Gastronomia & Harmonização

Dica da Semana – um Oásis em Sampa

          Toda a Sexta eu falo das Dicas da Semana, porém hoje falarei sobre A dica da semana nesta São Paulo muito especial. Uma zorra de cidade; poluição, engarrafamentos mil  a qualquer hora e dia, ritmo frenético, buzinas, 5 milhões de carros, 2 milhões de motos, 11 milhõs de habitantes mais dois ou três milhões tomados emprestados de cidades vizinhas, alagamentos, stress e ……de repente, do nada, despontam lugares dignos de um retiro espiritual! É assim com alguns bons restaurantes e é assim com este retiro australiano que nos faz viajar longe, para um mar de tranqüilidade onde podemos relaxar e recuperar energias.

          É o Wine Society Wine Gardens, algo verdadeiramente único e pioneiro na cidade de São Paulo, inaugurado recentemente. Misto de loja e enoteca, é muito mais que isso, é um novo conceito desenvolvido com uma felicidade arquitetônica única originada por uma pitada de sorte que, normalmente, acompanha os bem sucedidos. Como explicar que ao buscar um local para instalação de sua enoteca, aparecesse a oportunidade de um imóvel em que seu proprietário, português da gema, tivesse plantado um parreiral há mais de 40 anos no meio de Moema?!

          Foi ali, embaixo das parreiras, que tive a agradável oportunidade de me divertir com os Wine Flights servidos. Sim, é esse o novo conceito que está sendo trazido para o Brazil e já mais conhecido nos Estados Unidos e Austrália. Três vinhos devidamente acompanhados com pequenas porções de comida com os quais você vai “brincando” de harmonizar enquanto descobre novos sabores e sensações, usando as descrições e dados sobre o vinho que acompanham o Flight. Os pratos são elaborados ali mesmo e, pasmen, numa cozinha sem freezer!! É gente, a comida é elaborada com produtos frescos, algo digno de ser louvado e até a maionese e mostarda são feitas na casa. 

         Mas tem mais, caso você não se entusiasme pelos Wine Flights, existe um Buffet ao almoço (R$29,90) e um menu a la carte à noite com todos os vinhos da casa à disposição (180 rótulos) com dezoito deles disponíveis á taça. Que tal pedir uma Reef Salad ou Sydney Spuds como entrada e como prato principal um Cronulla Rack? Complicou né? É que os pratos também têm seus nomes originados “Down Under” (Austrália) então só conferindo o menu para ver a tradução. Ah, ia-me esquecendo, os Wine Flights também estão disponíveis na versão só vinhos o que é legal se você for no almoço e se servir do Buffet. Eu peguei dois Wine Flights, sendo um de Brancos e um de Shiraz com vinhos muito bons em que, para meu gosto, se destacaram o Banrock Station  Semillon / Chardonnay e o delicioso E-minor Shiraz que já tinha tido oportunidade de provar uma outra vez.

         Nem almoço nem jantar? Você quer mesmo é se reunir com os amigos para um happy hour acompanhado de diversos tapas, também tem. Aliás, se você estiver com um grupo, existem diversos espaços no Wine Garden especiais para juntar os amigos, sendo os mais charmosos; o lounge e a biblioteca, ambientes muito bonitos, aconchegantes e exclusivos na parte de trás do jardim onde um dia existiu uma edícula. Os Wine Flights disponíveis serão periodicamente trocados para que haja sempre alguma novidade e, caso haja interesse, pode-se solicitar um Personal Wine Flight (por encomenda e com bastante antecedência) e o pessoal tentará acomodar seus desejos.

        Eu estive lá a convite deles e posso lhe garantir que fui seduzido pelo conceito e lugar, tanto que já estou armando ir lá com um grupo de amigos nesta próxima semana num almoço pré-natalino. A loja fica na frente e em seu interior um gostoso bar envolve uma ilha central onde fica a cozinha totalmente envidraçada em que o Chef Rodrigo Santos apronta suas artes culinárias. A Austrália está por toda parte; nos vinhos, nas cervejas, na culinária, na decoração e em cada detalhe da charmosa decoração. Quanto à Wine Society, já fiz uma matéria com eles em Março e uma degustação bastante interessante na Expovins deste ano, mas, resumindo, trata-se de mais um projeto do Ken Marshall (KMM – importadora centrada em rótulos premium australianos), em conjunto com um grupo de empresários que pretendem democratizar o acesso aos vinhos e coisas da Austrália a preços mais acessíveis porém sem perder qualidade. Na sequência virão vinhos chilenos, argentinos, sul africanos, americanos, etc., tudo no seu devido tempo.

       Quer um lugar e atmosfera realmente diferentes, então esta é a minha dica da semana inclusive para aquela comemoração especial de natal ou de final de ano com a turma. Fui, gostei, aprovei e recomendo. Os preços variam de cerca de R$22  para um Flight só de vinhos brancos a cerca de R$60 o Flight harmonizado de Shiraz. O Wine Garden fica na Av. Lavandisca 519, Moema, Tel. (11) 2768-0648.

Salute, kanimambo e espero que goste tanto do lugar quanto eu. O primeiro Desafio de Vinhos de 2010 já está acertado, será aqui. Uma bela forma de começar um ano que promete. Ace place mate!

Ps. Clique nas fotos para ampliar.

Atum e Rosé, que Deliciosa Harmonização!

Nem sempre consigo postar com a rapidez que gostaria e esta harmonização há muito aguardava uma oportunidade para aparecer aqui. É daquelas que acontecem surgidas de um momento especifico e que conseguem ser marcantes na vida da gente.

Fui com o Emilio (Portal dos Vinhos) para conhecer as instalações da D’Olivino, por sinal lindíssimas, e acabamos indo almoçar com o Marco no Philippe Bistro, que fica duas casas ao lado. O Marco, dono da D’Olivino e habitué da casa onde reinam seus vinhos, nos sugeriu uma entrada de  tartare de Salmão e como prato principal um Atum grelhado (selado) semi-cru com cogumelos e molho tarê. Coube ao Emilio a escolha de um vinho para acompanhamento, que recaiu sobre o Cariddi Rosato da Sicilia.

Muito boa a entrada de tartare de salmão, porém o atum estava estupendo, uma verdadeira delicia que já seduziu pelo visual no prato. O vinho, elaborado com Nero d’Avola, era muito bom, frutado, fresco, rico, boa textura com um corpo mais denso que o tradicional de vinhos rosés, deixando claro que era um vinho mais gastronômico. O Atum estava divino, no ponto certo, os cogumelos e o molho estavam perfeitos compondo um prato muito saboroso por si só. A harmonização dos dois, no entanto, catapultou sabores á enésima potência a ponto de, quatro meses depois, ainda me recordar das agradáveis sensações de prazer que me invadiram o palato. Para quem mora na região de Moema/Brooklin Novo eis aí uma bela pedida para fazer algo diferente em um ambiente aconchegante e aprazível que nos faz esquecer, mesmo que apenas por alguns instantes, que vivemos nesta zorra de cidade chamada São Paulo. Os dois ficam na simpática, bonita e charmosa Rua Normandia.

