Espumantes & Casamento

Desafio de Espumantes Moscatel – Resultados

         Finalizamos a primeira etapa de nosso projeto de Desafios de Vinho deste mês de Novembro com esta agradável prova no Emporio da Villa. Iniciamos por um estilo de espumante pouco comentado pelos criticos, mas que vem crescendo bastante no gosto do consumidor. Uma verdadeira porta de entrada ao maravilhoso mundo dos espumantes. O Espumante Moscatel é elaborado pelo método Asti com o uso da uva moscato. Neste método, a fermentação realizada em grandes autoclaves é interrompida através de redução rápida da temperatura a cerca de 0º quando o teor alcoólico alcança de 7 a 8,5%, de acordo com o objetivo determinado pelo enólogo responsável. O resultado é um residual de açúcar bastante alto que deixa o espumante leve e doce. A acidez, sempre importante nos espumantes, mostra-se essencial aqui no sentido de equilibrar o açúcar reduzindo a sensação de doçura no palato.

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       Foram doze vinhos em prova com um deles prejudicado e outro, acredito, não em plena forma apesar da preferência de um dos membros da banca, porém o conhecemos pouco para poder julgar melhor. Muito interessante o resultado e, em geral, uma performance bastante boa mostrando que temos ótimos produtos disponíveis no Brasil e, mais ainda, com ótimos preços como pudemos ver pela apresentação dos desafiantes. Aqui procuramos equilíbrio, frescor, leveza e riqueza de sabores porém sem grande complexidade.

Marson Moscatel – maracujá doce e frutas em calda (pêssego) numa paleta olfativa bastante doce e intensa que se repete na boca. Perlage com borbulhas de tamanho médio, baixa persistência e intensidade. Doçura acentuada. Nota média obtida 78,83 pontos.

Perini Moscatel – Notas de frutos brancos bem maduros  algo doce mas menos intenso no nariz. Na boca repete essas sensações porém com uma maior acidez que o torna algo mais leve, mesmo que não totalmente balanceado. Correto, perlage de bom tamanho mas algo curta . Obteve a média de 80,83 pontos.

Vallontano Moscatel – Aromas finos de fruta mais fresca e cítrica mostrando algum floral. Na boca mostrou-se mais equilibrado, fino e delicado, com bom frescor e uma perlage de tamanho médio de boa persistência. Obteve a média de 81,50 pontos.

Aurora Moscatel – Floral sutil no nariz como água de rosas e bem fresco. Na boca consegue equilibrar bem os níveis de açúcar com boa acidez que o faz muito prazeroso de tomar, cremoso, boa espuma e uma perlage bem adequada ao perfil, mesmo que não muito longa. Nota média obtida, 82,75 pontos.

Fontanafredda Asti – diferente e, apesar de essa não ser a opinião da maioria da banca, o vinho não me pareceu bem. Faltou tipicidade e acidez, aromas de resina, borracha, com algum floral sutil e, talvez, um toque de mel. Na boca abacaxi maduro, doce com perlage de boa intensidade. Nota média obtida 82,25 pontos.

Amadeu Moscatel – erva cidreira, flor de laranjeira numa paleta olfativa muito agradável. Na boca muita fruta tropical fresca, muito bom equilíbrio, perlage abundante de tamanho e persistência médias, delicado, fino, talvez o mais citrico de todos os rótulos participantes e muito apetecível formando um conjunto bastante harmônico e fácil de gostar. Obteve a média de  84 pontos.

Marco Luigi Moscatel – Aromas delicados e finos, floral lembrando água de rosas e flores brancas. Entrada de boca vibrante e de grande impacto com uma perlage bastante fina de boa intensidade e boa persistência. Espuma adequada formando um delicado colar na taça, cremoso, algo de damasco na boca, muito equilíbrio entre a doçura e acidez que o torna muito agradável de tomar formando um conjunto harmônico com um saboroso final de boca. Não o reconheci, mas foi minha maior pontuação confirmando minha preferência pessoal só que, agora, ás cegas. Média de 86,08 pontos obtidos.

Don Giovanni Moscatel – Paleta olfativa de média intensidade com nuances florais e frutas tropicais com toques de mel.  Perlage de média a boa intensidade, borbulhas de tamanho médio e algo curto. Na boca mostra-se discreto, delicado, pêssego em calda, fresco, final de boca com um leve amargor que persiste. Alcançou uma média de 83,50 pontos.

Terranova Moscatel – já se houve melhor na minha taça. No olftato apresentou-se algo vegetal com forte presença de ervas caseiras. Perlage bastante homogênea e de boa persistência, gostoso, fresco, correto com maior concentração de doçura. Ligeiro, sem defeitos mas também sem qualidades  que o destaquem. Obteve a média  de 79,17 pontos.

Cave Antiga – pêra em calda, maracujá doce com nuances florais de boa presença e intensidade. Boa perlage, borbulhas finas e abundantes com boa persistência. Na boca mostra um conjunto bastante equilibrado, delicado e saboroso fácil de gostar e apetecível. Obteve a nota média de 83,83 pontos.

Garibaldi Moscatel –  Muito atrativo ao olfato com bastante frescor e algo de frutas brancas como melão maduro. Ótima espuma formando um colar que permaneceu por bastante tempo, cremoso, fino e delicado com ótima acidez que se contrapõe muito bem ao residual de açucar presente. Perlage abundante e um final de boca longo e muito fresco que convida á próxima taça. Obteve a média de 86,58 pontos.

Valduga Premium Moscatel – um vinho que aguardava com ansiedade pois dizem ser muito agradável e equilibrado. Lamentavelmente se encontrava prejudicado e não obteve nota.

            O grande campeão da noite que foi apontado como Melhor Vinho, Melhor Relação Custo x Beneficio e Melhor Compra, levando a tríplice coroa como já havia feito o Herdade do Pinheiro Reserva 2003 no Desafio de Vinhos Portugueses, foi o GARIBALDI MOSCATEL, que veio confirmar todos os prêmios que vem recebendo no exteriorNa sequência de Melhor Vinho da noite e completando o pódio; Marco Luigi em segundo lugar, Amadeu em terceiro, Don Giovanni em quarto e Cave Antiga em quinto lugar.

