Degustações

Desafio de Espumantes Rosé

Na verdade deveria ter sido em Outubro, mas todo mês é mês para levar a mensagem assim como todo o dia é dia de comemorar os dias das: crianças, dos namorados, das mães, dos pais e, porquê não, dos idosos! rs Já cantava Vandré, que quem sabe faz a hora não espera acontecer então eis o meu Final de Ano Rosa! A idéia deste saboroso e refrescante evento veio de uma degustação montada pela ABS São Paulo que achei muito bacana tanto pela criatividade quanto pelo conteúdo então me animei a montar minha prova também.

As quatro maiores forças do mundo espumante de nossa vinosfera são, na minha opinião e considerando-se a relação Quantidade com Qualidade na ordem: França, Espanha, Itália e Brasil então, com a ajuda de parceiros, selecionei entre eles alguns rótulos de muita qualidade a serem abertos, ás cegas obviamente. No entanto, coloquei um intruso nesse meio, um argentino!

Champagne Barnaut Grand Cru Autenthique Rosé Brut – imp.Decanter

Franciacorta Lo Sparviere Monique Rosé – Imp. Vinica

Cava Sumarroca Rosado Brut – Imp. Almeria

Labet Cremant de Bourgogne Rosé – imp. Decanter

Orus Pas Dosè Rosé – Adolfo Lona

Bellavista Desirée Rosé Brut – Bueno Wines

Vicentin Malbec Rosé Brut – Imp. Galeria dos Vinhos.

Prova às cegas, curta apresentação sobre a elaboração de espumantes, tira gosto, água, café e uma surpresa a ser apresentada na hora! Dia 10 de Dezembro a partir das 20 horas na Vino & Sapore e tão somente 12 vagas disponíveis das quais 6 já foram tomadas. Preço R$138,00 por pessoa pagas no ato da reserva, vEspumantes rosé Iai dar mole? Amantes das borbulhas não poderão perder por nada!!!

Kanimambo e fico no aguardo de sua confirmação, fui!

 

Alejandro Fernandez é o Homem Por Trás dos Vinhos Pesquera!

Sim, é através dele que podemos nos deliciar com vinhos como Dehesa la Granja, Tinto Pesquera, Condado de Haza e el Vínculo! Diversos vinhedos e bodegas, uma só uva; Tempranillo e um só país, Espanha. A marca Pesquera já virou um clássico na Ribera del Duero de onde também vêm os vinhos de Condado de Haza. Com o tempo as fronteiras ultrapassaram as de Ribera del Duero e nasceram Dehesa la Granja em Toro e El Vinculo em La Mancha, porém mantendo a filosofia do homem que as criou, só plantar e produzir vinhos com 100% Tempranillo e só produzir vinhos de grande classe com muita qualidade. Estamos acostumados a ver esse tipo de coisa em bodegas centenárias, mas aqui falamos de uma verdadeira façanha, pois no curto espaço de tempo de 40 anos, já virou ícone, fato esse que tem que se referenciar.

Tive o privilégio de junto com alguns colegas, estar numa apresentação destes vinhos na Mistral onde pude provar alguns destes grandes vinhos. Não é de agora que falo aqui deste importante e mítico produtor espanhol, tendo em meados de 2009 me apaixonado por um Dehesa la Granja Seleccíon 2000. Agora, minha paixão foi outra, o incrível Tinto Pesquera Reserva Especial 2003 sobre o qual já teci meus entusiasmados comentários aqui mesmo, porém provei alguns outros grandes vinhos sobre os quais tecerei alguns curtos comentários:

Pesquera wine selection
Alejairen, um branco elaborado com Airen, uma uva pouco usada em vinhos finos e muito menos em varietal 100%. Dois anos de barrica francesa, muito complexo, grande volume de boca, faz a cabeça de muitos porém é uma uva e vinho algo polêmicos. Pessoalmente não me encantou, porém é um vinho diferenciado e segue o padrão de qualidade da casa.

Dehesa la Granja – já com toques de evolução sem perder o frescor, rico, boa tipicidade mostrando uma tempranillo de maior estrutura. Muito bom.

El Vínculo Crianza com 18 meses de barrica. Vinho intrigantes, marcante com uma personalidade muito própria. Vinho para tomar devagar tentando destrinchar todas as suas virtudes. Belo vinho!

Condado de Haza Crianza 2009, 18 meses de barrica e o segundo vinho entre todos os que provei no dia só ficando atrás do inesquecível Tinto Pesquera Reserva Especial. Paleta olfativa divina, sedutora, onde os frutos negros se mostram em todo seu fulgor, notas tostadas, harmônico, ótimo volume de boca e taninos muito finos. Longo final que pede bis a cada gole, amei e entre todos, talvez a melhor relação Qualidade x Preço x Prazer.

Pesquera Crianza, mais um vinho de tirar o chapéu! Grande presença de boca onde o vinho mostra enorme complexidade, taninos aveludados, muita classe aqui! Grande vinho seguido de mais dois rótulos irretocáveis!

El Vinculo Reserva e Condado de Haza Reserva, ambos com 24 meses de barrica e mais doze em garrafa onde riqueza, estrutura e elegância se mesclam em total harmonia, porém com uma mínima dianteira do El Vínculo com uma personalidade mais marcante! Esses dois mais o Pesquera Crianza, são de tirar o fôlego, mas o preço já fica um pouco salgado para a maioria de nós.

El Vinculo Parage La Golosa Gran Reserva 2003 foi um “regalo” aos presentes e já o tinha comentado também lá em 2009! Um Gran Reserva e único que passa em barricas francesas por 24 meses. Prova engarrafada de que em La Mancha não só se faz quantidade, como se faz qualidade também! Mais um grande vinho na taça que só veio confirmar que onde este homem põe a mão só podemos esperar o melhor.

Mais uma grande prova de vinhos que deixou marcas e mostra que a pessoa certa por trás de um projeto pode e faz a diferença. Gracias por la oportunidade de catar tan buenos vinos de una sola vez. Salud, kanimambo e tenham todos uma ótima semana.