Salute e kanimambo

Gastronomia e Harmonização

sunday Oct 11th 002Vejam que não me referi  á enogastronomia, e sim a gastronomia porque harmonização não se faz somente com vinhos. Como em matéria do Paladar, a harmonização de um prato pode ser feita com diversos e divinos liquidos, sejam eles cervejas, sucos, caipirinha, vinhos ou qualquer outro ou até nenhum, já que a principal harmonização, a meu ver, é com as pessoas. Neste fim de semana preparei um churrasco tradicional JFC, ou seja: lingüiça, costelinha e picanha. Antes, como aperitivo, tomei uma cerveja que me agrada muito, a Leffe. Já fui mais de cerveja, mas até hoje gosto de uma Stella Artois, de um chopp Warsteiner ou de uma Erdinger Weissbier, todas muito especiais, mas uma me completa, a cerveja de Abadia que é, normalmente, bastante cara, mas esta, de origem belga, nem tanto tendo harmonizado muito bem com carne seca (Beef Jerkee), defumada, desidratada e levemente apimentada , um substituto para meu saudoso e sempre apetecível  “biltong”.

Agora, já que aqui se fala mesmo é de vinho, se mata a cobra e mostra o pau, aqui está minha principal harmonização deste fim de semana, a minha costelinha de porco na brasa com vinho verde, neste caso o gostoso Varanda do Conde um corte das uvas Alvarinho e Trajadura.sunday Oct 11th 004 Este é um vinho do qual tenho sempre uma garrafas em casa porque me dá muito prazer e é um perfeito companheiro para a costela ou um lombinho de porco no forno. De um intenso frescor e acidez rasgante, perfeitamente balanceado e pleno de sabor é uma perfeita combinação com comidas mais gordurosas. Há pouco tempo o usei numa harmonização com feijoada e tanto eu como os convivas,  pode ter sido mera cortesia dos amigos, adoramos essa combinação. A acidez corta a gordura e realça sabores com ótimos resultados, uma de minhas harmonizações preferidas e um vinho que me grada muito e tem mais, não é caro custando algo próximo aos R$30,00 variando em 20% para cima ou para baixo dependendo de onde comprar. Outros vinhos verdes poderão ser opções, sejam blends como um varietal de Alvarinho ou Loureiro ou Avesso ou …. rs.

Experimente você e depois compartilhe suas opiniões conosco. Salute e kanimambo.

Salvar

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Frutos do Mar e Vinho Verde Branco

marithimus 005Gosto que me enrosco desta clássica harmonização, mas como a maioria, a cozinha não é dos meus fortes apesar de me esforçar e até fazer algumas coisas interessantes. Frutos do mar, por exemplo, são iguarias que ainda não dominei (exceção feita á caldeirada de lulas) e como gosto de combiná-los com bons vinhos brancos de ótimo frescor, esta linha de produtos da Marithimu’s veio bem a calhar. Já apresentei os produtos desta nova empresa de Santa Catarina há um tempinho atrás, mas fiquei de degustar e compartilhar a experiência com os amigos, o que finalmente faço e, como podem ver pelos potes, não sobrou nem cheiro para contar a história, só mesmo escrevendo.

        Num primeiro momento, abri o pote de deliciosos e suculentos pedaços de polvo, tenros, delicados e saborosos. Para acompanhar algumas fatias de pão italiano levemente aquecidos que gulosamente molhava no óleo que envolvia o polvo, abri uma garrafa do delicioso Quinta do Ameal Loureiro 2007  (Vinho Seleto) que escoltou o polvo em perfeita harmonia e sedutor encantamento. Ambos suaves, delicados e saborosos, cresceram juntos me Diversos 043enchendo a boca de prazer e a alma de satisfação. Uma bela “maridage” para ninguém colocar defeito e uma pena que esta minha degustação tivesse que ser interrompida por um acidente que requereu minha urgente e imediata atenção tendo, inclusive, me feito esquecer o fato de que não tinha fotografado esse encontro especial. Pelo menos curtam o rótulo, por que o resto desapareceu muito rapidamente. O Quinta do Ameal é um dos bons exemplos do que os vinhos elaborados com a casta autóctone Loureiro podem gerar.  Muito fresco, aromático, saboroso, suave e repleto de sutilezas num estilo que nos faz lembrar os bons vinhos alemães da região do Mosel e que acaba muito rapidamente. Melhor ainda porque tem um preço bem convidativo, por volta dos R$42,00

        Três semanas depois o segundo momento e este mais programado, sem interrupções e mais satisfação. Aliás, tenho que reconhecer que este produtos e um bom vinho branco são parceiros infalíveis e, muito importante, fácil e rápido de servir. Estou longe de ser um craque na cozinha, muito menos uma Renata Braune que soube como ninguém trabalhar estes produtos ou outros autores que aparecem na seção de receitas do site da Marithimu’s. No entanto, seguir receita eu sei, e segui a de Bruschettas de Ostras que vem com a própria embalagem, mas que também tem no site. Dois potes, um com mexilhão e o outro com ostras, que traçei devidamente acompanhado por um dos mais saborosos alvarinhos, o divino Soalheiro 2007.

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         Para começar, preparei as bruschettas com as ostras, tendo feito um teste também com o mexilhão em somente duas. Achei que a delicadeza da ostra se houve melhor na bruscheta tendo deixado o restante do mexilhão para comer somente com pedaços de pão italiano levemente torrado, uma verdadeira delicia. Enquanto escrevo me vêm á memória os aromas e sabores tanto do prato como do vinho, deixando-me com água na boca, prova cabal de que essa harmonização foi perfeita. Costumo dizer que vinhos de longa persistência são aqueles que ficam na memória, pois bem essa harmonização seguiu o mesmo padrão.

Comemoração Bruno 008

           O Soalheiro, esse é um caso à parte, um vinho elaborado com 100% da cepa Alvarinho que é uma de minhas preferidas, sendo este rótulo muito especial, tanto que sempre que passo em Portugal me asseguro de trazer uma ou duas garrafas, até porque não é caro, custa algo próximo a 8 Euros. Uma pena que não posso trazer de caixa pois correria o risco dos fiscais da alfândega acharem que fosse para revenda! Existem vinhos de maior nome e bem mais caros, que não lhe chegam aos pés e, por outro lado, é campeão de consistência anos após ano possuindo uma característica interessante, envelhece bem. Uma pena que nunca lhe dou esse tempo e acabo com ele ainda jovem pois é irresistível. È um vinho de muita classe, grande intensidade aromática em que se sobressai damascos e flor de laranjeira com espectro floral e frutado que encanta. Na boca é exuberante e algo cítrico com  deliciosa textura e riqueza de sabores, sedutor e um final mineral que nos deixa pedindo mais. Um dos grandes vinhos brancos portugueses e quem ainda não teve oportunidade de o provar está perdendo. Faça-se um favor e compre uma garrafa aqui na Mistral, só para conferir se toda essa minha empolgação tem, ou não, razão de ser. Se não for com estas iguarias, que seja com um belo risoto de camarão, garanto que será um manjar digno dos deuses!