            No geral, como disse o Ralph, uma boa coleção de rótulos todos bastante corretos nos mostrando o porquê do forte crescimento de consumo. Um pouco esquecido da mídia, mas não do consumidor que fez com que o consumo dos primeiros dez meses do ano crescesse mais de 22% (o maior do setor), é uma ótima opção de vinho de sobremesa  especialmente no quente verão que se avizinha e a preço acessível. Experimente uma salada de fruta com uma bola de sorvete de creme e uma taça de Espumante Moscatel, garanto que não se arrependerá! Veja quais os top três espumantes de cada degustador:

  • Alexandre Frias – Garibaldi / Fontanafredda / Perini
  • Eliza Leão – Garibaldi / Aurora / Don Giovanni
  • Ralph Schaffa – Vallontano / Marco Luigi / Aurora
  • Álvaro Galvão – Garibaldi / Aurora / Marco Luigi
  • Fabio Gimenes – Cave Antiga / Marco Luigi / Garibaldi
  • Beto Duarte – Marco Luigi / Amadeu / Don Giovanni
  • José Roberto – Garibaldi / Marco Luigi / Cave Antiga
  • João Filipe – Marco Luigi / Amadeu / Garibaldi.

       Uma pena que alguns dos amigos da banca não puderam comparecer devido a problemas de saúde e trabalho, mas outras oportunidades existirão. Agora nesta semana a segunda prova deste desafio/painel de espumantes com o embate entre Espumantes Rosés que será realizado na Portal dos Vinhos, loja do amigo e confrade Emilio Santoro e sua simpática esposa Fátima. Serão doze participantes que relacionarei em post nos próximos dias. Me aguarde, este mês tem espumantes de monte, um pequeno guia para o ajudar nesta difícil escolha de qual tomar!

Salute e kanimambo.

Desafio de Espumantes Moscatel

          Neste primeiro Desafio do mês de Novembro, que terá três provas, encaramos um seleto grupo de espumantes que fazem a cabeça de muita gente, inclusive a minha, nas quentes tardes de verão ou como companhia para sobremesas como um delicioso e suave mil folhas ou uma salada de frutas com sorvete ou ainda uma bela torta de morangos. É muito usado também em festas de casamento para acompanhar o bolo e minha única observação é somente quanto ao equilíbrio da acidez com o açucar residual para que não se torne enjoativo. Lembrando, para quem não sabe, que estes espumantes são elaborados pelo processo Asti, de origem italiana, com a uva Moscato e um teor alcoólico na casa dos 7 a 8,5%.

Villa 003         O Brasil produz uma série de bons produtos e selecionei, com o apoio dos produtores, uma pequena lista, porém bem representativa, desses produtos de diversas regiões produtoras  e a eles acresci um Asti de renome. Vejamos a lista dos participantes deste desafio que em breve se estarão enfrentando nas simpáticas e aconchegantes instalações do Emporio da Villa, meu parceiro neste evento e um ótimo lugar para você curtir bons vinhos e comer ótimas pizzas, entre outras delicias da casa. Os preços ao consumidor mencionados são aproximados e praticados em São Paulo.

  • Fontanafredda Asti – Fontanafredda Spa. – Serralunga d’Alba – Itália – importado pela Bruck – R$65,00
  • Marco Luigi Moscatel – Vinícola Marco Luigi – Bento/Vale dos Vinhedos – R$23,00
  • Garibaldi Moscatel – Vinícola Garibaldi – Garibaldi/Vale dos Vinhedos – R$20,00
  • Terranova Moscatel – Miolo Wine Group – Vale do São Francisco – R$19,00
  • Marson  Moscatel – Cave Marson – Cotiporã/Vale da Ferradura – R$39,00
  • Amadeu Moscatel – Cave de Amadeu – Vinhos de Montanha – R$29,00
  • Vallontano Moscatel – Vallontano Vinhos Nobres – Bento/Vale dos Vinhedos – R$38,00
  • Don Giovanni Moscatel – Vinícola Don Giovanni (Abegê part. Ind. Com. Ltda) – Vinhos de Montanha – R$25,00
  • Aurora Moscatel – Cooperativa Vinícola Aurora – Bento/Vale dos Vinhedos – R$22,00
  • Perini Moscatel – Vinícola Perini – Garibaldi/Vale dos Vinhedos – R$22,00
  • Cave Antiga Moscatel – Cave Antiga Vinhos Finos – Farroupilha/Vale Trentino – R$25,00
  • Valduga Moscatel Premium – Famiglia Valduga – Vale dos Vinhedos – R$34,00

          Para compor a banca de degustadores convidei os parceiros de sempre; José Roberto Pedreira e Fábio Gimenes da confraria de Embu, Ralph Schaffa, Eliza Leão da Lusitana de Vinhos e Azeites, os amigos blogueiros Álvaro Galvão (Divino Guia), Alexandre Frias (Diario de Baco), Beto Duarte (Papo de Vinho) e Daniel Perches (Vinhos de Corte) e Carolina Escobar (Vinhos com Carolina Escobar) e eu. Somente dez degustadores para que possamos apreciar os espumantes da forma devida.

         E aí, alguém arrisca um palpite? Conheço bem pelo menos uns quatro deles e desde já acredito que vai ser um páreo duríssimo, mesmo com a presença solitária do gringo! Acredito que haverá empate e, nessa situação, vai valer o preço mais baixo. Vai arriscar?! Cheque os resultados aqui na próxima Segunda-feira.

Salute e kanimambo

Champagne Tsarine na BR Bebidas

Jacques-Louis ChanoineA convite do amigo Fredo da BR Bebidas, passei para conhecer esta nova champagne que chega ao Brasil pelas mãos do Vincent Kieffer, um dos baluartes dos vinhos de Provence em nossa terra brasilis através de sua KB-Vinrose. Conheci o Vincent na Expovinis quando trocamos umas idéias enquanto provava alguns bons rosés trazido por ele. Francês boa praça, casou com uma brasileira e acabou ficando por aqui onde encontrou seu habitat na bonita cidade do Rio de Janeiro, mais por paixão dele por nós do que por vontade dela.  Agora o reencontro com mais uma descoberta dele, no mercado faz cerca de dez meses, os Champagnes Tsarine, legal esse garimpo que ele faz e nós aproveitamos. Mais presente no Rio, na carta dos melhores hotéis boutique do Estado do Rio ( La Suite, Santa Teresa,-Rio-Insólito  Búzios, Casa Turquesa-Paraty-) e nas lojas especializadas (Enoteca Fasano,Garcia & Rodrigues, Intervinos, Safra Wine) do que aqui em Sampa, devagar vai ganhando espaço entre as boas lojas do ramos, entre elas a BR com quem mantêm uma parceria.

