Degustações

Sacando Rolhas de Vinhos Uruguaios

Mais uma vez a Confraria Saca Rolha viajou por águas desconhecidas para a maioria, os vinhos do Uruguai. Gosto bastante do estilo dos vinhos deste simpático país, algo mais tradicionais com uma tocada mais europeia do que novo mundista já tendo escrito aqui sobre ele, já faz um par de anos! Não é só de Tannat que o mundo vitivínicola uruguaio é composto, porém nossa experiência deste encontro se debruçou sobre ela e alguns blends onde ela é protagonista. Ainda faremos outras incursões por estas terras, mas hoje a surpresa foi grande, pois ninguém botava muita fé não! Eis o que nossa porta-voz, confreira e amiga tem a compartilhar conosco sobre mais esta gostosa noite!

Quando decidimos escolher os vinhos do Uruguai como tema do nosso encontro, confesso que senti pouco entusiasmo geral da turma, ou mesmo uma postura “burocrática”, como quem pensa: Afinal, temos que conhecer de tudo!

O Uruguai é um país pequeno, que faz fronteira com o Brasil e Argentina. Tem sido destaque na mídia, seja pelo estilo de governo implementado por seu ex-presidente, José Mujica, ou como a nova rota turística que tem atraído muitos visitantes, que agora não mais procuram só cassinos ou praias. Entre polêmicas e excentricidades que caminham na contra mão das altas performances, tecnologia de ponta, consumo sem freios, via-se uma ação mais voltada ao humano, simples e verdadeiro. O fato é que o Uruguai está na moda e o franco desenvolvimento do enoturismo faz parte de tudo isso.

A historia da vitivínicultura no Uruguai começa em 1870, quando os imigrantes bascos trouxeram mudas da cepa Tannat. O clima temperado com influência marítima do Atlântico e do rio da Prata, o solo argiloso e calcário, garantindo a drenagem, os ventos das correntes marítimas dissipando o alto índice de umidade, favoreceram o desenvolvimento das vinhas. Atualmente a Tannat que tem como berço o sudoeste francês (Madiran), é sua uva ícone. Sua principal característica é a tanicidade, por isso o nome, muito presente. Pode-se comparar até com a Baga portuguesa, cuja vinificação exige muito trabalho para domá-la. É sempre um desafio transformá-la em vinhos dóceis e macios.

Chegada a data, já com a seleção dos vinhos feita, partimos para desvendar essa terra ainda desconhecida.
Para preparar as papilas, tivemos o elegante espumante italiano Contessa Borghel Rosé Dry. Sua delicadeza com aromas de rosas e frutas de bosque nos colocou no ponto inicial do que vinha pela frente.

Saca Rolha Uruguai

A principal região produtora, Canelones, fica ao sul do país, próximo à Montevideo. E o primeiro vinho veio de lá: Pisano – Rio de los Pájaros – Tannat 2011.
Sutil no nariz demonstrando alguma fruta e traços defumados. Na boca é bem equilibrado, com boa acidez, taninos macios e bom corpo. Evolui bastante na taça. Fácil de beber.

A região de Carmelo, à sudoeste, tem se desenvolvido muito nos últimos tempos por conta do turismo nos arredores de Colônia do Sacramento. Com pequenos produtores investindo no local, apareceram novas vinícolas e entre elas está a Narbona que tem a assessoria do enólogo Michel Rolland. Narbona Blend I 2013 é um vinho assinado por ele, cujas variedades e safras não são divulgadas (faz parte do marketing). A cor intensa e aromas complexos reforça esse mistério. A princípio aparecem aromas de tabaco e cacau. Depois vai se abrindo num leque intenso e bem amalgamados de frutas em compota, defumados e algo mineral. Na boca tudo isso se confirma com um toque alcoólico que se evidencia, sem atrapalhar o equilíbrio. Muito aromático e longo.

A família Carrau tem grande tradição na produção de vinhos na região de Rivera e em Canelones (39 kms de Montevideo) onde se encontram seus primeiros vinhedos. Rivera, por outro lado, está localizada no centro-norte do país, quase na divisa com o Brasil. Bodegas Carrau – Grand Tradicion 1752 foi uma edição comemorativa aos 250 anos de existência da vinícola. Essa safra, de 2010 mescla as melhores uvas Tannat, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc obtidas no ano. O resultado foi um vinho delicado, com elegância e sutileza. Mostra equilíbrio com taninos muito finos, acidez e corpo médios. Vale ressaltar que durante a degustação ficou a impressão de tratar-se de um vinho inferior. Mas a meu ver ele ficou prejudicado pela forte presença e opulência do anterior. Isso acontece quando comparamos vinhos e mostra que a interferência da situação deve ser levada em conta.

A região de Maldonado, já em direção às praias banhadas pelo Atlântico, bem conhecida pelo turismo próximo à Punta del Leste, também tem se desenvolvido na área vitivínicola. A Alto de la Ballena é uma nova bodega, estabelecida nos anos 2000 nessa área, e teve sua primeira colheita em 2005. Um dos destaques da sua produção nos foi apresentado: Alto de la Ballena – Reserva Tannat/Viognier 2010.
Muito aromático, cheio de flores e frutas. Leve tostado e frescor mineral. Na boca mostrou-se bem equilibrado, com taninos presentes, corpo com muita fruta e acidez que fez salivar. Evolui bem na taça realçando a madeira bem colocada, com especiarias e final herbáceo.

Também da região de Canelones, a Bouza Bodega Boutique se destaca como produtora familiar que investe numa pequena escala de produção em prol de qualidade. Elaborado com 100% Tannat, provenientes de uma única parcela dos vinhedos:Tannat A8 Parcela única 2011.A cor muito escura e a densidade quase sem transparência já chamou a nossa atenção de imediato! Nariz complexo, mostrando sua passagem por madeira, onde os aromas tostados e de especiarias dão abertura para os vários que ainda vieram na sequencia. Quando provamos dava até a sensação de viscosidade, pelo grande volume que apresentava em boca. Os taninos bem presentes, equilibravam-se na mesma proporção com a acidez. Um vinho “musculoso”, potente, que sustentaria muito bem uma refeição com carnes gordurosas, defumados, queijos maturados, etc. Muito bem feito e agradável, apesar da sua robustez, que mostra à que veio.

Definitivamente, acho que aquela pré- disposição de pouco interesse em conhecer os vinhos do Uruguai, caiu por terra com tanta qualidade na taça! O clima propício, continental de influência marítima(que vai desde ao norte do país com verões quentes e invernos muito frios, até à beira do estuário do rio da Prata), já foi até comparada com a mesma situação geográfica existente em Bordeaux. E apesar das comparações, sua história é única, assim como seus vinhos. Seja pela simplicidade de seu povo de alma camponesa, espírito de luta, ou pelas paisagens pampas com horizontes a perder de vista. O desejo de conhecer muito mais esse país que tem nos surpreendido tornou-se maior. E tudo isso por conta do que vimos refletido dentro daquelas garrafas.

