ecologico – De Ribera del Duero, a tempranillo com apenas seis meses de barrica de vinhedos orgânicos e fermentação com leveduras selvagens.

Lusitano

Casa do Lago Branco – um blend de Chardonnay com duas uvas locais, a Arinto e a Fernão Pires elaborado na região Lisboa em Portugal. O resultado surpreende, frescor com estrutura.

Casa do Lago Rosé -Também da região Lisboa elaborado só com Touriga Nacional, mostrando muita fruta e frescor, ótimo para nosso verão.

Paxis Douro – clássico blend de uvas durienses (Touriga Franca, Tinta Roriz, Touriga Nacional) que surpreende pela relação PQP, coisa que que a DFJ (produtor) e o importador fazem questão de zelar.

Casa do Lago Grande reserva Cabernet Sauvignon – um varietal pouco comum em Portugal e que sempre surpreende na prova.

Nancul Reserve Elegant Merlot – Do Vale do Maule no Chile com apenas 4 meses de barrica, só 60% do vinho, o que resulta num Merlot muito elegante, frutado e equilibrado.

Nancul Reserva Colecction Malbec – a Malbec no Chile, um outro estilo diferenciado do Argentino, interessante exemplar do Vale do Maule com 60% do vinho com passagem por barricas francesas.

Azeite Torezani – Português da região do Ribatejo, não filtrado e, cá entre nós, divino!

É isso gente, vinhos de R$54 a 150,00 para todos os bolsos e gostos. Safras novas, outras nem tanto e um só objetivo que compartilho com meus parceiros; trazer sempre bons vinhos em todas as faixas de preço focando na mellor relação PQP possível! Venha, garanta logo seu convite, são apenas 50 e 60% já foram!

A Vino & Sapore fica localizada na Granja Viana, município de Cotia, Km 24 da Rodovia Raposo Tavares sentido interior. Reservas via comentários, mail para vinoesapore@gmail.com ou por telefone para (11) 9.9600-7071. Fui, kanimambo pela visita e uma ótima semana para todos,

 

Merlot é Vinho de Mulherzinha.

Quem já não escutou isso?? Eu já e um monte de vezes, mas, cá entre nós, tremenda asneira e mostra que quem eventualmente tenha expressado tal ideia não entende nada, nem de mulher e muito menos de vinho!! rs Brincadeiras à parte, cansei de ouvir gente dizer que não gosta de Merlot e a estes sempre respondo de uma só forma, “que pena, ia te dar um Petrus”! Sim, para quem não sabe este ícone de Bordeaux e mundial é elaborado com 100% de merlot, salvo um ou outro ano em que até 5% de Cabernet Franc podem ser usados.

Mas porquê do titulo deste post, afora chamar sua atenção obviamente (rs)? Porque fui convidado pelo amigo Walter Tommasi (editor de vinhos da Go Where Gastronomia) a participar de um encontro de uma de suas confrarias da qual fazem parte alguns outros amigos. Tema, Merlots com mais de 10 anos, ás cegas obviamente. Afora o enorme prazer de rever os amigos, mais uma confirmação de que a Merlot pode e gera alguns vinhos de muita estrutura e bem longevos como em Bordeaux, margem direita onde ela está mais presente, que mostra isso faz décadas. Como com qualquer casta, o que ocorre com o vinho tem a ver com terroir e muito com o que o enólogo quer extrair dela. Sim, existe um traço, uma característica, uma linha mestra que pode estar presente na maioria dos vinhos de uma mesma casta, mas as variáveis são tão grandes que, pelo menos eu, evito generalizar e dizer, “olha os vinhos desta uva são assim” da mesma forma que não dá para fazer isso com gente de uma região, de um país, de uma religião ou de uma preferência política, não acredito nisso!