         Dois momentos, duas harmonizações deliciosas que recomendo aos amigos e uma dica ao pessoal da Marithimu’s, disponibilisar, opcionalmente, embalagens maiores com o dobro do conteúdo. Eu vou me garantir e fazer algum estoque, tantos dos vinhos quanto dos deliciosos quitutes dos amigos da Marithimu’s. Salute e kanimambo.

São Paulo Restaurant Week já Começou

Restaurant WeekÉ gente, já começou e está repleta de ótimos restaurantes, belos menus e os preços camaradas de sempre, almoço R$27 + 1 e ao jantar R$39,00 + 1. Já dei um monte de dicas em meu último post, mas não poderia deixar de lhes passar mais algumas de dar água na boca. Pelo menos um deles não me escapa de jeito maneira! Vejam só o que garimpei para vocês:

Porto Rubayat – Um dos melhores restaurantes de São Paulo, especializado em peixes e frutos do mar, participa pela primeira vez do Restaurant Week com um super  buffet , que traz pratos quentes, saladas, antepastos e sobremesas variadas, sob o comando do chef Luciano Boseggia.  Entre almoço e jantar, o Buffet deverá variar, então quem sabe conferir os dois? eheheh

Entre as opções de pratos quentes estão a Paella Marinera, o Peixe ao sal grosso, o Robalo ao molho Belle Meuniére, o Bacalhau Gomes de Sá, e para acompanhar, Purê de mandioquinha, Arroz selvagem e Massas recheadas, integral e fresca.

As opções frias podem ser escolhidas entre antepastos variados, frios, queijos e saladas com folhas verdes.

O buffet de sobremesa traz variedades de frutas e doces como a Torta Nemesis de chocolate,  Creme catalana e Folhado de doce de leite.

Clipboard Buffet Rubayat - SPRW

Endereço: R. Leopoldo Couto de Magalhães Jr. 1.142 – Itaim Bibi/ tel.:   011 30…. Horário: de 2ª a 6ª, das 12h às 15h e das 19h à 0h/ sábado das 12h à 0h/ domingo, das 12h às 18h – Reservas: almoço até 13 h/ jantar até 20h30

 

EAU French Grill, mais um renomado restaurante alvo de criticas muito elogiosas por parte da mídia especializada. Participando somente com jantar, eis uma oportunidade para conhecer a cozinha do jovem Chef  Laurent Hervé . Eis o menu Restaurant Week:

  • Entradas – La soupe de légumes biologiques (Sopa de vegetais, croutons e azeite de trufa orgânicos) ou  Notre “B.L.T.”  (Alface americana, ovo de cordona, Serrano ibérico, abacate, tomate confitado e ervas)
  • Pratos principais – L’entrecôte de bœuf  (Bife ancho de Red Angus grelhado ) ou La légine croustillante (Namorado crocante com soubise de alho poró crispy).
  • Sobremesa – Choc “eau”  (Bolo cremoso de chocolate com praliné de chocolate) ou La figue violette (Gratin de figo roxo e pomelo com pistache e sorbet de iogurte).

Clipboard EAU - SPRW

Grand Hyatt São Paulo, endereço: Av. das Nações Unidas, 13301 – Brooklin – Telefone:    11 2838-3207  

 

El Patio, aqui só tem restaurante bala! Este é de cozinha mediterrânea com forte influência espanhola dando ênfase a pratos de frutos do mar. Vejam os incríveis menus do almoço e jantar.

Almoço

  • Entrada – Brandada de Bacalhau (criado para o festival). Prato originário na Provença mas bem ligado ao Mediterrâneo, o prato é uma emulsão de bacalhau, batata, alho, leite e azeite extra-virgem. Ele é servido quenteSPRW-EL PATIO-ALM-ENT acompanhado de torradas.
  • Prato principal – Risoto de Açafrão com Frutos do Mar (Risoto feito com caldo de camarão ao açafrão e cozido com lula, mexilhões, camarões e finalizado com azeite de oliva extra-virgem.) ou Coq au Vin (Homenagem ao ano da França no Brasil. O frango é marinado durante 24h em uma mistura de legumes, ervas e adereços e regado com vinho tinto. Cozido e servido no próprio molho de vinho e acompanhado de Arroz.)
  • Sobremesa – Crema Catalana (creme típico da Catalunha, feita a partir de leite aromatizada com canela, laranja e limão e adoçada com açúcar. Finalizada no maçarico para ficar uma capa de açúcar caramelizado e crocante.)

Jantar.

  • Entrada – Salmão Marinado às Três Pimentas e Bouquet de folhas (criado para o festival)SPRW-EL PATIO-JAN-PP 01
  • Prato Principal – Fideuá All-i-Oli ( prato estrela do cardápio do restaurante. Prato tipicamente marinheiro, onde se misturam os diferentes sabores do mar, começando com um caldo de peixe adereçado com páprica doce e cabeças de camarões e cozido com “cabelo de anjo”(macarrão bem fininho), camarões, lula e mexilhões. Ela é acompanhada de o molho “All-i-oli”, uma maionese feita com azeite virgem e alho.) ou  Escalopinho Ao Molho Gorgonzola e Batata Gratin, especialmentecriado para o festival. (Lâminas finas de filé Mignon grelhado e servido com um molho de carne, vinho, creme de leite e queijo gorgonzola. De guarnição acompanha uma batata Gratin, cozida lentamente ao forno com batata laminada, bacon, queijo parmesão e azeite.)
  • Sobremesa –  Brownie de Chocolate e Sorvete de creme.

Endereço: Rua Normandia, 12 – Moema – Telefone:   (11) 5536-0490  

 

           Uni, duni, tê, minha mãe mandou ….. , é acho que nem assim! Fica difícil de escolher entre um ou outro e mais difiícil ainda ir todo o dia num, mas até que não é má idéia. Nem tente ir no Antiquarius, está lotado para todos os dias, agora vai esperar o quê para reservar num destes restaurantes muito especiais ou no La Marie do amigo Edson di Fonzo? Depois não diga que não avisei! Se quiser garimpar outras opções, clique aqui >> http://www.restaurantweek.com.br/default.asp?id=1&b=sp.jpg e divirta-se.

Salute, bon apetit e kanimambo pela visita.

