Espumantes & Casamento

Abrindo Espumantes

           Abrindo seu espumante, coisa fácil não? Tira a gaiola, chacoalha enquanto empurra a rolha e dá-lhe espumante por tudo o que é lugar e, invariavelmente, o resultado é; chão sujo e um eventual olho roxo ou lustre quebrado! Vai falar que nunca passou por isso?! Imagine fazer isso com um Champagne de duzentos reais, aí é crime de lesa pátria!!! A menos que tenha ganho uma corrida de formula 1, mesmo assim acho que o Kimi estava certo quando disse, “para que jogar fora o néctar que foi feito para beber”, não é uma boa idéia fazer isso. Existem momentos e MOMENTOS. Em festas até é legal e aceitável estourar a rolha, faz parte do momento e da cultura, mas pelo amor de Deus, nada de chacoalhar a garrafa antes e cuidado! Para quê desperdiçar o doce néctar e perder parte de seu encanto que é o gás carbônico aprisionado na garrafa e, consequentemente, perdendo perlage? Porquê correr os riscos físicos?

           Agora, em outros MOMENTOS e com líquidos de melhor qualidade, há outras e mais adequadas formas de o fazer lembrando que a rolha deve se soltar suavemente. Solte o arame (seis voltas) e retire a gaiola, sempre com o polegar sobre a rolha para evitar seu despreendimento precoce e eventuais acidentes, e apóie o gargalo na palma da mão. Feche a mão firmemente abraçando a rolha entre os dedos e a palma da mão, lembrando-se de manter o polegar sobe a rolha, gire a garrafa com a outra mão provocando uma leve pressão para baixo até que, gentilmente, a rolha se solte com um suave suspiro, voilá! Melhor do que explicar, no entanto, é ver sendo feito. Aqui em baixo, alguns vídeos que são verdadeiras aulas. Se você for bom de pontaria e quiser impressionar a galera, tente o primeiro, se não, vá praticando e usando as técnicas mostradas nos outros, o idioma é o menos importante. Salute!

 

Assista até ao final, impressionante!!

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 Tá, posso até estar sendo pedante, mas …….!

 

 

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            Só para quem sabe fazer e gosta de se mostrar, porque de resultado prático …..

 

 

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            Para não dizerem que este blog é machista, The Wine Ladies.

 

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             Maestria.

 

 

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Se é Dezembro, é Mês de Espumante!

estourando-champagneÉ, chegamos a Dezembro e as festas natalinas estão na boca do povo com, como sempre, um monte de informação sobre espumantes. Todas as revistas publicam painéis de degustação, com os mais diversos ganhadores, todos os blogs de uma forma ou de outra, também falarão e assim vamos sendo inundados de informações sobre esse doce néctar que Napoleão já disse “ser merecido nas vitórias e necessário nas derrotas”. Por aqui não será diferente e falarei bastante sobre esse inebriante, festivo e saboroso vinho que realmente casa muito bem com a época.

Uma das coisas que me incomoda, é a excessiva importância que se dá ao espumante como uma bebida ligada a festa, a comemorações, a datas especiais e, consequentemente, com consumo menos frequente e me pergunto porquê? Fico imaginando que, afora o aspecto festivo como característica do produto em si, isso talvez tenha a ver com o fato de que esses néctares sempre foram muito caros, até porque o foco maior sempre foi o champagne. Realmente, com um preço mínimo ao redor de R$140 a 150, hoje, porque já foram mais caros, não dá para tomar Champagne toda hora, só em momentos especiais. Só que o perfil mudou e hoje existem no mercado um sem números de rótulos de muito boa qualidade de tudo o que é lugar no mundo, o que permite que façamos de diversos momentos, momentos especiais. Sejam as deliciosas cavas espanholas, alguns espumantes franceses, portugueses e italianos, o famoso prosecco ou os nossos bons espumantes nacionais, há produtos de boa qualidade, refrescantes, e de bom preço a serem desfrutados a qualquer hora, ainda mais neste nosso verão.

