Encontros Imediatos do 3º Grau na Vinea – Eu e um Syrah

                Existem momentos e momentos, vinhos e vinhos, mas mesmo me encontrando por diversas vezes com ótimos caldos, não é sempre que a paixão bate á porta e me carrega nos braços meio que sem rumo e sem controle de forma arrebatadora. Na vida amorosa senti isso umas três ou quatro vezes tão somente, convivendo com a última faz 33 anos. Já no mundo dos vinhos, isto também acontece de forma bem isolada, quase rara, mas é mais amiúde e talvez isso seja o grande barato de nossa vinosfera, descobrir novas paixões já que, pelo menos neste mundo, a infidelidade faz parte do jogo! Mesmo assim, somos uns felizardos se passarmos por isso uma duzia de vezes em mais de 900 vinhos provados anualmente.

                Na semana passada fui a uma degustação na Vinea Store, um parceiro que há muito não visitava, para provar diversos novos vinhos que a importadora está trazendo. Realmente uma nova safra de rótulos que me agradou bastante e sobre a qual falarei mais adiante, mas primeiro quero falar do Casa Marin Miramar Syrah 2005, um vinho que me arrebatou e mexeu com meus sentidos de uma forma que há muito não acontecia. Sedutor é uma palavra deveras limitada para descrever este vinho. É sutil, cativante e verdadeiramente empolgante, um vinho exuberante, pleno de sabor e de uma rica complexidade em perfeita harmonia. Aquela pimenta, típica dos bons Syrahs, colocada de forma sutil, suculento,  palato fresco, frutado, corpo médio, boa textura, comedidos 13.5% de teor alcoólico, boa acidez e taninos macios em perfeito equilibrio, um final de boca vibrante, algo mineral e longo, muito longo.

                  Daqueles vinhos em que os primeiros aromas já fazem o coração disparar e o primeiro gole, então, nos leva ao nirvana deixando todo o resto á sua volta em segundo plano como meros coadjuvantes de um verdadeiro Degustação Vinea 013elixir dos deuses. De uma elegância e finesse impares, um grande vinho de muita classe num estilo “velho mundista” que, incrivelmente, não vem do calor, mas sim de uma região fria o que, historicamente, não é o berço desta cepa. São 24 meses de carvalho e mais de 10 meses de garrafa antes que esse verdadeiro néctar chegue a nossas taças. Não me lembro de um Syrah, e olha que já provei um bocado deles ultimamente, e bons, que tenha mexido com minhas emoções de uma forma tão intensa e apaixonante. Por mim, tomaria garrafas e, só não fui embora com o que restou na garrafa da degustação por uma questão de educação, mas que pensei nisso pensei, eta tentação! Não é um vinho barato, vinhos excepcionais dificilmente o são, e este custa R$198,00 o que pode até não ser um vinho para qualquer um, eu incluso, mas é certamente um vinho a ser considerado caso se queira um vinho excepcional para um momento que o mereça.

                Este vinho, no entanto, é daqueles para o qual não existe um momento especial, pois ele faz de qualquer momento um verdadeiro acontecimento. Enquanto todos se derretiam frente aos bons Pinots desta casa, eu me satisfazia ( e me divertia) sorvendo todas as nuances deste incrível vinho, um sério candidato a um dos tronos de meus Deuses do Olimpo de 2009! Todos os vinhos da Casa Marin são de muito bons para cima, mas junto com seu Gewurtzraminer e Sauvignon Blanc Laurel, este Syrah forma uma trinca sublime para fazer bonito frente aos grandes vinhos do mundo, sendo meus rótulos preferidos dentre o portfolio deste pequeno produtor de grandes vinhos.

             Bem, tendo esparramado meu coração, falarei sobre os outros bons vinhos que tive o privilégio de conhecer na simpática e bonita Vinea Store, a começar por uma linha de vinhos muito bem posicionada do ponto de vista de preço, ainda nesta semana. Hoje não dá, preciso me recuperar! rsrs

Salute e kanimambo.

Carrau na Zahil

                 Andei participando de algumas interessantes degustações as quais gostaria de compartilhar com os amigos. Para dar inicio a Carrau0001esta seqüência, quero começar pela Carrau, um dos bons produtores uruguaios que recentemente nomeou como seu exclusivo importador a Zahil. A Carrau é repleta de história sendo fundada em 1930 por emigrantes catalães vindos de Barcelona onde a família já produzia vinhos desde 1752. No Uruguai, produzem em duas regiões; Em Canelones (Lãs Violetas) e em Cerro Chapéu (fronteira com o Brasil) de onde vem um dos mais conhecidos e laureados rótulos de tannat uruguaio, o Amat; elaborado com cepas vindas de vinhas de baixo rendimento com apenas 5.000kgs por hectare. Dos cerca de um milhão de garrafas produzidas, 75% é de tannat. Alguns projetos interessantes são; o da nova bodega em Cerro Chapéu com um eventual novo vinho binacional e um Merlot Reserva.

         Da linha Cepas Nobles, gama de entrada, são vinhos simples fáceis de beber sem grande complexidade, nem se propõem a isso. Melhor o Tannat 2006 que passa 9 meses em barril, e é uma boa introdução aos outros rótulos do produtor. Saboroso, equilibrado, amistoso um vinho correto sem arestas e fácil de gostar.

         O Tannat de Reserva 2006 é um vinho que passa por 18 meses de carvalho e ainda se mostra um pouco fechado, de boa estrutura mostrando a tipicidade muito característica dos bons tannats da região. Para quem não quiser gastar muito e tomar um bom tannat uruguaio, esta é uma das boas opções no mercado por cerca de R$52,00. Eles não estão trazendo o Cabernet Sauvignon, mas tive o prazer de o tomar em viagem que fiz a Colônia de Sacramento e  também foi um vinho que me agradou bastante.

         O Amat 2004 é um vinho ainda criança apesar de seus já cinco anos e não é a toa que é um dos mais premiados vinhos uruguaios. Um grande vinho que mostra bem a qualidade da tannat assim como a capacidade dos produtores uruguaios em trabalhar esta uva. Foi, no entanto, pelo Carrau carrau pujolPujol Grand Tradicción 2004, um soberbo corte de tannat/cabernet sauvignon e cabernet franc, que me encantei. Algo resinoso no nariz é na boca que mostra todo o seu esplendor e elegância. Complexo, equilibrado, taninos finos e boa acidez compõem um dos melhores assemblage elaborados no Uruguai e, a partir de agora, sério candidato à minha lista de melhores deste ano. Ainda por cima possui uma tremenda relação Qualidade x Preço x Satisfação. Grande pedida por R$82,00 e a minha principal recomendação dos vinhos da Carrau. Quer conhecer mais da história deste grupo familiar (10º geração), acesse seu site clicando aqui.

Salute e kanimambo.

Planeta Sicilia

Vinhos Planeta, caldos com história apresentados pelas bonitas e simpáticas; Penny Murray, uma inglesa siciliana, e Coleen Clayton, uma americana mendocina, que são por si só exemplos vivos da globalização em nossa vinosfera. Mais uma vez no Aguzzo, um conceituado restaurante e café que harmoniza divinamente com os vinhos servidos, recepcionados pela equipe simpática da Interfoods e organização impecável da Fernanda Fonseca. Há muito que andava curioso para degustar estes vinhos, procedidos que são de comentários preciosos dos maiores críticos internacionais e mídia especializada, que os colocam num patamar de qualidade bastante alto. Finalmente cá estou com as taças na mão provando alguns desses néctares.

