Cosecha Histórica 2007.

Foi com essa chamada que fui gentilmente recebido pelo pessoal da Concha Y Toro que apresentou seus vinhos da Casillero Del Diablo 2007 ao mercado. Vinhos já conhecidos de boa parte do consumidor Brasileiro, que chegam pela primeira vez pelas mãos do próprio produtor depois de muito passear por mão de terceiros  e já chega arrebentando a boca do balão, coisa do capeta mesmo, pois os vinhos estão realmente muito bons. Grandes safras necessitam de pouca chuva, especialmente na época da colheita, temperaturas mais apenas e mais homogêneas sem grandes picos e baixa produtividade gerando uvas de maior concentração. Pois bem, os astros se juntaram em 2007 e produziram no Chile uma das melhores safras de todos os tempos e, “para variar”, num ano impar!

Uma primavera fria conteve o entusiasmo das plantas em produzir excessivamente, chuva no verão refrescando os vinhedos e um outono cálido que permitiu um melhor amadurecimento das uvas. Resultado final; quase 30 por cento de redução de volume de uvas produzidas, temperaturade cerca de 10 por cento abaixo da média e 25  por cento menos de chuva na época da colheita gerando vinhos Premium de grande concentração, teor alcoólico mais baixo, muito suaves, de taninos finos e maduros mostrando muita elegância. Os varietais tintos da Casillero del Diablo, mostram tudo isso com muita personalidade e foram especialmente abençoados.  Nós consumidores idem, porque podemos desfrutar desses bons vinhos sem que para isso precisemos estourar nossos orçamentos já que estarão no mercado por preços que variam de R$30 a 35,00 dependendo do local de compra.

São cinco os varietais que nos chegam ao mercado e que tive a oportunidade de degustar; Merlot, Malbec, Carmenére, Syrah e o Cabernet Sauvignon. Todos muito bons, mas a meu ver três se destacam e me chamaram a atenção.

Merlot, sou um amante dos nacionais e sempre tive alguma dificuldade em encontrar rótulos chilenos que me agradassem. Pois bem, minha busca cessou, achei! Este Merlot está muito bom, muito suave e elegante, bem frutado com boa paleta aromática, fresco, daquelas garrafas que certamente acabarão rápido demais deixando aquele gostinho de quero mais na boca. Rubi intenso, opaco, denso, rico e muito harmônico com um saboroso final de boca de taninos maduros e sedosos. Um vinho sedutor, fácil de agradar e ablutamente pronto a beber.

  • Malbec foi uma enorme e grata surpresa, até porque é novidade por estas bandas. Prima pelo equilíbrio, boa textura, nariz de boa intensidade em que a fruta, madeira e especiarias se mesclam em perfeita harmonia. Na boca é rico, de taninos finos e aveludados, corpo médio, suave, muito elegante apresentando uma boa e agradável persistência com algo de caramelo ao final. Muito bom, pronto para beber, mas mais um aninho de garrafa só lhe fará bem.
  • Syrah é um vinho de mais corpo, maior estrutura e só vem confirmar o que venho falando sobre as qualidades dos vinhos chilenos produzidos com esta cepa. No nariz apresenta fruta madura com algo de especiarias mostrando boa tipicidade. Na boca ainda está um pouco fechado, muito rico de sabores, taninos firmes, porém finos e bastante sedosos mostrando boa integração sem qualquer agressividade. Um vinho cativante, de boa complexidade, longo que certamente escoltará maravilhosamente bem um belo pedaço de picanha. Um vinho que já está bom, mas crescerá muito ainda por pelo menos mais uns dois anos quando a elegância deverá se sobrepor a uma certa virilidade jovial do momento. Uma verdadeira pechincha pelo preço e um dos grandes achados do ano.

         Não é da Cosecha Histórica e sim de 2008, então teoricamente não deveria estar por aqui, mas não resisti. Provei o Sauvignon Blanc 2008 com screw cap, fechamento usado por eles nos vinhos aromáticos, de que gostei muito. Muito intenso no nariz e muito fino na boca onde apresenta bastante frescor, algo cítrico e uma certa mineralidade que me agradou muito. Na mesma faixa de preços dos tintos, mais um que certamente visitará minha mesa com uma certa assiduidade.

           Para quem, como eu, gosta de conhecer um pouco mais da história por trás do vinho, a Concha Y Toro é o maior grupo produtor de vinho no Chile, com vendas, somente da linha do Casillero del Diablo, de cerca de 3 milhõres de caixas, dos quais aproximadamente 18% é de brancos. Com 95% da produção exportada, só o Cabernet Sauvignon, que é a grande mola propulsora de toda a linha, responde por um total de 33% da produção e vendas. Está entre os dez maiores grupos vinicultores mundiais, com uma vasta e ampla linha de produtos sempre muito bem posicioanda do ponto de vista da relação Qualidade x Preço x Prazer. Números impressionantes e incrível  como conseguem manter este padrão de qualidade com tamanho volume de produção! Mas de onde vem um nome tão incomum para um vinho? Diz a lenda, que foi Don Melchor, fundador do grupo, que nos idos do século 19 no intuíto de coibir roubos de suas mais preciosas garrafas que alí envelheciam, lançou o boato de que em suas caves mais profundas habitava o demo. Aparentemente funcionou, tanto que os roubos cessaram e até hoje seus melhores vinhos envelhecem nessas caves. Casillero del Diablo ou “Cave do Diabo”, na verdade, tornou-se foi uma benção para nós consumidores àvidos de bons vinhos por bons preços. Gracias Don Melchor

Salute e Kanimambo!

Marqués de Murrieta, Rioja na Veia.

Bem, confesso, sou suspeito para falar, porque é um dos meus produtores preferidos já tendo elogiado bastante o Reserva 2002, a tal ponto que no dia dos pais, recebi uma garrafa de presente. Estupendo vinho com preço bastante acessível. Pois bem, agora conheci um pouco mais da história por trás do vinho, provei outros vinhos e minha admiração só cresceu. Dos clássicos Riojas, agora só me falta conhecer os vinhos da Tondonia que o amigo Luiz Horta tanto curte. Ainda chego lá!

O atual gestor é o Conde Vicente Dalmau Cebrián-Sagarriga y Suarez-Llanos, nome pomposo para uma pessoa extremamente agradável e destemida. Em 1983 a empresa com mais de 160 anos de história passava por dificuldades, tendo sido comprada pelo pai de Vicente, que faleceu precocemente aos 47 anos, tendo a empresa caído no colo dele que, nesse momento tinha parcos 24 anos. Após um curto tempo de estudo e análise, optou por revolucionar a empresa, nomeou como enóloga chefe Maria Vargas, também uma jovem de 25 ou 26 anos, trocaram gente, investiram e conseguiram, quando todos achavam o contrário, transformar o conceito do clássico sem perder as raízes e essência de Murrieta construída ao longo de mais de século e meio de história. Tinha tudo para dar errado, mas deu foi muito certo! Investiram mais de USD70 milhões nessa revolução de gente e vinhedos, e os vinhos estão aí para mostrar o acerto do projeto. São somente cinco vinhos que buscam, não só qualidade, mas especialmente personalidade com uma produção total de cerca de um milhão e quatrocentas mil garrafas produzidas. Os vinhos são de importação e distribuição exclusiva da Expand, de quem partiu o amável convite para conhecer estes belos vinhos. Falemos então dos vinhos degustados.