Eu aprendi ao longo destes últimos dois a três anos, a sempre ter disponível algumas garrafas de espumante abrindo-os com uma certa assiduidade aqui em casa, sempre em “momentos especiais”. Seja na beira da piscina numa tarde de calor, num final de tarde no terraço, ou acompanhando uma refeição é sempre uma bela opção e uma forma agradável e simpática de receber os amigos e celebrar a vida. Decidi que em 2009 farei de todo mês um Dezembro, celebrarei o aniversário da Mariana 12 vezes e tomarei muito espumante! Ao longo deste mês listarei espumantes que Tomei e Recomendo a partir de R$15,00 (sim existem), buscarei destaques de Boas Compras o mais breve possível para ajudar nas compras antecipadas dos amigos, e tentarei agregar algo ao primeiro post que fiz o ano passado sobre espumantes.

Independentemente do tema do mês ser sobre espumantes, é também de encontros, festejos, almoços e jantares especiais, para os quais seguirei dando dicas sobre vinhos em geral e outras temas de nossa vinosfera. Para hoje, no entanto, vos deixo com meia dúzia de dicas muito interessantes, sobre as quais falarei mais tarde, mas note que não sou um entusiasta de espumantes rosés, porém listo dois abaixo o que mostra que não podemos nos ater a preconceitos devendo provar de tudo pois podemos nos surpreender positivamente. Eu gamei!

Filipa Pato 3 B – um espumante exuberante, rosado, elaborado pela Filipa Pato na região da Bairrada em Portugal. 3 B´s porque é elaborado com as cepas Baga e Bical na Bairrada. Por aí, em torno de R$45 a 50,00 e creio que a importação é da Casa Flora.

Crémant de Bourgogne Bailly-Lapierre Brut Reserve – Às cegas, dá para se confundir com champagne e um dos meus achados deste ano, junto com alguns muito bons tintos deste mesmo importador. Para os amigos do Rio de Janeiro, a quem estava devendo algo especial, imperdível porque o importador está aí, na cidade maravilhosa. É da Nova Fazendinha (veja dados em Onde Comprar) e custa meros R$64,00. Para os outros amigos, inclusive São Paulo, pelo que sei só comprando via Internet.

Faive Rosé Brut Spumante – Diferente, para dizer o mínimo, um corte de Merlot e Cabernet Sauvignon extremamente saboroso e fresco. Na Expand por R$88,00.

Pizzato Brut Champenoise – Este, mais; Dal Pizzol, Marson, e Reserva da Família da Marco Luigi, são quatro de meus nacionais prediletos e bem acessíveis. Para quem torce o nariz para nossos espumantes nacionais, tente estes e depois voltamos a conversar. Está nas lojas por algo próximo a R$35,00.

Marco Luigi Moscatel – Para quem gosta de algo mais docinho, fresco, suave e elegante os espumantes nacionais elaborados com Moscatel são muito bons e ótimos para tomar com sobremesa. Estou provando uma série deles, porém este do Marco Luigi, recém premiado com medalha de ouro, sempre me deixou com água na boca e triste porque é incrível como a garrafa termina rápido! Por volta de R$25,00 em São Paulo, mas sei que em Porto Alegre está abaixo de R$20.

Prosecco Bedin Extra Dry – Existem proseccos e PROSECCOS. Este pertence a este ultimo e seleto grupo dos quais conheço uma meia dúzia, se tanto, em que se destacam também o Incontri e o Rustico. Diferentemente daqueles proseccos ligeirinhos, gostosinhos e simplesinhos, este está alguns degraus acima, porém sem ficar distante de nossos bolsos, já que está por R$52,90 na Decanter.

Cava Don Roman Brut – Uma das cavas mais saborosas e fáceís de agradar que tem, afora as gostosas razões palativas para ser comprado, também um excelente preço. Nas lojas, o preço varia de R$29 a 35,00, um belo preço pela qualidade ofertada.

Enquanto preparo matéria e tiro um dia para descanso, aproveitem para ir se deliciando e já entrando no clima. Salute!