São Paulo Restaurant Week tem Foco na França

Restaurant WeekPara começar a semana já vos deixando com àgua na boca, eis uma dica imperdível de um evento que está por vir. Estamos quase chegando no quinto Restaurant Week, um evento que começa a se tornar uma marca na cidade que é internacionalmente  reconhecida como uma das principais capitais mundiais da gastronomia, São Paulo. Os restaurantes preparam menus diferenciados com entrada, prato principal e sobremesa pelo preço fixo de R$ 27,50 + 1 (almoço) e R$ 39 + 1 (jantar) sendo que o couvert e bebidas não estão incluídos. O real acrescido à conta, será destinado para a Fundação Ação Criança que já recebeu em torno de 150 mil reais em doações nas 4 edições do evento em São Paulo.  Como sugestão para a próxima edição, que tal subir para R$2,00, aumentando a transferência de recursos para a fundação, e desta forma levantar mais fundos sem onerar em demasia ninguém? Outra dica para os organisadores, que tal incluir um A.V. (Amigos do Vinho) ao lado dos restaurantes que ofereçam opção de taça de vinho (a preços também civilizados) harmonizando com os pratos do cardápio especial? Só uma sugestão que, acredito, atrairá ainda mais gente para conhecer esses bons restaurantes, haja visto o resultado preliminar da enquete deste mês aqui do lado.

            Desta feita, os restaurantes devem recriar pratos franceses ou colocar inspirações francesas nas suas próprias culinárias, prestando uma saborosa homenagem à França, todavia não é regra.  A lista de restaurantes participantes aumentou muito esse ano, devendo fechar com um número acima dos 200 participantes. Alguns participam desde a primeira edição, como El Patio, Govinda, La Marie, Obá. Alguns que aderiram na última edição voltam animados para a segunda experiência como o Arábia, Tandoor, Marcel, Picchi e Mercearia do Francês.  A edição de SP- França contará com a adesão de restaurantes concorridos da cidade a maioria pouco acessível à maioria. São restaurantes do porte de Brasil à Gosto, o Le Buteque, Antiquarius , La Brasserie Erik Jaquim, Rosmarino e Porto Rubayat entre outros. Que tal aproveitar e conferir do porquê de tanta fama?

              Eu posso enumerar pelos menos uns dez imperdíveis e outros tantos de dar água na boca só de pensar, mas a lista está repleta de ótimas opções! É uma semana de 14 dias, coisas do marketing, o que permitirá que se possa esperar um número recorde de refeições servidas.Lembrando, existem restaurantes que participam só com almoço, outros só com jantar e há aqueles que jogam nas duas, então não deixe de checar antes. Se  quiser se programar, consulte a lista dos restaurantes participantes no site – http://www.restaurantweek.com.br/default.asp?id=1&b=sp.jpg – ou aproveite estas três dicas que dou abaixo. Eu, certamente, estarei presente nas três!

La Marie, o gostoso e simpático restaurante do Chef Edson Di Fonzo, veio com um cardápio irresistível, sofisticado e arrasador.  Mais, os amantes do vinho estão bem servidos aqui. Bons vinhos com preços honestos, recomendo.

Almoço: SPRW La Marie pato

  • Entrada – Salada Verde com Coquilles Saint-Jacques
  • Prato Principal – Magret de Cannard a Provence (pato c/molho de vinho, batatas gratinadas e cebola confit)
  • Sobremesa – Mousse de Morango

Jantar:SPRW la Marie lagosta

  • Entrada – Quiche de Legumes com Salada
  • Prato Principal – Lagosta ao Molho Champanhe (arroz ao alho poró e ratatouille)
  • Sobremesa  – Creme de Côco

(Opção almoço e jantar: Salmão ao molho de vinho branco)

 

Antiquarius, um dos melhores restaurantes em São Paulo e um ícone da gastronomia portuguesa no Brasil. Produz diversas iguarias das quais você poderá curtir algumas por um preço camarada durante este evento. Só no almoço:SPRW-ANTIQUARIUS 01

BOAS VINDAS – Cesta de torradas, manteiga, patê de berinjela e patê português.

  • Entrada – Tijelinha de Bacalhau à moda do Convento ou Caldo Verde
  • Prato Principal – Arroz de Cordeiro ou Bacalhau à Antiquarius
  • Sobremesa – Siricaia ou Mouse de Chocolate

 

Felix Bistrot do renomado Chef  Alain Uzan que está radicado no Brasil há dez anos, trata de nos deliciar com diversos e criativos pratos da alta gastronomia francesa aliada a ingredientes tipicamentes brasileiros. Numa casa e recanto bucólico da Granja Viana, uma ótima opção para um passeio diferente onde você pode jantar ao lado da piscina ou no charmoso salão.

 Almoço:

  • Entrada – Salade Dijon – Salade Verte Vinaigrette de Dijon ou Salade Niçoise (Azeitona Preta,Ovos, Atum, SPRW - FELIX BISTROT02Vagem e Alface) ao molho de Mostarda Dijon
  • Prato Principal – Roulé de Filet de Boeuf sauce Roti (Rocambole de Filé Mignon com Espinafre e Funghi ao molho Roti, acompanha Batata Sautée) ou Ravióli de Brie Sauce a La Sauge  (Ravioli de Brie ao molho de Sálvia )
  • Sobremesa – Mille Feuilles de Mousse au Chocolat  ou Crepes aux Fruits Frais (Crepe com Frutas da Estação)

Jantar:

  • Entrada Crepes aux Poireaux  (Crepe de Alho Poro) ou Quiche Loraine SPRW - FELIX BISTROT  01
  • Prato Principal – Boeuf Bourguignonne  (Picadinho de Mignon ao Vinho Tinto) com Legumes ou Saumon sur Jardiniere de Legumes sauce Passion (Salmão na cama de Legumes e Molho de Maracujá)
  • Sobremesa – Petite Tarte a La Poire  

 

Bon apetit, salute e kanimambo. Nos vemos amanhã com noticias direto do front, desta vez da Mistral Tour – Day One.

TOP 50 Restaurantes do Mundo

50bestrestaurants1Estas listas podem ser meio duvidosas, mas algumas sempre têm mais respeitabilidade que outras. Esta, aparentemente, é razoavelmente séria e acabou de sair do forno ontem, é a  “S. Pellegrino World’s 50 Best Restaurants”, uma eleição realizada pela revista britânica “Restaurant”. Entre os TOP 50, o D.O.M. que subiu 16 posições. Não menos lisonjeador, o fato de que o Fasano entrou nos TOP 100 entre os principais restaurantes do mundo. Eu brindo a isso, uma pena que falta din-din para poder conferir. rsrs Vejam as listas completas abaixo. Fonte Bloomberg

 