Fora da Rioja, em Rias Baixas na Galicia, com produção de somente 10.000 caixas anuais, vem o Palácio de Barrantes 2006, um Albariño de primeiro nível. Vindimado à mão, cinco meses em tanques de inox e três em garrafa, abriu muito bem na taça exalando gostosos aromas de frutas secas. Na boca é cremoso, denso, boa estrutura, untuoso e muito bem balanceado com um final de boca de boa persistência. Um belo vinho, de bom frescor que agrada sobremaneira e está nas lojas da Expand por R$120,00.

Uma vez um enólogo Português me confidenciou que, sua fama tinha sido construída de forma muito eficaz, em cima de um parâmetro básico, somente produzir grandes vinhos de restrita quantidade. Posteriormente um outro, desta feita francês, também me deixou claro que elaborar grandes vinhos em quantidades limitadas é relativamente simples se a matéria prima for boa. Não entendo disso, mas entendo de lógica e a colocação faz todo o sentido. Quanto maior o volume de produção, mais difícil será manter os níveis de qualidade. Pois bem, dos um milhão e quatrocentas mil garrafas de produção anual, cerca de 1 milhão e trezentos mil são de um só vinho o Marqués de Murrieta Reserva, e que vinho! O de 2002 que era o que conhecia, é um estupendo vinho e um excelente custo beneficio já que o preço anda ao redor de R$128,00. Incrível fazer um vinho desta qualidade numa safra tão ruim como a de 2002 na Espanha (na Itália também) e em tamanha quantidade, porém o vinho é divino demonstrando a enorme capacidade da bodega e sua gente. Este Marqués de Murrieta Reserva 2004, conseguiu superar o 2002 inclusive pelo fato de que foi uma grande safra na Espanha. Um corte de 91% de tempranillo, 3% mazuelo e 6% garnacha vindo de parcelas do vinhedo com idade média de 36 anos. Especiado, levemente amadeirado, na boca é sedoso, rico em sabores, complexo, muito elegante, ótima textura e incrível final de boca de longa persistência. Um grande vinho por um preço realmente convidativo.

Castillo Ygay 2000 Gran Reserva, as jóias da coroa, o top de linha desta bodega elaborado com 87% de tempranillo e 13% de mazuelo, que nos chega agora depois de 3 anos de barrica e 4 anos de garrafa. Nariz muito intenso, fruta confitada e evoluída mostrando aromas complexos meio oxidados típicos destes grandes Riojas clássicos. Taninos finos, aveludados, uma entrada de boca impactante que termina muito longo e marcante. Um vinho clássico, de muita personalidade, com uma produção anual de apenas umas 80 mil garrafas, que está nas lojas por cerca de R$330,00.

Para finalizar um outro branco, desta vez o Capellania Reserva Blanco 2003, só que este é uma outra história e bem que tinha estranhado que tivessem deixado este vinho para o final. É um branco muito diferenciado, muito bom, porém não muito fácil de beber. A principio, um vinho para paladares experientes, pois é um vinho branco de grande complexidade, algo resinoso, untuoso, denso, de grande estrutura, muito rico de aromas algo oxidados lembrando jerez. O Vicente sugeriu tomá-lo com um prato de rabada, e achei muito interessante, deve ser uma harmonização maravilhosa. Produzido com a uva Viura, de difícil trato, meio insípida quando jovem, mas que quando estagia em carvalho cresce muito, ganhando grande complexidade e, neste caso, são 9 meses em carvalho americano e 9 em francês num mix de barricas novas e usadas. Um vinho complexo, difícil e muito saboroso de se tomar, especialmente com comida. Na Expand por R$115,00.

Todos excelentes vinhos, mas a meu ver, certamente o Marqués de Murrieta Reserva guarda a melhor relação Qualidade x Preço x Prazer e o 2004 realmente imperdível!

Salute e kanimambo.

Prova e Contra-prova com Eduardo Chadwick

Poderíamos chamar essas provas de “Batalhas de David com Golias” ou “ Embates do Século” ou, ainda de “Desafio de Gigantes”, na verdade pouco interessa o título e sim os resultados. Foram provas comparativas realizadas com degustações às cegas de vinhos top, tendo a primeira sido realizada em 2004, iniciativa de um visionário empresário e vinicultor Chileno. Em destemida ação mercadológica para posicionar seus vinhos no exigente mercado internacional, Eduardo Chadwick optou por tentar repetir a façanha dos vinhos Californianos no famoso Julgamento de Paris em 1976, quando em uma degustação às cegas os ainda jovens e pouco conhecidos vinhos dessa região, bateram grandes vinhos Franceses. O tiro poderia ter saído pela culatra, mas Eduardo, sexta geração da família a tocar esta importante vinícola Chilena, assumiu esse risco mostrando coragem e, acima de tudo, convicção no seu trabalho, em sua equipe e em seus produtos. Não contente com os resultados da primeira prova, a vem repetindo em diversos outros locais ao longo dos últimos anos, acompanhe as provas e os resultados:

 

Ano: 2004

Local: Berlin, Alemanha.

Participantes: Seis grandes vinhos Franceses, quatro grandes vinhos Italianos e seis Chilenos.

Rótulos e Safras: Da mítica safra de 2000 na França, os clássicos Chateau Latour, Chateau Margaux e Chateau Lafite. Ainda da França, mas safra 2001; Chateau Margaux e Chateau Latour. Os Italianos, todos da safra de 2000; Sassicaia, Tignanello, Solaia e Guado el Tasso Bolgheri famosos Supertoscanos. A isso se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2001, Seña 2000 e 2001 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2001.

Júri: Dezesseis jornalistas especializados e um seleto grupo de vinte clientes enófilos convidados, todos formadores de opinião vindos do Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Dinamarca e Rússia.

Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.

 

Ano: 2005

Local: São Paulo, Brasil.

Participantes: Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.

Rótulos e Safras: Da França; Chateau Latour e Chateau Margaux de 2001 e Chateau Lafite-Rothschild 2000. Os Italianos, todos da safra de 2000; Sassicaia e Guado el Tasso Bolgheri famosos Supertoscanos. A isso se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2001, Seña 2000 e 2001 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2001.

Júri: Quarenta dos mais renomados e experientes jornalistas especializados, seleto grupo de enófilos, sommelieres, expoentes de nossa vinosfera.

Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.

 

Ano: 2006

Local: Toronto, Canadá..

Participantes: Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.

Rótulos e Safras: Todos os participantes europeus da safra de 2000;  Chateau Latour, Chateau Margaux e Chateau Lafite e os Italianos Tignanello e Sassicaia. A eles, se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2003, Seña 2000 e 2003 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2003.

Júri: cerca de 24 convidados entre imprensa especializada, clientes, enófilos, sommelieres e especialistas.

Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.

 

Ano: 2008

Local: Copenhague, Dinamarca.

Participantes Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.

Rótulos e Safras: Da França os Chateau Latour, Lafit e Mouton Rotschild todos de 2005. Os Italianos Sassicaia e Solaia 2004, mais os Chilenos Don Maximiano 2004 e 2005, o Seña 2004 e 2005 assim como o Viñedo Chadwick 2005.

Júri: Dezesseis jornalistas especializados e um seleto grupo de vinte clientes enófilos convidados, todos formadores de opinião vindos do Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Dinamarca e Rússia.

Mediador da Prova: Soren Frank e Niels Lillelund, dois dos mais importantes jornalistas do mundo do vinho na Dinamarca.