L’instant Taittinger

comtes1Não vou entrar em detalhes da linha de champagnes Taittinger degustados hoje (19/11), até porque faz somente três horas que tomei um dos melhores néctares de minha vida e ainda estou em êxtase! Preciso reformular conceitos, rever anotações e ver como colocar no papel e na tela, todas as sensações que o Comtes de Champagne Brut Blanc de Blanc 1998 me fez sentir. Refinado é pouco e o momento, muito mais que um instante, é infinito enquanto dura, parafraseando o poeta Vinicius de Moraes, e este está durando um tempão. Estupendo, divino, maravilhoso, sedutor, todos adjetivos de pouca monta para tamanha finesse e refinamento neste verdadeiro elixir dos deuses!

Existem coisas que não são para serem ditas ou explicadas, mas sim vividas. Neste caso tomadas, pois nada do que eu jamais possa colocar neste texto chegará aos pés de tomar uma taça deste Champagne. É depois de experiências como esta que começamos a entender de onde vem tamanha fascinação pelo champagne e o que faz algumas destas verdadeiras preciosidades valerem o que vale. Mais um vinho de reflexão que tive o prazer e privilégio de degustar este ano. Como disse Clovis Taittinger, jovem herdeiro da Maison Taittinger; ” Por trás de nossos champagnes há muito mais do que técnica e estatísticas, há valores, alegria e sonhos”. Creio que o Comtes de Champagne 1998 é a essência de tudo isso numa garrafa!

Produzido somente com Chardonnay de vinhedos Grand Cru próprios, elaborado exclusivamente em anos em que as uvas atingem excelência de qualidade e em quantidades limitadas, é um mimo para poucos. É delicado, sedutor, muito rico e complexo, um verdadeiro prazer hedonístico. Espuma abundante que deixa um fino colar na borda da taça, perlage incrivelmente fina, abundante e persistente, enorme frescor (depois de 10 anos!), cítrico, vibrante, elegante com um final de boca muito longo, exuberante e bem mineral. Cor palha claro, límpido e brilhante, parece ter sido feito ontem! Para quem, como eu, gosta de espumantes menos pesados e carregados de sabores e aromas de leveduras, então alegre-se, este é o Olimpo, só precisa escolher os outros 11 deuses que lhe farão companhia.

Não sou um profundo entendedor de champagnes e muito menos tenho a experiência de ter tomado muitos neste nível, mas uma coisa é certa, esta é uma experiência única. Não acredito em perfeição, tanto que nunca dei nota dez a nada na vida, acredito que sempre existe espaço para melhora, inovação e evolução, mas se existem néctares próximos da perfeição, este é certamente um deles. Como disse, é para poucos ou para momentos muito, mas muito especiais com o preço sendo coerente com a exclusividade do produto. É muito dinheiro, tanto lá fora como aqui, mas vale montar um grupinho e rachar a conta ou, se você tiver a sorte de estar de bolso recheado, permita-se um trato e tome uma garrafa destas pelo menos uma vez na vida! A importação é da Expand e depois falo dos outros bons produtos que a Taittinger produz. Por enquanto, só precisava colocar toda esta emoção para fora e compartilhar esta experiência, que espero não seja tão unica assim, com os amigos, esperando que todos possam ter a chance de passar por instantes (infinitos) como este.

Salute!

Mailly Champagne Grand Cru

Para comemorações em grande estilo, a sugestão é o Champagne Mailly Grand Cru Brut Reserve. Esta bebida dos deuses se destaca entre seus pares franceses, feitas de uvas provenientes de vinhedos especiais, classificados como grand cru, é composta de 75% Pinot Noir e 25% Chardonnay, apresentando um tom amarelo dourado claro e brilhante, de aroma complexo de brioche tostado e paladar sem igual. Tive a oportunidade de provar este Champagne muito especial na última Expovinis e realmente me encantou por sua leveza e finesse. Sua perlage é abundante, persistente e fina com sur-lie de 3 anos que lhe dá profundas notas de fruta com ótimo frescor que mexem com nossas pupilas gustativas. Um Francês vibrante e muito elegante que me encantou tanto que tenho duas garrafas na adega, pedido que fiz a uma amiga que esteve em Paris recentemente.