Sicília, um total de 22 DOC’s e 1 DOCG (Cerrasuolo de Vitória) com terroirs dos mais variados que vão de vinhedos ao nível do mar até 1200 metros de altitude, produção total em torno de 5 milhões de garrafas (somente 15% da produção é engarrafada), das quais 64% de vinhos brancos,  450 produtores dos quais somente 7 são responsáveis por 80% do vinho engarrafado. planeta-sicilia-mapUm destes grandes, é a Planeta que está aqui presente desde o Século XVII. Hoje são cinco vinhedos em diferentes partes da Ilha produzindo cerca de 13 rótulos de vinhos brancos e tintos assim como azeites. Engarrafa cerca de 2 milhões de garrafas com vinhos originados de seus 391 hectares de vinhas. Deste volume, 50% fica na Itália e o restante é exportado para 65 países. Dos vinhos produzidos, tive o privilégio de provar seis rótulos os quais comento abaixo.

Da principal linha, La Segreta que representa 50% da produção da empresa gerida por 7 irmãos e 15 sobrinhos, tomamos o Bianco e o Rosso, vinhos que estão na faixa de excelentes R$46

 

la_segretabianco07_72La Segreta Bianco 2006, com passagem de 100% em inox, é um corte de Grecanico, Chardonnay, Viognier e Fiano que possui aromas muito complexos e intensos em que aparece um floral bastante acentuado com nuances doces. Na boca apresenta uma certa mineralidade, acidez e equilíbrio um pouco prejudicados pela idade, boa persistência, um vinho marcante para quem busca algo diferente. Gostaria de ter provado o 2007, ou melhor ainda o 2008 que certamente deverão apresentar uma outra vivacidade. Este 2006, a meu ver, já se encontra em final de vida.

 

la_segretarosso07_72La Segreta Rosso 06, também fermentado em inox, foi decididamente a melhor relação Qualidade x Preço x Satisfação encontrada nesta prova. Corte de Nero d’Avola, Merlot, Syrah e Cabernet Franc, produz aromas de fruta madura, algo compotada, de boa intensidade que te chamam à taça. Ao primeiro gole sente-se um vinho redondo e macio, taninos finos já equacionados mostrando uma boa harmonia e acidez equilibrada que nos convida a tomar a próxima taça. Um vinho jovem, alegre, saboroso, fácil de tomar e agradar que deve ser tomado entre dois a três anos de vida. Um vinho muito saboroso com preço idem que o torna imperdível.

 

         Na escala de qualidade e preço, damos um pulo quando iniciamos a prova dos vinhos da linha mais conhecida deles com os varietais Merlot e Syrah.

 

planeta-merlot07_72Planeta Merlot 05, um vinho que leva um tempero de Petit Verdot que lhe dá uma complexidade a mais. Fica um ano em adega após um ano em carvalho francês e mostra uma personalidade bem Novo Mundo, com muita potência, alto porcentual de álcool (14.8%) e concentração de fruta. O nariz é intenso, bem frutado com algo de menta ao final. Muito boa estrutura, taninos firmes mostrando estar ainda jovem e com um longo tempo de evolução pela frente, ótimo volume de boca, rico e complexo de grande persistência. Dentro do estilo, um vinho que me agradou bastante por um preço de R$142.

 

planeta-syrah06_72Planeta Syrah 03, talvez o mais emblemático dos vinhos deste produtor, elaborado com uvas de vinhedos plantados em 95 tendo gerado as primeiras garrafas na safra de 99. Os aromas mostram toda a tipicidade da cepa de forma intensa e agradável em que a pimenta aparece de forma abundante. Entrada de boca impactante, especiado, taninos finos com um final de boca muito saboroso e extremamente longo. Efetivamente um belo vinho que mostra bem todo o potencial da Syrah nesta parte do mundo. O preço, R$142,00 é compatível com o nível de qualidade do vinho.

 

         Para finalizar provamos algumas novidades e vinhos de exceção produzidos pela Planeta. Um tinto poderoso e um vinho de sobremesa de primeiro nível.

 

planeta-et_burdese_2005_72Burdese 04, um corte de 70% Cabernet Sauvignon com Cabernet Franc fermentado em barricas de carvalho francês por cerca de 14 meses e um conteúdo de álcool próximo a 14.5%. Muito potente ainda muito jovem o que prejudicou, pelo menos para mim, uma melhor avaliação. Mostra muito potencial, mas o nariz ainda está algo desiquilibrado com o álcool sobressaindo-se à fruta. Na boca está mais harmônico, mostrando-se algo balsâmico, muito rico e concentrado, opulento, taninos firmes porém finos e uma ótima acidez que demonstram uma enorme capacidade de guarda e evolução, final de boca saboroso e muito longo. Não chegou a me encantar, mas ainda é muito jovem e tenho a certeza que quem tiver paciência e souber esperar, dizem que o apressado come cru, certamente estará diante de um grande vinho dentro de mais uma meia dúzia de anos. O preço R$165,00 é bastante bom quando comparado aos produtos similares disponíveis no mercado.

 

planeta-moscato06_72Moscato di Noto, com 180grs de açúcar e 9 graus de acidez um senhor vinho de sobremesa realmente encantador, produzido com 100% da uva Moscato Bianco. O nariz não entusiasma, muito químico com aromas intensos de acetona, mas na boca explode em grande complexidade de sabores (cítricos, chá, nectarina?) e perfeita harmonia. Estupendo, com uma acidez que equilibra perfeitamente a doçura do vinho tendo-se harmonizado de forma perfeita com torta quente de nozes, avelãs e amêndoas com sorvete de creme. Disponível em meia garrafa por R$150,00.

        

         Salute e Kanimambo.

 

Para quem eventualmente tenha visto este post anteriormente, houve uma revisão em função da grande redução de preços negociada com o produtor o que possibilitou um novo reposicionamento, mais correto a meu ver, estratégico de preços por parte da Interfood.

 

Junho 2009

Bodega Chacra – Pinots Surpreendentes!

                    Aos amigos amantes de bons Pinots fica uma pergunta, você conhece? Não, então não deixe de conhecer este que não é só o melhor Pinot Noir da Patagônia e sim, quiçá, da América do Sul. Vinhos de primeiro nível mundial com um estilo “borgonhês” de ser, deixando muitos deles enrubescidos, que tive o privilégio de tomar e que comento com vocês aqui abaixo. Em um encontro com almoço delicioso e muito bem harmonizado no Emiliano, a convite do novo importador e distribuidor da marca, Expand, provamos o Barda, o Chacra 55 e o Chacra 32. Antes de falar dos vinhos, no entanto, falemos de quem o produz. 