Bodega Vicentin na Taça

Recentemente tive a oportunidade de me juntar com uma série de ilustres colegas no Restaurante Piselli para conhecer os vinhos desta bodega que chegam ao Brasil pelas mãos da Galeria dos Vinhos do meu amigo Leandro Chicarelli com a assessoria de um profundo conhecedor desse mundo de Baco, o também amigo Breno Raigorodsky que um dia já foi colunista aqui do blog onde compartilhou um pouco de seu vasto conhecimento e experiência conosco.

Vicentin Rosado brutFomos recepcionados com um, a meu ver, belíssimo espumante de Malbec, o Vicentin Champenoise Rosé de Malbec, elaborado pelo método clássico, 12 meses de autólise, com um mix de uvas de cinco vinhedos diferentes em Lujan de Cuyo (Mendoza). Linda cor salmonada, fresco, ótima perlage, cítrico, acidez equilibrada que combinou ás mil maravilhas primeiramente com o bate papo entre os amigos e posteriormente com uma deliciosa Burrata sob uma cama de tartare de salmão. Para mim um dos destaques do almoço.

Combinando com a mesma entrada, foi servido um malbec branco, ou Vicentin Blanc de Malbecseja, um blanc de noir, o Vicentin Blanc de Malbec. Na verdade, não chega a ser branco e mais parece um rosado. Vinhedos de La Consulta e Vista Flores (Vale do Uco) com quase 15% de teor alcoólico, seis meses de barrica francesa aparentemente nova. Um vinho no mínimo diferente e marcante onde seu frescor equilibra bem a madeira que lhe aporta complexidade. Ficou bem com a entrada, mas explodiu mesmo quando no final da refeição foi servida uma incrível tábua de queijos do Capril do Bosque de Joanópolis (queijos de cabra) e deu tango! Para quem quer sair da mesmice e buscar algo bem diferente no mundos vinhos brancos, surpreenda-se!

Em seguida uma bateria de tintos onde dois vinhos roubaram a cena. Da linha de entrada o Dorado Blend com um corte majoritário de Bonarda com Malbec e um tico de Cabernet Franc com leve passagem de somente 15% do vinho por barricas de segundo uso, estava bem saboroso com taninos macios, fruta madura algo compotada, um vinho “cumplidor”, agradável e fácil de agradar o consumidor brasileiro em geral. Desta mesma linha o Malbec não fez muito minha cabeça tendo apostado Vicentin Malbec Blendminhas fichas no Cabernet Sauvignon.

O papo ficou sério mesmo quando chegou á mesa o Blend de Malbecs de La Consulta, Chacras de Coria, Tupungato e Las Compuertas com 9 meses em barricas francesas. Elegante, aromático, firme de boca, especiado, fruta, tudo muito equilibrado, sem arestas, tentador! Um belo vinho que seduziu a maioria dos presentes e a mim também.

Seu vinho top é o Colosso com 24 meses de passagem por barrica francesa. Vinho de boa estrutura, denso, porém sem excessos, mostrando potência mas de forma bastante elegante, longo, tendo acompanhado muito bem o Brasato di Vitello al Vino Rosso, uma feliz e muito bem trabalhada harmonização.

Na linha de seus produtos, eles possuem uma caixa de madeira Vicentin Backbonecomposta de algumas preciosidades da Bodega. A meu pedido, kanimambo, eles retiraram dessa caixa um exemplar do vinho Vicentin Backbone, um blend cofermentado de Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot, UAU! Uma pena que este vinho não vem solo (apesar de eles estarem estudando isso) e a quantidade produzida é ínfima, porque tomaria caixas caso tivesse o din-din para isso! Realmente a experiência só me comprova prova após prova que, colocou Petit Verdot no blend, pronto, garantia de um bom vinho e este não negou a regra. Grande vinho que já encanta no olfato e na boca é só prazer. Complexo, perfeita harmonia entre taninos finos, estrutura, acidez e riqueza de sabores, gostei demais, vinho para curtir sem pressa!

São cerca de 1400 Bodegas na Argentina, então sempre haverão novidades, umas boas, outras nem tanto, porém desta eu gostei e recomendo aos amigos fuçarem por aí e se permitirem aventurar nesses caldos “Vicentinos” ! Kanimambo pela visita e em breve mais algumas notas sobre outros vinhos e bodegas provadas. Salud e uma ótima semana para todos.

Vicentin Collection

Desafio de Blends – Velho x Novo Mundo

Degustando, Comparando e Aprendendo de forma lúdica, esta é a melhor forma de conhecer um pouco mais sobre vinhos, provando! Brincadeira para gente grande, pelo menos com mais de dezoito, viu crianças! rs Adoro criar temas de degustação de forma a tornar os encontros das confrarias algo mais interessantes, especialmente quando realizadas ás cegas. É um exercício muito interessante já que sem a influência de preço e rótulo a percepção sensorial de cada um muda drasticamente, especialmente quando a comparação é mais direta como, por exemplo, uma só uva.

Numa das Confrarias que administro, montamos um Desafio de Blends muito interessante envolvendo velho e novo mundo,se é que isso existe, uma verdadeira Copa das Nações. Numa primeira etapa provamos seis vinhos do Velho Mundo classificando três. Depois repetimos a dose com os vinhos do Novo Mundo classificando seis vinhos para a grande final que foi muito interessante, vejam só:

Classificatória Velho Mundo – Tinto da Talha Grande escolha 2009 (Alentejo), Grandes Quintas Reserva 2010 (Douro), Villa Antinori Toscana2010*, Clos de Bellane Valreàs Cotes du Rhône 2009*, Peyremorin de Villegeorge 2010 Bordeaux, Señorio de Sarría Viñedo Sotés 2005*

Classificatória do Novo Mundo – Hawequas (África do Sul), Casa Silva 5 Cepas 2013 (Chile), Benegas Finca Libertad 2009 (Argentina), Narbonna Blend 1 2013 (Uruguai) e St. Hallet Gamekeepers 2014 (Austrália) e Wild Rock 2011 (Nova Zelândia)