O. Fournier, Uma das Gratas Surpresas de 2014

José manuelNo ano passado tive a oportunidade de participar de uma degustação promovida pela Vinci Importadora para a imprensa e especialistas do setor, em que fomos apresentados ao José Manuel Ortega Fournier, proprietário dessa vinícola ou melhor, grupo vitivinícola já que possui vinícolas na Espanha (originalmente), Argentina (onde hoje reside) e ultimamente, Chile e a seus vinhos. Fazia tempo que buscava essa oportunidade e o que provei foi bem além do que previa, uma grata surpresa que comentarei em diversas etapas.

1 – A qualidade presente de forma uniforme em tudo o que provamos e não foi pouco. Depois ainda me aventurei por seus gama de entrada (linha Urban) que confirmaram as impressões dos vinhos de gama mais alta. Importante isso, porque fazer vinhos top todos fazem de uma forma ou de outra, melhores ou piores, mas com quantidades menores de produção e alto custo, fica mais fácil. Produzir um bom gama de entrada com preço justo não é para todos!

2 – O José Manuel, uma personalidade e tanto. Franco, direto, sem floreios e ciente do que faz sempre buscando o melhor e a imprimir a seus vinhos um estilo próprio. Sua bodega em Mendoza é um claro exemplo disso e sua gentileza ao nos oferecer um regalo de final de evento que me seduziu, uma prova de Magnum A-Crux 2001, adorei, ou melhor, adoramos!

3 – o uso de uvas ibéricas pouco usuais em Mendoza; a Tempranillo e, especialmente, a Touriga Nacional. Vinhos muito interessantes e diversos do main stream, vinhos com personalidade própria que me seduziram. Gosto dessa busca pela diversidade.

Foram nove os vinhos provados, um mais saboroso que o outro e alguns grandes vinhos que me fizeram ver o quão poucos produtores e vinhos conseguimos conhecer ao longo de nossas vidas e olha que eu provo bastante! Eis um resumo dos vinhos provados e seus preços em US Dólares já que a Vinci, como a Mistral, trabalham com taxa do dia.Celular 29-09-14 003

Começamos por dois Sauvignon Blanc, o B-Crux Sauvignon Blanc (USD40,00) de Mendoza e o Alfa Centauri (USD67) do Vale do Leyda no Chile com passagem por barricas de carvalho. Ainda não consegui provar um Sauvignon Blanc varietal com passagem por madeira que me agradasse e sigo dessa forma, pois o vinho ficou algo pesado, mas tem gente que se encantou. Preferi o de Mendoza que apresenta mais tipicidade da uva com bastante frescor e grama molhada presente, gostoso de beber.

B-Crux Blend 2009, um vinho que me encantou pois afora usar 50% de uvas ibéricas (Tempranillo e Touriga Nacional) no blend, o resto é Malbec, foi uma enorme surpresa saber que a Touriga também está em Mendoza! De gama média alta, frutado, sem excessos, boca de boa estrutura e complexa, taninos finos presentes, um vinho de muita personalidade com um preço condizente com a qualidade ofertada, USD50,00. Belo vinho e aquele que eu poderia pagar, então minha melhor relação Qualidade x Prazer x Preço entre os tintos provados.

Alfa Crux Blend 2006, um senhor vinho onde a Tempranillo é protagonista tendo a malbec (25%) como coadjuvante. Vinho de alta gama com 20 meses em barricas novas que apresentava chocolate logo á primeira fungada (rs)! Taninos finos, boca redonda sem arestas, muito diferente do que se espera de um vinho mendocino e adoro surpresas destas mesmo não sendo mais para meu bolso, USD86,00. Vinho denso na boca, cremoso, acidez bem balanceada, final apetitoso que pede bis.

Alfa Centauri Blend 2008 é do Maule, chile e combina cabernet Sauvignon, franc e merlot, este último com um porcentual menor. Excelente vinho que passa 18 meses em barricas novas francesas e já custa USD100,00. Entrada de boca deliciosa e sedutora, um vinhaço que ainda vai crescer muito nos próximos três ou quatro anos quando o gostaria de revisitar. Muito equilíbrio e complexidade num estilo bem europeu (tradicional) de ser!

O. Fournier Clipboard

O. Fournier 2008, também do Maule e agora já entramos na seara de vinhos top do produtor. O corte por si só já é inusitado, Cabernet Franc (80%) e partes iguais de Cabernet Sauvignon e Carignan com passagem de 17 meses em barricas novas francesas. Elaborado só com uvas de vinhedos entre 60 a 120 anos plantadas em pé franco. Perfumado, frutos negros, taninos finos (marca registrada pelos vistos), complexo, fresco e sedutor. O meio de boca é tão saboroso que você tende a o deixar lá por um tempo a mais que o normal para só depois o deixar escorregar pela garganta. Para quem tem USD189 para bancar uma garrafa destas, eu recomendo, gamei!!

O. Fournier Ribera del Duero 2005, chegamos na Espanha e em mais um vinho top da casa com outra pegada. Tinta del país (tempranillo) 100% e 20 messes de carvalho francês é um vinho que mesmo com nove anos de vida ainda mostra muita jovialidade e promete evoluir por mais anos a fio. Concentrado, escuro, meio de boca algo mineral, carnudo, um vinho que exala o terroir de Ribera del Duero e o menos pronto a tomar de todos mesmo sendo o mais velho, com preço também na casa dos USD 189.

Urban Carignan 2011 elaborado com uvas de vinhedos com 80 anos no Chile foi uma solicitação adicional do José Manuel para que provássemos também o outro extremo de sua gama de vinhos, o de entrada. Custa USD24 e o vinho é realmente uma enorme surpresa valendo cada centavo. Posteriormente provei um Urban Tempranillo/Malbec de Mendoza e foi outro vinho que me agradou muito. Penso que quem consegue produzir bons vinhos nesta faixa de preços, certamente produz bons vinhos nas gamas acima e o inverso nem sempre é verdadeiro. Se quiser conhecer o perfil de um produtor, prove seus vinhos de entrada!

Ainda tinha mais, uma surpresa e uma enorme gentileza de José Manuel para os jornalistas, colunistas e blogueiros de vinho presentes a esta deliciosa degustação, um delicioso, fino e elegante exemplar de Alfa Crux 2001 em garrafa magnum, seu primeiro vinho produzido em Mendoza do qual sobram poucas garrafas no mundo e que detem um Troféu de Melhor na Categoria na Wines of Argentina Awards. Tempranillo de 70 anos de idade, Malbec de 80 anos e Merlot de vinhedos mais jovens. Acidez bem presente ainda mostrando que ainda terá alguns anos pela frente, fino, sofisticado, daquele estilo de vinho que deveria vir á mesa de fraque e cartola. Um regalo e um privilégio que fazem os caminhos por nossa vinosfera valer a pena.

Alfa Crux Magnum 2001 Clipboard

Hoje compartilhei com vocês mais uma experiência que ficou marcada em minha memória, os verdadeiros vinhos de grande persistênca, e que me levou a combinar uma degustação especial com ele (salvo algum imprevisto) em sua bodega em Abril, feriado de Tiradentes, quando quem for comigo poderá confirmar, ou não, se meu entusiasmo tem fundamentos. Cheers, Kanimambo e seguimos nos encontrando pelos caminhos de Baco!