BR Bebidas 010          Para começar, a garrafa do Tsarine é de chamar atenção, mesmo com uma foto bem ruinzinha como a minha, com um design diferenciado concebido como se fosse um perfume e lembra os telhados das igrejas de São Petersburgo! É um espumante produzido em homenagem aos Czares da Rússia  pela casa Chanoine Fréres (irmãos Chanoine), a segunda mais antiga de Champagne, produzindo desde 1730 em Ebernay. É um champagne muito conceituado, o Cuvée Premium possui 90 pontos na Wine Spectator, sendo presença infalível  na cerimônia dos Cesars (os Oscars do cinema francês). Para quem estiver por Paris, ele é, entre outros lugares, servido no Fouquet’s no Champs Elysées aonde o Presidente Sarkozy foi comemorar sua vitória na eleição presidencial.

          No entanto, não tomamos pontuação nem é de nosso interesse, pelo menos meu, tomá-lo com o Sr. Sarkozy , a não ser que ele me convide o que não poderia recusar (rsrs), então importante mesmo é saber como ele é na boca, que é o que interessa. Nesse dia, cheguei tarde e pouco pude provar do Cuvée Premium , mas me esbaldei com o Rosé. Um champagne marcante, mesmo eu não sendo um grande aficionado deste estilo, que me seduziu. Elaborado com um terço cada de Pinot Noir, Chardonnay e Petit Meneure, é de uma perlage muito fina e abundante com uma paleta olfativa bem frutada e algo floral. Na boca a fruta é exuberante e delicada ao mesmo tempo, balanceada com enorme frescor,  alguma levedura, bom corpo, cremoso e de muita finesse, um rosé diferenciado e muito saboroso. O branco, Cuvée Premium, não deu para provar direito, então não o comentarei hoje, mas já está escalado para uma prova que farei agora em Novembro e que compartilharei com os amigos assim que esteja tudo acertado. Os comentários, no entanto são todos muito positivos e já me deixaram com a curiosidade aguçada.

          Bom para cair fora das tradicionais marcas, presente que deve encantar e surpreender, um preço bem mais acessível que a maioria, certamente uma boa opção para quem busca um espumante mais sofisticado e diferenciado com um custo módico em comparação com o que está hoje disponível no mercado.

Salute e kanimambo.

Ps. quer ver foto bonita? Então clique no link da Tsarine, show de bola.

Cave de Amadeu e Enoblogs

logo_amadeu               É, foi lá, no primeiro encontro do Enoblogs que tive a oportunidade de sanar uma das minhas falhas como enófilo, conhecer e provar os espumantes da Cave de Amadeu e seus mais célebres produtos que ostentam a marca Cave Geisse. Para muitos pode pairar a dúvida, mas é a mesma casa que elabora as duas linhas de produtos. Cave de Amadeu é a Vinícola de Mario Geisse, competente enólogo e engenheiro agrônomo chileno, que por aqui aportou pelas mãos da Moet & Chandon nos idos de 1976.

             Rapidamente, Mario Geisse percebeu a enorme vocação e potencial da região para a produção de espumantes de qualidade tendo fundado a Cave Amadeu em 1979 com o intuito de produzir, ele próprio, seus espumantes de alto nível. Esta degustação, já amplamente comentada nos blogs dos amigos presentes foi sublime, tanto pelo local, pela simpatia do anfitrião Alexandre  e esposa (valeu Vanessa), pela refeição ao final, como, em especial, dos espumantes de Mário Geisse, exemplar e criativamente apresentados pelo Adilson Pilot representante da vinícola, que foram mui justamente, os protagonistas deste delicioso encontro. Os espumantes da cave Amadeus seriam, digamos assim, o caminho de entrada deste saboroso e divertido mundo das borbulhas, e os da Cave Geisse a verdadeira tropa de elite somente elaborados pelo método tradicional (champenoise) e todos safrados. Legal, também, o fato de que desde 2008, todo o vinhedo está livre de qualquer agrotóxicos. Nossa saúde e o planeta agradecem, kanimambo!

            No Diario de Baco, blog do Alexandre com link aqui do lado, a reportagem é bem completa, mas não posso deixar de dar meu testemunho e comentários sobre o que vi e provei lá. Os espumantes da Cave Amadeus são bons e primam pela qualidade, sendo o Brut o que mais me agradou. Já a linha Cave Geisse é, efetivamente, de tirar o chapéu. O muito bom Cave Geisse Brut sofreu, porque foi servido depois do Nature que é, na minha humilde opinião, o grandeEnoblogs - Cave Geisse 003 espumante da casa, inclusive pela relação custo x benefício, que me encantou e seduziu.  Mas falemos das maiores estrelas que eu tive a oportunidade de tomar nesta degustação:

  • Cave Geisse Nature safra 2005, aquele que varreu o chão debaixo dos meus pés e me levou ao nirvana tornando difícil degustar os que se seguiram. Estupendo, um grande espumante que encanta e seduz com sua perlage muito fina e abundante, como que acariciando seu céu de boca. Aromas muito agradáveis, com um leve brioche intermediado por algo cítrico e floral. Na boca é cremoso, acidez maravilhosa que aporta um incrível frescor, balanceado, final muito saboroso, delicado com notas minerais  e muito longo, certamente um dos melhores espumantes que já tive a oportunidade de tomar e que nos faz entender o que  o monge “Don Perignon” quis dizer ao comentar que estava “degustando estrelas”! A que eu comprarei e, certamente, se tornará assídua visitante em minha taça, pois tem um preço entre R$40 a 50 conforme pesquisei na rede, pena que a foto é fraquinha!

 

  •  Outro grande espumante deles e, técnicamente, realmente o mais evoluído de todos, é o Cave Geisse Nature Terroir da safra de 2003, complexo e sofisticado dotado de uma elegância ímpar, perlage abundante, fina e persistente com um colar de espuma bonito e chamativo, uma verdadeira dama! De maior intensidade aromática que o Nature, convida-nos a levar a taça á boca onde, como no anterior, mostra todas as suas sutilezas e nuances num final super fresco e muito agradável. Desta preciosidade que passa por 180 dias de fermentação e 3 anos de amadurecimento, foram produzidas somente cerca de 4800 garrafas então, se for um felizardo proprietário de uma, salute! Para fazer inveja a muito champagne por aí!