Classificados os vinhos marcados com asterisco e lògico que esta brincadeira sensorial só poderia acontecer num evento hedonístico como esse pois comparar “alhos com bugalhos” requer um know how e uma experiência além do que a maioria possui, porém o objetivo do vinho não é dar prazer? Pos bem, esse objetivo foi claramente alcançado e isso é o que vale e me deixou feliz. Na grande final seis belos vinhos sem duvida alguma e eu também tive meu ganhador da noite, mas eis os TOP3 que a turma da Confraria Brinde à Vida elegeu como ganhadores da noite:

1 – St. Hallett Gamekeeper´s 2010 – blend de Shiraz e Grenache, um vinho extremamente harmonioso e consistente onde a Grenache se sobrepõe no blend mostrando toda a sua fruta. Fruta madura, que agrada sobremaneira o consumidor brasileiro em geral. Equilibrado, taninos finos, cremoso, acidez dando equilíbrio ao conjunto, dos oito confrades presentes, seis lhe deram o voto de melhor vinho da noite e do Desafio, e olha que já tinha ganho sua classificatória! Barba e bigode como diziam antigamente!! Um vinho de gabarito este e recentemente provei o 2014 que teve a adição de um tico de Touriga Nacional que o deixou ainda melhor e sugiro essa nova safra.

2 – Narbonna Blend 1 2013 – um blend não especificado, mas que tem como protagonista a tannat. Obra de Michel Rolland, este vinhos é sempre uma grata surpresa e as pessoas costumam não acreditar quando digo que é uruguaio. Ótima paleta olfativa, que convida à boca onde ele se mostra denso, untuoso, complexo, unindo força a elegância de taninos, com um final longo muito prazeroso. Mais um vinhos de grande consistência que teve um primeiro lugar e quatro segundos, classificando-se em segundo lugar. Em minha opinião, esta garrafa estava especialmente boa e me seduziu tendo sido o meu primeiro lugar mostrando que os tannats de qualidade, ou seus blends, estão longe de assustar primando por taninos bem mais equilibrados e domados do que as pessoas esperam.

3 – Clos de Petite Bellane Valreás Cotes du Rhône 2010 – Com um primeiro lugar e quatro terceiros, foi o melhor classificado do Velho Mundo e acho que foi bem escolhido, um Cotes du Rhône de um Cru que faz a diferença. A Syrah aparece bem sobre a Grenache, inverso do australiano de mesmo blend, que neste caso é a coadjuvante no blend. Mostra-se bem especiado, corpo médio para encorpado, taninos ainda bem presentes porém de muita boa qualidade sem qualquer agressividade, escuro, deixando claro sua jovialidade, apesar dos seus 5 anos, abrindo-se gradativamente na taça comprovando que o tempo lhe fará muito bem. Um belo Rhône que comprovou o caráter dos vinhos de qualidade da região, anos luz daqueles “rônezinhos” esquálidos que encontramos por aí.

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Um exercício muito interessante e saboroso, inclusive para mostrar que garrafas do mesmo vinho podem gerar sensações diferentes entre si, lembrando que nesta final degustamos os vinhos pela segunda vez já que houve a classificatória. É isso por hoje, e ainda temos 4 vagas para nossa viagem a Santa Catarina e os Vinhos de Altitude, quem vem?!

Cheers, kanimambo e espero poder ter alguns de vocês a bordo dia 28!

Grandes Vinhos do Douro

São inúmeras e muito diversas as regiões produtoras portuguesas. Umas mais tradicionais, outras mais abertas à modernidade e a novas castas, mas nenhuma tão famosa e tão premiada internacionalmente com o a região do Douro a primeira região demarcada do mundo em 1756. De lá vieram três entre os TOP 10 Vinhos da Wine Spectator (lista de 100) em 2014, inclusive o ganhador o DOW’S Porto Vintage 2011. Aliás, mesma safra dos outros dois vinhos; o Chryseia e o Quinta Vale do Meão, uma grande safra para tomar já e guardar por muitos anos a fio.

A região é mais conhecida por seus vinhos fortificados, os Vinhos do Porto, mas no inicio dos anos 90 a produção de vinhos de mesa brancos e tintos passa por uma incrível revolução de qualidade. Mesmo assim, ainda hoje a produção não passa de pouco mais de 500 mil garrafas ano, versus mais de 1 milhão e meio de vinhos fortificados. Pois bem, entre os grandes vinhos desta região eu costumo listar o CV de Cristiano Van Zeller, Batuta do Niepoort, Chryseia, Xisto, Quinta Vale do Meão, Quinta do Vesuvio, Barca Velha entre outros menos midiáticos porém de enorme qualidade. São Vinhos caros, bem caros!

Resolvi montar esta degustação em cima dos chamados segundos vinhos destes produtores, exceto o Quinta do Ataíde que é o topo de gama da casa Altano. São vinhos de enorme qualidade com preços mais palatáveis ao nosso bolso! Eis a lista dos vinhos que abriremos no próximo dia 20 de Outubro na Vino & Sapore, a partir das 20 horas após nosso já costumeiro espumante de boas vindas, com o preço atual de importadora. Enquanto formos provando os vinhos falaremos um pouco do Douro, sua história e assistiremos a alguns vídeos.

Vértice Gouveio Brut 2006 (R$150,00) – Um espumante de uma uva duriense, elaborado pelo método clássico e envelhecido em garrafa por 60 meses! Um vinho complexo que mostra que a região produz algo além de grandes vinhos fortificados ou de mesa.

Post Scriptum 2007 (R$240) – o segundo vinho da Prats & Symington (Chryseia), uma sociedade entre produtores de Bordeaux e Douro.

Roquette & Cazes 2008 (R$220) – os segundo vinho deste produtor, também uma sociedade entre produtores de Bordeaux e Douro, que tem como seu principal o Xisto.