Sacando a Rolha de Mais Brancos!

Uncorking-Old-Sherry-GillrayNas confrarias estamos sempre na busca de novas experiências e sabores, sendo que desta feita, nossa reunião de Janeiro da Confraria Saca Rolha, decidimos explorar a diversidade dos vinhos brancos e finalizando com um clássico que surpreende pelo ótimo preço. Adoro vinhos brancos e a diversidade de uvas é imensa para só ficarmos provando sempre as mesmas cepas, “navegar é preciso” então lá vamos nós em mais uma viagem e a nossa porta voz, confrade sommelier e acima de tudo amiga Raquel Santos, nos relata sua visão de mais esse gostoso encontro de confrades amantes de vinho e seguidores de Baco!

“Muito se tem falado de vinhos brancos, que são perfeitos para o nosso clima tropical, já que são refrescantes e leves, certo? Pois bem, eu sou daquelas que defendem o vinho branco até no inverno. Alguns deles, além dessas características refrescantes, são densos, alcoólicos e nem tão leves assim como sempre imaginamos.
Mas como praxe é praxe, tenho acompanhado muitas degustações nesta época calorenta que estamos passando, de muitos vinhos brancos. A nossa confraria não foi diferente. No mês de Janeiro foi a chance de experimentarmos vinhos ainda desconhecidos por nós e constatarmos que apesar de tantas experimentações nesses anos todos, sempre terá alguma uva, alguma região ou produtor inédito para serem decifrados.Ferrari Perle

Para iniciarmos o ano, nada como um belo espumante italiano, da região do Trento: O Ferrari Perlé 2007, elaborado pelo método clássico é daqueles que enche a boca ( e a alma ). Muito cremoso, com aromas de fermento e acidez na medida. Uma alegria!

Foram escolhidos seis exemplares de uvas e regiões diferentes:

Beade Treixadura1. Bodegas A Portela – Beade Primaccia – Treixadura 2012.
No noroeste da Espanha, a Galícia ( D.O. Ribeiro )faz fronteira com Portugal na região do Minho. O clima tem grande influência do Atlântico onde os ventos marítimos criam um ambiente fresco e úmido e a vegetação é abundante. Isso é reconhecível nos seus vinhos brancos onde o frescor e a exuberância aromática aparece quase sempre. Esse, elaborado com a variedade Treixadura mostra bem essa característica, com aromas de frutas tropicais que se fundem com uma mineralidade (gasóleo). Com bom corpo, acidez que sustenta o seu frescor, porém no final, talvez por conta da temperatura, sobra um pouco de açúcar residual.

2. Quinta de Linhares – Branco Avesso 2012.Linhares Avesso
Da região do Minho, com as características climáticas semelhantes às da Galícia só que do lado de Portugal. A variedade Avesso é típica dessa região e compõe os vinhos verdes juntamente com a Alvarinho, Loureiro, Trajadura, entre outras. Esse, elaborado com 100% Avesso o que não é comum, tem ótima estrutura, bom corpo e uma acidez tendendo para o metálico. Muito delicado no nariz com aromas florais e cítricos.

Tunella Rjgialla3. La Tunella – Rjgialla 2012.
O nome do vinho faz um trocadilho com o nome da casta ( Ribola Gialla ), nativa do Colli italiano, que são as colinas localizadas no nordeste da Itália, na fronteira com a Eslovênia. Os vinhedos produzem na sua maioria, vinhos brancos secos e límpidos, com muito frescor e acidez acentuada devido ao clima de altitude, nos pés dos Alpes. Esse vinho não foge à regra: Muito fresco no nariz, com notas florais, baunilha e frutas cítricas. Ataque cremoso na boca sem perder a crocância. Sensação de morder uma maçã verde suculenta!

4. Valdesil – Godello – sobre lias 2009.Godello
Também da região da Galícia ( D.O. Valdeorras ), produzido com uvas Godello provenientes do mais antigo vinhedo plantado nas encostas de xisto. Depois da fermentação em inox, passa 5 meses em contato com as borras. Isso agrega nuances de aromas e sabores muito complexos a ele. À primeira vista mostra-se bem seco e duro. Mas dando-lhe tempo para evoluir na taça, aparecem todas as camadas de aromas florais de verão, sabores de frutas brancas e delicadas como pera, marmelo e um leve toque amendoado. Na boca tudo isso se confirma com muito equilíbrio e estrutura entre os pilares da acidez e corpo.

Kerner5. Abbazia di Novacella – Kerner 2012.
Esse vinho já havíamos provado numa outra ocasião, junto com Riesling. Este Kerner é uma uva plantada na Itália/Alto Adige, produto do cruzamento da Trollinger (Schiava ) e Riesling, e que se encontra mais presente na Alemanha de onde ela é originária. O resultado é como um Riesling mais encorpado, frutado , sem perder a típica mineralidade e frescor da casta. É sempre interessante comparar o mesmo vinho em contextos diferentes. Aqui neste caso estávamos buscando vinhos frescos que fossem agradáveis no verão. Já na outra degustação em que ele esteve presente, queríamos harmonizar vinhos Riesling com comida alemã (eisbein com chucrute). Ou seja, aquela comida pesada, com muita gordura, típica dos países frios. Em ambos os casos ele deu conta do recado com galhardia.

6. Domaine Servin – Vaillons Chablis Premier Cru 2011.Servin Chablis 1er cru
E para terminar não podíamos ficar sem aquele que é considerado o maior representante dos vinhos brancos mais secos, frescos e elegantes da nossa vinosfera. Notem que é o único deles que não mostra o nome da uva no rótulo. Os vinho da região demarcada de Chablis, fica à noroeste da Bourgogne onde todos os vinhos brancos são elaborados com a Chardonnay. O que os diferenciam é exatamente o terroir. O solo de Chablis é extremamente calcário e os vinhos ganham uma tipicidade única. Esse não fugiu à regra e mostrou-se seco, com uma acidez incrível, que deixou escapar apenas uma fruta tropical madura ( abacaxi ) que não é muito comum aparecer nestes vinhos.

Se queríamos conhecer coisas novas para o verão, essa seleção foi só uma amostra. Penso que uma bebida refrescante, que acompanhe bem um aperitivo num dia ensolarado, uma refeição leve ou mesmo sozinho, deve ter uma graduação alcoólica baixa. A sensação de calor que sentimos quando ingerimos o álcool depende da sua graduação. Portanto quanto mais baixa ela for, menos nos aquece e vice versa. Infelizmente essa informação nem sempre está explicitada no rótulo. Esses seis vinhos que provamos, apesar de serem bem refrescantes, apresentaram uma complexidade a mais, seja pela personalidade do seu terroir ou pelas características da própria uva. Neste caso, mais uma vez fomos surpreendidos.

O que fica claro é que o velho padrão conhecido: vinho branco que combina com climas quentes e vinho tinto que combina com o frio, foi por água abaixo! Vinho é vinho e ainda bem que são muitos! Quem sabe possamos fazer um dia, uma degustação de tintos para o verão? Quem viver, verá!”