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       “Incisa della Rochetta” é um sobrenome de grande respeito em nossa vinosfera já que essa família é, nada mais nada menos, do que a “criadora” do ícone “Sassicaia”. Pois bem, é de Piero Incisa della Rochetta; um afortunado, criativo e apaixonado jovem que em 2004 decide comprar alguns vinhedos abandonados com vinhas datadas de 1932, a idéia de investir na “criação” de um vinho de terroir com manejo biodinâmico no longínquo Vale do Rio Negro na Patagônia. Os vinhos são elaborados artesanalmente, sem nenhum processo mecânico ou químico em seu processo de produção, com as uvas sendo colocadas inteiras, sem espremer, no barril de fermentação onde o próprio peso das uvas acaba fazendo esse trabalho. A fermentação é iniciada espontaneamente através de leveduras selvagens formando uma camada de dióxido de carbono que não é retirada nem empurrada para baixo. Uma vez que a fermentação alcoólica se completa, o vinho é transferido sem as cascas para pequenos barris de carvalho através de gravidade. Após a fermentação malolática em barril, em aproximadamente 6 meses, o vinho permanece intocável por um período de cerca de 12 meses, dependendo do vinho,  após o qual o vinho é engarrafado sem filtração. Resultado? Vinhos “single vineyard” de excepcional qualidade, extrema elegância, um verdadeiro retrato de um terroir muito especial e uma grande demonstração da globalização no mundo do vinho em que, um produtor italiano com um enólogo dinamarquês (Hans Vinding Diers) produzem vinho de cepa originariamente francesa na remota Patagônia Argentina.

 

Barda 07 – o “básico” da linha de somente três rótulos. Vinhedo chacras-barda1com 12.5 hectares de 15 anos de idade, produz hoje cerca de 20.000 garrafas. Um vinho sedutor que conquista já na cor, muito antes de chegar no nariz e boca. Cor rubi suave, translúcido com aquele jeitão de vinho da Borgonha, nariz delicado, frutado com suaves toques florais. A entrada de boca é cativante com fruta fresca, um frescor sutil, que mostrou ser característica de todos os vinhos, saboroso, taninos sedosos, redondo, média persistência, vibrante, suculento e extremamente agradável de tomar. Tinha 3 garrafas na adega que me foram oferecidas por um amigo argentino e esperava por uma maior guarda antes de abri-las. Depois desta degustação já só ficaram 2 e as outras não devem permanecer por mais tempo ali! O vinho está absolutamente pronto apesar de achar que pode melhorar com mais um tempo em garrafa.Só para efeitos de prova, “dever profissional” e para satisfazer minha curiosidade enófila, guardarei uma para tomar daqui a um ano. Preço na Expand, R$130,00.

Chacra Cincuenta y Cinco 07 – elaborado com uvas dos 5 hectareschacras-551 de vinhedos plantados em pé franco em 1955 (ano bom esse, rsrs) e uma produção total de apenas 9.255 garrafas. Talvez a melhor relação Qualidade x Preço x Satisfação dos três. Um degrau acima em todos os aspectos, tanto nariz como em boca, tendo se mostrado mais evoluído, pedindo tempo apesar de já estar muito apetecível. Aromas de fruta vermelha madura, talvez ameixa, com uma maior intensidade floral. Da taça para a boca, um mineral mais presente, bastante fresco e equilibrado, muito rico, de maior corpo sem negar seu estilo de elegância, boa textura com taninos aveludados, um final de boca bastante longo, fino e agradável que nos convida à próxima taça. Um belo vinho, com preço de R$180,00. 

 

chacras-32Chacra Treinta y Dos 07 – elaborado com aqueles primeiros vinhedos plantados em 1932 que eles veem recuperando aos poucos. São somente 2.2 hectares de vinhas e uma reduzida produção de apenas 7.445 garrafas por safra. Talvez o mais complexo de todos e, muito interessante, tivemos a oportunidade de provar de duas garrafas. A primeira aberta no almoço e a segunda aberta no final do dia anterior e guardada em garrafa somente com rolha sem vacu-vin. Pela ausência de produtos químicos, o vinho se mantém por muito mais tempo sem “ajudas” externas. São os mistérios, ou não, advindos de uma produção biodinâmica. Mostrou-se um vinho bem mais complexo de boa concentração aromática, muito harmônico, taninos finos de grande elegância, vinho de grande expressão que, caso fossem essas na minha adega, lá permaneceriam por mais uns dois anos antes de sorver de todo o seu esplendor. É um vinho de grande persistência e retrogosto algo especiado, ótima estrutura com bom volume de boca, mas sem perder a finesse, taninos firmes e sedosos mostrando que ainda terá alguns bons pares de anos pela frente. Acho o preço puxado, mesmo para um vinho desta qualidade, R$420,00

     

Nunca tinha provado Pinots desta categoria vindos da América do Sul e fiquei realmente impressionado, entendendo melhor o porquê dos preços, mesmo de um vinho produzido por estas bandas, ainda por cima por ser biodinâmico o que acarreta custos mais elevados de produção. Lição aprendida, “concentre-se no conteúdo não na origem ou no rótulo“! Difícil dizer qual o mais interessante; se o Treinta y Dos, de grande complexidade, mas de preço muito alto; se o Barda extremamente amistoso e sedutor ou se o Cincuenta y Cinco que me parece exatamente a otimização dos dois com um preço bastante interessante para o porte do vinho já que existem muito poucos Pinots no mercado, de qualidade similar, a esse preço. Qual comprar creio que seria uma opção baseado em um mix de; disponibilidade de caixa com ocasião e companhia adequada. Que Baco lhe ajude nesse processo que, acredite, não é fácil pois os vinhos são realmente estupendos, cada um a seu modo, e merecedores de sua escolha.

Salute e kanimambo.

Vinhos do Dão – Quinta Mendes Pereira, um Achado.

panorama-mendes-pereira3Há cerca de 50 anos, o Comendador José Mendes Pereira aporta no Brasil onde se estabeleceu profissionalmente e onde teve seus filhos. No contra-fluxo, Raquel, sua filha, volta a Portugal com Carlos, seu marido e parceiro, com desejos de revitalizar uma velha e histórica quinta da família. Nascida em Campinas, ela deu inicio a esse processo de renovação a começar com a mudança do nome da quinta de “Quinta da Sobreira” para “Quinta Mendes Pereira” em homenagem ao nome de seus ancestrais.

Apaixonada pela Quinta, onde já se plantavam vinhas desde o século XVII, sua dedicação e ambição de produzir vinhos de qualidade na região do Dão já dá grandes resultados apesar dos seus parcos cinco anos, já tendo sido premiada quatro vezes pela Comissão de Vinhos do Dão. Em 2006, e sob a insígnia “A Arte do Vinho”, dois dos seus vinhos tintos de 2003 – o Garrafeira e o Colheita DOC – foram incluídos na lista dos 160 melhores vinhos de Portugal. Em 2007 o Garrafeira 2003 foi reconhecido pela Revista de Vinhos como o melhor tinto do Dão desse ano de produção, num alargado painel dedicado a esta região demarcada. Não é pouca coisa, para quem há pouco aportou nestas coisas de fazer vinho. Pois bem, no limiar do ano de 2008, tive o enorme prazer e privilégio de bater um papo informal com ela e conhecer seus vinhos.