Redoma 2009 (R$340) – o segundo vinho da Niepoort que tem no Batuta seu principal player, ou não!

Meandro 2012 (R$192) – o segundo vinho da Quinta Vale do Meão, um dos mais premiados vinhos de Portugal (junto com o Chryseia), mais conhecido nos bastidores como o “Nova Barca” já que boa parte seus vinhedos foram um dia a base do ícone Barca Velha.

Altano Quinta do Ataíde Reserva 2008 (R$230) – o vinho top desta Quinta que produz belos vinhos desde sua gama de entrada e pertence ao grupo Symington.

Deg Douro 1

Como sempre, tábua de queijos e chouriço, azeite, água, café, estacionamento gratuito. Fiz o pré-lançamento semana passada e das 12 vagas, seis já estão reservadas então se tiver a fins, não pense muito não, envie mensagem para Sorry sold Outcomercial@vinoesapore.com.br ou ligue para (11) 4612-6343 de Terça a Sábado das 14 às 19 horas! Somente R$165,00 por pessoa, pagos no ato da reserva. Espero os amigos e desse já vou avisando, dia 24 de Outubro novamente o food truck gourmet Perfil de Chef e a Vino & Sapore promovem mais um Sábado harmonizado e desta feita o tema será ESPANHA (sem paella – rs), programe-se!

Kanimambo, saúde e uma ótima semana para todos.

Sacando Rolhas de Vinhos Naturebas

Se meter a fazer vinhos orgânicos e biodinâmicos acho que requer uma certa dose de loucura e não me entendam mal! Aquela loucura que todos os gênios que mudaram algo no mundo necessitaram ter, aquela loucura que faz arriscar o que não se deve para http://www.falandodevinhos.com/wp-content/uploads/2015/03/02105720/Uncorking-Old-Sherry-Gillray.jpg encontrar nunca se sabe exatamente o quê. De tomar riscos além do razoável, de ganhar muito ou se perder tudo, enfim algo além do que estamos acostumados a conviver. Junte-se a isso coragem, fé e uma boa dose de romantismo e temos aí um produtor “natureba”. Pessoalmente já provei vinhos orgânicos que não me adicionaram nada, biodinâmicos de que não gostei e nunca compraria assim como já tomei grandes vinhos elaborados da mesma forma. A essência para mim é o vinho ter qualidade e ser palatável. O ser natural, por si, não é nem nunca será, em minha opinião,sinônimo de qualidade.

Este preâmbulo para abrir espaço para a Raquel Santos, nossa porta voz, confreira e sommelier, compartilhar conosco sua opinião sobre alguns vinhos chilenos que são mostra deste estilo de vinhos, os naturais. Fala Raquel

“Quando surgiu a ideia de conhecermos um pouco mais de vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais, causou-nos uma certa estranheza e ao mesmo tempo muita curiosidade. A começar pelo nome de uma das vinícolas: “Cacique Maravilha”! Os piadistas de plantão já encontraram motivos suficientes para que a diversão rolasse à vera!!! Afinal, é para isso que nos encontramos todos os meses, entre outras coisas, é claro!

Íamos conhecer dois produtores chilenos: Manuel Moraga Gutierrez do Cacique Maravilha e Renan Cancino do El Viejo Almacén. Ambos produzem vinhos naturais, de cultivo orgânico e vinificação com a mínima interferência possível. Hoje em dia com toda a evolução tecnológica é considerado por muitos uma grande loucura depender apenas da natureza para se extrair vinho de vinhedos muito antigos, que praticamente já estavam quase extintos, e partir daí fazer um trabalho de risco, onde as vezes pode-se perder todo o ano de trabalho, caso a “natureza” não colabore adequadamente. Sim, é um grande risco que essas pessoas taxadas de loucas correm. Mas acima de tudo, vejo aí uma grande dose coragem.

Por acreditar na cultura ancestral de seus antepassados, eles arriscam para resgatar uma sabedoria que com o tempo foi se perdendo em troca de uma tecnologia mais segura, porém carente de identidade. A agricultura orgânica já é bem assimilada por nós sendo uma opção de alimentação mais saudável, onde não se usa adubação nem pesticidas químicas para afastar as pragas indesejáveis. No caso do vinho, essa prática já vem sendo usada, principalmente no Chile que possui uma situação geográfica privilegiada, onde a estreita porção de terra fica praticamente isolada de um lado pela cordilheira e do outro pelo oceano, impedindo a disseminação de pragas. Já no processo de vinificação, podem ser acrescentados elementos químicos como leveduras que aceleram a fermentação e outros ajustes que interferem no processo final e é justamente aí que entra o resgate de técnicas ancestrais no processo da vinificação e a opção por processos naturais. Se o vinho é o resultado do terroir, mais o tipo de uvas empregadas e a mão do enólogo, neste caso, a função do enólogo é interferir o mínimo possível, deixando a natureza agir de acordo com as intempéries daquele ano. Se foi um ano mais chuvoso ou com altas temperaturas, ou muito frio, isso aparecerá no resultado final do vinho. Nunca haverá uma safra igual a outra e as leveduras serão naturais.Eram vinhos destes que tínhamos pela frente neste encontro.

Naturebas

O resgate da casta País (que na Argentina é conhecida como Criolla) era usada apenas em cortes, e de coadjuvante tornou a principal. Para brindarmos o momento, foi escolhido um espumante chileno feito com essa uva:
Estelado Rosé – elaborado pela espanhola Miguel Torres, que também possui vinhedos no Chile. Muito delicado, refrescante, elegante e possui uma cor linda! Começamos bem e estávamos mais que preparados para as “loucuras” que estavam por vir.