Nesta degustação, essa premissa esteve bem presente, vinhos bem diferentes entre si expressando a vontade do terroir e, certamente, do enólogo. Painel muito interessante, uma confirmação e um desejo que vai ficar na minha lista de a realizar. Eis um resumo do que provei na ordem de serviço:

SIMSIC Teodor Rdcec 2006 – da Slovenia, fechado nos aromas, boca bem frutada, equilibrado, final longo com um toque especiado, taninos bem integrados e macios. Leva 15% de Cabernet Sauvignon e para mim se mostrou o mais pronto de todos os vinhos provados. Meu quinto vinho, sendo que para o resto do pessoal ficou em quarto.

Cholqui Tres Palacios 2006 – do Chile, mostrou-se mais químico no nariz, na boca é gordo, toque vegetal mais presente, taninos rústicos, boa estrutura, mais pegada, parecia mais jovem do que é. Meu terceiro colocado com 90 pontos, mas para a maioria ficou em segundo.

Podalirio da Quercetto de Castellini 2005 – IGT da Toscana, um tremendo vinho (pensei que fosse Bordeaux), nariz intenso com notas florais, boca firme, terroso, bom volume de boca, taninos firmes mas muito finos, alguma especiaria, ótima persistência deixando um gostinho de quero mais na boca. Baita vinho e na minha avaliação o melhor vinho da noite, dei-lhe 92 pontos, o que acabou sendo vero também na contagem geral da turma. De longe o melhor Merlot italiano que já tomei e meu desejo, mas deverá ter que vir de fora, porque acho que ninguém o está trazendo.

Storia Merlot 2005 da Valduga – não o reconheci, mudou desde a última vez que o provei já lá vai um par de anos. Sua pontuação, no entanto, foi igual há que lhe dei nessa última avaliação 91 pontos e sempre que o provo fica por aí, entre 90 a 92 pontos. Na minha opinião um vinho especial de uma safra especial, mas que nunca mais conseguiu o mesmo êxito mesmo seguindo sendo um belo vinho. Denso, frutos negros suculentos, taninos ainda bem presentes e aveludados mostrando que há ainda potencial para evolução, nariz intenso, notas achocolatadas, primeira linha e meu segundo colocado no painel, terceiro para a maioria. A confirmação.

Antenata Bindella 2007 –  mais um italiano da Toscana. Jovem, bem jovem ainda com muitos anos pela frente. Taninos bem presentes ainda por integrar, nariz tímido, na boca muito boa estrutura, algo rústico mostrando uma acidez acentuada, algo vegetal, muito bom vinho, mas vai melhorar mais com um bom par de anos pela frente. Foi meu quarto vinho e quinto do resto da turma.

Chateau Ampelia 2000, Cotes de Castillon, Bordeaux – algo químico, acetona me veio à mente, corpo médio, álcool mais presente, notas herbáceas, faltou personalidade e ficou entre os meus últimos colocados do painel acompanhando a maioria.

Nelson Neves 2009 – um representante luso da região da Bairrada. Boa tipicidade aromática, mas sutil, de baixa intensidade, algo tímidos. Na boca seus 14,5% de álcool estão bem aparentes afetando o conjunto, vegetal bem presente, especiarias, taninos mais rústicos e bem presentes, para mim o vinho de pior nota. Tem qualidades, porém a meu ver com muitas arestas, quem sabe precise de mais tempo para se encontrar ou, quiçá, para eu entendê-lo! rs

Chateau de Millery Saint Emilion Grand Cru 2004, Bordeaux – esta propriedade pertence ao Chateau Figeac (um dos grandes de Bordeaux) e é composto de Merlot com um toque de 10% de cabernet Franc. Para simplificar e ir direto ao ponto, um vinho difícil. Frutos negros com notas terrosas, duro na boca, fósforo, álcool aparente, taninos ainda bem presentes, madeira por integrar, um vinho que não me empolgou e e fiquei um pouco frustrado ao saber a quem pertence. Foi o último colocado da noite, para mim o penúltimo.

 

Por menos generalizações e preconceitos para com determinadas cepas, afinal as variáveis na vinificação e terroirs são tão grandes! Uma ótima semana para todos e kanimambo pela visita.

Saúde

 

 

Explorando Novos Sabores na Vino & Sapore!