O que mais me surpreendeu, foi a opção por produzir vinhos sem madeira e por um vinho de quinta, artesanal, susceptível a precipitação e depósito natural na garrafa, vinhos como antigamente num lagar de pedra granítica com pisa a pé, de quatro a cinco dias. A propriedade possui 25 hectares dos quais 15 com vinhas em que as videiras foram parcialmente renovadas de forma a garantir a homogeneidade da produção e de acordo com as castas tintas selecionadas Touriga Nacional, Tinta Roriz (Aragonês) e Alfrocheiro, bem como as castas brancas Encruzado, Cerceal e Bical. Um lago com um hectare de extensão,assegura continuamente a riqueza de água do solo de profundidade, evitando a necessidade da rega e eliminando as doenças de podridão das plantas. Mantendo a tradição da região, a fermentação processa-se em cubas metálicas revestidas, sendo o estágio assegurado em cubas tradicionais de cerâmica. O vinho estabiliza com uma graduação alcoólica próxima a 13,5º, não estando previsto o estágio prolongado em madeiras de carvalho, por não ser julgado aconselhável para este tipo de vinho. O descanso mínimo dos vinhos é de 24 meses, o Garrafeira descansa por 36, sono este perturbado apenas pela recolha de amostras para análise e controle.

Muito simpática, Raquel, nos recebeu de forma simples e aconchegante, bom papo, bons vinhos e …. um azeite muito interessante que a Raquel trouxe da propriedade. Agora falemos dos vinhos.

Quinta Mendes Pereira Branco 2005, um vinho que já não é novo, mas segue com uma acidez muito boa, bem balanceado e muito saboroso. Tenho verificado que os vinhos à base de Encruzado tem uma capacidade de envelhecer muito bem preservando seu frescor. Uma boa introdução aos bons vinhos desta vinícola e aos brancos do Dão. Um saboroso corte de 50% Encruzado e o restante uma composição de Bical e Cerceal, que está com um preço em torno de R$ 52,00.

Quinta Mendes Pereira Rosé 07. Uma enorme e grata surpresa mendes-pereira-rose1porque foram apenas algumas garrafas que a Raquel trouxe consigo. Nem sei se a Lusitana já tem esse vinho em seu portfolio, mas este rosé de Touriga Nacional tem tudo a ver. Muito aromático, um delicioso vinho, com alguma estrutura e ótima acidez que lhe permite fazer frente a diversos pratos afora ser um agradável aperitivo. Deste primeiro lote engarrafaram somente 3.000 garrafas então. Um vinho cativante, de teor alcoólico comedido e muito frescor, como um rosé deve ser, porém acho que não virá ao Brasil em função da baixa produção.

Quinta Mendes Pereira Tinto Colheita 04, elaborado com um blend de uvas regionais como Touriga Nacional, Jaen, Tinta Roriz e Alfrocheiro, permaneceu descansando por dois anos antes de ser engarrafado em Fevereiro de 2007. Um belo vinho algo herbáceo no nariz em que também aparece fruta madura em abundância e de boa intensidade, que se confirmam na boca com bastante elegância e equilibrio. Mostra boa estrutura com final de média persistência e taninos aveludados já equacionados. Bom preço pela qualidade, algo em torno de R$52,00.

mendes-pereira-garrafeiraQuinta Mendes Pereira Garrafeira 2003, engarrafado em 2006, foi, a meu ver, o melhor vinho provado neste agradável encontro e, certamente, um achado pelo preço, melhor relação Qualidade x Preço x Prazer, tanto que constou de minha lista de Melhores de 2008 em sua faixa de preços. Um vinho complexo, muito rico e denso, de ótima estrutura, untuoso e pronto a beber apesar de ainda poder evoluir algo com mais um par de anos em garrafa. Para mim, no entanto, eu traço agora em 2009, eheheh. Bom demais, um vinho vibrante, de boa paleta olfativa em que se destacam frutos vermelhos maduros com nuances florais, na boca é muito saboroso, boa acidez, grande harmonia, corpo médio, bom volume de boca, taninos finos, saboroso e looongo final de boca que deixa aquele gostinho de quero mais. A protagonista aqui é a Touriga Nacional com 80% do corte e o restante uma composição de Alfrocheiro e Tinta Roriz, talvez por isso o vinho tenha me encantado tanto. Para quem queira conhecer os vinhos do Dão, este é imperdível e por cerca de R$84,00 (espero que não tenha mudado) é uma excelente compra.

Duas observações finais. A primeira quanto à renovação da marca e rótulos que deram uma outra cara mais simpática, moderna e convidativa aos vinhos. A segunda, que fiquei com água na boca para provar os Touriga Nacional de vinificação em extreme (varietais). Produtor para ficar de olho, e na taça preferencialmente, com mais assiduidade, pois prometem muito. Para quem os quiser conhecer melhor clique aqui, ou melhor ainda, coloque um vinho deles na taça e sorva seus recados, imagens e sabores. A importação e distribuição no Brasil é de exclusividade da Malbec do Brasil.

Salute e kanimambo.

Caliterra, uma Bela Experiência

O ano de 2008 foi realmente pródigo tanto na quantidade quanto na qualidade das degustações de que participei. Tanto que até agora sigo postando matéria referente a esses deliciosos eventos. Caliterra, para quem não conhece, uma empresa do grupo Eduardo Chadwick que possui, entre seus rótulos, alguns dos principais ícones do mundo viníco chileno como Arboleda, Seña, Chadwick e Errazuriz Maximiano. Seguindo a filosofia de Eduardo Chadwick, de produzir qualidade e promover o Chile mundo afora através de seus vinhos, os vinhos da Caliterra mostram muito desse caráter. Como me dizia Gabriel Cancino, o jovem enólogo responsável pelos bons vinhos provados neste dia, “nosso campo é nossa fortaleza” e “a base de um bom trabalho enológico é a paixão pelo vinho e a formação de equipes de excelência”, creio que os bons vinhos provados demonstram bem a eficácia da aplicação desses conceitos.

 

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Caliterra, uma apaixonada fusão entre Calidad e Tierra  estabelecida em 1996 no vale de Colchagua, teve a participação acionária de Robert Mondavi durante alguns anos. Raízes chilenas, filosofia sustentável, relação amistosa com o meio ambiente através de conceitos de manejo sustentável da terra. É um vale fechado, no coração de Colchagua, entre o lago de Rapel e o vale de Alpata, a pouco mais de 60 kms do Oceano Pacifico. Cerca de 1100 hectares em que 75% da terra é virgem e no restante, vinhedos de Merlot, Carmenére, Cabernet Sauvignon e Shiraz. As variedades brancas, são plantadas em outras regiões, especificamente nos vales do Maipo, Curicó e Casablanca, sempre buscando produzir vinhos de qualidade de média e alta gama.

A razão principal para este encontro, foi o lançamento no Brasil, de seu rótulo top, um vinho premium que já em seu primeiro ano foi caliterra-vineyards0001contemplado com 91 pontos por Robert Parker o que, gostemos ou não, confere ao vinho um certo status que precisamos confirmar na taça e, especialmente na boca. Só que antes, até porque eu não os conhecia, passamos por toda a sua linha “intermediária”, a linha Tribute que, a partir deste ano, virá com o nome de Tributo e é importado com exclusividade pela Wine Premium. Falemos então, um pouco sobre o que provei e qual a impressão que estes vinhos me deixaram.