Para finalizar, eu que sou um apreciador dos espumantes moscatel de qualidade em que  a acidez esteja bem presente para se contrabalancear à tradicional doçura da cepa, descobri no Cave de Amadeu Moscatel, um digno representante destes bons espumantes que, como este, acompanham maravilhosamente uma sobremesa.

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Um kanimambo especial ao amigo Alexandre pela oportunidade, ao Armazem Gourmet e à Cave Amadeus (Geisse) que apoiou o evento. Bom rever os amigos como o Cristiano (Vivendo Vinhos), conhecer pessoalmente o Paulo (Nosso Vinho), o Beto (Papo de Vinho), o Daniel (Vinhos de Corte) e estar com o companheiro de sempre Álvaro (Divino Guia). Termino com uma frase que o Alexandre me enviou e deu como de autoria de Sergio Valente:

“Baco não gostava de uva, gostava de gente e  inventou um jeito legal de gente boa ficar junto”
 
Brindo a isso, salute!

Tremenda Semana de Bons Vinhos

              Já fazia um tempinho que não postava sobre os vinhos da semana e desta feita uma bela quina de rótulos tomados que me trouxeram grande satisfação. Ah se pudesse ser sempre assim?! Para começar, tenho mais ou menos cumprido minha promessa de ano novo, tomar mais espumantes, tendo feito isso mais uma vez num gostoso fim de semana ensolarado. Por sinal, nesse mesmo fim de semana minha filha e meu genro estiveram em casa então tinha que ter um vinho do porto para o final da refeição, e que belo exemplar de LBV! Enfim, vamos aos finalmente, vamos falar de vinho.

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Veuve Paul Bur Blanc de Blancs Brut, um dos bons espumantes disponíveis no mercado e opção para quer um produto mais sofisticado que não seja de origem nacional, elaborado com Chardonnay/Sauvignon Blanc e Chenin Blanc na região de Bordeaux. Ainda tenho umas duas garrafas sobrando de minha última compra, e é sempre um saboroso porto seguro. A perlage é abundante e persistente, de tamanho médio , enorme frescor, equilíbrio, corpo leve e equilibrado, ótima acidez, aromas em que aparece um sutil brioche, boa fruta e leve floral que encanta e se repete na boca. Tudo isso sem perder a personalidade Francesa, difícil é deixar de terminar a garrafa!  Na Zahil por R$49,00, mas estas eu comprei em promoção por cerca de R$35,00, se não me engano, lá para Outubro do ano passado. Uma bela compra que segue me dando muito prazer ao abrir. I.S.P.$

Altimus 2004 um argentino que conheci há uns dois anos, produzido por Michel Torino e situada na alta gama de seus produtos. De lá para cá esta é a terceira garrafa que tomo e tem-se mostrado em plena evolução, sendo esta a melhor de todas elas. Um corte de malbec, cabernet, merlot e bonarda, no mínimo diferente, mas para o meu palato um vinho que me agrada sobremaneira. Sai um pouco da mesmice que ultimamente impera por terras argentinas, talvez pelo aporte de Bonarda que lhe traz uma concentração de fruta diferenciada. É bastante aromático, convidando á taça e na boca mostra-se bem redondo, macio, rico e harmonioso com boa acidez, um vinho para curtir e tomar nas calmas permitindo que se abra na taça. O preço, por volta dos R$85,00,  poderia ser algo mais barato, mas comprado na argentina é um vinho que vale a pena ter na adega. I.S.P .  

Ser Gioveto 2000, um super toscano, elaborado com sangiovese, como protagonista, mas tendo a cabernet sauvignon e merlot como coadjuvantes de primeira linha, que aos 9 anos começa a mostrar-se por inteiro. Já o tinha tomado há cerca de um ano atrás quando ele se mostrara mais fechado. Sua paleta olfativa  abriu-se mostrando-se bem frutado com nuances de especiarias que nos impelem a levar a taça à boca. Encorpado, denso, carnoso, ainda se mostra vigoroso, com uma personalidade muito própria, potente, porém elegante de boa textura e taninos sedosos, equilibrado com ótima acidez que implora por um bom prato. Um senhor vinho, de longa persistência e um saboroso final de boca algo terroso. Muito bom,  aliás como tudo o que a Rocca dela Macie faz já que não tem nenhum vinho deles, baixa, média e alta gama, que eu não goste. As minhas garrafas se acabaram, mas quem ainda tiver algumas, esteja certo que tem vinho por mais um bom par de anos. Na Expand por cerca de R$118,00. I.S.P. $ 

Selvapiana Bucerchialle Chianti Rufina Riserva 2003, mais um da Toscana desta feita um tradicional corte de Sangiovese com Canaiolo. Ganhei de uma amiga e ainda me resta uma garrafa, de três, que acho deverá ficar na adega por mais um tempinho, pois ainda se encontra fechado. Muito encorpado, potente, aromas algo defumado com ameixa vermelha e nuances florais, na boca é extremamente saboroso, muito concentrado, grande volume de boca, taninos ainda firmes, mas refinados, final de boca algo terroso e longo, muito longo. Um vinhaço que precisa de tempo. Uma pena que não esteja disponível no Brasil, mas certamente um vinho que os amigos podem buscar em uma viagem ao exterior, certamente um vinho que o amigo Paulo Queiroz (amante dos vinhos italianos) apreciará. Na Inglaterra custa algo em torno das 18 Libras e nos Estados Unidos entre USD25 a 30. I.S.P. . 

Niepoort LBV 2004, um grande final para uma tremenda de uma semana de bons néctares. Já gostava do 2000 e do 2001, mas a Niepoort extrapolou desta feita e elaborou um dos melhores, se não o melhor, LBV que já tomei. Esta meia garrafa eu trouxe de Portugal e é no mínimo imperdível para quem gosta deste tipo de vinho. Aromas intensos de frutos negros, chocolate, especiarias, uma paleta olfativa sedutora e complexa que convida a tomar. Na boca está cremoso, elegante, vibrante, ótima textura e muito equilibrado com um final longo e muito saboroso. Numa próxima viagem certamente trarei algumas garrafas, mas enquanto não dá compramos na Mistral por bons R$90,00, (considerando-se o restante da concorrência) ou próximo disso. I.S.P. .$ 

Que venham mais semanas destas, salute!