Loire o Jardim da França e Eterno Desconhecido no Brasil

O Loire é uma das mais lindas regiões da França produzindo vinhos excelentes porém um pouco fora da curva no gosto novomundista de vinhos potentes e viris. Estamos aqui diante de vinhos que primam pela finesse, pela elegância, pela sutileza mais do que pela força bruta e, talvez por isso ou pelos preços algo mais salgados, bastante desconhecido de nossa vinosfera tupiniquim.

Para mostrar um pouco da região e dos vinhos de lá, montei uma degustação temática que mostrará um pouco da região e, especialmente, seus principais vinhos. Veja só:

Dia 26 de Fevereiro, a partir das 20 horas, a primeira grande degustação temática do ano que realizarei na Vino & Sapore (Granja Viana) quando conheceremos melhor a região do Loire, suas principais AOC’s, suas uvas e seus vinhos ainda tão pouco explorados no Brasil. Nesta degustação temática com prova de alguns vinhos de muita qualidade escolhidos por mim especialmente para este evento, faremos uma visita virtual à região.

Loire
A região é especialmente pródiga nos vinhos à base de Sauvignon Blanc, de Chenin Blanc, da Muscadet (não confundir com Moscato) e de Cabernet Franc. Na taça, vamos provar a enorme diversidade de estilos e ver como uma mesma uva pode gerar espumantes, vinhos tranquilos secos, meio doces e doces com a mesma graça e qualidade. Como parceiros nesta empreitada, a Premium Wines, importadora que possui um dos melhores portfolios de vinhos da região, a Decanter e Vinci.

  • Vigneau-Chevreau Vouvray Brut (R$115,00) – PremiumSorry sold Out
  • Carré Muscadet Chasseloir Maine-et-Sévre sur lie 2013 (R$96,00) – Premium
  • Fournier Sancerre l’Ancienne Vigne 2011 (R$180,00) – Premium
  • Chateau de Tracy Mademoiselle T Pouilly-fumée 2012 (R$159,00) – Decanter
  • Domaine Huet Vouvray Sec Clos du Bourg 2011(R$214,00) – Premium
  • Pensée du Pallus Chinon 2009 (R$180,00) – Vinci
  • Domaine Huet Vouvray Moeilleux le Haut Lieu 2009 (R$269,00) – Premium

A região é berço da Tarte Tatin, então encerraremos o evento com o vinho doce Moielleux da Huet harmonizado com a célebre torta elaborada pelo amigo Ney Laux. Ao final, cada participante receberá um CD com imagens da região. Tudo isso por apenas R$135,00 por pessoa com café e estacionamento inclusos, pagos no ato da reserva.

Cheers, bom feriado e se alguém souber de um espaço em Sampa onde possa vir a realizar algumas destas degustações (tem gente reclamando que só faço na Granja Viana), me avise! Procuro um espaço onde possa reunir de 14 a 24 pessoas, eventualmente com comida. Kanimambo e um ótimo carnaval para todos. Eu estarei trabalhando, até porque alguém precisa matar a sede dos foliões né?!

* Eventuais troca de rótulos por produto similar ou superior poderão ocorrer.

Só Vinhos Tops nas Taças dos Confrades do Saca Rolha!

Final de ano é época em que as confrarias quebram seus porquinhos e torram suas economias provando grandes vinhos! Este ano não fugiu à regra e cada uma das cinco confrarias que administro chutou o balde com muita classe e joie de vivre! A Saca Rolhas, da qual faço parte também, nos permitiu (todos os 12 participantes) provar alguns grandes vinhos numa noite encantadora, uma verdadeira esbórnia enófila! Eis o que a nossa porta voz, confreira e amiga Raquel Santos, tem a nos dizer sobre suas impressões pessoais sobre estes vinhos que encantaram e seduziram a maioria!

Mais um ano que se foi, e ainda bem que sempre tem “aquele” vinho que ainda não conhecemos e queremos saber qual é a dele! Já que o clima era de festa, resolvemos levar alguns convidados a mais para garantir a animação. Além dos da casa, recebemos convidados da Turquia, Espanha, Portugal, etc…

Começamos muito bem, como sempre, com um belo espumante:
Cave Geisse Terroir Nature 2009. Esse é aquele que impressiona os paladares mais exigentes. Quebra todos os preconceitos em relação ao vinho nacional, e confunde aqueles que só se arriscam nos padrões das grifes internacionais. Vale lembrar que a qualificação “Nature”, significa que estamos falando do mais seco dos espumantes, ou seja, tem no máximo 3g de açúcar residual por litro. Eu particularmente acho a mais sincera expressão que um vinho espumante pode oferecer. Não que eu não goste de doçuras, mas acho um sabor muito fácil de assimilar, que costuma mascarar a percepção de todos os outros, se não estiver em perfeito equilíbrio com seu contraponto: A acidez. Sempre penso na sorte que nós brasileiros temos, de ter nosso solo/clima propício para esse tipo de vinho. Duas tacinhas e a festa já está estabelecida. E com qualidade garantida!

Foi nesse clima que fomos apresentados ao nosso convidado Turco.
O nome dele era Sarafin – Sauvignon Blanc 2013, do produtor Doluca. Apesar da expectativa de algo exótico, mostrou-se um típico Sauvignon Blanc. De cor bem clarinha, com um leve reflexo rosado, a primeira impressão foi o aroma exuberante, com muito frescor, de grama cortada e cítricos. Um misto de casca de limão com grapefruit e lima da pérsia, que evolui para sabores calcários, minerais bem fundidos com ervas aromáticas e especiarias (baunilha). Muito persistente na boca e refrescância que pede um novo gole.

Partimos então para o primeiro tinto da noite. Veio para ajudar nossa concentração, já que estávamos um pouco dispersos…. Alguns vinhos tem essa função, e um português do Dão tem sobriedade suficiente para nos colocar na terra. Com muita sutileza, foi mostrando à que veio. Corpo médio, madeira bem incorporada, taninos bem delicados e longo na boca. Aos poucos foi se mostrando com muita retidão e personalidade. Acidez que fez salivar e deu vontade de comer. Seria um ótimo companheiro para refeições. Quinta dos Roques, Garrafeira 2003.

E quando eu estava bem focada naquela taça, foi-nos apresentado o próximo: Aalto 2006. Esse nome soou nos meus ouvidos como uma música! Já havia provado um tiquinho desse vinho há algum tempo atrás, e nunca mais o esqueci. Já flertei com ele nas prateleiras de algumas lojas com sérias intensões, mas nunca fui às vias de fato. É um vinho caro, muito bem feito, pelo renomado enólogo Mariano Garcia ( Vega Sicília ), que segue a nova tendência em Ribera del Duero: Vinhos encorpados, mas mantendo a leveza. Ótima acidez que proporciona um frescor cativante, com muita personalidade e elegância.

Junto com ele, estava um outro espanhol, só que este da região de Rioja. Apesar se serem regiões próximas, possuem características bem diferentes, que dividem sua notoriedade na Espanha; à beira do rio Duero nascem vinhos classudos, com um ar de modernidade e quase sempre colocados entre os melhores do mundo, em Rioja, à beira do rio Ebro, a produção é mais tradicional, com ares de austeridade e mais voltada à expressão do seu terroir. Esse Rioja era um La Rioja Alta Gran Reserva 904 – 2001, que mostrou muito bem toda sua tipicidade. Cor granada profundo, com halo alaranjado, demonstrando seu tempo de maturidade. Aromas vibrantes com notas de couro, cacau, café e frutas que iam se revezando como uma seção de fotos. Bem estruturado, com frescor e taninos bem colocados, domados pelo longo estágio em barricas de carvalho.