  • Chardonnay 2006 – O primeiro impacto não poderia ser melhor, da região de Casablanca e elaborado “sur Lie” apresenta ótima tipicidade com baunilha e abacaxi bem presentes, mas de forma sutil e elegante. Na boca é muito balanceado e rico, boa acidez, macio, de boa estrutura e, o que mais me agradou, uma mineralidade bem acentuada.
  • Shiraz , Carmenére e Malbec varietais da ótima safra de 2005 são vinhos bem saborosos, frutados e equilibrados, cada qual com suas características e tipicidade sendo o Malbec talvez o que esteja mais redondo e pronto a tomar. Um degrau acima, na minha opinião, está o excelente Cabernet Sauvignon que já começa a seduzir no nariz em que aparece fruta negra tipo cassis e mirtilo, com algo tostado. A entrada de boca é amistosa com taninos finos e elegantes, de médio-corpo e textura aveludada. Final de boca redondo e saboroso, com alguma complexidade e de longa persistência. De toda esta linha de tintos, o que mais me encantou e terminou rapidamente na minha taça. Ainda bem que tinha refil (rsrs)! Os preços desta linha estão em torno de justos R$55,00.

      cenit Só que viemos para conhecer o CENIT, o ponto mais alto de nossa esfera celeste, o nosso “zênite”. Safra 2005, três aninhos e ainda engatinhando, uma verdadeira criança. Delicioso assemblage de Cabernet Sauvignon, Malbec e Petit Verdot, com 18 meses de barrica (75% francesa e o restante americana) é límpido, escuro, púrpura com uma áurea rubi. Nariz complexo, fruta, tabaco, algo terroso uma imensidão de aromas difíceis deste pobre nariz decifrar. Toda esta complexidade se repete na boca, extremamente rico, grande volume de boca, ótima estrutura, ainda fechado pedindo bem mais do que a uma hora de decantação que ele teve. Taninos firmes, aveludados sem agressividade, grande harmonia, muito longo, estamos diante de um vinho de primeira grandeza que deverá evoluir maravilhosamente bem com mais uns dois a três anos de garrafa. Pontuação mais do que comprovada na boca, um ótimo vinho de grande potencial de guarda que gostaria de provar novamente em 2011. Preço, no nível dos grandes vinhos premium do Chile, por volta dos R$328,00.

         Tem mais, mas isso é um segredo que só posso contar dentro de um ou dois meses. Assim que me permitam divulgá-lo o farei, mas só para manter um certo clima de ansiedade, gamei! Por enquanto, explorem os vinhos que estão disponíveis na Wine Premium.

Salute

Leonardo da Vinci e Jarno Trulli, Juntos na Santa Ceia

Eheheh, não é sacanagem não, é vero! Três eras juntas, algo imaginável que só poderia ser realizado em nossa Terra Brasilis e em nossa vinosfera! Tá legal, abusei da criatividade, porém é tudo verdade. Jarno Trulli, sim o da Toyota na Formula 1, é sócio de uma vinícola italiana, a Podere Castorani, com atividades em Abruzzo, Puglia e Sicília, e a Cantine Leonardo da Vinci é um produtor bastante conceituado com uma linha bastante ampla de vinhos na Toscana. Ambos são agora importados para o Brasil, com exclusividade, pela Santa Ceia, uma jovem empresa de Valinhos. Agora deixem-me compartilhar com vocês um pouco deste meu encontro com os três.

Primeiramente falemos da Santa Ceia, que são os responsáveis por este encontro de tão ilustres figuras (rsrs). Um sonho do Chef e restauranteur Rogério Bertazzoli (Cantina Família Bertazzoli em Vinhedo) que decidiu dar um tempo às panelas e abraçar uma outra paixão, os vinhos. Para realizar esse sonho, se unio a dois outros amantes do vinho buscando novos desafios; o Ricardo Selmi (Grupo Selmi) e Belarmino Marta (Rádio Campinas) para criar a Santa Ceia em Abril de 2008, uma importadora de vinhos buscando trazer ao mercado vinhos de qualidade com um posicionamento de preços competitivo. Para começar, quatro produtores e três países; da Itália os nossos protagonistas da chamada deste post, a Podere Castorani de Jarno/Enzo Trulli e seus sócios, assim como a Cantine Leonardo da Vinci com seus prestigiados e bem avaliados vinhos da Toscana, do Chile a Torreón de Paredes e da Argentina a linha Zolo da Fincas Patagonicas / Bodegas Tapiz. Tive a oportunidade de conhecer alguns destes bons vinhos que comentarei mais abaixo e, pelo que pude apreciar, creio que é mais uma boa opção para o enófilo consciente que quer bons vinhos por bons preços. É só o inicio de um trabalho que terei imenso prazer em acompanhar, até porque já falam de um bistrô aqui no endereço de São Paulo, e me parece que as bases plantadas são muito boas. Falemos dos Vinhos e seus criativos produtores com um incrível e atraente apelo visual.

leonardo-jarno-045         Os vinhedos da Podere Castorani, vinícola que data de 1793 mas que passou por diversas mãos até que chegou nos presentes 4 sócios, possuem uma idade média superior a 25 anos e são localizados na região de Abruzzo. As vinhas produzem, essencialmente, as cepas da região, ou seja; a Montepulciano, a Trebbiano d’Abruzzo e algo de Malvasia. Possui, também, vinhedos na Sicília e em Puglia de onde vêm, respectivamente, os rótulos Picciò e Scià. Gostei bastante do design da linha Majolica, que nos convida a provar os vinhos.

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Provei dois dos três rótulos da linha Majolica que tem o Montepulciano, o Trebbiano e o Rosé.

O Montepulciano 07 mostrou bastante tipicidade, com uma paleta olfativa de muito boa intensidade e uma boca bem saborosa, mas de taninos firmes ainda presentes mostrando qualidades porém ainda muito novo. Necessita de decantação ou, pelo menos, mais um ano de garrafa para mostrar todo o seu potencial. Um pouco curto, mas de agradável retrogosto.

O Rosé 07, elaborado com 100% de Montepulciano é de uma cor rosada muito bonita e chamativa. Aromas frutados e frescos de fruta vermelha como cereja e morango, na boca mostra uma certa untuosidade, muito bem balanceado, bom frescor com um final de boca muito saboroso e de média persistência. Ótimo para ser servido a 8º de temperatura como aperitivo ou acompanhando pratos leves.

          Ainda preciso provar os outros rótulos disponíveis, especialmente o Scià, um vinho mais em conta, e os topo de gama, incluindo o Jarno, porém o aperitivo foi muito bom e me abriu o apetite para conhecer mais dos vinhos da Podere Castorani. Estes vinhos provados estão por volta de R$43,00.