A vinícola foi fundada em 1929 e mantêm seu compromisso e original vocação de produzir uvas em um solo excepcional para buscar sempre os melhores frutos. Um dos poucos vinhedos Grand Cru, somente 17, entre os 324 crus da região a Mailly produz espumantes exclusivamente com uvas de sua propriedade e somente néctares 100% Gand Cru. Não é barato, nem poderia, mas é um grande espumante do jeito que eu gosto, com muito frescor, intenso mas leve, de grande persistência e muito saboroso. Um elixir para momentos especiais.

A Champagne-Mailly chega ao Brasil pela Ana Import com cinco de seus produtos: Brut Réserve; Brut Rosé, Le Feu, L’Intemporelle e Les Enchansons. Seus preços partem de R$ 247, 00, para o Brut Reserve. Quer conhecer mais do produtor, clique aqui.

Salute e Kanimambo.

Novos Espumantes da Marco Luigi

          A Sandra da Marco Luigi informa-me do lançamento de mais uma linha de espumantes para nosso deleite. Digo isto porque, como todos já sabem, sou um fã assumido dos produtos deles, em especial dos espumantes; Reserva da Família Brut 05 e do Moscatel que considero o melhor do Brasil. Esta nova linha Tributo ainda não tive o prazer de provar, assim que o fizer publico meus comentários, então, a título informativo, segue o material recebido da vinícola. Em função do preço, por volta de R$18,00, podem ser interessantes opções para eventos, festas, casamentos, etc.

 

TRIBUTO Demi-sec.

O vinho base é  elaborado com uvas ChardonnayPinot Noir e Moscato  cultivadas e selecionadas em vinhedos próprios, com rigoroso controle de    produção e qualidade. A segunda fermentação ocorre em auto clave (método Charmat) com temperatura controlada  por um longo período, que resulta  em um espumante de cor amarelo palha com perlage intenso e fino. Os aromas  lembram flores brancas, frutas secas como uva passa, figo e toques de mel .  Ao paladar apresenta-se jovem, com agradável frescor, harmônico e com ótima persistência.

 

 

TRIBUTO Brut

O vinho base é elaborado com uvas Chardonnay e Pinot Noir cultivadas e selecionadas em vinhedos próprios, com rigoroso controle de produção e de qualidade com o acompanhamento de todas as etapas pelos proprietários e enólogo da Vinícola. A segunda fermentação ocorre em auto clave (método Charmat) com temperatura controlada por um longo período, que resulta em um espumante de cor amarelo com toques verdeais, perlage fino, abundante e persistente. Os aromas complexos lembram flores brancas e frutas.  Na boca apresenta agradável refrescância com um final macio e persistente. Graduação Alcoólica de 12%

 

Se quiser falar com eles, dê uma ligadinha para a Sandra Dambros do departamento comercial, no tel. (054) 3453-2695, ou acesse o site www.marcoluigi.com.br. Salute, kanimambo e até Segunda!

Santa Julia Brut, um Espumante Argentino

As vinícolas Argentinas estão, ainda, muito á nossa frente na elaboração de vinhos tanto tintos como brancos. Questão de terroir, de cultura e de tecnologia. Tendo dito isso, acho que estão, por outro lado, longe de alcançar a qualidade média que nossos espumantes têm alcançado. Até agora, não tinha tido nenhuma experiência digna de comentários mais positivos, com os espumantes vindos de lá. Isto, no entanto, mudou com este gostoso Santa Julia Brut produzido pela família Zuccardi.