Só TOPS Dez 2014

E mais uma vez, para colocarmos o pé no chão, chegou um português, desta feita do Douro. Desconhecido do todos que ali estavam, se apresentou e foi muito cortês e educado. Quase não emitia opiniões e parecia que gostava mais de ouvir a nossa conversa. Com o passar do tempo, foi relaxando e ficando mais doce, como um caramelo. Mas nem um pouco enjoativo ou pesado. Tinha uma boa acidez ao fundo que combinava todos os sabores ( frutas negras, como ameixas e amoras ), num corpo médio e fácil de beber. O nome dele era Mazouco Reserva 2012.

Festa rolando solta, e partimos para o 7º vinho da noite! Muita expectativa na entrada triunfal do brasileiro: Casa Valduga Gran Reserva Storia 2005. Esse vinho mereceu destaque no mercado e à partir daí tornou-se um ícone nacional pela qualidade, e realmente cumpre o que promete. Já havíamos provado o 2006 na nossa primeira degustação desse ano (Merlots Premium Brasileiros às cegas), e novamente não nos negou o prazer esperado: Muito equilibrado, com bom corpo que sustenta frutas carameladas, chocolate, café e um tostado no final. Ainda com muito tempo de vida pela frente! *(para mim de longe o melhor Storia já produzido e talvez tenha alcançado seu auge agora – melhor prova das quatro que já fiz desta safra – mesmo com ainda alguns bons anos de vida pela frente mostrando que todos os outros já produzidos após esta primeira safra estão a léguas de distância atrás dele)

Já podíamos nos dar por satisfeitos, mas sempre tem alguém querendo mostrar coisas novas. Partimos então para a Austrália, de onde veio um Shiraz muito interessante: John Duval Entity 2007. O enólogo que dá nome ao vinho, foi o criador dos premiados Penfolds Grange, que nos anos 90 mereceram destaque mundial, quando se equipararam com os “grandes” do velho mundo. E realmente mostrou-se muito elegante. Com o primeiro ataque bem seco na boca, um toque mineral que se funde com frutas maduras dando-lhe corpo e temperado com especiarias. No final um leve defumado mostrando a madeira bem colocada. Um exemplo de como o menos é mais, com muita categoria. O da safra de 2012 entrou nos TOP 50 vinhos de 2014 da Revista Decanter.

A essa altura já estava passando pela cabeça de todos, os bons vinhos que conhecemos durante o ano. E como não podia faltar um italiano nessa festa, chegou o Barbaresco Piero Busso 2008, para nos lembrar da deliciosa degustação de julho (Um encontro do Saca Rolha com a Nebbiolo). Foi bem interessante o reencontro com esse vinho, num contexto diferente. Aqui, onde o foco foi a diversidade, ele me pareceu mais descompromissado com suas esperadas características de personalidade. Sem deixar a elegância de lado, pareceu mais leve, fácil de beber e adaptável à qualquer situação.

Finalmente, para encerrar nosso último encontro do ano, um vinho recém chegado do Porto para adoçar nossos encontros e fortalecer nossos laços de amizade. O escolhido foi um Taylor’s Tawny 20 anos, que acompanhou muito bem um Panettone Loison Clássico, perfumado e úmido. O vinho, servido na temperatura correta, tinha aquela cor âmbar, típica dos Tawny, pelo seu longo envelhecimento em cascos de carvalho velho. Seus aromas de frutas secas, amêndoas, nozes e principalmente figo Ramy, me fazem lembrar o Natal. Essas referências das frutas invernais europeias, que foram trazidas por nossos antepassados. E mesmo aqui nos trópicos, não conseguimos ficar sem elas, apesar do calor. Acho que nem devemos, pois assim como foi esse encontro com a diversidade do mundo, o vinho nos leva sempre para onde queremos estar. E assim como nos alegramos ao ouvir um estouro da rolha dos espumantes, podemos também sentir a melancolia das lágrimas que escorrem numa taça de Porto. Que venha 2015!

Os Grandes da Patagônia

CAM00797Depois de um dia intenso em que terminamos jantando no La Toscana, um belo restaurante em Neuquen, com Julio Viola e os vinhos da Fin del Mundo, tínhamos mais um dia de muitas descobertas pela frente. Antes porém, preciso falar desse jantar onde pela primeira vez comi rinones por indicação do amigo Didu. Muito bom!! Uma consistência diferente (me pareceu moelas), e o prato dava para três, sem chance de terminar.
Para acompanhar o jantar tivemos a companhia do Julio que nos apresentou alguns vinhos da Fin del Mundo e da NQN (Malma) bodega recentemente comprada por eles e que iríamos visitar no dia seguinte.

Muito bom espumante extra-brut á base de chardonnay com Pinot Noir para nos preparar o palato para o que estava por vir. Vinhos potentes e o famoso Fin del Mundo Blend segue não me encantando mesmo fazendo a cabeça de muitos, sei bem disso. Sigo preferindo vinhos menos excessivos e a este há que se lhe dar tempo para que encontre seu equilíbrio, coisa nem sempre fácil de executar. Dos vinhos que tomamos nessa noite; Fin del Mundo Reserva Chardonnay, Malma Finca La Papay Pinot, Fin del Mundo Single Vineyard, Fin del Mundo Single Vineyard Pinot 2010 e o Special Blend, tenho que confessar que meu coração bateu mais forte com o Sinlgle Vineyard Pinot e o Cabernet Franc que “maridou” perfeitamente com os rinones! Cansados, nos arrastamos para a van que nos esperava para nos levar ao hotel e um merecido repouso.

Temprano, saímos para visitar as bodegas Fin del Mundo e NQN, uma do lado da outra, e me deparei com algo que nunca tinha visto, escondidos atrás de uma cortina de alamos 800 hectares de vinhas e cerca de 9 milhões de litros de vinho de todas as gamas. O verdadeiro significado de “indústria do vinho”. Adorei a coleção de barricas antigas pintadas por diversos artistas plásticos, prática que posteriormente vimos em outras bodegas, porém sem a mesma quantidade e foco.