 

Berlin 2004

Resultado: ZEBRA !!

São Paulo 2005

Resultado: Zebra ?

 

1º – 2000 Viñedo Chadwick

2º – 2001 Seña 

3º – 2000 Château Lafite

4º – 2001 Château Margaux

4º – 2000 Seña 

6º – 2000 Château Margaux 

6º – 2000 Château Latour 

8º – 2001 Viñedo Chadwick

9ª – 2001 Don Maximiano Founder’s

Reserve

10º – 2001 Château Latour

10º – 2000 Solaia

 

 

1º – Château. Margaux 2001

2º – Viñedo Chadwick 2000

3º – Seña 2001

4º – Château Latour 2001

5º – Seña 2000

6º – Viñedo Chadwick 2001

7º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2001

8º – Guado Al Tasso Bolgheri D.O.C. 2000 Superiore 2000  

9º – Château Lafite-Rothschild 2000

10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000

Toronto 2006

Resultado: Zebra? Não mais.

Copenhague 2008

Resultado: Zebra? Não, a constatação de um fato!

 

1º – Château. Margaux 2000

2º – Chateau Latour 2000

3º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2003

4º – Tignanello 2000

5º – Seña 2003

6º – Viñedo Chadwick 2000

7º – Seña 2000

8º – Viñedo Chadwick 2003    

9º – Château. Lafite 2000

10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000

 

1º – Château. Lafite 2005

2º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2004

3º – Château Mouton Lafite 2005

4º – Solaia 2005

5º – Seña 2005

6º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2005

7º – Château Latour 2005

8º – Viñedo Chadwick 2004

9º – Seña 2004

10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000

 

 

 O interessante e o que me faz aplaudir estas iniciativas, é que podia ter dado tudo errado, tendo certamente demandado muita determinação e muita fé no próprio taco! Os resultados, para quem ainda não conhecia, estão aí. Não é acaso, não é sorte e, definitivamente, não é zebra. É a constatação de um fato e, como já me diziam quando pequeno, contra fatos não há argumentos! Sem contar que em Tokyo e Beijing também foi assim, consolidando uma tendência que demonstra a grande qualidade destes vinhos Chilenos, em linha com o que de melhor existe em nossa vinosfera. Para quem quiser conhecer mais, visite o site www.theberlintasting.com. Uma coisa que esquecia de dizer, é que todos este vinhos e vinhedos Chilenos que geram esses néctares, pertencem a um mesmo grupo, a “Viña Errázuriz”.

Tive o recente privilégio de participar de uma vertical de vinhos Seña e provar o Viñedo Chadwick, na companhia de; ninguém mais, ninguém menos, que o próprio Eduardo Chadwick, presidente e maior divulgador dos vinhos de sua bodega. Gente, tenho que ter a humildade de reconhecer que pouco posso acrescentar aos resultados acima, que falam por si só, e a tudo o que já foi falado sobre estes vinhos na imprensa especializada. No entanto, como dizia o velho Vicente Mateus eterno presidente daquele time, quem sai na chuva é para se queimar, então aqui vai um pequeno apanhado das sensações que essa degustação me fez sentir.

Seña 2003 – Já tinha provado antes, mas nunca foi um vinho que me entusiasmasse. Bom, muito bom, sem dúvida alguma porém, eresia, não me encantava. Comentei exatamente isso com o Eduardo Chadwick após o almoço, talvez até em função do excessivo marketing que gerou uma expectativa alta demais e, por outro lado, uma questão de paladar pessoal. Sigo com a mesma opinião, mas, de qualquer forma, é um grande vinho com nariz de boa intensidade, fruta madura, cassis, algo de azeitona? Na boca está bastante equilibrado, saboroso, complexo e de ótima persistência.

Seña 2004, vem de uma safra complicada com muito frio e de difícil maturação. Na nariz de boa intensidade aromática, um pouco mais de pimentão e salumeria. Na boca está pronto, redondo de taninos macios e finos com um final de boca especiado mostrando algo de mentol. Para uma safra difícil, eu achei um grande vinho.

Seña 2005, grande, grandíssimo! Vindo de umas melhores safras de todos os tempos no Chile, o vinho é verdadeiramente deslumbrante. Na nariz ainda se encontra um pouco fechado, precisando de decantação para se aproveitar todo o seu potencial aromático. Na boca é maravilhoso, com taninos de grande finesse, bom corpo, ótima acidez, grande harmonia, enorme complexidade de sabores e deliciosa textura aveludada num final de boca interminável. Pronto para beber desde já, mas certamente melhorará muito com mais uma meia dúzia de anos, se é que alguém agüenta esperar todo esse tempo. Este é o meu Seña, um vinho vibrante!

Viñedo Chadwick 2004, um elixir dos deuses que nunca tinha passeado, lamentavelmente, por minha boca. Desta feita passeou e com grande impacto! Um puro Cabernet Sauvignon com 18 meses de barrica e 12 de adega antes de sair para o mercado. Um vinho verdadeiramente sedutor e encantador. Um vinho classudo, sóbrio, meio austero, porém de grande elegância com taninos de enorme finesse, encorpado, denso, rico, de textura sedosa, um verdadeiro elixir dos deuses com um final de boca extremamente prazeroso, complexo e apaixonante, que não termina nunca. Demonstra um enorme equilíbrio da madeira, álcool e acidez, formando um conjunto inesquecível e de enorme delicadeza, apesar de sua boa estrutura que lhe renderá ainda muitos anos de evolução.

 Uma pena que foram só alguns goles, pois este é daqueles para tomar a garrafa, no máximo a dois, e bem devagar para curtir todas as suas nuances. Grande vinho e o Eduardo me disse que o 2005 está ainda melhor, pode?! Para mim, este Viñedo Chadwick foi o grande vinho da degustação e, se tivesse R$2 a 2.500,00 para comprar um Chateau Lafite, ou similar, certamente optaria por comprar uma caixa com um mix de Chadwick 04 e Seña 2005. Talvez menos pompa, mas certamente mais sabor e mais prazer, por mais tempo! Para o meu paladar, o melhor de todos os vinhos super premium Chilenos que já provei e, um dos grandes em todo o mundo. A importação e distribuição exclusiva está a cargo da Expand, um de nossos parceiros do vinho, com vasto portfolio repleto de qualidade e este rótulos são um claro exemplo disso.

Salute e Kanimambo.

Ochotierras Chegou!

Ochotierras, nome alusivo às oito colinas e campos da região de Limarí no norte do Chile, onde a vinícola se instalou há cerca de uma década tendo, a primeira colheita sido realizada em 2005. A região de Coquimbo no Vale do Limarí, onde a vinícola está situada, é uma zona semi-árida com um clima privilegiado com ausência de chuvas na época da colheita, temperaturas amenas com média de 28º, alta luminosidade e solos pobres, características perfeitas para obter uvas de qualidade e gerar belos vinhos. A água, um problema, é coletada do degelo da cordilheira Andina. Eles estavam presentes no evento da ProChile, mas não os visitei já que tínhamos agendado uma degustação específica no dia seguinte.