TOP 50

“Runner ups” – de 50 a 100

1 El Bulli, Spain (=)

2 The Fat Duck, U.K. (=)

3 Noma, Denmark (+7)

4 Mugaritz, Spain (=)

5 El Celler de Can Roca, Spain (+21)

6 Per Se, U.S. (=)

7 Bras, France (=)

8 Arzak, Spain (=)

9 Pierre Gagnaire, France (-6)

10 Alinea, U.S. (+11)

11 L’Astrance, France (=)

12 The French Laundry U.S. (-7)

13 Osteria Francescana, Italy (New Entry)

14 St. John, U.K. (+2)

15 Le Bernardin, U.S. (+5)

16 Restaurant de l’Hotel de Ville, Switzerland (+11)

17 Tetsuya’s, Australia (-8)

18 L’Atelier de Joel Robuchon, France (-4)

19 Jean Georges, U.S. (-2)

20 Les Creations de Narisawa, Japan (New Entry)

21 Chez Dominique, Finland (+18)

22 Ristorante Cracco, Italy (+21)

23 Die Schwarzwaldstube, Germany (+12)

24 D.O.M., Brazil (+16)

25 Vendome, Germany (+9)

26 Hof van Cleve, Belgium (+2)

27 Masa, U.S., (Re-entry)

28 Gambero Rosso, Italy (-16)

29 Oud Sluis, Netherlands (+13)

30 Steirereck, Austria (New Entry)

31 Momofuku Ssam Bar, U.S. (New Entry)

32 Oaxen Skaergaardskrog, Sweden (+16)

33 Martin Berasategui, Spain (-4)

34 Nobu U.K. (-4)

35 Mirazur, France (New Entry)

36 Hakkasan, U.K. (-17)

37 Le Quartier Francais, South Africa (+13)

38 La Colombe, South Africa (Re-entry)

39 Asador Etxebarri, Spain (+5)

40 Le Chateaubriand, France (New Entry)

41 Daniel, U.S. (=)

42 Combal Zero, Italy (Re-entry)

43 Le Louis XV, France (-28)

44 Tantris, Germany (+3)

45 Iggy’s, Singapore (New Entry)

46 Quay, Australia (New Entry)

47 Les Ambassadeurs, France (-2)

48 Dal Pescatore, Italy (-25)

49 Le Calandre, Italy (-13)

50 Mathias Dahlgren, Sweden (New Entry)

 

 

51 Zuma, China

52 Marcus Wareing at the Berkeley, U.K.

53 Spondi, Greece

54 L’Arpege, France

55 L’Atelier de Joel Robuchon, China

56 Hibiscus, U.K.

57 Aqua, Germany

58 Le Gavroche, U.K.

59 Chez Panisse, U.S.

60 Les Amis, Singapore

61 El Poblet, Spain

62 Maison Pic, France

63 Cafe Pushkin, Russia

64 Le Meurice, France

65 Bukhara, India

66 Varvari, Russia

67 Schauenstein, Germany

68 RyuGin, Japan

69 La Maison Troisgros, France

70 Wasabi, India

71 The River Cafe, U.K.

72 Enoteca Pinchiorri, Italy

73 Le Cinq, France

74 Allegro, Czech Republic

75 Quintessence, Japan

76 Restaurant Dieter Mueller, Germany

77 Geranium, Denmark

78 Caprice, China

79 Jardines, South Africa

80 Amador, Germany

81 Biko, Mexico

82 L’Atelier de Joel Robuchon U.S

83 Fasano, Brazil

84 Mozaic, Bali

85 Obauer, Austria

86 Alain Ducasse au Plaza Athenee, France

87 L’Ambroisie, France

88 Maison Boulud, China

89 De Librije, Netherlands

90 Babbo, U.S.

91 Maze, U.K.

92 Zuma, U.K.

93 Manresa, U.S.

94 Pier, Australia

95 De Karmeliet, Belgium

96 Aubergine, South Africa

97 Bo Innovation, China

98 Rust en Vrede, South Africa

99 Del Posto U.S.

100 Reflets par Pierre Gagnaire, UAE

 

Bacalhau & Vinho – Mais Experiências.

Quando preparei a matéria sobre harmonização de Bacalhau e Vinho para a Páscoa, lancei o desafio para um monte de gente amiga. Pois bem, o Marcio Marson, nascido e criado nesse mundo vinícola levou esse desafio um passo adiante e se juntou com amigos para tirar a prova dos nove. Vejam só a mensagem que ele me enviou e o resultado de sua prova!

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          Na noite do dia 04.04.09 me reuni com uma turma de amigos na casa do casal Eduardo Milan e Wendy Elago, advogados e amigos de longa data, para aproveitar o convite feito por você sobre a melhor harmonização de Vinho & Bacalhau para esta páscoa com vinhos até R$100,00. Achei que melhor do que elaborar sobre suposições, por melhores que fossem, nada como as testar. Eis o resultado dessa divertida prova decorrente de seu desafio.

Compras:

Eu me encarreguei na primeira parte de comprar o bacalhau e a opção feita foi um Lombo de Bacalhau Porto Imperial, comprado na loja do Pão-de-Açúcar na praça Panamericana, auxiliado pelo simpatissíssimo atendente Fernando. Boa compra !!! Os vinhos combinamos que cada pessoa levasse o seu rótulo entre tintos, brancos ou rosés.

Os vinhos escolhidos foram:

1. Dobogò Furmint Tokaj 06 – Hungria

(será trazido para o Brasil pela WineBrands)

2. Cordilheira de Santana Reserva Especial Chardonnay 05 – Brasil

(EIVIN São Paulo 11.5042.3890 = R$ 57,00)

3. Dão Sul Quinta de Cabriz Rosé 07 – Portugal

(Expand por volta de  R$ 30,00)

4. Chateau Gamage Bordeaux Rosé 05 – França

(Expand por volta de R$ 70,00)

5. Dão Sul Quinta de Cabriz Tinto 06 – Portugal

(Expand por volta de R$ 30,00)

6. Miolo Quinta do Seival Castas Portuguesas 05 – Brasil

(Miolo Wine Group São Paulo – 11 2167.1600 preço R$ 45,00)

7. Monte da Penha Fino Reserva 02 – Portugal

(Vinea Store = 11.3059.5200 = R$ 98,70)

8. Chateau Peyruchet Cuvé Jean-Baptiste Premier Côtes de Bordeaux 05 – França – (Expand por volta de R$ 50,00)

 (todos os pratos preparados pela amiga Wendy, aluna do Curso Chef de Cozinha Internacional – SENAC/SP)

Entradas:

Pães italianos, patê de foie gras c/ vitelo e ervas no conhaque.

Ostras defumadas em conserva de óleo de semente de algodão

Azeitonas pretas chilenas e portuguesas

Tudo uma delícia !!!

 mmarson-bacalhau-confitado-no-azeite1ºPrato: Bacalhau Confitado no Azeite (c/ cebola e alho)         

Vinho1: Cordilheira de Sant’Ana Chardonnay 05, 14% álcool, 100% chardonnay. Harmonizou muito bem pois manteve a elegância do prato. Vinho de cor amarelo dourado e brilhante, com aromas tostados, baunilha, de grande estrutura, na boca é cheio, intenso paladar tostado, caramelo, complexo, estruturado mas macio.