Dia 29 de Setembro a Vino & Sapore, no centrinho da Granja Viana, promove mais um Wine Tasting, mas vai além porque todo o amante de vinhos é também um apaixonado por boa gastronomia. No mesmo espaço e limitado a tão somente 50 pessoas para não virar zorra, juntei dois de meus fiéis parceiros no mundo do vinho com alguns quitutes a mais que valem muito a pena provar.

 

A Almeria do amigo Juan Rodriguez irá trazer de cinco a seis rótulos, alguns que recém chegaram em seu portfolio, de vinhos para prova. A Lusitano do amigo Fernando Rodrigues, também seguirá a mesma linha e entre os dois teremos de 10 a 12 rótulos em prova entre vinhos portugueses, espanhóis e chilenos. Afora isso um azeite português não filtrado de lamber os beiços!

Mestre Queijeiro, o Bruno sempre presente nestes eventos com queijos diferenciados de muita qualidade, para prova e venda direta dele.

Raquel Pães, amiga granjeira e parceira de há muito com seus pães artesanais com fermento natural e receitas diferenciadas são sempre um despertar de sensações gustativas únicas.

Pé de Geléia, geléias fora da curva que a Carla elabora artesanalmente aqui na Granja mesmo, é fruta fresca e açúcar demerara, nada mais!. Tanto para acompanhar aquela torrada matinal como para servir com queijos e até carnes. Coisas do tipo, Melancia com Pisco Sour, Tangerina com Água de Rosas, Cebola ao Vinho, Melão com Gengibre, Frutos Amarelos, Frutos Roxos, Limão siciliano entre outras.

Dependendo ainda podem pintar outras gostosuras, mas se quiser participar não hesite e garanta logo seu convite comprando-o antecipadamente. Valor dessa experiência? Apenas 45 Reais dos quais 15 voltam como desconto na compra de qualquer um dos vinhos (somente os vinhos) em prova no dia. Estacionamento gratuito, e início das atividades às 16 indo até as 19:30h. Aguardo você na Vino & Sapore aqui no centrinho da Granja Viana, acesso pelo km 24 da Rodovia Raposo Tavares sentido Cotia/SP. Entrou á direita já está na Rua José Felix de Oliveira e até o número 875 é um piscar de olhos! rs Só não esqueça, reserve seu lugar ou periga de chegar e não conseguir entrar!!

Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou, quem sabe, porquê não dia 29 de Setembro?? Saúde

 

 

Surpresa no Desafio de Cabernet Sauvignon do Novo Mundo!

Um Desafio de Vinhos às cegas é sempre um enorme ponto de interrogação, tudo pode acontecer. rs Se isso já ocorre quando ditos “especialistas” se reúnem, imagina quando reunimos 12 seguidores de Baco em volta de uma mesa para exercer a função de jurados de uma contenda dessas!. Eu adoro, porque são essas pessoas que compõem o tal de “mercado”, que fazem a roda girar e que, em última instância, são para quem os vinhos são produzidos.

A escolha pelo tema foi a vontade de mostrar como a uva se manifesta nos mais diversos terroirs e idades. Vinhos de 96 a 198 Reais, para que pudessem também avaliar o quanto o preço influencia ou não, porém só após as notas terem sido dadas! No “octógono” seis desafiantes sob pressão, jurados com as taças a postos e deu-se inicio à contenda. Como eu estava de juiz de campo (rs), não anotei nada então de memória vai aqui minha curta opinião sobre a performance na taça de cada um dos desafiantes na ordem em que entraram:

1 – Da Nova Zelândia (Hawkes Bay Ilha no Norte) e sem raka (rs) o desafiante foi o Brookfield Ohiti Estate 2012 – show de elegância e finesse, toque final com uma pimentinha gostosa, cor clarinha longe do que se espera de um Cabernet, ótima fruta, para tomar de golão com enorme prazer, gostei demais, porém contradiz os que apreciam um Cabernet pancadão!! Peso, 198 pratas.