Na verdade, estes eventos de degustação, ou feiras, qualquer que seja o nome que se queira chamá-las, são ótimos para nos dar uma vaga idéia dos vinhos provados e conhecer as linhas completas dos produtores presentes, ou pelo menos aqueles que conseguimos visitar. Não, não estou cuspindo na taça que bebi, os eventos são válidos e os prezo muito, mas é numa degustação específica e harmonizada, que realmente conseguimos conhecer o que o produtor se dispõe a fazer, quais são seus planos e como, realmente são seus vinhos. Felizmente, a BrasArt, jovem importador exclusivo da vinícola, teve a grande idéia de convidar alguns enófilos e jornalistas para um bate-papo e degustação de seus vinhos num lugar que só vem a acrescentar qualidade aos vinhos, na Praça São Lourenço em São Paulo. Local lindíssimo e um oásis/restaurante tranqüilo e simpático em plena paulicéia, cada vez mais, desvairada. O melhor do local, é que no almoço é servido um enorme, diverso e super saboroso buffet o que possibilita que “brinquemos de harmonizar” os vinhos, levando aos píncaros essa experiência.

Mas, voltemos a falar da vinícola que, a principio, nos traz somente varietais de cepas produzidas em seus três vinhedos com 75 hectares, dos quais cerca de 35 plantados. Os varietais básicos que são vinhos mais jovens, de concentração média e fáceis de beber; os reservas que já passam um tempo maior em carvalho, são de maior estrutura, elegância e concentração mostrando toda atipicidade do vale; e finalmente os Gran Reservas, pura expressividade do terroir do Vale do Limarí com pelo menos 12 meses de barricas de carvalho e mais uns seis meses de adega após engarrafamento. Vejamos os vinhos que, a meu ver e para o meu gosto, mais se destacaram;

Dentro os brancos, Sauvignon Blanc e Chardonnay, o que mais me impressionou e me cativou, foi o Chardonnay 07 que passa levemente pela madeira para ressaltar a fruta. É um vinho de cor palha claro, límpido, de boa tipicidade e sutileza aromática. Na boca invoca as frutas cítricas, é fino, mineral, sedutor e, apesar de um teor de álcool alto, está perfeitamente equilibrado com ótima acidez resultando num vinho bastante fresco e fácil de tomar. Um delicioso branco para o da-a-dia extremamente bem posicionado no preço que agrada e satisfaz por meros R$22 a 25,00. Um verdadeiro achado que acompanhou muito bem, uma salada à base de kani. Certamente será presença constante na minha mesa.

Dos tintos, provamos a linha Reserva com três varietais; Cabernet Sauvignon, Syrah e Carmenére e, na linha de Gran Reservas os varietais de Carmenére e Syrah. No buffet, peguei três carnes para harmonizar com os vinhos; um pernil com molho de laranja, um medalhão de filé com molho de gorgonzola e um galeto com ervas.

  • Cabernet Sauvignon Reserva 2006 com 13.5º, está absolutamente redondo e pronto a tomar.No nariz se sente boa fruta madura com nuances florais, enquanto na boca apresenta taninos doces e sedosos, algo achocolatado, absolutamente elegante e fino com um final de boca longo e levemente especiado. É um Cabernet diferenciado, suave no palato e cativante. A principio, escolhi o galeto para harmonizar com este vinho e até que ficou bastante saboroso. Foi com o suave pernil na laranja, todavia, que o vinho, e o prato, demonstraram todo o seu potencial numa combinação divina. Um vinho muito agradável, fácil de harmonizar por um excelente preço de cerca de R$42,00, uma pechincha e mais um que irá freqüentar minha mesa com uma certa assiduidade.
  • Carmenére Reserva 2006 com 13.5º, ao contrário de muitos Carmenéres que tendem para aromas e sabores muito vegetais que, a meu ver, incomodam e demonstram uma certa agressividade, este é absolutamente frutal, amável e saboroso. Um Carmenére de primeira, de grande harmonia e aveludado na boca, para balançar quem não é chegado nos vinhos desta cepa. Acompanhou bem o pernil com molho de laranja. Gostei muito, preço R$ 53,00 somente disponível na BR Bebidas.
  • Syrah Reserva 2007 também com 13.5º,  possui um nariz mais intenso, muita fruta vermelha, algo de especiarias, corpo médio, carnoso, boa concentração, cremoso e muito saboroso. Por ser um pouco mais novo, seus taninos ainda se encontram mais presentes, porém são finos e elegantes sem qualquer agressividade, já está bom, mas promete melhorar com algum tempo mais de garrafa. Harmonizou muito bem com o medalhão de filé mignon. Preço sugerido R$42,00
  • Gran Reserva Carmenére 2005 com 14,8º absolutamente equilibrado. Um belo vinho, num degrau bem acima dos outros. Eu, que não sou fã desta cepa, tenho que reconhecer que este está maravilhoso e, a meu ver, o melhor vinho de todos eles. Os Gran Reservas são da primeira colheita realizada pela vinícola, então a previsão é de que teremos ainda melhores vinhos nos próximos anos. Este, está com uma paleta olfativa cativante de ótima intensidade, na boca é de grande elegância (aliás uma característica de toda a linha), muito harmônico com ótima acidez o que lhe dá uma vivacidade muito interessante, um leve apimentado final de boca com boa persistência. Encantou-me e achei um senhor vinho, talvez o melhor Carmenére que já tomei, tendo harmonizado muito bem tanto com o pernil, quanto com o medalhão de filé. Um vinho sem arestas, de quantidades limitadas, que deixa lembranças muito prazerosas. Preço de R$105,00 e somente disponível na BR Bebidas.
  • Gran Reserva Syrah 2005 é um vinho bem mais concentrado e potente com mais de 15º de teor alcoólico, com taninos finos e aveludados ainda por amaciar. O nariz é de boa intensidade em que aparecem notas de frutas vermelhas e negras.  Na boca está bastante harmônico, necessitando de um tempo em taça para mostrar todas as suas virtudes, final de boca em que aparecem as especiarias típicas da casta. Mais uma comprovação de que o Chile é hoje um grande produtor de bons vinhos elaborados com esta casta, tendo este, harmonizado muito bem com o medalhão de filé. Preço ao consumidor de aproximados R$110,00.

      Fritar dos ovos, ou melhor, final de taças porque não sobrou nada, é de que estamos frente a frente com um produtor novo com um terroir especial que está produzindo ótimos vinhos que chegam por preços muito competitivos em todas as faixas de qualidade. Há que se acompanhar, mas eu fiquei muito satisfeito com o que provei, e recomendo aos amigos comprar e apreciar estes vinhos. A BR Bebidas, nosso parceiro, é um dos locais onde seus vinhos podem ser encontrados já tendo, inclusive, dado destaque a estes rótulos no último Boas Compras de Agosto. Em Sampa podem ser encontrados também nos supermercados Empório São Paulo, no Varanda Frutas e na Galeria dos Pães. Cheque endereços e contatos em nossa seção “Onde Comprar” ou chame o pessoal da BrasArt (11-5575.8725) que certamente lhe indicará um local mais próximo de você. Ah, ia-me esquecendo, indo almoçar na Praça São Lourenço, não deixe de pedir um, ou mais, desses vinhos para acompanhar as delicías gastronômicas do lugar. Estes rótulos, ou parte deles, já constam da carta.

Salute e kanimambo.