  • Vinho2: Dão Sul Quinta do Cabriz Rosé 07, 13% álcool, touriga nacional e alfrocheiro. Teve uma harmonização menos correta talvez pela falta de estrutura. Vinho de cor rosado brilhante, aromas de framboesa, morango, mel e florais, bem sutil, na boca se mostrou fresco, de médio corpo, macio, elegante, redondo, toques de geléia.
  • Vinho3: Chateau Gamage Bordeaux Rosé 05, 13,5% álcool, 100% merlot. Teve uma boa harmonização, mas não tão adequada quanto o branco. Vinho de cor rosado tostado, brilhante, com aroma maduro, cravo, especiarias, geléia de framboesa, na boca redondo mas complexo, macio, elegante, toques florais.

 mmarson-bacalhau-em-postas-com-molho-de-tomate2ºPrato: Bacalhau em Postas ao Molho Tomate (c/ batatas, ovos, azeitonas e pimentão)

  • Vinho1: Dobogô Furmint Tokaj 06, 13% álcool, 100% uvas furmint. Harmonizou muito bem pois manteve a elegância do prato. Vinho de coloração amarelo dourado claro, brilhante, com aroma maduro, tostado, especiarias, calda de tangerina e mel; na boca cheio, macio, maduro, com notas de especiarias, laranja em calda.
  • Vinho2: Dão Sul Quinta do Cabriz Tinto 06, 13% álcool, uvas alfrocheiro, tinta roriz e touriga nacional . Teve a harmonização dificultada pela presença de taninos frescos. Vinho de cor rubi intenso, vivo, brilhante, com aromas de frutas vermelhas, canela e terra, na boca se mostra fresco, bem seco, marca de vegetal e tanino presente, marcante no final de boca.
  • Vinho3: Miolo Quinta do Seival Castas Portuguesas 05, 13,5% álcool, uvas touriga nacional, alfrocheiro e tinta roriz. Também teve harmonização um pouco dificultada pelos taninos do vinho. Cor rubi intenso, profundo, aromas maduros de framboesa em calda, couro e chocolate, na boca se mostrou cheio, gostoso, macio, estruturado, quente, com notas maduras e especiarias.
  • Vinho4: Monte da Penha Fino Reserva 02, Alentejo, 13% álcool, uvas alicante bouchet, aragonêz e trincadeira. Também teve boa harmonização pois està macio e taninos maduros. Vinho de cor rubi profundo, evoluído, bem escuro, aromas de frutas vermelhas maduras e/ou cristalizadas, especiarias, doce, complexo, na boca é quente, frutas vermelhas compotadas, gostoso.

Sobremesa:

                   Vinho Chateau Peyruchet Cuvé Jean-Baptiste Premier Côtes, Bordeaux 05, Gironde – França. 13% álcool, colheita Tardia

Avaliações Finais :

Num contexto geral, os dois brancos ficaram melhores harmonizados com ambos os pratos, apesar de achar que o vinho húngaro perdeu um pouco da sua exuberância pelo fato do prato de bacalhau com que ele foi servido conter tomates. Talvez, o segundo prato, por ter o molho mais básico, fosse o mais indicado para ter sido tomado com os dois brancos.
Quanto ao Cordilheira, por ter notas de amêndoas e um certo toque amanteigado casou perfeitamente com o azeite e a untuosidade do segundo prato de bacalhau.

 

           Valeu Marcio, é com experiências dessas compartilhadas on-line que todos aprendemos um pouco mais sobre este tema de nossa intrigante vinosfera.

Salute

 

 

Bacalhau e Vinhos – Harmonizando a Páscoa

              Como dizem meus compatriotas, pelo menos é o que rege a lenda, “bacalhau não é peixe, é bacalhau” e estamos falados! Uns gostam com vinho branco, outros não abrem mão de um tinto, mas quem conhece do riscado sabe que é essencial saber o tipo de bacalhau que será servido. Bacalhau com natas, à Lagareiro, à Braz, à Zé do Pipo, à Gomes de Sá, à Espanhola, ao Forno, à Marialva, à Fenomenal, à Portuguesa cozido com batatas e grelos (tipo de couve), à Espanhola, Arroz de bacalhau com brócolis, à Narcisa enfim existem inúmeras formas de preparar bacalhau e outras de tanto de o harmonizar, até porque isto não é uma ciência exata e o gosto junto com a litragem de cada um é que determina o melhor casamento entre os dois. Para melhor demonstrar toda essa subjetividade, enviei um e-mail para diversos e experientes amigos de nossa vinosfera e fiz-lhes a seguinte pergunta. Lhe dou 100 Reais (30 Euros) para comprar vinho, ou vinhos, que harmonizem com seu bacalhau da Páscoa, quais seriam? Uma ressalva, os produtores não poderiam listar seus próprios vinhos. A maioria me respondeu, outros deixaram-me na mão, mas deu uma coletânea bastante interessante e diversificada de sugestões para você avaliar e, eventualmente, achar seu caminho.

  panorama-bacalhau1                                              Álvaro Galvão (Divino Guia) – Como gosto de fazer harmonizações não mito óbvias, indico o rosado maravilhoso da Miguel Torres Chilena, o Santa Digna, que é da Reloco, e deve girar na faixa de R$50,00.Como sobra a metade, indico o Prelúdio, um corte bordalês brasileiro do projeto Vinha Solo do Marco Daniele R$ 40,00. Deixo claro também que estou pensando em um bacalhau às natas para o primeiro e para o corte bordalês, uma bacalhoada, com pimentões e cebolas em abundância de azeite. Ainda sobra para a sobremesa!

         Arthur de Azevedo (Revista Wine Style e ABS) – Prefiro o bacalhau preparado de modo bem simples para valorizar o peixe propriamente dito. Sempre gosto de combinar bacalhau com vinhos brancos, como os Rieslings da Alsácia e da Alemanha, secos ou no máximo com uma leve insinuação de doçura. De Portugal ficaria com os vinhos brancos da Bairrada, como o Filipa Pato Ensaios Branco, ou com o Luis Pato Vinhas Velhas Branco, ou com um belo Arinto ou Antão Vaz do Alentejo, como os ótimos vinhos do Paulo Laureano. Se quiser mudar para a Espanha, use um ótimo Verdejo como o Emina Rueda.

         Didu Russo (Gula/Revista RSVP/Blog/Celebre) – Eu iria de tinto da Bairrada, um Luis Pato de uva baga. Aprendi isso em Portugal e adotei. Não concordo com os brancos, barricados ou não, bacalhau tem untuosidade que pede tanino e tanino seco nada de vinho madeirado tipo Malbec do Rolland não heim… Fica um horror. Também é uma ilusão os verdes frescos que os portuguêses com calor aqui no Brasil passaram a adotar, nada a ver “Secondo Me”. Com bolinhos fritos é diferente, iria de verdes claro para limpar a boca da gordura com as agulhas dos verdes. É isso.

         Pingus Vinicius (Pingas no Copo) – Eu gosto de um bacalhau à lagareiro (azeite e alho e batatas). Com este prato metia um tinto do Dão. Não tinha dúvidas. Escolhia um Quinta do Corujão Grande Escolha 2004 que custa menos de 25€ em Portugal. Se o bacalhau fosse assado no forno e acompanhado com puré, provavelmente o acompanharia com um Douro Branco. Um Redoma ou um Encosta Longa fermentado em barrica. Se o Bacalhau for confeccionado em sopa, com poejo e pão avançaria para um branco do alentejo. Um Pera Manca ficava-lhe bem.