1. Pipeño 2014 – Cacique Maravilha – 100% País – Já chamou a atenção pelo tamanho da garrafa! Um litro.o que, obviamente, todos acharam que seria o tamanho ideal da dose de vinho para 2 pessoas. O nome (Pipeño) significa garrafão e a garrafa de 1l, faz alusão a isso, ou seja, aquele vinho simples que deve ser tomado na companhia de muitas pessoas em momentos de descontração. A uva País é originária das Ilhas Canárias onde é chamada de Listán Prieto, e foi trazida pelos colonizadores espanhóis. De aspecto turvo mostrando que não passa por filtragem. Cor bem clarinha, lembrando um Pinot Noir. Aromas rústicos de terra molhada e notas animais. Com tempo evoluem para frutas vermelhas silvestres e xarope de romã. Um vinho que nem cabem essas descrições técnicas, pois a proposta é de simplicidade e cumpre bem esse papel. Muito agradável e refrescante.

2. Huaso Sauzal 2013 – El Viejo Almacén – 100% País – Como o próprio rótulo diz, vinificado de maneira tradicional, como seus ancestrais o faziam à séculos atrás. Com pouco mais de estrutura que o anterior, onde se percebe uma maior extração das características da casta. Ótima acidez, com as mesmas notas terrosas e selvagens num fundo de frutas silvestres (cerejas), e florais (lavanda).

3. “50/50” Pipeño 2013 – Cacique Maravilha – Um corte meio a meio de Cabernet Sauvignon e País. Com bom corpo, onde a “musculatura” da Cabernet Sauvignon se faz presente. Bem equilibrado, com taninos fininhos e boa acidez. De início o nariz mostra-se um pouco tímido, algo parecido com goma, herbáceo e pouco frutado. Mas com o tempo na taça vai se revelando aos poucos. Aparecem os florais, minerais e a madeira aparece, fazendo a ligação entre as camadas. Muito fresco e aromas de mentol ficam mais evidentes. Surpreendeu!

4. Cacique Maravilha 2013 Blend – Cot (Malbec),País, Cabernet Sauvignon – Aromático, com notas de couro, chocolate e herbáceo (azeite). Na boca os mesmos sabores se confirmam e evoluem para algo mineral. Tem bom corpo, boa acidez e taninos que secam a boca.

5. Huaso Sauzal Garnacha 2012 – El Viejo Almacén –  Floral exuberante, com notas de rosas, framboesas e ervas aromáticas. Leve, delicado e equilibrado. Muito fácil de beber e prazeroso.

6. Vigno Carignan 2011 – El Viejo Almacén – A primeira impressão no nariz não agradou muito. Parecia duro e selvagem, quase que inacabado, mas com tempo ele foi arredondando e mostrando aromas mais domesticados. Evolui tanto na boca como no nariz revelando características mais frutadas, defumados, couro e sous-bois.

Essa ânsia em resgatar um modo mais natural de viver, vem como contraponto ao alto nível de desenvolvimento que a história do homem alcançou até agora. Eu acredito que tudo tem seu lado bom e seu lado não tão bom assim… No caso dos vinhos, muitas vezes me perguntam quais são os melhores vinhos que existem. E para mim a resposta mais óbvia é : aquele que mais te encanta! Existem os que amam os mais famosos, os menos, os caros, aqueles nem tanto e aqueles que defendem com todas as garras os naturais e os que os acham uma porcaria! Mas o melhor de tudo é que as possibilidades são imensas e com disposição e vontade, podemos (yes, we can!) escolher o que é bom e eu gosto e vice versa.”

Bem pessoal é isso, semana que vem tem mais! Kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí, em algum canto desta enorme e surpreendente vinosfera.

ARGENTINA TASTING EXPERIENCE 2015, VEEEENHA!

Esta dica é imperdível e uma bela noticia para os amantes de bons vinhos como você e eu! Hora de descobrir alguns grandes vinhos que os hermanos vêm elaborando e escutar o que seus principais enólogos têm a dizer sobre o atual estágio da vitivinicultura argentina. Nos últimos três anos conheci a fundo o que vem sendo feito nas diversas regiões produtoras e me surpreendi revendo opiniões, enterrando de vez Logo WofAalguns preconceitos e descobrindo sabores e emoções diferenciadas. Agora convido você a passar por uma experiência única ao, numa dose concentrada, ver um pouco disso na ATE que se realizará neste próximo dia 30 de Setembro a partir das 16:30.
São Paulo sediará o lançamento mundial desta nova iniciativa da Wines of Argentina (WofA) para apresentar alguns dos melhores vinhos daquele país. O evento contará com uma Mega Degustação às cegas, degustações sensoriais sobre diferentes temas e um espaço central com um bar que terá os vinhos premiados com medalhas de Ouro e Prata no último Argentina Wine Awards.

O Argentina Tasting Experience (ATE) se realizará aqui, na cidade de São Paulo, no Hotel 115 – Vila Madalena. O evento contará com uma Mega Degustação às cegas, degustações sensoriais sobre diferentes temas e um espaço central com um bar que terá os vinhos premiados com medalhas de Ouro e Prata no último Argentina Wine Awards. Clique ali >>>>>>>>>

O ATE será um evento dinâmico e interativo em que os participantes poderão participar de várias palestras com gente do porte dos renomados enólogos; Alejandro Vigil (Catena Zapata e El Enemigo), Sebastián Zuccardi (Familia Zuccardi), Bernardo Bossi (Casarena), Hervé Birnie Scott (Diretor da Chandon) entre outros.

SOMENTE, cerca de 150 pessoas terão a oportunidade de provar às cegas os 18 vinhosATE la Barra AWA premiados com troféu e com medalha de ouro na última edição dos Argentina Wine Awards. Outra atividade durante o dia incluirão o “BAR AWA” com 22 vencedores de medalhas de ouro e prata na AWA 2015. O evento começa às 16:30 e vai até às 23:00. Esta será uma forma inovadora de apresentar vinhos de forma descontraída e instrutiva.

Haverá também um espaço central e social, mais “lifestyle, para que os convidados possam aproveitar um cocktail exclusivo, com música e um um DJ convidado, além de um espaço de fotos cabine de fotos para aqueles que desejam ser fotografado. As entradas para o evento serão vendidas através do site https://semhora.com.br/parceiro/evento/ate-argentina-tasting-experience
Os valores são:
– Palestras (16:30 às 19:00): R$ 80,00.
– Degustação Principal (20:00 às 22:30): R$ 100,00.
– Pacote Palestras + Degustação: R$ 150,00.