Quinta Nova na Vinea

Há algumas semanas, tive a grata oportunidade de conhecer melhor o projeto Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo e seus vinhos. Luisa Amorim, diretora e propietária esteve presente nos jardins encantados da Vinea Store, onde nos deu a conhecer um pouco de sua história e alguns de seus vinhos. É uma propriedade datada do século XVII, de 120 hectares dos quais 85 com vinhedos em que florescem as castas típicas da região como; Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinta Barroca e Tinta Cão.  A família Amorim está á frente deste projeto desde 1999, tendo em 2007 produzido cerca de 140 mil garrafas e prevendo, para este ano, algo ao redor de 180 mil. As castas brancas que compõem seus vinhos, são compradas de produtores vizinhos escolhidos a dedo e sob sua orientação.

 

Para a maioria que lê este blog, o nome Quinta Nova não vos será estranho já que sou fã ardoroso de seus Vinhos do Porto Ruby Reserva e LBV, os quais já comentei aqui anteriormente. Os Vinhos do Porto, no entanto, são somente cerca de 10 a 15% do total da produção que, estrategicamente, está mais voltada para vinhos de mesa finos. Após esta degustação e do bate-papo que a acompanhou, creio, que descobri o segredo desta Quinta para fazer vinhos de grande qualidade.

Em um almoço maravilhosamente preparado pela talentosa chef  Fabiola Gouveia com a assessoria de Lílian Barros, cada vez melhores, degustamos um Grainha DOC Branco 2006, um Quinta Nova Douro DOC 2004 e para finalizar o delicioso Quinta Nova LBV Porto 2003. Isto, sem mencionar o incrívelmente fresco Prosecco Incontri com que a Vinea, tradicionalmente recebe seus convidados. Sem duvida nenhuma, uma experiência extremamente prazerosa para o olfato e palato. Sei que querem mesmo é saber dos vinhos então, vamos lá, vamos aos finalmente.

  • Grainha DOC Branco 2006, um surpreendente vinho, de grande categoria e finesse, elaborado com um corte das uvas autóctones Gouveio (25%), Viosinho (25%) e Rabigato (50%) com um teor alcoólico de 13.5%, passando 8 meses em barricas de carvalho francês. De um amarelo brilhante e dourado, possui um nariz de boa intensidade e frescor com finos aromas de frutos tropicais e leve floral. Na boca não é ligeiro apresentando um corpo médio, muito balanceado, de boa acidez e uma certa mineralidade que lhe dão um ótimo frescor, muito agradável final de boca com boa persistência confirmando a fruta e alguma complexidade de sabores. Um vinho feito para acompanhar comida, o que provou dignamente ao acompanhar um delicioso camarão crocante com folhas verdes regadas com vinagrete cítrico. A Fabiola se excedeu desta vez e esta harmonização ficou perfeita. Ando com os brancos na cabeça, mas esta delicadeza de sabores é realmente encantadora. Os amigos presentes sugeriram que o vinho deve escoltar um cassoulet com galhardia, até concordo, mas esse camarão ……enfim, vinho para tomar por mais uns dois anos tranqüilamente e o preço de R$107,00 faz juz ao vinho que é.
  • Quinta Nova Douro DOC Tinto 2004, um vinho totalmente produzido em inox sem nenhuma passagem por madeira, coisa rara hoje em dia, especialmente em vinhos desta categoria. A madeira tanto pode melhorar, como esconder eventuais falhas de vinificação maquiando o vinho e, este,não precisa de nada disso. Um corte de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Amarela, sendo que na safra de 2006, esta última cepa foi deixada de lado. Bonita cor ruby viva e brilhante com uma fruta madura muito direta e franca, porém sem exageros novo mundistas, denotando desde o nariz, uma grande elegância. Na boca mostra ser muito harmônico, com taninos finos e sedosos, boa acidez e um saborosíssimo final de boca de boa persistência. Foi muito bem acompanhado por um sirloin steak com purê de abóbora e cebolas carameladas. É um tinto que certamente, também fará muito boa companhia a um bacalhau ao forno, regado com boa dose de bom azeite virgem português e umas batatas ao murro (quem ainda não comeu não sabe o que está perdendo!). O preço de R$75,00 está condizente com a qualidade apresentada, um belo vinho que agradou sobremaneira.
  • Quinta Nova LBV Porto 2003, um néctar, já conhecido, que acompanhou um delicioso mousse de chocolate com purê de castanhas portuguesas. Talvez o Vinho do Porto mais próximo de um Vintage, que eu já tenha tomado. Perfeitamente equilibrado, denso, rico, cremoso, amplo, absolutamente redondo com taninos macios e aveludados, bom frescor e muito, mas muito saboroso. Na cor e no nariz mostra boa intensidade com forte presença de fruta vermelha madura e nuances de chocolate muito bem harmonizado. Um LBV de primeiríssima, cativante e encantador! O preço é de R$122,00 e vale cada gota do doce néctar.

         Estes foram os que provamos, mas a linha de produtos é bem mais extensa. O topo de gama é o premiadíssimo Quinta Nova Grande Reserva 2005 (já na minha Wish List), sobre o qual a critica especializada vem tecendo elogios mil. Elaborado com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca é, reconhecidamente, um dos melhores vinhos de Portugal na atualidade. Na gama de entrada, a linha de rótulos 3 Pomares, do qual peguei uma garrafa após o almoço para apreciá-la condignamente com calma e tranqüilidade, também dizem ser muito bom e, assim que o tomar, compartilharei com os amigos a experiência. O delicioso Porto Ruby Reserva é outro rótulo imperdível enfim, conheça toda a excelente linha da Quinta Nova entrando no site da Vinea, www.vineastore.com.br e salute!

         Ah, o segredo da Quinta da Nova? Bem, há o de sempre; trabalho duro, carinho, cuidados nos vinhedos, tecnologia, conhecimento, dedicação e terroir, mas estes não são mais segredos. O segredo é que aqui, tem tudo isso com algo especial que é a conjugação perfeita da Touriga Nacional com este terroir, daí os preciosos néctares que têm nesta casta sua principal fonte de sabores e aromas. Tanto é, furo de reportagem (eheheh), que não tardará muito e teremos o prazer de degustar um varietal de Touriga Nacional elaborado por esta Quinta. Este eu não perderei, pois sou louco por um Touriga Nacional em extreme! Para quem quiser conhecer mais sobre a vinícola, pesquei esta matéria sobre a Quinta Nova no You Tube. Mais uma boa reportagem da “Hora de Baco” da Rádio e Televisão de Portugal com lindas imagens da região. A vista do terraço da casa sede, é um bálsamos para os olhos e para a alma. Imagine-se sentado alí com um belo vinho na taça num final de tarde de primavera, ai meu bom Jesus! Essa visita também vai para meu Wish List.

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Salute e kanimambo.

Juanicó

                É, por este nome do produtor, poucos saberão de que vinhos falarei hoje. Juanicó é nome da vinícola que produz os famosos vinhos Don Pascual, Prelude e Família Deicas, agora está mais fácil não? Já deu para se situar? Pois bem, a Juanicó talvez seja o maior produtor Uruguaio de vinhos finos, exportando cerca de 20% de sua produção e detendo algo ao redor de 35% do mercado Uruguaio com uma produção total de cerca de cinco milhões de garrafas anuais. Apesar de já conhecer alguns de seus produtos como o ótimo Prelude e o excepcional Família Deicas 1er Cru Garage, desta vez tive o privilégio de, não só voltar a tomar estas preciosidades, mas também conhecer a linha básica e uns lançamentos.