CAM00810Na Fin del Mundo, cerca de 2.200 barricas e a maior produção, cerca de 7.5 milhões de litros (9 milhões o com a NQN) com diversas linhas de produtos das quais as linhas de entrada Ventus e Postales representam cerca de 50% da produção. Fomos recebidos com uma taça de espumante que me encantou ao ponto de o trazer na mala para a minha já tradicional Degustação da Mala quando tenho a oportunidade de compartilhar com quem não foi, alguns frutos de meu garimpo.
Espumante Nature de Pinot Noir – Não vem ao Brasil e somente são produzidas cerca de 15.000 garrafas ano. A primeira fermentação é feita em cubas de carvalho francês e 10557272_932568523421519_1302182506060255175_npassa 36 meses sur lie. Um vinho complexo, estruturado, ótima perlage e personalidade própria, daquelas que você não esquece.
Postales Rosé – simples, saboroso, sem compromisso.
Newen Sauvignon Blanc – fácil, pouca expressão da casta
Postales Malbec – na linha do Rosé, sem compromisso
Newen Malbec – 12 meses de barrica ainda por integrar, comercial, boa extração.
Fin del Mundo Reserva Malbec – de 12 a 14 meses de barrica francesa, ainda muito jovem (2013), madeira bem presente, fruta madura, feito para agradar uma fatia de mercado interessante que consome malbec deste estilo, mas a meu ver faltou a tipicidade regional.
Fin del Mundo Gran Reserva – para mim, junto com o Cabernet Franc provado na noite anterior, o melhor vinho da casa. De 12 a 14 meses de barrica francesa (70%) e americana, um delicioso e muito harmônico blend de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e Merlot cheio de fruta vibrante, especiarias, meio de boca muito rico, taninos de muita qualidade, fino e elegante mostrando um estilo mais patagônico de ser!

CAM00838Na “camioneta”, rapidamente até ao outro lado da estrada e já estávamos na NQN (Malma) onde iríamos almoçar e também fomos recebidos com um espumante, um extra-brut meio estranho já que deixava um retrogosto doce mostrando um residual de açúcar bem acima do esperado num extra-brut. O prédio e esculturas em ferro velho são marcantes e fiquei impressionado com as esculturas que podem ser vistas no slide show que vou colocar aqui abaixo daqui a mais uns momentos já que não quis atrasar o texto. Fomos á sala de degustação onde nos foram dados à prova cinco vinhos com a mão, importante frisar, de Roberto de la Motta o enólogo consultor da bodega.
Finca Papay Malbec – 30% do vinho passa em barrica por seis meses. Um vinho agradável, não chega a encantar porém é bem feito, fresco, sem arestas nem excessos, gostoso de beber.
Reserva da Familia Pinot Noir – misto de roble francês e americano, mais deste último, CAM00845muito fresco, equilibrado, boa fruta e elegante, taninos suaves muito bem trabalhados, um pinot que me agradou bastante.
Reserva da Familia Malbec – mais um bom vinho repleto de fruta viva, fresco, taninos sedosos e madeira muito bem integrada. Aqui uma ressalva, o Merlot deles da Reserva da Familia, que conhecia de outros carnavais mas que não provamos no dia, é também de muito boa qualidade. Esta gama de produtos é toda de qualidade muito boa.
Universo Malbec , a gama top da casa – 100% de roble francês por 15 meses e um teor alcoólico alto, 14.6% perfeitamente integrado não deixando marcas. Pelo menos na prova, não sei depois da terceira taça! rs Fruta bem presente,, fresco, taninos finos,um vinho de classe e este 2010 ainda está jovem devendo evoluir bem na garrafa por mais uma meia dúzia de anos.
Universo Blend – um grande vinho com muito futuro pela frente e, na minha opnião, algo melhor que o Malbec. Blend e Malbec (60%) com Cabernet Sauvignon, apresenta-se muito bem equilibrado, untuoso, especiado e com notas mais tostadas mostrando a madeira que ainda precisa de tempo para uma maior integração pois o vinho era 2012, uma criança engatinhando!

Esse foi nosso passeio pela patagônia e ficou a vontade de voltar uma outra vez, quem sabe com a Wine and Food Travel Experience, para conhecer algumas outras bodegas como a Noemia, Chacras e Patritti entre outras. Hora de voltar ao hotel para um breve descanso e encarar dez horas de ônibus até Mendoza, confesso que estava preocupado!

Finalizei o slide show e para vê-lo basta clicar na imagem abaixo que ela te levará lá! Uma ótima semana para todos e não deixem de estudar a possibilidade de vir comigo a Mendoza dia 21 de Janeiro, um roteiro para enófilo nenhum botar defeito! Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

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Annual Wines of Chile Awards 2014

Na 12º Edição e pela primeira vez realizado fora do Chile. Foram mais de 630 amostras provadas por 12 jurados brasileiros em três dias. Trabalho árduo que produziu 15 ganhadores de troféus (melhores de sua categoria) divulgados numa noite de gala no hotel Renaissance e muito bem gestionada pela equipe da CH2A Comunicação, uma das melhores assessorias de nossa vinosfera tupinquim. São os melhores vinhos chilenos deste evento para uma banca de degustadores especifica, gosto de ressaltar isso sempre quando se trata de concursos, então sempre haverão outros rótulos de igual ou maior importância que lhe farão sorrir! São sim destaques da vitivinicultura chilena sendo uma amostra importante do que de melhor se faz por aquelas terras.

Afora esses rótulos ganhadores dos troféus do evento, 88 vinhos obtiveram medalha de ouro (vinhos com pontuação média entre 91 a 100 pontos) e 272 medalhas de prata (vinhos entre 87 a 90 pontos) sendo que alguns deles provamos no jantar com alguns destaques pessoais que mencionarei ao final deste post. Primeiro vou postar as fotos dos finalistas de cada categoria e mencionar os vencedores apontados pelo jurí numa degustação às cegas. Alguns eu já tinha provado há tempos e escolhido para o portfolio da Vino & Sapore (marcados com asteriso), então fiquei feliz! Vamos lá:

Espumantes Indicados – Ganhador Morandé Brut Nature

WC awards Espumantes

Sauvignon Blanc. Indicados – Ganhador Sta. Carolina Ocean Side 2014

WC awards SB

Chardonnays Indicados (William Févre Espino Grand Cuvée há tempos no portfolio) – Ganhador Tarapacá Gran Reserva 2013

WC awards chardonnay

Outros Brancos. Indicados – Ganhador Leyda Neblina Riesling 2011

Chile Wine Awards 2014 - outros brancos

Late Harvest. Indicados – Ganhador Erasmo Late Harvest Torontel 2009

WC awards Late harvest

Rosés. Indicados – Ganhador Gallardia de Cinsault* 2014

WC awards rosé

Pinot Noir. Indicados – Ganhador Falernia Pinot Noir 2013

WC awards pinot

Carmenére. Indicados – Ganhador Falernia Pedriscal Gran Reserva Single Vineyard 2013

WC awards carmenére

Syrah. Indicados – Ganhador Casas del Bosque Gran Reserva Syrah 2012

Chile Wine Awards 2014 - syrah

Cabernet Sauvignon. Indicados – Ganhador Casa Silva* Grand Terroir de los Andes “Los Lingues” 2012

WC awards CS

Blends. Indicados – Ganhador Casa Silva 5 Cepas* 2013

WC awards Blend

Outras Uvas Tintas. Indicados – Ganha dor Anakena Tama Vineyard Selection Carignan 2013

Chile Wine Awards 2014 - outros tintos

Premium Red. Indicados – Ganhador De Martino Armida 2009

Chile Wine Awards 2014 - premium red

Premium White. Indicados – Ganhador Viña Concha y Toro Amelia 2013

Chile Wine Awards 2014 - premium brancos

BEST IN SHOW

Chile Wine Awards 2014 - best in show

Bem, enquanto escutávamos discursos e a apresentação dos vinhos ganhadores, fomos provando alguns dos medalhistas de ouro que estavam sobre a mesa. Alguns destaques e uma enorme surpresa para confirmar que preconceitos devem obrigatoriamente serem deixados de lado em nossa vinosfera, mas desses vinhos eu falarei amanhã!