Não sendo nenhum grande espumante, nem se propõe a isso, há que se tirar o chapéu para eles já que conseguiram elaborar um espumante com qualidades, pelo menos a meu ver, que agrada bastante. É um saboroso corte de Pinot Noir com Chardonnay e Viognier, que chama a atenção na taça por sua tonalidade amarelo palha, brilhante, porém com laivos rosados, provavelmente advindos do alto porcentual de Pinot usado no corte. Perlage abundante, fina e muito persistente. No nariz é tímido com leves nuances florais, certamente uma característica trazida pela Viognier. Na boca é muito agradável, balanceado, cremoso, saboroso e refrescante com algo de frutas tropicais. Com um preço bastante competitivo e em linha com os bons espumantes nacionais, é certamente mais uma boa opção a ser considerada na hora de escolher o que comprar. Neste verão, certamente uma ótima opção para receber os amigos nos fins de semana e fazer bonito.

Produtor – Família Zuccardi

Importador – Expand

Região –  Mendoza

País – Argentina

Composição uvas – Pinot Noir (53%) Chardonnay (36%) e Viognier (11%)

Detalhes Produção – Elaborado pelo método Charmat.

Teor de álcool – 12,5º.

Safra – Não safrado

Preço aproximado em Agosto/08 – R$33,00

I.S.P –   $

Salute e kanimambo.

Champagne amplia sua área.

 

                Finalmente! Depois de dois anos de estudos, análises e avaliações, bateram o martelo no INAO ( Institut National des Appelations d’Origine), órgão que regula a produção de vinhos na França. A Região de Champagne será expandida das presentes 319 para 357 comunas ou aldeias com a adição de 40 novas. Sei a conta não bate, mas é que duas das comunas antigas foram descredenciadas, sendo que uma ainda apela da decisão. A Região de Champagne teve sua presente demarcação AOC (Appellation d’Origine Contrôlée) definida em 1927 com 319 comunas e cerca de 15.000 vinhedos instalados em 33,500 hectares. A previsão é de que, com a nova demarcação, serão adicionados mais uns 4000 hectares. Como o INAO ainda não anunciou as novas comunas, deve fazê-lo nos próximos dias, fica difícil definir exatamente em quanto a área aumentou. O que se sabe é que, se o se o vinhedo do “azarado” estiver no lado errado da nova divisão, o preço por hectare ficará como está, ao redor de 5000 Euros. Agora, se o produtor for abençoado e estiver, no lado da “nova Champagne”, parabéns, ele acabou de ganhar na loteria, pois a previsão é de que o preço do hectare subirá para algo ao redor de 1 milhão de Euros!

                 Para quem espera ver mais champagne, novas marcas e preços mais baratos no ano que vem, calma e relaxe na poltrona porque qualquer alteração de mercado, se é que existirá, ainda vai demorar muito. A previsão é de que não haverá acréscimo de produção nesta região, por, pelo menos, mais uns 10 anos e a demanda segue sendo altíssima. Só na China com aumento da demanda em cerca de 30% e da Rússia com 40%, a capacidade de produção certamente será facilmente tomada. Nos dias de hoje são ao redor de 330 milhões de garrafas produzidas anualmente, com cerca de 45% deste volume sendo exportado, resultando em aproximadamente 2.4 bilhões de Euros de faturamento externo. Enquanto o volume das exportações aumentou algo por volta de 4%, o valor exportado pulou aproximadamente 10%! Ou seja, caso a demanda siga crescendo, como se prevê, neste países “noveau riche” onde não interessa o preço, o negócio é consumir, então a previsão é de que, os produtores seguirão ganhando muito e nós pobres mortais pagando cada vez mais caro. O que se vai conseguir, clima permitindo, é garantir o abastecimento destes néctares para nossos filhos. Quanto aos netos, esses já não sei! Sugestão, aproveite bem a qualidade de nossos deliciosos espumantes nacionais por uma fração do preço.  Salute e kanimambo.