Eis a lista das vinícolas participantes com a minha sugestão das imperdíveis (caso tenha que escolher apenas algumas) entre as muito boas listadas:
ANDELUNA CELLARS
BODEGA ARGENTO
BODEGA ATAMISQUE
BODEGA DEL FIN DEL MUNDO – PATAGONIA ARGENTINA
BODEGA RIGLOS
BODEGA SEPTIMA
Bodegas Salentein
CASA BIANCHI
CASARENA
DOÑA PAULA
EL ESTECO
FAMILIA ZUCCARDI
FINCA SOPHENIA
KAIKEN
LAGARDE
MASCOTA VINEYARDS
NIETO SENETINER
NORTON
PASCUAL TOSO
PROEMIO WINES
RICCITELLI WINES
TERRAZAS DE LOS ANDES
TRAPICHE
VINORUM

Sobre a WofA
Wines of Argentina é a entidade responsável pela “marca” vinho argentino no mundo. Desde 1993, a organização promove a imagem de vinhos locais no exterior, bem como ajudando a orientar a estratégia de exportação da Argentina, estudando e analisando as mudanças que ocorrem nos mercados de consumo. O seu objetivo é contribuir para a consolidação da Argentina entre os principais exportadores de vinho do mundo e contribuir para o sucesso global da indústria do vinho, procurando levantar a percepção positiva no comércio, formadores de opinião e consumidores.

Para maiores informações clique no link aqui do lado. Kanimambo e uma ótima semana a todos.

DEGUSTAÇÃO TOP DE CATENA ZAPATA

A partir das 20 horas do próximo dia 23, apresentarei na Vino & Sapore, um pouco mais da história desta importante Bodega mendocina e também de seu enólogo (Alejandro Vigil) recém listado como um dos 30 melhores e mais importantes do mundo. Com relação aos vinhos (50ml por rótulo por pessoa), vou deixar eles falarem com vocês! Somente 12 participantes (só 6 vagas restantes!), seis vinhos incríveis e um espumante especial também do produtor, para o deleite de poucos e por isso separei apenas um pequeno grupo para enviar esta primeira chamada.
 
Na frente de cada vinho, sua pontuação e o preço sendo praticado na importadora hoje.
 
Boas vindas – Tikal Alma Negra Rosado de Malbec Brut (Ernesto Catena) RP89 – R$110,00 (Sujeito a disponibilidade)
Catena Alta Chardonnay 2012 (ST92) – R$245,00
Catena Alta Malbec 2010 (RP94) – R$250,00
Catena Zapata Adrianna Single Vineyard Malbec 2009 (RP97) – R$600,00
Catena Zapata Malbec Argentino 2008 (RP98) – R$600,00
Nicolas Catena 2009 (RP95), o vinho do Homem! rs – R$600,00
Catenas TOP
 
Individualmente é puxado pensar na compra destes vinhos que cabem em poucos bolsos, porém numa degustação como esta conseguimos explorar esses ícones por uma fração! Serviremos queijo e frios com os vinhos e ao final empanadas, argentinas por supuesto! Café, água, estacionamento, tudo incluso por R$220,00 por pessoa pagos no ato da reserva. Não perca esta oportunidade, por um dia esqueça a crise e invista em sua felicidade e prazer! Reservas através do e-mail comercial@vinoesapore.com.br ou ligue para a Vino das 14 às 19 horas (11 – 4612.6343), só seis vagas restando, garanta a sua!

As Portas do Céu se Abriram e eu Entrei ou, Bordeaux Extasy!

Só figurativamente e adorei a experiência , tanto que tenho esse título pronto faz TRÊS ANOS! A experiência foi tamanha que fiquei sem palavras e sigo sem as encontrar, já que descrever emoções é sempre um exercício dos mais difíceis. Todos ou pelo menos a maior parte dos aficionados por vinho, sabe que 2009 foi um graaande ano para os vinhos de Bordeaux e em 2012 os produtores de Grand Crus estiveram em São Paulo para dar a provar alguns néctares da região. Grandes produtores, vinhos com pontuações perfeitas (100 pontos), brancos, tintos, doces, um festival hedonístico difícil de ser esquecido, daqueles que ficam na memória ad eternum.

A grande maioria, para não dizer todos, está longe dos bolsos de nós pobres mortais então minha sugestão é, tem interesse, vai viajar, traga de fora! São esses grandes vinhos que, em minha opinião, devem ser aproveitados nas viagens e, neste caso, mesmo assim precisa ter um bolso algo gordo! Para não dizer que nunca falo das estrelas, ganhei coragem e decidi compartilhar com vocês alguns destaques do que provei e que comporiam maravilhosamente uma grande degustação com uma visão regional deveras interessante, vamos lá!

Bordeaux Pessac

Pessac- Léognan – esta AOC, mesmo tendo uma maior produção de tintos, gera os melhores e mais importantes brancos de Bordeaux. Três grandes vinhos de muita classe, Chateau Carbonnieux, Chateau Pape Clement e, para mim o destaque entre eles, o incrível Chateau Larrivet Haut-Brion, uma grande forma de se iniciar uma degustação deste porte.

Bordeauxs Tintos – mesmo não sendo um expert nas apelações (AOCs) de Bordeaux, tenho as minhas regiões preferidas e na prova confirmaram na taça as razões de minhas preferências. Destas AOCs, escolhi alguns vinhos (tinha mais de 50 não dava para ver tudo) para provar e destes alguns destaques que certamente colocaria na mesa dessa imaginária degustação, caso houvesse “cascalho” o bastante para tal.