         Cantine Leonardo da Vinci, um ilustre representante dos vinhos da Toscana com muito prestigio junto á critica especializada mundial, especialmente a Wine Spectator onde seus vinhos alcançam pontuações bastante altas. Em 1961, trinta produtores locais se uniram para produzir vinhos tendo a partir de 71, também entrado na comercialização para melhor controlar seu destino. Hoje são cerca de 200 pequenos produtores e mais de 500 hectares de vinhas distribuídos pela região de Chianti, Montepulciano e Maremma na Toscana, produzindo vinhos de qualidade sob a batuta do conceituado winemaker Alberto Antonini que já andou pelas bandas de casas famosas como Marchesi Antinori e Marchesi de Frescobaldi. Tendo estudado em Bordeaux e Califórnia, obteve seu doutorado em agronomia, o que lhe permite tratar a terra e o cultivo dos vinhedos de forma diferenciada. É uma ponte entre o clássico e o moderno que se sente nos vinhos elaborados pela casa. Uma das poucas vinícolas a ostentar DOCG em seus rótulos de chianti, somente 24 na região desde 2003, produzindo vinhos realmente encantadores. Das diversas linhas produzidas, provei alguns da linha Leonardo e da linha Vinci que comentarei abaixo, mas mais uma vez me encantei com o design e classe dos rótulos que realmente nos convidam a abrir a garrafa. Lógico que se o conteúdo não acompanhar o design de nada adianta e, neste caso, é um casamento perfeito.

 

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Dos vinhos acima provei o Leonardo Chianti, o Maremma Morellino di Scansano, o Vinci Chianti e o Vinci Chianti Clássico. Lamentavelmente a fotografia não é uma arte que domino, mas garanto que os rótulos são realmente muito bem desenhados, clássicos mas com um toque de modernidade, assim como os vinhos.

label-morellino3 Morellino di Scansano 2006, notas frutadas com aromas delicados de ameixas vermelhas. Boca macia, harmônica com taninos finos, macios e sedutores. Um vinho muito fácil de agradar, tendo harmonizado muito bem com uma massa recheada de queijo brie e damascos, coberta com um molho de tomate caseiro. Preço por volta dos R$68,00.

 

label-leonardo Leonardo Chianti DOCG 2007, decididamente um vinho que ainda necessita de decantação, pois ainda se encontra meio viril, precisando ser domado. Depois de uns 40 minutos mostra suas qualidades. Não sendo um blockbuster, é sim um vinho bastante agradável, de boa tipicidade, nariz tímido, de bom equilíbrio na boca, taninos firmes e aveludados com um final de boca saboroso e levemente apimentado. Acompanhou muitíssimo bem umas polpetas com molho de tomate. Preço por volta dos R$54,00.

 

label-da-vinciDa Vinci Chianti DOCG 06, no meu conceito um degrau acima dos demais. Nariz intenso de frutas vermelhas, muito rico, sedutor, cremoso, fruta fresca na boca, taninos finos presentes, redondo, com uma acidez muito boa mostrando toda a sua aptidão para acompanhar um bom prato, neste caso braciola, yummy. De médio corpo e boa persistência, me agradou bastante. Preço ao redor de R$60,00.

 

 

label-vinci-classicoDa Vinci Chianti Clássico DOCG 06, surpreendentemente pronto para o ano, mas mostrando estrutura para guarda de alguns anos mais. Boa paleta olfativa, ótima entrada e meio de boca, final saboroso, de média persistência mostrando muita harmonia e equilíbrio. Taninos presentes, mas de grande elegância, finos e sedosos, muito rico de sabores, um vinho sedutor que dá grande prazer de tomar e nos convida à próxima taça. Este eu tomei acompanhando um bom bate-papo e um queijo parmesão. Com um preço de cerca de R$72,00 foi, para mim, a melhor relação Qualidade x Preço x Prazer dentro os vinhos que provei.

         Ainda tem os chilenos e argentinos, tem Brunello e Rosso di Montalcino, tem Super Toscano, mas isso deixo para um outro dia. Agora que lhe apresentei aos protagonistas deste post, só me resta recomendar uma visita para conhecer a loja e seus vinhos, mais um que provei e aprovei. Se quiser conhecer mais e visitar um de seus três endereços (Valinhos / Campinas e São Paulo) dê uma olhada em www.santaceiavinhos.com.br. O endereço de São Paulo fica na Rua da Consolação alí próximo à Alameda Franca, local simples e sem frescura com projeto para se tornar um point de encontro para os amantes de vinho na região dos Jardins.

Salute e kanimambo

Dr. Loosen

dr-loosenQuem não conhece acha que é qualquer outra coisa, menos o nome de um produtor de vinho. Seu proprietário, Ernst Loosen, tem um jeito diferente de ser com um visual meio cientista e intelectual, um verdadeiro doutor com formação em arqueologia que se viu forçado a assumir os negócios da familia com a aposentadoria de seu pai. Com a mesma determinação e paixão aplicada a seus estudos arqueólogicos, em que mais se interessava pelas pedras da Roma Antiga do que pelo Riesling do Mosel, em 1980 mergulhou de cabeça em um novo e desafiante projeto, o de tocar os vinhedos da familia com mais de dois séculos de história. Após oito anos de estudos, em 88 assume totalmente a vinícola imprimindo sua filosofia de trabalho, projetos e conceitos já que, como ele diz, “os grandes vinhos começam na cabeça”. Os vinhos da Dr. Loosen trazem esse jeito vibrante e apaixonante, mostrando possuir muita elegância, personalidade, são caldos alegres, sedutores e extremamente prazerosos de serem tomados. Longe dos tempos das garrafas azuis, vinhos ralos e sem graça, aqui encontramos o verdadeiro vinho alemão em toda a sua essência e sabor. A Dr. Loosen possui propriedades em outras regiões da Alemanha, mas desta feita tive o grato privilégio de conhecer os vinhos do Mosel, e um de Pfalz, em especial de seus vinhedos em Urzig e região.

          Os vinhos alemães são difíceis de decifrar no rótulo, já que são menos conhecidos, o idioma alemão não é dos mais fáceis e seus vinhos brancos possuem diversos níveis de doçura. Seus vinhos vão do seco (trokken), meio-seco ou off-dry (halbtrocken) até o mais doces (passando por diversos estágios). Na hora da compra, se não conhecer e prestar atenção, fica fácil dançar e falo por experiência própria. Não tanto com relação à qualidade, já que a maioria hoje sendo importada pela principais importadoras é de muito boa qualidade, porém fica difícil de harmonizar um vinho bem doce com seu prato principal ou até como aperitivo ou um vinho seco com sua sobremesa. Ainda preciso falar do vinhos da Alemanha e aí entrarei em detalhes sobre o complicado sistema de classificação deles, porém sugiro se informar bem na hora da compra, especialmente se estivemos falando dos vinhos Riesling.

         Como disse Ernst Loosen, nesta degustação da ABS-SP, enquanto loosen-houseos ingleses recebem seus convidados com um chá da tarde, o alemães do Mosel o fazem com umas taças de Riesling devido ao seu baixo teor alcoólico (7 a 11º) e enorme refrescância. A alta acidez adicionada ás características únicas do solo da região, que lhe aportam uma ótima mineralidade, fazem do Riesling desta região um vinho muito mais leve, suave e delicado do que os da vizinha Alsácia  e permitem que se produzam vinhos doces absolutamente divinos e balanceados mesmo com um alto grau de residual de açúcar. Eu poderia ficar horas falando deste produtor ou encher páginas com informações, mas nada melhor do que você dar uma passada por seu completíssimo site e aproveitar e tomar uma aula sobre os Rieslings do Mosel. Conheça a maravilha do lugar e algumas características da região, seus solos e o que faz esta região ser um ícone quando se fala de vinhos elaborados com a uva Riesling. Preferencialmente, faça isso acompanhado por uma taça de seus vinhos, nem que seja o Dr. L, um vinho mais simples e mais barato, porém delicioso sendo uma ótima introdução a estes vinhos.

        loosen-harvest-1 Para finalizar, sempre me estendo demais quando me entusiasmo com algo, e para mostrar que não existem verdades absolutas em nossa vinosfera, imagine tomar um vinho de 30 anos, branco, sem passagem por madeira, compará-lo com o mesmo rótulo só que com dois anos de idade e você quase não encontrar diferença na cor! Incrível não? Pois este é mais um dos segredos e características dos vinhos da região, como veremos mais adiante, certamente devido á incrível e balanceada acidez originadas nestes vinhedos plantados nas colinas que margeiam o rio Mosel. Com colheita manual muitas vezes executada nas frias madrugadas, é daqui que saem alguns dos melhores Rieslings do mundo e onde a cepa encontrou as condições para exaltar todas as suas sutis nuances e grande finesse. Ernst Loosen soube, como poucos, explorar esse terroir em toda a sua plenitude extraindo alguns preciosos néctares. Mas, falemos dos vinhos degustados.