Vinhos da Semana

             È, fazia tempo que não publicava nenhum post destes “vinhos da semana” que vou tomando e compartilhando com os amigos. A periodicidade não é bem essa, mas isso é o que menos importa, o que vale mesmo são os vinhos e esta foi uma semana das boas, entre outras coisas porque matei saudades do gostoso Quinta de Camarate, mas tem mais!

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Ochotierras Gran Reserva Carmenére 2005, a última de minhas garrafas (snif,snif) deste vinho realmente estupendo sendo um dos varietais desta cepa que mais me encantaram até hoje. Está com uma paleta olfativa cativante de ótima intensidade, na boca é de grande elegância, muito harmônico com ótima acidez o que lhe dá uma vivacidade muito interessante, taninos finos e aveludados, rico, boa estrutura um leve apimentado final de boca com boa persistência. É importado pela Brasart e da última vez que vi estava disponível na Kylix e BR Bebidas com preço ao redor de R$90,00. Para tomar hoje e aproveitar por mais um bom par de anos.   I.S.P. 

 

Orzada Malbec 2005, ganho do amigo Cláudio do Le Vin au Blog em sua promoção de sugestão de perguntas para sua enquete semanal, é um Malbec chileno e, conseqüentemente, diferente dos argentinos que estamos habituados a tomar. É um vinho muito agradável ao olfato com presença de frutos negros, na boca é untuoso, macio e elegante sem a concentração exagerada que vemos muitas vezes nos vinhos argentinos, equilibrado, saboroso, taninos finos e sedosos, final de boa persistência uma pena que o preço seja tão caro. Na World Wine por R$86,00, em São Paulo, acho além da conta. Este produtor também produz um estupendo varietal de Carignan. I.S.P.  

 

Elos Malbec/Cabernet Sauvignon 2006, da linha dos topo de gama da Lídio Carraro é um vinho muito bom que me agradou bastante. Nariz agradável de frutas do bosque maduras, algo vegetal, aparecendo um caramelo em segundo plano e após um tempo em taça. Na boca mostra-se bem equilibrado com taninos maduros e macios, untuoso, médio corpo, bom volume de boca, saboroso e de boa persistência. Pelo preço aqui em São Paulo, variando entre R$55 a 65,00 acho um pouco puxado. Pelos R$40 que vi em lojas do Sul (na Costi Bebidas em Porto Alegre vi em oferta por R$36 e a este preço compraria de caixa) é uma das boas opções do mercado nos dias de hoje. I.S.P.

 

MUMM Cuvée Reserva Brut, espumante produzido por esta Casa de Champagne na Argentina. Pouca espuma, cor palha, perlage de tamanho médio com razoável persistência. Aromas de boa intensidade com forte presença de leveduras e brioche num estilo aromático mais tradicional. A sensação no palato segue o nariz, bem balanceado e frescor adequado sem ser vibrante com um leve amargor final. Para quem gosta do estilo, é interessante, mas não chega a empolgar. Pelo preço, em torno de R$26,00, vale, mas acho que temos melhores opções nacionais nessa faixa. I.S.P.

 

Quinta de Camarate 2005, um dos meus vinhos portugueses preferidos e que há muito não tomava, daqueles que a gente compra e não só bica em degustações ficando somente no desejo. Da Terras do Sado (CVR Setúbal) é produzido Diversos 117pela José Maria da Fonseca, uma das mais antigas vinícolas portuguesas, a primeira a engarrafar vinhos no país lá pelos idos de 1850. Conheci este vinho no Brasil por volta de 2005 quando o Pão de Açúcar o importava tendo, inclusive, comprado diversas caixas junto com amigos. Depois, voltei a tomá-lo num delicioso jantar com um amigo que há muito não via, lá Quinta do Anjo em Palmela “esquina” com o Azeitão, no gostoso restaurante Alcanena. Pelo que me lembro do vinho, melhorou mais ainda, ou será o fator saudade e uma certa nostalgia influindo? De qualquer maneira, vinho tem que mexer com as nossas emoções e este mexeu, e muito, com as minhas. Corte de Touriga Nacional (sempre ela) com Aragonez e Castelão, está com quatro anos de vida, e no ponto para ser bebido. Nariz muito frutado “red berries”, floral com nuances tostadas, muito rico em sabores em que a fruta se mostra muito presente, bom volume de boca, corpo médio, taninos macios, ótima acidez, mineral, redondo e harmônico com um final levemente especiado e longo. Um vinho para tomar levemente refrescado, por volta de uns 16º e muito, muito agradável de tomar. Está na faixa do 7,50 para 9 euros e foi uma das boas compras que fiz na ultima vez que estive em Portugal. Dizem que o branco também é muito bom, mas ainda não tive oportunidade de o provar, está na lista. Não entendo como nenhum de nossos importadores traz este vinho!! I.S.P. 

Salute e kanimambo.

Vinhos da Semana

                  Mais um mix de agradáveis vinhos tomados na semana (longa) que compartilho com os amigos. Um pouco de tudo; confirmações, descobertas, surpresas, enfim, emoções geradas por vinhos que valem a pena serem conhecidos. Argentino, brasileiro, espanhol e, obviamente, a já costumeira presença de vinhos portugueses que são parte integrante de minha adega e meu constante garimpo.

Trivento Nature e outros 002

Trivento Brut Nature – um dos mais saborosos espumantes argentinos que tenho tido a oportunidade de provar. Com a Pinot Noir como protagonista e a Chardonnay de coadjuvante nesse corte, o espumante é levemente rosado e muito bonito na cor. Nos aromas aparece algo de maçã verde, mas na boca os sabores puxam um pouco mais para abacaxi, bastante interessante. Muito boa acidez que lhe transfere ótimo frescor e um final de boca bastante agradável. A Perlage é abundante, delicada, de média persistência e, apesar de ser um nature, está muito bem equilibrado sendo bem seco, porém amistoso ao palato. Uma boa opção, que me agrada bastante, trazido pela Wine Premium, que também importa os bons vinhos tintos deste produtor que pertence ao grupo chileno Concha y Toro, com um preço ao redor de R$37,00.  I.S.P. 