Imagens News from Champagne, gentilemente cedida por:  Eric Anderson da www.GrapeRadio.com

Espumantes e Casamento

                 Tenho recebido diversos comentários com perguntas sobre dicas de espumantes para casamentos, se um ou outro é melhor ou pior, se eu o recomendo, etc. A mesma pergunta vem de amigos de meus filhos, que sabem de minhas atividades no mundo do vinho, que querem dicas do que servir. Difícil tarefa essa, pois é de extrema responsabilidade e muita gente se esquiva de dar nomes ou sugestões. Eu por outro lado, como adoro dar “parpite”,  achei que a resposta a pessoas como a Carolina e a Patrícia, é o seguinte, prove! Porquê provar? Por que a festa é sua, é um dia para lá de especial em que se pretende que tudo saia à perfeição e mais, acima de qualquer outra coisa, você tem que gostar, ficar satisfeito e feliz. Posso, e darei algumas sugestões, mas acho que o essencial é você definir sua disponibilidade financeira e, em cima disso, provar, escolher e determinar o espumante que irá servir, não deixando de considerar as opções nacionais. Não, não é em função de preço, até porque nem sempre é mais barato, mas sim pela relação qualidade X custo. Para quem ainda não sabe, os espumantes nacionais estão na elite mundial destes vinhos. Estamos produzindo rótulos de muito boa qualidade, isto é um fato .

Espumante é festa, é a celebração da vida e da alegria, tem tudo a ver com momentos como este. Primeiramente determine se este será o único vinho a ser servido, ou seja, se terá que acompanhar comida, se haverá somente um bolo, se será servida entrada de canapés e salgadinhos e depois um vinho diferente acompanhando a refeição, enfim existem diversas opções a serem analisadas.

  • Espumante e bolo, uma celebração simples e enxuta. Aqui eu acho que um bom espumante Moscatel nacional dará um ótimo resultado. A Moscatel gera espumantes adocicados e de muito boa acidez que harmonizam muito bem com o bolo, mas cuidado para que o espumante não seja doce demais porque aí fica enjoativo. De qualquer forma, ajuste isto ao seu gosto. Eu pessoalmente, adoro o da Marco Luigi, muito equilibrado e pouco doce,  e gosto do da Aurora que também é bastante agradável e tem preços mais em conta. Se couber no bolso, um Asti Spumante da Fontanafredda, Italiano, uma beleza.
  • Espumante que servirá a recepção inteira com jantar. Neste caso recomendo um espumante Brut e aqui existe uma vastidão de opções. Eis algumas sugestões; dos nacionais que recomendo estão o Salton Reserva Ouro num nível de preço mais acessível, e os deliciosos Marson, Pizzato, Dal Pizzol e Marco Luigi Reserva da Família, todos muito bons e melhores que a grande maioria dos importados. Das Cavas (espumante Espanhol) três ótimas opções; Don Román, Cristalino e Marques de Monistrol. Existem opções Argentinas (Mumm), Francesas (Pol Clement e Francois Montand) entre outras, mas as acho, geralmente, inferiores. Opcionalmente um Prosecco Brut como o Premium da Valduga ou os Terra Serena, Vila Sandi ou Tosti Italianos.
  • Espumante mais um vinho. Aí acho que pode ser servido um prosecco mais leve como o Italiano Corte Viola Extra-dry , que agrada fácil, ou outro bom prosecco que lhe agrade como o Moinet IGT ou alguns dos outros que mencionei acima, e depois o vinho na refeição, que deverá ser de fácil harmonização.

Finalmente o mais importante, provar. Selecione dois ou três lugares, de sua confiança, onde você poderá vir a comprar os espumantes. Invista um pouquinho nesta fase, valerá a pena no final e, enquanto isso vocês se deliciam com alguns espumantes, o que não é nada ruim, e já vão celebrando antecipadamente! De qualque forma, tente fazer um acordo para a prova de uns dois ou três espumantes em cada loja. Normalmente, o local em que você comprar não lhe cobrará as garrafas de prova, e ao final, compre o que gostar mais! O resto, minhas dicas inclusive, não importam. O que realmente importa é o que a noiva gosta. Sim noivo, você comece a se acostumar, de agora em diante é só amén! (rsrsrs, calma gente, brincaderinha!) Agora sério, o que o casal gostar é a escolha certa. Quando minha filha casou provamos oito diferentes opções até que houvesse um consenso que coubesse no bolso e no gosto de todos, e deu tudo certo.