  • Don Pascual Viognier Reserva 2005, eis aqui um vinho branco muito agradável, de boa concentração e frescor. Trinta por cento dele passa por barris de carvalho Francês por seis meses. No nariz muito cativante com os aromas de pêssego tendendo a se sobressair. Na boca é cremosos, de corpo médio, acidez controlada e muito saboroso. O preço normal é de R$39,00, mas neste mês de Julho está em promoção por R$32,00.
  • Don Pascual Tannat Roble 2006, uma parte passa por carvalho Francês e outra por Americano dando-lhe características muito interessantes. Um Tannat muito equilibrado, redondo e macio, absolutamente pronto para beber. O Preço normal é de R$45,00, porém nesta promoção de Julho, está por R$39,00.
  • Prelúdio Barrel Select Branco 2004. Lançamento do primeiro Prelúdio branco e um senhor vinho que vem para dividir atenções com seu irmão mais velho, o tinto. Um corte de 90% de Chardonnay, 8% de Viognier e 2% de Sauvignon Blanc. De 9 a 11 meses de barrica de carvalho Francês, elaborado de forma quase artesanal que resulta em somente umas 2500 garrafas disponíveis para todo o mercado. No nariz não desperta, pelo menos para min, grandes euforias. Na boca, no entanto, é bem mais evoluído, complexo, um vinho que clama por comida. Elegante, rico é um vinho de grandes qualidades. Preço R$88,00.
  • Prelúdio Barrel Select Tinto 2002, um corte de Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot e um tico de Marselan. Vinho de guarda com ótima estrutura. Este 2002 apresentou aromas complexos, taninos firmes sem qualquer agressividade na boca, fruta madura, boa acidez, muito equilíbrio num conjunto que preza pela elegância. Já muito bom e, certamente, melhorará ainda mais com mais um ano de garrafa. De R$115,00 por R$99,00.
  • Don Pascual Tannat/Merlot, o célebre corte Uruguaio que vai excepcionalmente bem com uma carne na brasa. Este corte produz um equilíbrio e harmonia tal no vinho, que explica o sucesso que o faz ser um campeão de vendas. Redondo, fácil de beber, um vinho para quem não quer errar. Nos restaurantes, uma escolha certeira.
  • Família Deicas 1er Cru Garage 2000. Produzido em associação entre a Juanicó e a família Magrez, dona de diversos Chateaus em Bordeaux, em especial o Chateau Pape Clement, com uvas de vinhedos de baixíssima produção de onde se extrai algo como meio quilo de uvas por planta o que significa que, para elaborar uma garrafa deste néctar, se usam uvas de três plantas! Já tinha me apaixonado pelo vinho quando de uma degustação de aniversário da Expand e, repetir a experiência foi um enorme privilégio já que este vinho me encanta, é exuberante! Repito o que já tinha comentado antes, uma paleta aromática absolutamente maravilhosa, intensa e complexa. Na boca é potente, mas elegante com taninos finos presentes e boa acidez com um longo final de boca. Não mais uma enorme surpresa e sim, a confirmação de estar perante um grande vinho! Preço especial na promoção. De R$285,00 está por R$248,00. Para quem tem essa grana, não deixe de comprar, não se arrependerá.
  • Licor de Tannat 2004. Um licor produzido à base de Tannat com adição de álcool viníco ao estilo dos vinhos do porto. Bom para tomar  acompanhando uma sobremesa de chocolate ou em vôo solo. Preço R$78,00.

Estes vinhos são de importação exclusiva da Expand. Procure-os em qualquer uma de suas 33 lojas espalhadas por este Brasil afora. Veja telefones e endereços em http://www.expand.com.br/ .

 

Salute e kanimambo.

 

Antinori na Expand

               Com a presença do enólogo Renzo Cotarella, diretor geral da casa produtora Italiana Marchesi Antinori, tive o enorme prazer de degustar algumas preciosodades e confirmar que não é só de fama que esse pessoal vive. Realmente produzem vinhos de grande qualidade sustentada por mais de 600 anos de experiência e mais de 26 gerações envolvidas no processo do vinho. Foi do bate-papo com ele que registrei esta sábia frase:

“Não existe receita do vinho, existe tendência e estilo. Porque a natureza muda a matéria prima todos os anos e o enólogo tem que, respeitar essas variações e tirar delas o que de melhor geraram na safra.”

  • Começamos essa degustação com um Chardonnay da região da Úmbria que me surpreendeu. Bramito Del Chardonnay I.G.T. 2006, bonita cor amarelo palha, brilhante tem aromas bem frutados, de boa intensidade que vão se abrindo na taça. Bastante floral, pêra evoluindo para baunilha após um tempo. Na boca demonstra ser um vinho muito equilibrado, de boa acidez, suave, boa mineralidade evoluindo para uma certa cremosidade após um tempo, agradáveis traços de levedura no final de boca. Muito agradável, fácil de tomar e agradar, mas nada simples. Belo e saboroso vinho. Preço R$ 99,00.
  • Um delicioso corte de 40% Cabernet Sauvignon, 40% Merlot e 20% Syrah, compôs o segundo vinho. Il Brusciato Bolgueri D.O.C 2005 produzido na Toscana é um vinho muito apetecível, muito elegante e extremamente saboroso. Boa paleta aromática em que sobressaem as frutas vermelhas, algo de especiarias e salumeria. Na boca é muito agradável, mostra boa estrutura, fruta madura e taninos leves e macios. Acidez moderada, elegante e harmônico com um bom e longo final de boca. Fosse mais barato e estaria diversas vezes sobre a minha mesa e na minha taça. Preço R$115,00.
  • Um ícone produzido com 80% Sangiovese, 15% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc. O primeiro Sangiovese amadurecido em barricas de carvalho Francês e o primeiro a usar assemblage com uvas não tradicionais mantendo, desde 1982, esta composição de cepas, não necessariamente porcentuais. Tignatello I.G.T. Toscana 2004, um graaaande vinho!Nariz intenso de grande complexidade onde aparecem frutas do bosque, alguma ameixa madura e algo de tostado. Na boca é de grande estrutura, complexo, taninos ainda firmes e aveludados, encorpado mas nada pesado, potente e de grande concentração buscando mais sutileza com foco em sabor e elegância. Um vinho difícil de descrever, mas inegavelmente um baita vinhaço, daqueles que chamo de vinhos de reflexão! Vinho de longa guarda, já está bom agora, mas daqui a cinco ou seis anos, deverá estar um espetáculo. Para quem pode ($), um senhor vinho por R$480,00 para fazer bonito na adega e, preferencialmente, na taça! Não é à toa que foi eleito melhor vinho Italiano em 2007 tendo figurado no Top 100 da Wine Spectator em que foi contemplado com 95 pontos.
  • Finalizamos com um vinho de sobremesa, Muffato Della Sala I.G.T 2004. Da Úmbria, este vinho é produzido com 60% Sauvignon Blanc, 40% Grechetto, ambas bortitizadas lhe trazendo a doçura natural, adicionados de uma ínfima parte de Gewurtzraminer e Riesling para lhe dar mais aromas e frescor. No nariz, é umespetáculo! Daqueles que você não sabe se cheira ou se toma. Muita intensidade exibindo notas de pêssego e algo de mel. Na boca é muito agradável faltando-lhe, para o meu gosto, um pouco mais de acidez e frescor. O vinho é doce e agradável, o preço nem tanto, R$195,00, provavelmente devido a produção ser muito limitada e a demanda alta.