Artadi Viña de Gain 2003 – esperava mais. Na nariz aromas tostados, couro algo floral e frutado. Na boca está um pouco mais para Novo Mundo do que velho Mundo e diferente do que eu provei em 2007. Mostra-se escuro,algo duro, encorpado, de grande estrutura, taninos presentes ainda por equacionar, concentrado, final de boca especiado. Bom, mas senti falta daquela finesse presente nos vinhos da rioja que encantam pelo equilíbrio. Pelo histórico e presença na mídia, merece mais uma chance, até porque me lembro que o que tomei antes estava bem melhor. Desta feita procurarei uma safra mais nova. A importadora é a Mistral e o preço ao redor de R$150,00.  I.S.P. 

Negreiros 2004 – Mais um bom fruto de um garimpo na Expand Sales. Assemblage das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, plantadas na Quinta das Amendoeiras, no Douro Superior. São cerca de 10 hectares de vinha, que produzem cerca de 50 toneladas de uvas/ano, das quais, apenas 10 a 15 toneladas são viníficadas para este rótulo. Neste vinho, a mão mágica de Anselmo Mendes, entre outros enólogos, nos presenteia, com um vinho muito rico e equilibrado que está, provavelmente, no seu apogeu e melhor momento para ser desfrutado. O nariz, algo tímido, mostra fruta madura e algum vegetal. Cresce na boca, no entanto, mostrando-se bem harmônico, palato agradável com boa entrada de boca, taninos redondos e macios, acidez sem excessos formando um conjunto bastante equilibrado. Pelo preço que paguei na Expand Sale (R$28,00) uma bela pechincha. Preço normal R$58,00 disponível na Expand.  I.S.P.   

Perini Marselan 2006 – se não é um blockbuster, é um vinho saboroso e fácil de se gostar. Aromas de fruta madura, cantina, algo vinhoso. Na boca é agradável, fácil de tomar, redondo com taninos doces e equilibrados com um teor de álcool bem comportado o que o torna bastante amistoso no palato. Vinho correto, bem feito que melhora quando levemente refrescado a 14º. Esta uva parece ser bastante interessante para a região, já que as chuvas que tradicionalmente afetam a colheita de outras castas, na Marselan, de acordo com o enólogo da casa, é do que esta vinha gosta. Aos poucos, vemos diversos novos rótulos de vinhos elaborados com esta cepa sendo elaborados no Vale dos Vinhedos como este da Vinícola Perini. Fiquemos de olho, com os anos certamente veremos evolução. preço ao redor de R$28,00. I.S.P.  

Quinta da Lagoalva 2005 – um delicioso e macio corte de Castelão com Touriga Nacional. O vinho de entrada deste produtor do Ribatejo que me foi apresentado por meu primo Chico e sua simpática esposa Bia, quando lá estive no mês passado. Não é um grande vinho e não se propõe a isso, porém é um vinho correto, bem feito e equilibrado do qual poderia tomar garrafas. Com 50% passando em madeira, é um vinho que está absolutamente sedutor, leve para médio corpo, muito rico em sabores que encantam o palato, macio, equilibrado com boa acidez o que lhe dá um certo frescor, mostra taninos redondos, sedosos e amistosos que alongam o final de boca deixando um gostinho de quero mais. Grande surpresa, ainda mais quando lá o compramos por cerca de 3, 60 Euros. Aqui, é importado pela Mistral e custa algo ao redor de R$49,00.  I.S.P.

Salute e kanimambo.

Vinhos de Aniversario – Última Parte

              Depois de uma semana vivida muito intensamente na Expovinis, mais um lote, misto de bons e grandes vinhos,  para finalizar a sequência de vinhos de celebração consumidos em meu niver.  Como tinha mostrado em post anterior, foram 12 vinhos escolhidos a dedo e faltava comentar estes seis. Estamos sempre aprendendo e, mais uma vez, os vinhos me mostraram como nossa vinosfera é imprevisível o que nos força, eheh, a ter que conhecer cada vez mais o que, neste caso, significa litragem. Só temos certeza das coisas quando as experimentamos e o que não falta é opção no mercado!

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Rústico de Nino Franco, mais um daqueles Proseccos de primeiro nível que me agrada muitíssimo. Uma paleta aromática mais complexa com aromas que me lembram pêra e algo de pêssego, médio corpo sem ser pesado, muito harmônico, cremoso com suave presença de sabores de levedura na boca, perlage delicada e abundante,um senhor prosecco com uma personalidade muito própria que mantém o que mais gosto num bom espumante, o frescor que o torna vibrante e difícil de deixar de pensar na segunda garrafa! Disponível na Expand.

 Abadia Retuerta  Selección Especial 2001, vinho de um produtor que me encanta e que possui em seu portfolio alguns grandes vinhos. Este é estupendo, um vinho para não esquecer apesar de que, talvez, o tenha deixado na adega um pouco demais. Nos aromas estava algo tímido, sem grande expressão, mostrando algo de frutas negras, terroso com toques herbáceos e alguma madeira. Um grande vinho que segue em pleno esplendor, mas acredito que se o tivesse tomado um ano antes, a probabilidade seria de o aproveitar em seu apogeu. Na boca não existe qualquer alusão à madeira que se torna coadjuvante, fruta madura intensa, taninos maduros mostrando um perfeito equilíbrio de grande riqueza de sabores. Entrada de boca impactante com taninos finos que se amaciam na boca mostrando um final sedoso, longo e algo mineral com nuances de especiarias no retrogosto. Já provei o 2004 que acredito esteja agora entrando no seu apogeu onde deve permanecer por mais um ou dois anos não devendo evoluir muito depois disso. Um grande vinho que no Brasil está disponível na Península.

Bindella, Nobile de Montepulciano 2004, corte de Prugnolo gentile / Canaiolo Nero / Colorino e Mammolo, um vinho que me empolga cada vez mais a cada garrafa que abro. Ainda me restou uma garrafa que pretendo abrir somente no segundo semestre do ano. Um presente de uma amiga Italiana, trader de vinhos, e por isso ainda mais gostoso (rsrs). Da primeira garrafa, tomada no inicio do ano passado, até hoje e três garrafas depois, o vinho tem mostrado grande evolução mostrando-se mais equilibrado com um final de boca menos agressivo, mais aveludado com taninos maduros formando um conjunto muito agradável de tomar. Rico, bom volume de boca, corpo médio para encorpado, belo acompanhante para um pernil de cordeiro assado no forno com batatas. Não é, lamentavelmente, importado por ninguém.