Salute e kanimambo, amanhã tem mais!

Vinhos Abaixo de Quarenta Que Satisfazem

Díficil a tarefa de encontrar bons vinhos que satisfaçam tanto o palato como o bolso, especialmente abaixo das 40 pratas, mas os há por aí. Tem gente que não acredita, que tem preconceito para com vinhos mais em conta, porém num país de preços exorbitantes de tudo, há que se garimpar esses rótulos. Pessoalmente e não é de hoje, adoro pesquisar esses rótulos até porque sempre tive que pagar por meus vinhos e nem sempre a grana abundou. Estou sempre aberto a receber vinhos para prova nessa faixa de preços, porém é incrível como vem pouca coisa e desses, o tanto que rechaço!

Os vinhos chilenos nessa faixa não têm me agradado muito e mesmo os argentinos que conseguem fazer uns vinhos mais palatáveis estão perdendo para os vinhos Lusos e olha que existe aqui uma diferença alta de taxação, 27%, isso sem falar de custos de transporte! Para mim, a linha que separa o mediano do medíocre, indepentente de origem, é a traçada pelo preço de R$25,00 porém até aí existem exceções (sempre as há) mesmo que bem mais raras.

Portugal FixeJá me referi há um tempinho atrás, de que nessa faixa de preço não tem para ninguém, existe uma série maior de melhores vinhos portugueses nessa faixa de preço do que de qualquer outra origem e para todos os gostos; fruta madura, madeira, sem madeira, alto teor alcoólico, baixo, tintos, brancos, rosés e por aí vai. Hoje listo aqui três vinhos de três regiões diferentes que surpreendem os mais incautos e os esnobes de plantão. Tomados ás cegas, tradicionalmente transmitem uma percepção de valor bem maior, como se fossem vinhos entre os R$50 a 60,00 e desafio você a fazer esse teste. Para mim, uma seleção de bons vinhos para o dia-a-dia com preço para lá de convidativo e, muito mais que medianos, são muito bons vinhos nessa faixa mostrando uma qualidade acima da média.

Costumo dizer que os vinhos conversam com a gente, alguns mais que os outros, e estes já têm um papo bastante agradável, têm o que dizer e o dizem bem! Agora, só toma Carmenére, Cabernet Sauvignon e Malbec, bem nesse caso creio que está perdendo muiiiiito por não ousar e diversificar, mas respeito pois nem todos gostam de blends e esses são todos fruto de uma composição de uvas e muitas autóctones de Portugal. Como diz o ditado, o que seria do amarelo se todos só gostassem do vermelho?! Bem, eis os vinhos e minha rápida e sintetizada opinião sobre eles:

Vinhos lusos abaixo de 40 pratas

VilaFlor tinto – Produzido no Douro Superior pela Casa de Arrochela, é um vinho com blend típico da região; Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca com educados 13% de teor alcoólico, acidez bem equilibrada, ótimo meio de boca (bom de papo), rico, fruta e especiarias bem presentes, taninos aveludados com um final de boca de boa intensidade. O branco é outro achado que ganhou como o melhor branco abaixo de R$50 na Expovinis deste ano e já mencionei aqui.

Confidencial Tinto – Este vem da região Lisboa e conhecemos numa apresentação que o Master of Wine Dirceu Viana Jr., brasileiro que mora em Londres e é o único Master of Wines da língua portuguesa, fez numa máster Class sobre vinhos portugueses e da escolha de seus TOP 50 vinhos lusos para terras tupiniquins. Elaborada pela Casa Santos Lima, é um vinho elaborado com cerca de seis a oito castas não divulgadas. Bem frutado, médio corpo, rico, frutas silvestres, taninos maduros e suculentos, taninos finos com frutos do bosque, notas de baunilha, algum moka de final de boca, um verdadeiro achado que agrada fácil demonstrando perfeito equilíbrio com seus 13% de álcool muito bem integrados e médio corpo.

Monte Perniz – Chegamos ao Alentejo onde a modernidade se une à tradição o que se confirma neste blend de 40% Aragonez, 30% Syrah, 20% Alicante Bouschet e 10% Cabernet Sauvignon sem passagem por madeira. Um vinho mais leve, porém não ligeiro. Taninos mais suaves, fruta mais presente, mas sem aquela sobremadurês com que muitas vezes nos deparamos nos vinhos da região. Todo ele é mais fresco, macio e fácil de agradar. Para acompanhar a pizza de fim de semana ou pratos mais leves, um vinho que não nega a raça!

O bom de todos estes vinhos é que são uma ótima opção para eventos, jantares, casamentos e festas de fim de ano pois são baratos (normalmente se compram caixas), são saborosos e agradam fácil os convivas tanto os mais dedicados aos vinhos como os iniciantes. Tá na duvida do que comprar neste final de ano então viaje um pouco, vá de vinhos portugueses! Aqui estão apenas algumas boas dicas, mas o mercado tem muita coisa boa a ser provada então aventure-se um pouco.

Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou melhor, vem comigo para uma experiência única em Mendoza!

Riesling e Joelho de Porco (Eisbein)

Eisbein 2Uma dupla alemã de respeito em mais um encontro da Confraria Saca Rolhas na Vino & Sapore. Já testei essa mesma harmonização e o resultado foi igual, sozinho o alsaciano se destaca porém ao chegar o prato o alemão mostra suas garras e essa foi a sensação da maioria. O Eisbein pelas mãos do chef e cozinheiro de mão cheia Ney Laux estava perfeito e o chucrute divino, porém como temos uma porta voz, deixemos a amiga e confreira Raquel Santos dar sua visão e compartilhar conosco suas emoções de mais este experimento.

Assim como todo vinho tem uma história, as parcerias que ele faz com as comidas, incluído como parte das refeições, coloca-o lado a lado na história da alimentação.

Esta experiência, com um Riesling, tão comum aos povos germânicos, pode parecer estranho para nós que temos alguns parâmetros pré estabelecidos, como aquela máxima que diz que vinhos brancos devem combinar com peixes ou comidas mais leves, ou mesmo que são vinhos para dias quentes de verão. Curiosamente, podemos constatar que toda as regiões nos arredores do Alpes, produzem principalmente vinhos elaborados com uvas brancas.

No nordeste da Itália (Trentino-Alto Adige e Friuli-Veneza Giulia) reinam Chardonnay, Pinot Grigio, Pinot Bianco, Sauvignon Blanc, Riesling e Gewürztraminer. Assim como na França (Alsacia), onde faz fronteira com a Alemanha, o Riesling do Reno disputam a maestria na elaboração desse vinho, cada um à sua moda. Além da Suíça e Áustria, com suas variedades locais, também dividem sua situação geográfica e o clima alpino.
A harmonização desses vinhos com as comidas típicas de países frios podem parecer à primeira vista algo inusitado. Quando pensamos nos queijos curados, de massa cremosa, ou nas fondues, nos salsichões e joelhos de porco (Eisbein), chucrute, carnes defumadas e condimentadas, o mais óbvio seria pensar num vinho potente, que ampare a gordura e os sabores marcantes. Pois acreditem: Esse vinho pode ser um Riesling! Neste caso a comida entra com o ataque potente e o vinho vem para apaziguar os ânimos mais exaltados. São leves, refrescantes e limpam o paladar, sem deixarem de ser marcantes.