Bordeaux Saint Emilion
Saint-Émilion – Por aqui reinam a Cabernet Franc e Merlot, vinhos teoricamente mais suaves (na prática nem sempre), de menor estrutura porém de boa guarda, profundo equilíbrio com fruta mais presente e macios. Alguns grandes vinhos como os; Chateau Troplong Mondot, Chateau Pavie Macquin, Chateau Angélus e meu preferido, um dos melhores, se não o melhor, vinho do evento. O Chateau Figeac! ABSOLUTAMENTE ESPETACULAR, um daqueles vinhos que figuram entre meus TOP 10 de todos os tempos e não dá para descrever, tem que lhe sacar a rolha e desfrutar com um outro grande apaixonado por este néctares. Este já estava divino, imagino daqui a mais uns cinco ou seis anos!

Bordeaux Pomerol

Pomerol – Terra do famoso Chateau Petrus e por isso muito valorizada, gera vinhos elegantes e finos porém de maior estrutura que os de St Émilion, idade média de maturação entre 6 a 8 anos com alguns grandes vinhos de guarda. Daqui se destacaram o Chateau Clinet a quem Robert Parker deu 100 pontos. Provei, não mudou minha vida (rs), não vale a nota perfeita (que não dou a nada nem ninguém), mas é um grande vinho. Com ele, mais dois destaques, o Chateau L’Évangile e meu xodó deste AOC, o Chateau Gazin do qual tomaria garrafas se a grana permitisse. Rico, delicado e complexo, absolutamente sedutor.

Bordeaux margaux
Margaux – Nas grandes safras estes vinhos costumam se superar e é, certamente uma das mais emblemáticas apelações de Bordeaux. Mesmo tendo a Cabernet Sauvignon como protagonista, são conhecidos como os vinhos mais elegantes, perfumados e sedosos de Bordeaux, especialmente da margem esquerda. Curto os vinhos desta parte de Bordeaux! Provei algumas preciosidades, entre elas os; Chateau Angludet, Chateau du Tertre e Chateau Giscours foram destaque e são todos grandes representantes da AOC, mas o Chateau Malescot Saint-Exupery está, em minha modesta opinião, um degrau acima dos outros escolhidos e é o que eu colocaria para representar a região nesta verdadeira seleção de craques. Pura poesia engarrafada, nada a falar, só beber!!

Bordeaux Pauillac

Pauillac – Três dos cinco Premier Crus de Bordeaux, vêm desta região, vinhos algo mais potentes e muito estruturados com enorme potencial de guarda, décadas! Aqui provei menos e só dois rótulos ambos muito parelhos; o Chateau Lynch-Bages e por nariz, ficaria com o Chateau Pichon-Longueville mesmo sabendo que o melhor seria guarda-lo por mais uns 15 anos antes de abrir. O problema é que já fiz 60, então guardar vinhos ficou meio relativo! rs Graaande e complexo vinho que mostra bem todo seu potencial de guarda.

Bordeaux Sautern
Sautern et Barsac – Mais que uma apelação (AOC), uma marca mundial de excelência em vinhos doces que harmoniza maravilhosamente bem com Foie Gras (ops é proibido! rs) e queijos azuis e frutas frescas, mais que com sobremesas. Dizem que um Sautern deve ser tomado com mais de quatro anos e os bons (como estes baixo) precisando de tempo para mostrarem todo seu esplendor. Os “velhos” com trinta ou quarenta anos nas costas, dizem ser verdadeiros elixires, não sei, nunca provei, mas topo convites! rs Para encerrar em grande estilo dois grandes representantes e um que extrapola e nos deixa boquiabertos com tanto esplendor. Chateai Doisy Daëne e Chateau Guiraud, ambos excelentes, mas o Chateau Coutet é verdadeiramente um vinho classe I, de Inesquecível e Incuspível! DIVINO, um conjunto de emoções na taça indescritível, e a uma fração do preço dos mais famosos, muito próximo da perfeição!

O que pode causar estranheza é como vinhos que são de longa guarda como estes podem já despertar tais emoções e prazer hedonístico. Pois bem, o que tenho verificado ao longo destes longos anos de provas, é que a grande safra costuma apresentar esse perfil, vinhos com grande capacidade de guarda, porém já muito palatáveis desde cedo! Só para citar alguns; Safra 2007 e 2011 em Portugal, 2006 na Itália, 2005 no Chile, 2015 no Uruguai entre outros, e agora 2009 em Bordeaux. Enfim, mais uma grande experiência e as características de cada uma dessas regiões foram colhidas no livro de meu saudoso mestre e mentor, Tintos & Brancos de Saul Galvão, que segue sendo meu principal socorro em momentos de dúvida sobre nossa vinosfera.

Vai montar essa degustação, não esquece de mim não tá?! Digamos que será minha cobrança de royalties! rs Gente, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos (aqui tem leitura para todo o fim de semana prolongado)  e não esquece, dia 12 de Setembro agora tem o food truck gourmet com vinhos harmonizados saudando a França! Aguardo os amigos

Quatro Anos Sacando Rolhas Em Grande Estilo!

A Confraria Saca Rolha comemorou 4 anos no mês passado e foi uma graaaande e inesquecível noite regada a grandes vinhos e muita alegria como é de costume em Uncorking-Old-Sherry-Gillraynossos encontros. Desta feita cada dupla um trouxe de casa uma garrafa de um vinho especial, hora de meter a mão na adega! O resultado? Bem, o resultado nossa portavoz, a Raquel Santos (confreira, sommelier e enófila das boas) expõe aqui em seu gostoso texto.

“É, o tempo passa! Cada vez penso mais nessa frase….rs.. O lado bom é que quando lembramos dos encontros alegres, cheios de aprendizados e regados a bons vinhos, nos damos conta do quão prazerosos foram e a vontade de repetir nunca cessa.