             Caso não tenha uma loja preferida e esteja em São Paulo, veja em “Onde Comprar”.  Dos parceiros deste Blog existem várias opções de boas lojas como a Vino & Sapore, Portal dos Vinhos, Cia do Whisky, BR Bebidas, Confraria do Queijo & Vinho, Kylix, etc. Em todas elas, tenho a certeza, você será muito bem atendido(a) se falar que é leitor(a) deste blog. É isso, um brinde especial ao noivos, salute e felicidades.

Espumantes Nacionais – Degustando às cegas

               Há poucos dias, tive a grata satisfação de participar de uma degustação às cegas de espumantes nacionais, na Portal dos Vinhos que, para quem ainda não conhece, é uma loja simpática, com bons preços e muito bem montada, ali no Morumbi, atrás do Open Center próximo ao condomínio Portal em São Paulo (detalhes em “Onde Comprar”). Primeiramente, para não pairarem duvidas sobre degustações às cegas, não, não se degusta com viseira / tapa-olho ou coisas do gênero. Brincadeiras à parte, as garrafas têm sua identidade escondida por um pano, papel alumínio, qualquer coisa que evite que o degustador possa ter visão do que está provando e, desta forma, esteja isento de quaisquer influências externas à bebida em si. Isto posto, vamos ao que interessa e razão de ser deste post. Dentro os vários estilos de espumantes provados, Moscatel, Rosé e Brut, é sobre este últimos que quero me estender. Tínhamos quatro rótulos a provar;

  • Vallontano Brut – método charmat, corte de chardonnay e pinot noir.
  • Pizzato  Brut 2007- método champenoise, corte de chardonnay e pinot noir.
  • Dal Pizzol Brut, o qual estava muito curioso para conhecer, método champenoise, corte de chardonnay, pinot noir e sylvaner.
  • Marco Luigi Reserva da Família 2005 também método champenoise, mas um corte de chardonnay, pinot noir e merlot.

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Para minha surpresa, todos já sabem o quanto gosto dos produtos da Marco Luigi, o embate foi vencido pelo Dal Pizzol Brut, inclusive com meu voto, confirmando as boas criticas que tenho lido, deixando quase que num empate técnico, o Marco Luigi e o Pizzato que, para mim foi uma enorme e grata surpresa, em segundo lugar (por apenas um pontinho em minha ficha de avaliação), e o Vallontano por ultimo, mesmo sendo o mais apreciado pelas senhoras presentes, desculpe Zé Roberto. Mais importante que o resultado, saber quem ganhou, creio que o importante é salientar a confirmação do quanto os nossos espumantes melhoraram, se destacando em qualquer prova internacional e, no quesito qualidade, dando um baile nos nossos hermanos Sul Americanos, Chile, Argentina e Uruguai.

                   Atingimos um nivel médio de qualidade, muito bom e, esta prova só veio comprovar isto. Olha que eu ainda não mencionei outros produtores como; Cave Geisse, que nosso amigo Leandro elegeu como o melhor do Brasil e eu, faltosamente, ainda não consegui provar, Casa Valduga que está com uma coleção grande de espumantes, provei o Prosecco Premium que está muito bom, o Salton Evidence, Marson Brut, Miolo Millésime, Chandon do Reserva Brut ao Excellence, etc. A nível geral, um ótimo padrão de espumantes que fica atrás de poucos no universo produtor mundial, com preços bem convidativos. Outro fator interessante, a criatividade Brasileira em ação tanto no Dal Pizzol como no Marco Luigi, com a adição de uvas não tradicionais no corte de espumantes, com resultados muito positivos.