Começamos o encontro bem dentro dos nossos propósitos:
Um espumante italiano da região de Franciacorta. Próximo à cidade de Bressia, as pés dos Alpes, esse DOCG se notabilizou por produzir os melhores espumantes do pais feito pelo método clássico, com a uva Chardonnay:
1. Lo Sparviere Brut 2007 – Gussali Beretta – 100% Chardonnay
Aromas de pão e biscoito amanteigado. Boa persistência, acidez e corpo. Perlage contínua, que se perde um pouco no final. Tinha uma lembrança de outras provas, tratar-se de um espumante com muita pérlage. Daí pode-se perceber que os vinhos não se comportam igualmente em todas as ocasiões.
Na sequencia seria servido o jantar:

Um eisbein suculento que pareceu ter sido cozido na própria gordura, que foi totalmente retirada depois. Acompanhado de batatas cozidas, chucrute e mostarda.
Para acompanhar o prato, dois vinhos:

2. Eugen Müller – Forst – Kirchenstück – 2012
Riesling alemão, da região do palatinado (Pfalz). No início os aromas são tímidos, mas vão evoluindo com o tempo na taça. Percebe-se a mineralidade do solo argiloso, com ótima acidez, corpo persistente e longo. No final, aparecem nuances cítricas e borracha. Muito elegante. Ficou muito bom com a carne que tinha sabores sutis, defumados e da gordura do cozimento.

3. Gustave Lorentz – Vin d’Alsace – Reserve Riesling – 2010
Riesling francês, da região da Alsacia de cor mais dourada, demonstrando alguma evolução. Denso e perfumado. Aromas florais frutas brancas (peras, maçãs e melão). Na boca parecia bem complexo e equilibrado. A mineralidade típica estava presente, com bom corpo e boa acidez. O envelhecimento tirou-lhe um pouco de frescor, sem comprometer, mas dando-lhe mais seriedade. Final com uma doçura que casou muito bem com o chucrute, feito com cebolas caramelizadas e bacon.

Riesling e eisbein 1

Chegou a hora de partir para a sobremesa, mas o que está se tornando tradição nesses nossos encontros novamente aconteceu! A vontade de abrir uma garrafa extra para tirarmos a “prova dos nove”. E a sugestão foi irrecusável: Que tal mais um vinho branco, italiano do Alto Adige, elaborado por uma uva desconhecida por nós? Já ouviram falar em Kerner? A vontade de conhecer foi unânime e igual a qualquer viagem, que quando passamos pertinho de algum lugar interessante, pensamos: Já que estamos aqui tão perto, não custa nada dar uma passadinha lá, não é mesmo?

4. Kerner 2012 – Stiftskellerei Neustift – Abbazia di Novacella
De vinhedos proveniente do Valle Isarco (DOCG), bem ao norte da Itália, quase na divisa com a Áustria, essa uva foi batizada com o nome do médico e poeta Justino Kerner. Plantada principalmente na Alemanha é um cruzamento da Trollinger (ou Schiava) com a Riesling e adaptou-se bem nesse clima dos Alpes. Muito aromático, como pêssegos em calda, maçãs e cítricos. Na boca é muito encorpado, cheio de frutas tropicais(manga). Sua opulência é quebrada pela acidez bem colocada. É daqueles vinhos que quase dá para mastigar! Comparando com o Riesling, o Kerner tem mais fruta, sem perder o mineral, o floral e as notas cítricas típicas da Riesling.

E para encerrar nosso jantar tivemos uma belíssima Tarte Tatin que harmonizou muito bem com mais um Riesling alemão, da região do Mosel, só que com um grau de doçura maior que os anteriores. Um Spätlese, ou seja, de colheita tardia. As uvas atingem um nível de maturação maior antes da colheita e Tartin e rieslingconsequentemente serão mais doces, e mais alcoólicos. Esse me chamou a atenção pela dosagem alcoólica baixa. Apenas 8%.

5. Grans-Fassian 2007 – Piersporter Goldtröpfchen – Spätlese Riesling
Cor âmbar dourado com aromas frutados e minerais. Na boca mostrou certa untuosidade, com bom corpo e refrescância, devido à boa acidez. Sabores cítricos e muita maçã verde. Equilibrado e elegante.

Como podemos ver, nem sempre um vinho feito com uvas brancas significa falta de estrutura para acompanhar pratos mais consistentes ou mesmo, aquela bebida que “quase” poderia substituir a água nos dias de calor. As combinações que podemos fazer entre vinhos e comidas são infinitas e nunca será uma equação matemática. Por isso eu gosto de humanizar essa minha relação com eles. Imaginem uma conversa entre duas pessoas com pontos de vista diferentes. Quando um entende a questão do outro fica mais fácil chegar a uma conciliação. Isso é harmonização!

Espumantes, O Vibrante Mundo das Borbulhas

Champagne-Bubbles - Ministry of Alcohol                NOVA DATA 04 de DEZEMBRO

Para mim toda a hora é hora, curto demais esses vinhos cheios de vida que não precisam de nenhuma data especial para habitar minha taça. Aliás, como publiquei à dias, o consumo desses vinhos segue crescendo no mercado Inglês e batendo recordes, porém não é só lá não, por aqui também e cada vez existe mais gente produzindo e mais rótulos novos no mercado. O final de ano está aí, ao dobrar da esquina, e as compras nesta época disparam, mas você sabe o que comprar? Sabe o que é um Prosecco, um Espumante, um Champagne ou um Cava? Sabe as diferença entre os estilos; brut, doce, extra-brut, dry, extra dry, doce ou nature? Lambrusco é espumante?

Visando explorar um pouco desses segredos do mundo das borbulhas, neste próximo dia 27 de Novembro promoverei na Vino & Sapore uma degustação temática onde falarei um pouco dos métodos de produção e estilos do vinho, aplicando na prática a teoria apresentada.

Degustaremos e harmonizaremos com comidinhas, espumantes; brut, doce, extra-brut, nature, rosé e brancos, elaborados pelos métodos Charmat e Champenoise ou tradicional. Serão 8 espumantes no total que serão servidos ás cegas, exceção feita ao doce, para que você possa fazer sua própria avaliação sem a influência de rótulos, preços, origens e produtores.

Provaremos; Champagne, Franciacorta, Cava, Prosecco e Espumantes de origens brasileira, espanhola, italiana e francesa. Quer conhecer mais e desbravar esse mundo das borbulhas facilitando assim as suas compras de final de ano, então faça logo sua reserva através do e-mail: comercial@vinoesapore.com.br ou por telefone (11) 4612-6343. O valor, a ser efetivado antecipadamente no ato da reserva, será de R$120,00 por pessoa. Não deixe para a última hora, venha!