Não degustado na ocasião, mas de importante destaque em minha opinião, a casa produz um outro vinho da Toscana, um corte de 60% Sangiovese, 20% Cabernet Sauvignon, 15% Merlot e 5% de Syrah, que me encanta e que tem uma boa relação Qualidade x Preço x Satisfação. É o Villa Antinori I.G.T. que custa normalmente R$98,00 e nas promoções costuma estar por voltas dos R$85,00, quando se torna bem mais atraente. Muito saboroso, elegante, aromático, corpo médio, equilibrado com taninos macios e bom final de boca, é um vinho de grande qualidade que enche a boca de prazer por um preço um pouco mais acessível.

Salute e kanimambo.

La Rioja Alta na Zahil

               É meus amigos, com a ajuda de vocês que prestigiam este blog e dão preferência aos nossos parceiros, cada vez tenho mais oportunidades de degustar vinhos e compartilhar com vocês essas experiências. O que falar de um grupo, união de cinco famílias que se juntaram em 1890, para preservar suas tradições vinícolas e elaborar vinhos de grande qualidade? A história fala por si próprio e os vinhos são o produto final. Por sinal, belos vinhos. Para gente como eu que aprecia os vinhos Espanhóis, especialmente os clássicos de Rioja, eis aqui um produtor de primeira, com rótulos de diversas origens, apesar do nome, e muita qualidade e caráter.

  • Lagar de Cervera 2006, um Alvarinho produzido em Rias Baixas na Galicia, parte de um mais recente projeto de expansão da Riojas Altas. A Albarinho apresenta, na Espanha, características bem diferentes dos vinhos Portugueses da região do Minho, produzidos com a mesma casta. O Alvarinho Português apresenta uma maior acidez e mineralidade, com mais frescor que os Espanhóis que, por sua vez, apresentam maior intensidade de aromas e melhor estrutura. Este vinho apresenta boa tipicidade, demonstrando toda a exuberância desta que é uma das minhas cepas preferidas nos vinhos brancos. Um nariz de boa intensidade, boca bem frutada, médio corpo, acidez correta, um belo vinho. Preço R$75,00.
  • Viña Alberdi Reserva (na Espanha vende como crianza) 2000. Boa intensidade aromática. Na boca, um vinho de boa estrutura, denso, corpo médio para encorpado, taninos ainda bem firmes, porém sem agressividade, num misto de potência e elegância. Final de boca de persistência média com retrogosto levemente tostado. Pode guardar e abrir daqui a dois anos, estará melhor ainda.Preço R$98,00.
  • Baron de Ona Reserva 1999, elaborado em parcela especifica com vinhas de até 90 anos de idade, é um vinho de grande concentração, sofisticado e elegante, com uma personalidade muito própria. Grande intensidade e harmonia num vinho elaborado com um estilo mais moderno. Preço R$132,00.
  • Áster Crianza 2002 , mais um vinho de fora da Rioja dentro do projeto de expansão da vinícola. Este vem de Ribera Del Duero que é, caracteristicamente, uma região de vinhos mais potentes e encorpados. O Áster não foge à regra e é um vinho bem encorpado, de grande potência, mas com taninos finos e macios. Vinho com grande potencial de guarda. Preço R$132,00
  • Viña Arana 1997, aqui meus joelhos começaram a dobrar! Adoro um Rioja clássico e este vinho é um belo exemplo deste estilo. Envelhecido por 3 anos em barricas e trasfegado duas vezes ao ano para que a madeira não impregne demais o vinho. Um corte de 95% de Tempranillo e 5% de Marzuelo, de extrema elegância com fruta madura com nuances defumadas e algo terroso ao final. Na boca é cremoso, corpo médio, com taninos finos, saboroso e harmônico num final de boca longo e muito prazeroso com um toque de baunilha. Uma delicia, um vinho que impressiona por sua sutileza e refinamento estando no ponto para ser aproveitado em todo o seu esplendor, e olha que 97 não foi uma grande safra!. Preço R$156,00.
  • Viña Ardanza 1999, agora já ajoelhei, mais um grande vinho obtido de uma safra que não foi aquelas coisas. Como 97, este ano de 99 se mostrou fraco, mas nas mãos de quem sabe, isso é mero detalhe. Divino, um vinho de grande impacto aromático em função dos 20% de Grenacha que é adicionada ao Tempranillo. É uma intensidade de fruta fresca e mineralidade impactantes no nariz, mas de forma muito delicada, que nos cativa à primeira “fungada”. Grande equilíbrio, acidez muito boa num vinho de corpo médio, taninos muito elegantes e doces formando um conjunto redondo, equilibrado e de grande sabor que nos transmite enorme satisfação ao tomar. Grande complexidade e persistência num vinho com uma personalidade muito própria que nos deixa com aquele gostinho de quero mais na boca. Preço R$192,00.

Um outro fator muito interessante, é que eles têm uma tanoaria própria. O grupo importa o carvalho e produz suas barricas em casa, dando-lhes o acabamento/queima que desejam. Gente, o único senão é que tive que sair com pressa em função do rodízio aqui em São Paulo, e não tive chance de fazer uma segunda rodada de prova por estes dois últimos vinhos que me encantaram. Este é o problema das degustações, só provamos e, quando são néctares deste porte, fica-nos uma vontade danada de tomar umas taças! Ta, já sei, choro de barriga cheia, né? Concordo, é um privilégio, mas que ficamos com água na boca, lá isso não resta duvida! Todos ótimos vinhos mas, para o meu gosto, havendo caixa, certamente recomendo o Ardanza e o Arana, vinhos encantadores com o caráter de Rioja estampados neles e o Lagar de Cervera. Belíssimos e deliciosos vinhos.
Zahil (*) (loja) (11)3071-2900 , http://winehouse.com.br/
Salute e kanimambo.

Ps. Fantásticos os queijos artesanais apresentados para acompanhar os vinhos. Depois conto!

Semana do Vinho III – Monte da Penha nos Jardins da Vinea

                 Dentro os diversos eventos que ocorreram paralelo a Expovinis, um destaque foi o almoço que a Vinea Store realizou para receber os produtores dos vinhos do Alentejo, Montes da Penha. Com mais de 100 anos ligados à produção de vinhos de qualidade, primeiramente com o conhecido “Tapada de Chaves”, a família tem gerações ligadas à vinha e ao vinho. Em 1987 o proprietário Francisco Fino, inicia este novo projeto na região de Porto Alegre ao norte do Alentejo, região de características bem diferenciadas do restante da DOC que é basicamente composta de planícies. O vinhedo é plantado em encostas com intensa exposição solar, em altitudes de 450 a 600 metros em solo difícil, de muita pedra, argila calcária e granítico.

                 Fomos recebidos com fidalguia, como já de praxe, pela equipe Vinea Store, no lindíssimo “Jardim Gourmet” onde tivemos o prazer de conhecer e trocar idéias com o apaixonado proprietário da vinícola Sr. Francisco Fino e sua simpática filha Rita Fino Magalhães. Antes do almoço, como de costume, um delicioso e refrescante Prosecco Incontri, um dos belos produtos que a Vinea trabalha com exclusividade. Impossível tomar somente uma taça! Para começar a degustação duas versões de um mesmo vinho, o Monte da Penha Reserva Branco. Duas safras e dois vinhos bem diferenciados, mas igualmente deliciosos.