         José Luiz Pagliari (Wine Experts / Revista Freetime / SBAV / Consultor) – Lembro-me do Saul Galvão falando duma série de harmonizações de bacalhau e vinho, chegando na melhor com o Conde de Valdemar Fermentado em Barricas, da Mistral (US$36.90), mas não me lembro qual receita de bacalhau estava sendo provada. Para a escolha do que beber é importante a maneira como o bacalhau é preparado, o método de cocção, os ingredientes. Meu favorito, espécie de curinga, mas se dando muito bem com receitas mais cremosas como o “Bacalhau com Natas” é o Esporão Reserva Branco, a R$78. Esse branco tem a vantagem de ser longevo, bebendo-se bem com 6, 7 anos ou mais.

         João Pedro de Carvalho (Copo de 3) – OK desafio aceite , vamos lá ver então. Bacalhau para o Domingo de Páscoa, por tradição na minha zona não comemos carne sexta feira santa pelo que é nesse dia que comemos o bacalhau. Como sou do Alentejo manda a tradição que Domingo se coma borrego assado no forno. Mas vamos então ao bacalhau, que pode ser entre tantas, de duas maneiras:

Cozido com batata e couve, ou grelos salteados em fio de azeite:

Um prato onde penso que o vegetal e o salgado suave do bacalhau juntando ao gosto forte do mesmo liga bem com um vinho que tenha corpo, frescura, mineralidade e boa dose de fruta e vegetal fresco.

Sugeria em plano mais económico: Soalheiro Alvarinho 2007 ou 2008, um Covela Escolha 2007, Redoma 2007, subindo um pouco mais claramente um Soalheiro Primeiras Vinhas que é para mim um dos melhores brancos de Portugal neste momento, ou um Quinta dos Roques Encruzado 2007. Se fosse para fora, iria buscar ao Vale do Loire um Chenin Blanc por exemplo qualquer um da gama Baumard ou um Domaine du Collier, que são vinhos acentes numa belíssima mineralidade e frescura, capazes de ligar bem com o vegetal, o grosso da batata e o exigente bacalhau.

No forno com natas, batata e pão ralado:

Aqui procuro sempre vinhos onde a madeira confira alguma untuosidade ao vinho, vinhos um pouco mais gordos na boca, com toques de tosta leve. O Redoma Reserva é bom exemplo, o Soalheiro Primeiras Vinhas 2007 aqui também liga bem, Malhadinha 2007. Do Chile o Montes Alpha Chardonnay gosto muito com este tipo de prato, mas por outro lado gosto de alguns tintos, como o Quinta de Saes Estágio Prolongado, que tem a frescura suficiente para o prato mas ao mesmo tempo a madeira que mostra é suave e liga bastante bem.

         Breno Raigorodsky (Sommelier FISAR/ Colunista) – Meu bacalhau é uma receita meio minha, meio do resto do mundo! É francesa com ingrediente italiano. É a brandade com o arremate do azeite aromatizado com trufa branca. Vou para um Moulin a Vin para caber com folga na sua verba de R$100,00 ou vou para um Dolcetto ou um Barbera de grande qualidade. A trufa manda no bacalhau e no vinho…Mas estarei muito bem servido nesta minha Páscoa, no doubt.

         Hamilton Reis (Enólogo da Cortes de Cima) – uma ressalva, vinhos da casa não poderiam ser sugeridos. Eu até posso, eles não! Eheh “Bom esta para mim é bastante fácil porque aqui à dias comi um bacalhau na brasa que foi brilhantemente acompanhado por um vinho que eu adoro, Morgado de Santa Catarina branco 2005, é de Bucelas e é, na minha opinião, um dos melhores brancos Portugueses da actualidade (pelo menos um dos melhores que eu conheço). Este vinho é muito equilibrado e ao mesmo tempo muito completo, nariz com boa intensidade, muito fresco. Na boca é crocante e gordo ao mesmo tempo, bons traços de mineralidade e com uma madeira no final muito discreta que lhe fica muito bem.

         Helena Sardinha (Enóloga Assistente na Cortes de Cima) – concordo plenamente com a sugestão do Hamilton. Um branco gordo e com alguma estrutura é o ideal para o bacalhau! Contudo, o bacalhau, que é um peixe quase carne, também fica muito bem com um tinto mais suave e com boa acidez. No caso dos tintos, a minha sugestão seria um tinto do Dão, como o Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004 (é muito bom, muito elegante e com aromas muito perfumados). Esta é a minha sugestão…um bom Touriga Nacional do Dão!

         Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) – os vinhos que gosto para acompanhar bacalhaus são:

Os chardonnays do novo mundo fermentados em barricas de carvalho, entre eles Casa Valduga Gran Reserva, Caliterra Tribute, Angélica Chardonnay.

Dentre os brancos do velho mundo, também fermentados em barricas de carvalho, o Esporão Reserva, Vila dos Frades Reserva, Cartuxa, Vetiver Crianza.

Tintos evoluídos das seguintes regiões: Douro, Alentejo, Rioja, Borgonha.

         Walter Tommasi (Editor de Vinhos da revista Gowhere Gastronomia/Colunista/Degustador) – Como eu sou um cara que gosta da simplicidade e tradição ficaria com um bacalhau que tenha muito azeite , cebola, azeitonas batatas e um puco de tomate, que é o que todos acabam fazendo pela simplicidade e pelo resultado final. Neste tipo de prato certamente iria para um tinto e daria duas linhas :

Uma compatibilização por “Tradição” ou seja, com um bom exemplar português

por gosto pessoal escolheria um bom Douro, pelo prato tender para o salgado e ter bastante untuosidade preferiria escolher um Douro com maior acidez , mais  elegante, e menos tânico ; Com isto em mente escolheria um douro “Não Reserva “, como o Conversa Douro da Niepoort que certamente é uma boa pedida e está abaixo dos 100 e o Quinta das Caldas Douro do Domingos Alves de Souza também é uma boa pedida

Saindo da Tradição minha sugestão seria um Nebiolo e a sugestão seria o Pio Cesare que deve ser por volta dos 120 reais ou o Bruno Giacosa ai outra alternativa seria o Barbera  Santa Rosália que é mais acido e está abaixo dos 100.

         Simon Knittel (Kylix) – Para mim, é muito prazeroso falar desta harmonização, pois são as minhas duas paixões. Gosto do Bacalhau feito no forno, bem condimentado, com muito azeite. Meu preferido é o Bacalhau à Lagareiro.

Como dizem, bacalhau não é peixe é bacalhau, então para harmonizar eu escolheria um bom vinho tinto português, e mesmo se fosse peixe, eu sempre digo que o melhor vinho, ou neste caso, a melhor harmonização é a que a gente gosta e pronto!!! Este tinto poderia ser o Cortes de Cima que é feito das uvas Aragonês, Castelão, Syrah e Trincadeira. Juntando seu bom corpo, seu aroma e paladar  frutado e seu toque de chocolate, acredito que será um ótimo parceiro para o meu bacalhau, sem passar por cima do mesmo. Fiquei com água na boca…

         José Eduardo Silva (Relações Publicas e TI da Cortes de Cima) – este fim de semana fiz um “bacalhau fenomenal” e foi muito bem acompanhado por um Monte da Peceguina Tinto 2006 produção da Herdade da Malhadinha Nova.