Olhando para trás, vejo que foi um ano de muita diversidade. Desbravamos terras longínquas com produções exóticas, desconhecidas por nós. Outros não tão distantes, como o Uruguai que nos surpreendeu, assim como a Austrália que apesar da distância, pareceu-nos familiar. Fizemos alguns desafios, como o eterno embate entre Portugal e Espanha que mesmo dividindo um único rio (Douro/Duero), não diferem apenas no idioma! Incorporamos a crise atual na nossa pauta e tentamos nos adaptar a ela. E depois de tantas reflexões, nada mais justo que tocar no ponto primordial de tudo isso: O eterno prazer que buscamos dentro de cada taça de vinho! Foi pensando nisso que resolvemos comemorar elegendo um vinho “favorito” de cada um para compartilhar com todos. E como somos um grupo heterogêneo, diversidade é mesmo conosco!

Começamos com a generosidade do Felipe, que apesar de não poder estar ali, nos enviou um belo representante: Espumante Ferrari Perlé 2007 – Espumante italiano da região de Trento, já conhecido por nós de outras degustações, marcou presença e deixou saudade. Extremamente elegante, com sua pérlage finíssima, aromas delicados de flores, maçãs e brioches. Boa persistência na boca e complexidade. Elaborado exclusivamente com a casta Chardonnay, passa 60 meses em contato com suas lias na garrafa. Foi um belo brinde!

Eu sou apaixonada pelos vinhos brancos e por isso resolvi levar um que já faz parte da minha lista dos mais adorados: Planeta Chardonnay 2009 – Também italiano, da Sicília. Provei esse vinho a uns três anos atrás e desde então nunca mais o esqueci. Repeti a dose outras vezes e ele sempre correspondeu as minhas expectativas. Como tinha uma garrafa guardada, nada mais justo que dividi-la com amigos queridos numa ocasião dessas. Esse também feito da Chardonnay, como o espumante que bebemos antes. A mesma uva, e vinhos tão diferentes! Logo de cara, impressiona pela cor, amarelo âmbar, com uma densidade que adere à taça. Aromas quase que insolentes de frutas maduras quando exalam seu perfume ao sol, contrastando com um frescor marinho. Muito macio e ao mesmo tempo vibrante pela acidez bem balanceada. Evolui bastante na taça e sua paleta de aromas e sabores desfilam sem parar, quase que querendo nos provocar com contrastes do tipo mel e limão siciliano, pêssegos em calda e calcário, flores e amêndoas torradas…e por aí vai. Esse vinho é uma viagem em que vale a pena embarcar! niver 4 anos

E por falar em viagem, o Luiz e a Ana Cláudia tinham acabado de chegar da Toscana e nos trouxeram um belo Brunello di Montalcino: Il Poggione Brunello 2007 – Assim, continuamos na Itália o que, em dia de festa é garantia de alegria! E esse Brunello não negou fogo e ainda por cima adicionou muita sofisticação ao ambiente. Começou exalando perfume de rosas e frutinhas de bosque. Mostrou-se tão equilibrado que deu trabalho para decifrá-lo em partes. Corpo macio, com presença de frutas, especiarias, madeira bem colocada e um certo terroso (sur bois). Acidez que evidencia hora um detalhe, hora outro, criando uma dinâmica nas sensações. Taninos aveludados e final persistente, com muita evolução.

O próximo chegou para roubar a cena. Um Rioja apresentado pelo Fábio Gimenez, que gosta dos espanhóis, começou falando baixo, porém com uma eloquência educada, sedutora e carismática: Ramirez de la Piscina-Crianza 2007 – Um típico riojano, feito de 100% Tempranillo. Passa 14 meses em barricas e 8 meses na garrafa antes de ser comercializado. Muito bem feito, equilibrado, com boa acidez, fácil de tomar. Apresenta tanto no nariz como em boca, notas de frutas vermelhas, como cerejas(ao marrasquino), tabaco e madeira. Para acompanhar uma longa conversa.

Eis que surge o português! Obviamente pelas mãos do João Filipe Clemente, nosso anfitrião. E chegou com classe: Mouchão 2001 Tonel 3 e 4 – Um alentejano ícone! De um vinhedo centenário, onde as mudas da casta Alicante Bouchet foram recuperadas, e o conceituado enólogo Paulo Laureano percebeu que o vinho dos tonéis 3 e 4 era melhor que todos os outros. Apenas esses tonéis eram feitos de carvalho português e macacauba brasileira. O vinho, bem…..o vinho….o que poderia dizer dele? Todo o dito seria pequeno. Dentro daquela garrafa tinha muito esforço para recuperação um vinhedo extinto, que junto com uma intuição genial e conhecimento de causa resultou naquele néctar macio, redondo, dócil e generoso. Um vinho amigo para celebrar amizades.

Pensando nisso, nosso amigo Marc, que dias antes estava em Mendoza, nos contatou para uma sugestão de vinho que pudesse trazer de lá, para nossa comemoração. Foi-lhe sugerido um Nosotros Malbec da bodega Domínio del Plata de Suzana Balbo, que tivemos o prazer de conhecer no ano passado. Chegando lá, uma das enólogas sugeriu um Nosotros Sofita, que ainda não conhecíamos. E fomos à prova: Nosotros Sofita 2010 – Top de linha da Bodega que celebra o esforço de todos que trabalham para criar os vinhos durante todo ano. Elaborado com Malbec, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, pareceu-me bem diferente que o varietal de Malbec. Mais sutil e elegante, porém sem perder a “raça” que é o ponto forte desses vinhos. Apresenta bastante chocolate, café e caramelo, tabaco, juntamente com frutas vermelhas. Apesar de intenso é fresco e agradável com boa acidez e taninos presentes bem maduros.

Até então, seis vinhos se passaram, mas ainda faltava o Porto que o Aristides trouxe para encerrar a noite com chave de ouro: Porto LBV Ferreira 2005 – Nada pode dar maior sensação de conforto do que uma taça de Porto! (até rimou!) Depois de tantas estripulias sensoriais, o aconchego do calor, dos aromas de chocolate e nozes, a textura macia e envolvente com sabores frutados e doces que ali convivem tão bem, são tão reconfortantes que tem até efeito terapêutico. E depois de uma noite dessas, o que mais podemos querer? Apenas repetir, e repetir e mais vezes repetir!”