Chateau Milens, Saint Emillion Grand Cru 2001. Uma compra feita na Au Verger de la Madelaine, em plena Place de Madelaine / Paris. Comprado há cerca de 4 anos, permaneceu na adega esperando o momento certo. Depois do Selección Especial de Abadia Retuerta, achei que teria em mãos um vinho já pronto, redondo e fácil de tomar. Mezzo a mezzo, já que precisou de uma hora e pouco de decanter para realmente começar a se mostrar o que realmente ocorreu na taça. Corte de Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, mostra aromas de fruta vermelha de boa intensidade se abrindo na taça. Na boca é harmônico, firme, de boa estrutura mostrando taninos maduros, elegante, uma certa complexidade de sabores e um final de boca de média persistência com nuances de baunilha suaves e algo de café. Uma bela sugestão de quem me atendeu na época e, pelos cerca de 15 Euros que paguei, uma barganha!

Chateau +Les +Trois +Croix 1999 da região de Fronsac em Bordeaux. Não sei quem importa, mas este comprei no free shop de Paris, creio, na mesma viagem em que comprei o Chateau de Milens. Não é um blockbuster, puxa para uma certa rusticidade na boca, denso, encorpado, mais um que mesmo com 10 anos ainda teve que passar quase uma hora no decanter para se abrir. Muita tosta, alcazuz, algo terroso, boa acidez, um vinho ao qual falta refinamento e certamente pede comida. Talvez lhe tenha faltado uma carne vermelha assada na brasa para criar uma harmonização que o ressaltasse, coisa que não ocorreu. O vinho que menos me agradou em todos os 12 tomados, fazendo um estilo de vinho austero, que não é muito do meu agrado.

Quinta do Noval Unfiltered LBV 2000, um dos melhores LBV’s que conheço e, lamentavelmente (snif/snif), foi minha última garrafa. Muito aromático, algo floral, ótimo corpo, muito balanceado com ótima acidez e absolutamente no ponto de beber. Muito rico,boa concentração, fruta, especiarias, doçura equilibrada, taninos maduros firmes porém sedosos sem qualquer agressividade mostrando ótima estrutura. O ano de 2000 foi um grande ano para o Vinho do Porto e este sem filtragem certamente seguirá evoluindo por mais alguns anos, todavia já está absolutamente divino mostrando um saboroso e muito agradável final de boca que acompanha maravilhosamente sobremesas à base de chocolate. Trouxe de Portugal, mas está disponível na Grand Cru.

             Amanhã comento o incrível Desafio Decanter Falando de Vinhos de Syrah realizado na Enoteca Decanter. Grandes vinhos e algumas surpresas!

Salute e kanimambo.

Falando dos Vinhos de Aniversário I

Dizer que todo o vinho caro é bom é uma heresia, mas que certamente os bons vinhos custam uns “trocados” a mais, disso não restam duvidas. Mais uma vez esse fato fica constatado neste belo conjunto de vinhos tomados durante a celebração (30 dias) de meu aniversário, todos de mais de 100 Reais, exceção feita ao Prosecco. Como não era uma data assim tão especial, só considero especiais os aniversários a cada 5 anos, deixei algumas preciosidades para os meus 55 e meus 60, mas os escolhidos de agora deixaram-me extremamente satisfeito dando-me enorme prazer ao tomá-los. Nesta primeira parte, todos vinhos de muita qualidade que adoraria poder tomar, não diariamente, mas pelo menos semanalmente. Para quem pode, recomendo todos eles com grande ênfase.  

 

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Prosecco Bedim, um dos melhores disponíveis no mercado, freqüentando minha taça com uma certa assiduidade. Extremamente saboroso, sedutor, delicado e muito fresco com ótimo balanço de acidez, bem cítrico e macio de perlage abundante e fina com muito boa persistência. Retrogosto agradável de quero mais, e mais, e mais, ………..Para quem ainda não experimentou, uma grande opção de Prosecco, até para quem não é muito chegado em proseccos! A importação é da Decanter.

 

Peter Lehmann Cabernet/Merlot 2004, um vinho australiano de primeira linha que me foi presentado por meu sobrinho que mora por aquelas bandas. Sim, já provei alguns vinhos de lá que mostraram ser excessivamente concentrados, potentes e repletos de madeira. Por outro lado, a maioria do que tenho tomado, confesso não serem muitos, têm me surpreendido por sua elegância e madeira bem balanceada no conjunto. Este é mais um desses exemplos de vinho com classe que mexem com nossas emoções. Não é grande, mas é um vinho que provoca enorme prazer ao ser tomado devido a sua harmonia, riqueza de sabores e ótima estrutura. Os taninos estão domados, aveludados final de boca muito agradável e frutado, um vinho sedutor. A importação deste produtor é feita pela Expand, mas não vi este rótulo em seu portfolio.

 

Il Brusciato 2005, um vinho da região de Bolgheri na Toscana, produzido pela Tenuta Guado el Taso, Antinori, muito elegante e extremamente saboroso. Um delicioso corte de 40% Merlot com 40% de Cabernet Sauvignon que passam por barricas francesas, aos quais é adicionado Syrah que passa por barricas americanas. Boa paleta aromática em que sobressaem as frutas vermelhas, algo de especiarias e salumeria. Na boca é muito agradável, mostra boa estrutura, fruta madura e taninos leves e macios, acidez moderada, elegante e harmônico com um bom e longo final de boca. De médio corpo para encorpado, possui ótimo volume de boca com um final algo mineral que convida à próxima taça. Uma das boas relações Qualidade x Preço x Satisfação no mercado e um vinho que me encanta cada vez mais cada vez que o tomo. Disponível na Expand.

 

D. Pedro de Soutomaior 2007. Vinho branco elaborado com Albariño na região de Rias baixas na Galicia, Espanha. Esta uva também tem grande importância na região do Minho, norte de Portugal, onde é conhecida por Alvarinho, sendo usada tanto em varietal como em cortes, na produção de Vinhos Verdes. Os Albariños são algo mais encorpados e secos do que seus primos portugueses, porém sem perder seu frescor e característica cítrica que tanto me encanta. Este vinho é um reflexo de seu terroir mostrando aromas de frutas brancas como pêra e melão, muito agradáveis ao nariz. Na boca é super saboroso, fresco na medida e muito bem balanceado, bom volume e algo cremoso com um agradável final de boca de ótima persistência que nos deixa um retrogosto que lembra pêssegos. Um belo vinho que acompanhou maravilhosamente bem um prato de lulas recheadas. Importação da Península.