2 – Da Argentina (Mendoza) Carmello Pati 2008 – veio só para este embate e esperava muito dele, conheço produtor e vinho, mas nesta noite não se mostrou bem. Acontece, mas nada que denigra a imagem que tenho dele e com um tempo em taça melhorou mostrando uma fruta bem presente e volume de boca com taninos aveludados, mas não o bastante para virar o jogo. Peso, 175 pratas

3 – Do Brasil (SC) o Torii 2008 – conheço a fera desde Fevereiro 2016 quando estive descobrindo a região produtora Catarinense com um grupo de aficionados pelo vinho. Do vinhedo mais alto do Brasil a 1427m de altitude, o desafiante entrou pesado no tatame mostrando que vinha com grandes intenções. Cor escura, denso, equilibrado, halo aquoso e cor já demonstrando seus anos de luta, mas ainda vendendo saúde. Ótima paleta olfativa já tendendo para aromas terciários onde o couro, curral, fazenda tendem a se projetar, mas a fruta ainda presente na boca em profundo equilíbrio. Brigou bem a fera, mesmo sendo um dos mais idosos, será que foi por isso que me atraiu?? rs Peso, 96 pratas.

4 – Da África do Sul (Paarl) chegou o Mont du Toit Les Coteaux 2010 – uau, violáceo e que riqueza de sabores, meio de boca marcante, fresco, frutado, sedutor, chega chegando! rs Confesso que a escolha foi no escuro, pensem o que quiserem (rs), mas a forma como se apresentou mostrou que a escolha foi acertada e que estávamos frente a frente a um potencial vencedor do Desafio, uma bela surpresa para mim de uma região onde o que manda são os Syrahs e Pinotages. Peso, 198 pratas

5 – Do Uruguai (Canelones) vem o Pisano RPF 2011 –  há poucos meses tive a oportunidade de estar com um 2009 na taça, muiiito bom. Para desafiar essa seleta seleção de adversários, o desafiante veio com aromas químicos que destoaram da maioria de seus opositores, mostrando uma certa rusticidade nos taninos e não muito equilibrado. Pelo que conheço deste desafiante, sei que este não foi um de seus melhores dias porém a voz do povo é a voz de Deus, então aguardemos o veredito dos jurados, eles que mandam! Peso, 150 Pratas

6 – Do Chile (Colchagua) veio o Casa Silva Los Lingues 2012 – figura mais conhecida, porém nem tão reconhecida na taça pela maioria, mostrou-se como esperado de um veterano de qualidade comprovada. Aromas típicos dos Cabernet chilenos com notas vegetais bem presentes e fruta abundante. Na boca médio corpo, bom volume, fruta madura, acidez equilibrada e taninos com final aveludado. Um bom exemplar desta casta no Chile e o destaque para muitos, mas o revés também ocorreu pois foi defenestrado por outros! rs Barato estes testes, me divirto até mais que os “jurados” presentes ao evento.

Ao final, somei as notas dadas pelos jurados, eliminando a maior e a menor nota dada a cada vinho. O resultado mostrou ser uma grande surpresa para a maioria, não pelo vinho que foi muito bem avaliado por todos com notas bastante parelhas entre todos, mas mais pela origem e preço.

6º lugar – Pisano RPF com 144 pontos

5º lugar – Carmello Pati com 155,5 pontos

4ºlugar – Brookfield Ohiti Estate com 193,5 pontos

3º lugar –  Les Coteaux com 197,5 pontos

2º lugar – Casa Silva Los Lingues com 200 pontos

GANHADOR – MELHOR VINHO DA NOITE – MELHOR RELAÇÃO PQP (preço x qualidade x prazer)

1º LUGAR – HIRAGAMI TORII 2008

Com 208 pontos, o ganhador, um brasileiro e o mais barato no embate dos desafiantes. Às cegas o jogo é diferente e a voz do povo assim decidiu, show! rs Na foto abaixo os participantes na ordem de premiação com primeiro colocado à esquerda e o corpo de jurados em plena avaliação!

Valeu aos amigos que estiveram presentes abrilhantando a noite em mais uma agradável noite de descobrimentos e novas experiências vínicas na Vino & Sapore, adoro esses momentos! Kanimambo aos amigos e uma ótima semana a todos.

Saúde