  • Monte da Penha Reserva Branco 2006, é um vinho mais maduro, untuoso com nuances de pêssego e pêra, com bastante cremosidade na boca. O 2007 apresenta um estilo de bem maior frescor, com nuances de maçã verde e maior mineralidade. Ambos muito elegantes e saborosos, elaborados com um corte de uvas brancas autóctones da região: Arinto, Roupeiro, Fernão Pires e Trincadeira das Pratas. Sem madeira, com longa fermentação em tanque de aço inoxidável com temperatura controlada em torno de 15º. Incrivelmente, um vinho que, mesmo sem madeira, poderá evoluir positivamente por diversos anos. A Vinea sugere, e eu endosso, que seja tomado acompanhando um espaguete ao vongoli, tem tudo para ficar divino. Preço R$87,00.

Provamos, também, os vinhos tintos da casa, desde o Montefino que é a vinho de entrada de gama da empresa, passando pelo Monte da Penha Reserva, Monte da Penha Fino Reserva Tinto de duas safras, até chegar no Gerações, um vinho ainda não disponível no Brasil, mas que, certamente, a Vinea estará trazendo dentro em breve para deleite dos entusiastas enófilos e apreciadores de bons vinhos no Brasil. A linha é toda de vinhos de grande qualidade e muito saborosos, mas dois dos vinhos me chamaram a atenção e me encantaram.

  • Monte da Penha Reserva Tinto 2003, um corte de Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet e Moreto com 13.2º de teor alcoólico. Fica um ano em barricas de carvalho, das quais 30% do vinho em barricas de primeiro uso e o restante de segundo uso, para então, passar um período adicional de doze meses estagiando na garrafa antes de sair para o mercado. Boa paleta aromática em que sobressaem frutas vermelhas, ameixa, na boca é muito macio, com taninos sedosos e finos num conjunto de grande harmonia e elegância que encanta e nos dá água na boca. Um belo vinho com um bom final de boca, de boa estrutura, que certamente acompanhará maravilhosamente bem um arroz de pato ou, como foi o caso, um delicioso filé mignon de vitelo com purê de cará e hortelã. Belíssimo vinho. Preço R$125,00.
  • Gerações 2004 o, hoje, top de linha desta vinícola. Corte de Alicante Boushet, Aragonês e Trincadeira. Uma pequena parcela do vinhedo e as melhores uvas foram selecionadas para elaborar este vinho de grande classe. Doze meses de carvalho Allier Francês novo e mais um estágio em garrafa de mais doze meses. É um grande vinho, sedutor e ainda jovem devendo atingir sua plenitude em mais uns dois ou três anos. Fiquei entusiasmado com o vinho que se apresentou intenso no nariz em que se destacaram notas de frutas negras, maduras. Na boca é denso e untuoso, taninos finos, boa acidez  e persistência, encorpado, tudo em um perfeito equilíbrio que enche a boca de prazer e nos deixa com aquele gostinho de quero mais. Pena que só tinha uma garrafa para um monte gente (O Sr. Francisco gentilmente abriu a única garrafa que tinha) e, realmente, minha boca ficou pedindo bis! Um vinho de primeira que agrada sobremaneira. Nenhuma das, apenas, 3600 garrafas produzidas chegaram ao Brasil, então ainda não há preço disponível.

                 Como disse ao Sr. Francisco e à Rita, no final da refeição (por sinal a Chef Fabíola vem se superando) e da deliciosa degustação, os vinhos são muito bons e encantam, mas é a paixão e emoção com que eles falam das vinhas e dos vinhos que produzem, que termina nos conquistando de forma definitiva. Quem produz com tamanha dedicação e paixão, somente pode colher grandes resultados e os vinhos degustados são a prova disto. Mais uma tacada certeira da Vinea que detém a exclusividade da importação e fixe este nome, Monte da Penha, um produtor sério e apaixonado, que elabora vinhos de grande qualidade que merecem ser provados pelos gulosos enófilos e apreciadores de vinho de plantão. Para finalizar, aquele Porto Ruby Reserva Quinta Nova que eu adoro e sou fã incondicional. Salute e kanimambo.

Rua Manuel da Nóbrega, 1014, Paraiso, Tel. (11) 3059-5200

Vinea Store e Maison Philippe Bouchard

              Estive há poucos dias na Vinea Store onde tive o prazer de participar de um almoço para apresentação dos vinhos da Maison Philippe Bouchard, Bourgogne e Côte- du- Rhône, sendo importados pela casa. Existem momentos únicos em que se tem a oportunidade de curtir um lugar aconchegante, com gente simpática, boa comida e bons vinhos. Este foi um momento único! Os vinhos ótimos, a organização e harmonização perfeita e, mais ainda, a simpatia das pessoas presentes, o que faz, sempre, uma enorme diferença e não canso de ressaltar já que, como diz a minha amiga Rosario, há companhias que avinagram os melhores dos vinhos! Obrigado à Adriana pelo gentil convite e pela hospitalidade.    

             A Vinea Store, preciso fazer uma matéria só com eles, tem um “Jardim Gourmet” que é um local deslumbrante e onde o almoço foi servido sob a batuta da jovem Chef Fabiola Nogueira recém chegada à equipe da Central de Relacionamento com o Cliente. Fomos recebidos com uma taça de Prosecco Incontri, super fresco e muito agradável num dia de bastante calor. No almoço:

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  • Carpaccio de pêra com vinagrete de frutas vermelhas, harmonizado com um suave e bem fresco Chablis sem madeira. Combinação perfeita e muito agradável.
  • Escondidinho de carne seca com purê de abobrinha e queijo coalho divinamente escoltado por um Savigny-les-Baune 1er Cru, de aromas inebriantes. Um bouquet de aromas maravilhoso, de frutas vermelhas com toque florais e uma seda na boca. Não sabia se o cheirava ou se o tomava! Absolutamente maravilhoso, um vinho que é o sonho de qualquer enófilo, a personificação da elegância num vinho. Á parte disso, casou maravilhosamente com o delicioso escondidinho. Amei!
  • De sobremesa, um creme de manga com farofa crocante de castanhas.

Bem, a esta altura eu já estava nas nuvens, mas a Vinea ainda tinha uma surpresa guardada para nós. Para acompanhar a sobremesa eles serviram um Porto Ruby Reserve, Quinta Nova. Dos Deuses, o melhor Ruby que já tomei, um Grand Finale para um almoço divino! Acham que terminou, ainda não! A presença do diretor comercial do Grupo Corton André, a quem pertence a vinícola, o Sr. Christian Ciamos que nos presenteou com uma bela apresentação de seus vinhos, seus vinhedos e segredos da Bourgogne. Uma “aula” dada com extrema simplicidade e simpatia por alguém que, não só conhece muito, é um apaixonado pelo que faz e o faz com enorme prazer.

                Dê uma passada lá na Vinea tome um café, conheça os vinhos, no mínimo será um passeio muito agradável e, garimpar é bom demais. Para quem tem o bolso mais gordo, existem alguns néctares, como este Savigny acima ou o Corton Grand Cru, Aloxe Corton e Gevrey-Chambertain. Para quem não pode, eis algumas dicas que podem ser muito interessantes e me deixaram muito curioso; Bourgogne AOC Pinot Noir 2005 e o Cote-du-Rhône AOC Grand Mont 2006 de preços mais acessíveis. Ah, não esqueçam do Vinho do Porto Ruby!!