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Dr. L Riesling Qualitatswein 06

Aromas cítricos de boa intensidade e algo floral, enorme frescor, seco, balanceado, muito leve e agradável, uma ótima opção de entrada ao delicado mundo dos Rieslings. Elaborado, normalmente, com uvas compradas na região buscando oferecer um produto competitivo e de qualidade. Pela relação Qualidade x Preço x Prazer, volta e meia perambula por minha mesa! Teor alcoólico de 9º e o preço está por volta de R$55,00.

 

Urziger Riesling Kabinett 06

De vinhedos com cerca de 60 anos plantados em solo vulcânico vermelho, possui um nariz muito fresco e cítrico. A cor é um palha claro e límpido quase transparente e muito convidativa. Na boca é diferente, algo especiado misturado com fruta, mineral, cremoso e muito vivo na boca com alguma agulha. Vinho sedutor, muito equilibrado com um saboroso final de boca de boa persistência. Com teor alcoólico de 8º custa ao redor de R$110,00

 

Urziger Riesling Kabinett 78 – É isso mesmo, não errei não, 78!

O mesmo vinho de acima, porém totalmente diferente. A cor é impressionantemente similar á do 06, com exceção de que é um pouco mais escura, menos translúcida. Não tivesse os dois ali para comparar, certamente este 78 passaria por um vinho jovem. De acordo com Ernst Lossen, há pouco tempo tinha feito uma prova de vinhos antigos e um 1911 ainda apresentava leve acidez presente enquanto um 37 se encontrava em plena forma. Somente o 1900 estava já quase morto. Não é o mesmo vinho, como não somos aos 50 o que éramos aos 30! Mudou, adquiriu uma outra complexidade, perdeu os cítricos tendo ganho aromas vegetais de cogumelos/fungos e traços de “sous-bois” (matéria vegetal em decomposição), algo muito apreciado pelos especialistas, mas que não chega a me encantar. O final é longo, com a acidez ainda bem presente ressaltando os sabores, corpo médio e consistente. Pessoalmente, prefiro-o mais jovem e cítrico, mas sem duvida alguma é um grande vinho de muita complexidade. Sem preço.

 

Erdener Treppchen Riesling Auslese 06

Um vinho maravilhoso, doce, talvez o que mais me tenha entusiasmado nesta degustação, tendo alcançado status de um de meus Deuses do Olimpo. Muito boa paleta olfativa com forte presença de frutos cítricos. Na boca confirma com uma doçura muito bem balanceada pela ótima acidez e mineralidade em perfeita harmonia. Longo, saboroso, complexo, uma delicia para ser saboreado com calma aproveitando todas as suas nuances e melhor ainda, de acordo com Ernst Loosen, depois de uma meia duzia de anos. Duro é esperar e ficar só em uma garrafa! De vinhedos nas encostas do Mosel em solo de xisto/ardósia, álcool de 7.5º  com o preço por volta de R$138,00 (1/2 garrafa).

 

JL Wolf Pechstein Riesling Spatlese 05

Da região de Pfalz com terroir bem diferente, de vinhedos plantados sob basalto negro que trazem ao vinho características diferentes. Um vinho de mais corpo que é guardado em cave por dois anos antes de ser comercializado. Bem mineral, elegante, macio, meio-doce, concentrado, algo de mel no final de boca. Com 11º de teor alcoólico e um preço por volta de R$125,00

 

          Você poderá encontrar estes vinhos na Expand que é importador e distribuidor exclusivo (Era. A partir de 2011 é a Inovini) da Dr. Loosen. Legal mesmo deverá  ser tomar um desses néctares sentado num terraço olhando o Mösel e os vinhedos, aí sim seria o nirvana!

Salute e kanimambo, ou melhor, vielen dank.

 

Séptima

Final do ano passado tive a oportunidade de degustar, pela primeira vez, alguns vinhos que a Interfood importa, especificamente os da Bodega Septima, da Codorniu Sur na Argentina. Porquê Septima? Porque foi a sétima vinícola do grupo Codorniu, que hoje possui 11 empreendimentos espalhados pelo mundo. Porquê do convite a esta degustação? Principalmente para o lançamento do María, seu primeiro espumante a ser produzido em Mendoza!

Fui pra conhecer a María e descobri um Cabernet Sauvignon muito saboroso que quase, por muito pouco que não entrou, fez parte de minha lista de Melhores de 2008 dentro de sua faixa de preços. De qualquer forma, eis uma geral de todos os rótulos tomados num agradável almoço realizado no simpático e agradável Aguzzo Caffé e Cucina aqui em São Paulo.

maria-codorniu-sur-altaMaría, que já recomendei em meus posts sobre espumantes em Dezembro, é um produto bastante agradável e fácil de tomar, elaborado com um corte de 60% de Chardonnay e uns 40% de Tocai Friulano pelo método charmat. O resultado é um espumante muito aromático, provavelmente em função do inusitado corte com a Tocai Friulano, frutado, de cor muito clara algo pálida e transparente, de boa espuma e perlage fina, abundante e de boa persistência na taça. Na boca é bastante agradável, fácil de tomar, um pouco curto, com uma forte presença gustativa de maçã verde e leve amargor final que não chega a incomodar. Preço ao consumidor por volta de R$35,00.

Septimo Dia Chardonnay 07, bem cítrico e algo de baunilha mostrando estar muito bem balanceado com ótima acidez tendo acompanhado maravilhosamente bem uma endívia com queijo de cabra, tomate cereja e rúcula. O final de boca é bastante saboroso porém a madeira tende a aparecer um pouco quando sobe a temperatura do vinho na taça. Preço por volta de R$56,00.

Malbec Septima 06, cor típica, fruta intensa, o ácool desponta um pouco no nariz. Na boca mostra taninos doces (álcool acentuado porém equilibrado), se não encanta, também não espanta. Um vinho correto básico que vende por volta de R27,00 no mercado.

Septimo Dia Malbec 06, uma outra historia, de uma linha um degrau acima, elaborado com uvas originárias de vinhedos entre 10 a 25 anos que passa 11 meses em carvalho sendo parte em francês e a outra em americano. Com uma cor bem violeta, mostra grande concentração de fruta com algo floral. Na boca apresenta bom volume, corpo médio de boa estrutura, bem equilibrado com taninos firmes porém finos e elegantes de boa persistência. Preço por volta de R$56,00.