            A pergunta que se faz quando se lê noticias como esta é; se não produzimos muito bons vinhos tranqüilos, especialmente brancos, como explicamos o nível de qualidade de nossos espumantes? É vero? Primeiramente sim, é verdade, nossos espumantes estão num ótimo patamar de qualidade. Quanto á busca de respostas à segunda pergunta, foi buscando respostas que me deparei com estas colocações do mestre Saul Galvão na edição de 06/12/2007 do caderno Paladar do jornal o Estado de São Paulo que, creio, elucidam bem a situação. “Os fatores que conspiram contra o vinho tranqüilo são, exatamente, aqueles que favorecem o espumante. Para um bom vinho de mesa, a uva deve amadurecer ao ponto ideal, armazenar bastante açúcar, acidez e cor nas cascas, no caso dos tintos. Quando o tempo ameaça, os agricultores cortam as uvas antes do tempo ideal, gerando vinhos de mesa com pouco álcool, pouca estrutura e alta acidez. Esses “defeitos” no vinho tranqüilo são virtudes para a elaboração de espumantes. È bom lembrar que a região de Champagne também é de clima difícil e seus vinhos tranqüilos não costumam ser atraentes”. Como ele diz, é na hora da adição das bolinhas que o “pato vira cisne”!

            Moral da história. Está esperando o quê para começar sua viagem pelos inúmeros rótulos de qualidade produzidos em nossa Terra Brasilis? Só aqui, já há pelo menos três dicas interessantes, mais os Cave Geisse que o Leandro tanto adora, meus posts anteriores sobre espumantes também trazem diversas outras sugestões, a internet está cheia de diversas provas e opiniões, é só querer. Que tal começar seus jantares com amigos, aquele bate-papo e carteado com um espumante? Não precisa esperar festa nem ocasião especial nenhuma, temos variedade, qualidade e preço que permitem que este néctares sejam mais comuns em nosso dia-a-dia, então vamos aproveitar! Tem para todos os estilos, gostos e bolsos, é só começar a viagem, os prazeres estarão garantidos por Bacco e nossos esmerados produtores. Salute!

Marco Luigi Reserva da Familia Brut 2005

               Se é para tomar espumante e o bolso está recheado, sem duvida a escolha é por Champagne, mas  grana estando curta, vou de espumante nacional, um belo Chandon Excellence. Se ainda não dá, ia de Marson Brut que sempre foi um dos meus preferidos. Digo ia porque não vou mais, apesar de ser uma ótima opção. Neste ultimo fim de semana tive o prazer de reunir parte da família, o carnaval atrapalhou, para celebrar o 30º aniversário de minha filha e de meus jovens, mas bem vividos, 53. Brindamos com um espumante Marco Luigi Brut, Reserva da Família, safra 2005. Uma beleza, pena que eu só tinha uma garrafa pois era para tomar várias, tamanho o entusiasmo do pessoal!! A partir de agora será visita constante em minha adega e um dos meus preferidos.

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  • Produtor – Marco Luigi
  • Região – Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves.
  • País – Brasil
  • Composição uvas – Corte de Chardonnay, Pinot Noir e Merlot
  • Detalhes Produção – Método Champenoise, fermentado na garrafa.
  • Teor de álcool – 12º
  • Safra – 2005
  • Preço médio – R$35,00
  • I.S.P. $ smile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gif

               Eu que já era fã declarado do Moscatel deles, que considero o numero 1 do Brasil, e do espumante Brut Tradicional, me encantei com este Reserva da Família de apenas 3.000 garrafas produzidas. Muito bom, com bastante frescor, boa acidez, seco, mas sem exageros e sem qualquer amargor final do jeito que gosto dos espumantes. No nariz, aromas de mel, amêndoas e algum brioche bem típico de um espumante elaborado com Chardonnay e Pinot Noir pelo método Champenoise. Na boca, é longo e confirma tudo isto com algun toque, do que me pareceu, abacaxi fresco maduro tudo  em perfeita harmonia e equilíbrio. Boa espuma, cremoso, perlage fina, abundante e persistente num conjunto de grande elegância. O surpreendente corte com Merlot, gosto dessa ousadia em inovar, lhe dá um caráter próprio e único. Um espumante nacional de primeiríssima linha que tomei e recomendo a todos os amigos do Falando de Vinhos.  Para consumir a uma temperatura entre 6 e 8%.  Mais um belo produto que a Marco Luigi nos trás.

Salute e kanimambo.