 

Emme Grande Escolha 2003. produzido em Azeitão, Terras do Sado, próximo a Setúbal por um produtor que me agrada muito, a Cachamoa. Um dos poucos varietais tomados neste lote de belos vinhos, este sendo elaborado com 100% Cabernet Sauvignon e um senhor vinho ainda com muita vida pela frente. Ainda no outro dia comentei sobre um outro vinho deles que me seduz, o Barão do Sul Garrafeira 2002 que fica melhor a cada garrafa que tomo e acho que este seguirá o mesmo caminho. Nariz intenso, algo tostado com nuances vegetais. Na boca é austero, terroso firme e de grande estrutura, potentoso e gordo, muito rico em sabores, complexo, taninos finos presentes, cheio bastante equilibrado e muito longo. Com este vinho, esta casta mostra sua perfeita adaptação à região da península de Setúbal, trazendo-nos mais um ótimo Cabernet Sauvignon português. Acompanhou uma rabada desfiada, puxada num molho do próprio vinho, maravilhosamente! Importação da Lusitana.

 

Allende 2004, mais um dos varietais tomados, aliás acho que os três estão aqui nesta primeira metade da matéria já que o Albariño também o é. Este é da Rioja e 100% Tempranillo, um vinho que já andava na adega há algum tempo me tentando cada vez que lá ia buscar um vinho. Achei que merecia uma ocasião de maior importância e finalmente a abri e que beleza. Um vinho que necessita de decantação de cerca de uma hora, por sinal o EMME ficou 45 minutos, para mostrar todos os seus predicados. Mais um vinho potente e opulento com um nariz complexo.  Muito rico, denso e complexo na boca, harmônico conseguindo balancear muito bem esse seu vigor com elegância, taninos firmes, mas aveludados mostrando que com 5 anos de idade ainda é uma criança em plena evolução. O final de boca é longo, saboroso e algo mineral com nuances de baunilha advindos de uma madeira muito bem trabalhada. Importador Península.

 

         Não existe um preferido, cada um destes vinhos me fez sorrir bastante, deixando-me imensamente feliz. Cada um me atendeu de uma forma diferente e é isto que faz com que nossa vinosfera seja tão intrigante. É a diversidade que seduz nossa curiosidade sempre na busca do novo e de satisfação total. Estes primeiros 6 vinhos, de um total de 12 tomados nesta celebração, deixaram-me com água na boca e mal acostumado!

Salute e kanimambo.

Vinhos da Semana – Só Latinos

Enquanto não começo a compartilhar com os amigos os néctares com que me presenteei ao longo de um mês de festividades de aniversário, eis mais uma coletânea de Vinhos da Semana tomados. Desta vez só de vinhos latinos de grande diversidade entre si, adoro garimpar de tudo, em que se sobressaem um espumante e um gostoso syrah.

 

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  Marson Charmat – Para aqueles que, como eu, são fãs dos produtos da Marson, e especial de seu espumante Brut Champenoise, a casa traz agora uma versão elaborada com o método charmat. Como seu irmão mais conhecido é um espumante de primeiro nível muito saboroso, um blanc de blanc já que é produzido com 100% de chardonnay. Cítrico, de ótimo frescor e perlage abundante e fina, algo cremoso, leve e delicado na boca uma ótima pedida para um aperitivo e entrada de melão com presunto cru, como foi o caso. Um dos meus espumantes preferidos e ótima opção para preparar o palato para uma refeição substituino o vinho branco como aperitivo. O preço está por volta de R$35, porém não é incomum encontrá-lo por cerca de R$30, só precisa garimpar um pouco. I.S.P. $     

 

 

Lima Mayer Alentejo 2004 – um vinho muito elogiado pela imprensa especializada, corte de Aragonez, Syrah, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Alicante Bouschet. Um vinho potente, untuoso e austero. Aromas algo balsâmicos, taninos firmes, precisando de mais tempo ou decantação antes de servir, grande estrutura, encorpado e vigoroso não é um estilo de vinho que me encante. Bom, talvez um pouco rústico, vinho para quem gosta de vinhos potentes e sérios. Na Vinho Seleto por R$45,00. I.S.P.  $

 

 

Torreon de Paredes Reserva Syrah  06 – um chileno de primeira que me agradou bastante. O nariz, onde aparece alguma fruta negra, não é seu forte, mas desperta na boca com uma entrada impactante, rico, ótimo volume num corpo médio, taninos amistosos e aveludados. Harmonioso e equilibrado, cresce na taça e termina com um final de boca algo herbáceo e especiado típico da casta. Um vinho muito agradável que está por R$53,00 na Santa Ceia. I.S.P. $  

 

 

 

Valle Escondido Bonarda/Syrah 06 – no nariz já mostra sua origem Argentina com intensos aromas de fruta madura. Na boca mostra ameixa escura, madeira com algo de especiarias, taninos suaves equacionados depois de 30 minutos de decantação. O final de boca é aveludado e agradável em linha com seu preço. Foi bem com um prato de berinjela recheada. Ainda prefiro o Cabernet Sauvignon deles, mas este também mostrou qualidades. Comprei na Expand sale por R$19,00 (uma pechincha) porém o preço normal é de R$39,00, justo pelo que oferece. I.S.P.     

 

Terragnolo Cabernet Sauvignon 05 – esta cepa vem mostrando que nossos bons vinhos nacionais não estão dependendo somente da ícone Merlot. Tenho provado muitos Cabernets bem feitos e saborosos vindos do sul do Brasil; Encruzilhada, Vale dos Vinhedos, Santa Catarina, etc. Este é a primeira experiência de engarrafamento próprio desta pequena vinícola do Vale dos Vinhedos que sempre vendeu suas uvas. Cor rubi de boa intensidade, fruta madura com ameixa aportando ao nariz e se confirmando na boca de forma bem harmonizada. Boa acidez, taninos finos já equacionados num final de boca bastante agradável e fácil de tomar. Não é um blockbuster, mas dá conta do recado. O preço não encanta, por R$44 na EivinI.S.P. 

 

Salute e kanimambo

 

Ps. Quer contatar importadores ou lojas aqui mencionados, veja detalhes em “Onde Comprar” .