Septimo Dia Cabernet Sauvignon 06, para mim o vinho que mais me encantou tendo apresentado uma relação Qualidade x Preço x Prazer muito boa. De bonita cor ruby brilhante, é um pouco austero, puxado para o clássico, com aromas especiados e algo herbáceos. Ótima estrutura, com uma entrada de boca impactante que amacia na boca, textura sedosa de taninos muito bem equacionados com um agradável e saboroso final de boca de muito boa persistência. Um que certamente habitará minha mesa neste ano de 2009 e o preço é justo pelo qualidade oferecida, cerca de R$56,00.

Septima Gran Reserva 2005, um vinho de guarda aberto cedo demais. Está tudo lá, mas ainda muito fechado não mostrando toda a sua exuberância apesar de mostrar enorme potencial. Um corte de Malbec (55%), Cabernet Sauvignon (34%) e Tannat (11%) que mostra grande potência e estrutura, complexo e expressivo, taninos ainda muito firmes e presentes com um final de boca algo tostado. Para quem tiver paciência, um vinho que, pelo preço e qualidade, vale a pena ser guardado por mais uns dois anos quando acredito estará ótimo. Opcionalmente, deixe decantar por umas duas horas. Preço, incríveis R$80, ou por aí perto, por um vinho Gran Reserva. Este gostaria de provar novamente em 2010!

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Um aspecto muito interessante desta jovem Bodega de 306 hectares, comprada em 1999, é a busca por produtos e cepas diferenciadas. Nesta degustação me chamou a atenção o uso da Tocai Friulano no espumante e o Tannat no Gran Reserva, tendo o enólogo (Rubén Calvo) me informado que já se encontram experimentando com a Nebiollo e que a Tannat vem apresentando ótimos resultados. Uma vinícola a se prestar atenção pois inovar é preciso e parece que eles possuem esse conceito no gen. Como eu sou faminto por novidades, acompanharei com prazer a evolução destes vinhos de e com castas diferenciadas.

Por hoje é só, amanhã publico a lista dos Melhores de 2008 entre R$30 a 50,00. Nos vemos por aqui, salute e kanimambo.

Trio da Concha Y Toro

Os vinhos Trio são mais um dos muitos braços da Vinícola Concha Y Toro (VCT), um dos cinco maiores grupos vinícolas do mundo e chileno por nascimento, apesar de alguns investimentos fora do páis natal. O Trio é um conceito, e um vinho que primeiro conheci nos idos de 2002/3. Àquela época, o Trio era um nome basicamente mercadológico elaborado sobre um triângulo “marqueteiro” que juntava Terroir/Enólogo/Clima sendo que, a partir de 2004, esta nova fórmula, em que é elaborado um assemblage de três cepas tendo uma sempre como protagonista e duas coadjuvantes buscando harmonia e equilíbrio, é adotada. Os vinhos são vinificados em separado e somente ao final é feito o corte definitivo com resultados realmente muito bons para um vinho que chega ao consumidor por volta dos R$37 a 45,00 dependendo do lugar e região.

emporio-0023Para comemorar e divulgar as novas safras chegando ao mercado, a Concha y Toro em conjunto com a Expand fizeram um tour pelo Brasil acompanhados do famoso chef Sumito Esteves, venezuelano de renome internacional, em especial na América Latina, que preparou uma série de pratos harmonizados com os diversos Trios apresentados. Evento de primeira e uma bela e diferenciada idéia mostrando que, afora os bons vinhos, a Concha y Toro é também muito boa de marketing. Neste evento tivemos o prazer de provar três versões do Trio, todas muito boas;

  • Trio Chardonnay 2007 – saboroso corte de Chardonnay (70%), Pinot Blanc (15%) e Pinot Grigio (15%) em que as primeiras duas passam por cerca de 10 meses de barricas e o ultimo somente em tanques inox para preservar mais a fruta e a mineralidade que aporta ao corte. Possui um nariz bastante complexo com muita fruta fresca, algo cítrico de boa intensidade. Na boca é cremoso, macio mostrando estar muito balanceado com um frescor muito agradável e um final de boca com leves nuances de abacaxi. A harmonização com um salmão, curado com sal, açúcar e cachaça por 24 horas, que recebe delicioso e suave molho holandês puxado no maracujá, foi perfeita e me agradou muito. Muita delicadeza e finesse nessa combinação bem pensada e executada com primor.
  • Trio Merlot 06 – sempre um dos meus favoritos, e não é de agora. Este, é um corte de Merlot (65%), Carmenére (25%) e Cabernet Sauvignon (15%) que realmente me encanta e, na minha opinião, é o melhor deles. No nariz, uma paleta aromática de média intensidade em que sobressaem frutas negras como amoras e ameixas abrindo-se para algo de chocolate após um tempo na taça. Entrada de boca especiada, corpo médio, boa textura, harmônico e de taninos amistosos e aveludados, redondo, muito saboroso com um final de boca algo mentolado e de boa persistência. A harmonização com uma Massa Dobrada de Cacau recheada com vários tipos de funghi, ficou bastante interessante em função dessa relação aromática do chocolate do vinho com o prato.
  • Trio Cabernet Sauvignon 06 – tendo a Cabernet Sauvignon como protagonista (70%), coadjuvada por Shiraz (15%) e Cabernet Franc (15%), é um vinho ainda um pouco fechado. Apesar da Cabernet Franc lhe trazer um pouco mais de delicadeza, a parte de Cabernet Sauvignon com o Syrah necessitam de um pouco mais de tempo para mostrar todo o seu potencial. Na boca mostra maior potência, um vinho mais denso, concentrado, de muito boa estrutura, suculento, mostrando bom equilíbrio com taninos firmes, mas finos, ainda presentes. A harmonização foi com um frango ao vinho muito bem elaborado, mas achei que foi atropelado pelo vinho. Para meu gosto, creio que este vinho precisa de uma carne mais potente para acompanhá-lo. Quando provei o prato com um resto de Merlot que tinha ficado na taça, ficou perfeito mostrando-se a melhor harmonização do evento.

Opinião: Como já mencionado, os três são bons, mas acho que, talvez até por estar mais pronto, o Merlot é o meu vinho. Por outro lado, foi uma grata surpresa o Trio Chardonnay, tanto é que já comprei para servir na ceia junto com uma salada com salmão e como aperitivo também. Ótimas opções de bons rótulos com preços muito justos e um belo achado pelo preço. Estes, tomei e recomendo sem sombra de duvidas, encaixando-se perfeitamente no conceito de “Bons Vinhos com Bons Preços”. Meus agradecimentos à Concha Y Toro, Expand e Sumito, uma personalidade muito especial e chef inventivo, por um evento muito agradável. Sem contar que a Sandra Schkolnick (Suporte Comunicação), mostrou, mais uma vez, perfeição na realização e administração do evento. Valeu!

Salute e kanimambo.

 

Ps. Uma menção honrosa pelo contra-rótulo das garrafas que demonstram bem o respeito da empresa para com o consumidor, no sentido de lhe prover com informações pertinentes e úteis. Bela idéia, que podia ser levada um passo adiante com algumas informações adicionais como provável pico de consumo e data do engarrafamento. 

 

 

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