         Luís Lourenço (proprietário da Quinta dos Roques no Dão) – Não é fácil a resposta até porque não sei que vinhos estão presentes no mercado Brasileiro e a que preços, no entanto vou dar algumas sugestões: Os vinhos têm de ter uma boa estrutura e algum volume para se baterem com o bacalhau mas também boa acidez (ou com vocês dizem – “frescor”) para cortar a gordura do azeite.

Bacalhau assado no forno

Vinho Branco – Vinha Formal do Luís Pato (Bairrada)

Vinho Tinto – Quinta da Vegia da Casa de Cello (Dão)

Bacalhau à Gomes de Sá

Vinho Branco – Quinta do Ameal Escolha da Quinta do Ameal (V. Verde)

Vinho Tinto – Vale da Raposa – Alves de Sousa (Douro)

Vinho Rosé – Covela da Quinta da Covela (Regional Minho)

       Deixei-vos bastantes tontos depois desta série de recomendações e sugestões, não? O propósito foi bem esse, mostrar a diversidade e subjetividade destas escolhas (vejam também o interessante comentário do Luiz Horta). Mesmo com pessoas de grande experiência na área e tanque transbordando de tanta litragem, rsrs, fica claro que apesar de haver uma certa semelhança de escolhas por estilos de vinho em alguns casos, em outros o gosto de cada um impera e caminha, até, em direções opostas. Em harmonização existem tendências, mas é o gosto pessoal de cada um que acaba se sobrepondo a qualquer regra. O que se deve procurar é o equilíbrio entre o prato, o vinho e o seu paladar.  Aí em cima estão diversas opções e, como não poderia negar fogo nesta hora, eis a minha harmonização para o almoço. Farei um pouquinho de batota (trapaça) no total de gastos que passarão um pouco do estipulado, talvez alcançando um total de 120 reais, mas vamos lá.

João Filipe Clemente (Falando de Vinhos), neste dia serei tradicional, abrirei servindo bolinhos de bacalhau, alheira frita e uma salada de feijão fradinho com bacalhau cru, dessalgado e desfiado que acompanharei com um refrescante Casa Paterna Alvarinho/Trajadura (Premium). Para o prato principal que será um bacalhau no forno com grão, batatas, pimentões e batata ao murro, nadando no azeite, vou de Casa da Passarela Dão Vinhas Velhas (Vinica). Pensei muito seriamente num delicioso Reguengos Garrafeira dos Sócios, mas achei que poderia eventualmente abafar o bacalhau então preferi ir pelo caminho mais seguro. Alguns dos vinhos tintos de bom preço que também poderiam ir muito bem aqui são; Casa da Passarela Descoberta, Altano Douro, Grandes Quintas Escolha, DFJ Touriga Nacional/Touriga Franca, Quinta de Nossa Sra. do Carmo Douro (sem madeira) ou um Don Rafael  entre muitos outros, como alguns dos já citados acima. Caso o prato fosse um bacalhau com natas ou à Zé do Pipo, até o meu querido bacalhau à Braz, aí iria de branco, talvez Quinta dos Roques Encruzado, Esporão Reserva ou vinhos que andam menos na mídia por aqui como, o Alvarinho Pouco Comum, Pomares Branco e o Covela Escolha uma lembrança do João Pedro. Pensando bem, poderia também ser um tinto do Douro, de poucos taninos, macio e maduro como o Vila Jusã ou um Travers de Marceau do Languedoc Francês, e ainda sobraria um troco. Eta decisão difícil!

Para finalizar, diz o ditado que existem 1001 maneiras de se preparar bacalhau; grelhados, assados, fritos, cozidos, com ou sem batatas ao murro (que adoro), em postas, desfiado, enfim um monte, entre as quais algumas das que mencionei logo no inicio, então a duvida pode ser cruel ou você já tem seu favorito e vai direto nele? Não sabe o que fazer ou quer variar? Visite estes sites, algumas centenas de receitas para você se esbaldar. http://www.1001receitas.com/ , http://www.livrodereceitas.com/bacalhau ou http://www.bacalhau.com.br/ . Bom apetit, salute e boa Páscoa a todos. Aproveitem o feriado e seguimos nos encontrando por aqui.

 

 

Azeite & Vinho ou será Vinho & Azeite?

A ordem dos fatores não altera o resultado e mais uma vez abro um espaço para falar de azeite. Não que eu seja um grande entendedor do assunto, mas não preciso ser um pintor para apreciar um bom quadro, ou um musico para curtir um show do Charles Aznavour ou de Madonna. Basta ter a sensibilidade para tal e apreciar o resultado final. Me dediquei a conhecer o mundo dos vinhos, mas vinho tem a ver com gastronomia e quem curte gastronomia não deixa de apreciar um bom azeite, que é o meu caso. Ainda pretendo me dedicar a conhecer um pouco melhor este néctar que transforma os pratos de uma forma única e ao mesmo tempo diversa, mas por enquanto fica só a constatação de que os amigos da Lusitana, mais uma vez, acertaram.

A Herdade de Paço do Conde produz vinhos de qualidade no Alentejo e, como uma boa parte dos produtores de vinho em Portugal, viram na elaboração de azeites de qualidade a diversificação de seu negócio que tem gerado bons e saborosos produtos finais. Tenho provado alguns muito bons azeites portugueses, mas este realmente se destacou, ao ponto de ter confidenciado à Eliza, que meu amor pelo Santa Vitória estava em cheque após provar este azeite no Wine day e celebração do segundo ano de aniversário da Kylix, do amigo Simon.

Em Abril do ano passado, a revista de Vinhos fez uma importante matéria sobre azeites elaborados por produtores de vinho e deu Paço do Conde na cabeça. Bem, não vou cometer a impropriedade de tentar detalhar minhas sensações ao provar deste néctar, sim também é, mas posso afirmar com clareza, é um baita azeite e, se fosse você, ligava logo para o pessoal da Lusitana porque me assopraram no ouvido que já está acabando! Este eu assino em baixo, salute e bom proveito.

 

azeite-paco-do-conde

Veja o site http://www.lusitanadevinhos.com.br e ligue para (11) 4508-8880.Combine uma visita e aproveite para dar uma olhada em todo seu portfolio deveras interessante com alguns ótimos produtos a preços bem convidativos como; o próprio Herdade do Paço do Conde Alentejo Tinto, Lisa Branco, Barão do Sul Garrafeira (um dos meus achados de 2008), Terras do Pó branco, Dão Quinta Mendes Pereira (outro achado), Herdade Grande, Barão do Sul tinto (mais um achado) e o Porto Baldias Tawny e Ruby entre muitos outros bons e saborosos vinhos. 

Salute e kanimambo!