Gastronomia & Harmonização

Vinho e Chocolate na Páscoa

Cada um tem seus preferidos e nem precisa de ser vinho de sobremesa ou fortificado. Tem argentino, australiano, uruguaio, chileno, italiano e francês, para tudo o que é bolso e gosto, mas como o blog é meu, rs, falo do que gosto então aqui vai!

Acho os vinhos de Banyuls, região catalã de Roussillon na França (1659 com o Tratado de Pirineus) quase fronteira com a Espanha, que também são fortificados uma ótima opção e há diversos rótulos no mercado. Como não conheço muitos com importação local ( a maioria do que provei não está no Brasil) fica difícil sugerir, porém o da Chapoutier já provei, gostei e é uma opção segura.

Gosto de alguns argentinos, especialmente os Late Harvests de Malbec como o da Susana Balbo e Melipal assim como Malamado da Zuccardi que é fortificado.

Do Uruguai gosto muito do Dominio Cassis Licor de Tannat que ainda por cima tem bom preço. Tem outros como o Toscanini, Familia Deicas e também gostei bastante do Alcyone da Vinedo de los Vientos.

Agora, minha praia é mesmo com os Vinhos do Porto e aqui existem controvérsias quanto à harmonização dos Tawny e dos Ruby. Pessoalmente acho que os Tawnies e Vinhos Madeira se dão melhor com chocolates ao leite, Colomba, Panetone, doces conventuais portugueses, frutos secos, tortas de amêndoas e similares.  Já os Ruby costumam se dar melhor com chocolates meio amargos e amargos, tortas de chocolate com nozes e amêndoas e outras coisas do gênero, importante é que o chocolate seja meio amargo para servir de contra ponto à doçura do vinho mais acentuada do que nos Tawnies que possuem notas mais amadeiradas e alguma oxidação resultado do processo de vinificação. Óbvio que o que manda aqui é o gosto pessoal, mas eu sigo essa cartilha. rs Este Nirvana me pareceu especial, mas há outros de muita qualidade no mercado.

Duas sugestões abaixo (onde tem o Madeira pode usar um Porto Tawny para você se divertir nesta páscoa e sair da mesmice. Harmonize ovinho com O Vinho e seja feliz! Bons feriados, eu abrirei a Vino & Sapore no Sábado, mas Sexta e Domingo também vou curtir!! rs kanimambo pela visita

Páscoa - Vinho e Chocolate

Frutos do Garimpo Deste Mês Focou a Páscoa!

Na Confraria Virtual Frutos do Garimpo, este mês foquei na Páscoa e decidi compartilhar as dicas com os amigos porque ainda dá tempo de procurar no mercado estas quatro dicas de bons vinhos e desfrutar das harmonizações sugeridas.

Como tema queria vinhos que tivessem a ver com a Páscoa, que pudessem harmonizar com os pratos mais tradicionais desta época seja para a Sexta Santa como, Bacalhau (pescados) ou Domingo como Cordeiro (carnes). Optei por uma garrafa de cada vinho e com isso gerando mais diversidade de escolha para harmonizar, dois lusos e dois espanhóis!

Os dois Portugueses são da DFJ renomado produtor que foi indicado em 2017 pela Wine Enthusiast como um dos top 5 produtores europeus. O que aprecio neles é que seus vinhos apresentam ótima relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) desde seus vinhos de entrada até os mais premiados. Em parceria com a Lusitano Import escolhi dois exemplares.

Casa do Lago Branco – Alenquer, Região Lisboa – um corte de Fernão Pires (Maria Gomes), com Arinto e Chardonnay que produz um vinho muito harmonioso e fresco sem passagem por barrica. A Fernão Pires aporta corpo, aromas e teor alcoólico, a Arinto a acidez e a Chardonnay traz um pouco mais de untuosidade e complexidade compondo um conjunto muito agradável, aromático, de médio corpo e fresco prometendo compor bem com diversos pratos de bacalhau um pouco mais leves, inclusive as entradas como bolinhos ou pataniscas. Preço de mercado entre R$65 a 70,00.

Paxis Bulldog – Alenquer, Região Lisboa – um corte tradicional português com as castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Também sem passagem por barricas, estamos diante de um vinho de boa extração de cor e corpo médio, bom volume de meio de boca, bem frutado, porém com os taninos bem integrados terminando aveludado. Um bom vinho para acompanhar pratos de bacalhau mais estruturados como um Lagareiro e até o cordeiro para quem preferir um vinho com menos “pegada” mas que marca presença. Preço de mercado entre R$75 a 80,00 e foi eleito pela Wine Enthusiast entre os TOP5 Best Buys do ano.

Para os tipos de pratos de que falamos na Páscoa, acho que os vinhos ibéricos também se adequam muito bem, então com a ajuda da Almeria Importadora, escolhemos dois tintos espanhóis que creio podem se dar bem com pratos de bacalhau algo mais pesados (ao forno com tomate, pimentão, etc.) e também ao cordeiro especialmente se for paleta na brasa ou ao forno. Vamos a eles:

Paco Vintage – Navarra – um corte meio a meio de Tempranillo e Garnacha, a uva principal desta região, com uma leve passagem de 2 meses por barricas de carvalho francês de terceiro uso. Fruta abundante, notas de fruta madura, algo balsâmico com taninos macios bem integrados e algo floral no nariz e um final de boca algo especiado. Redondo, equilibrado, boa acidez, um vinho que pode até “maridar” bem com paella marinara para quem preferir trocar o bacalhau de Sexta por este delicioso prato espanhol. Preço no mercado entre R$125 a 135 Reais.

Viña Magna 6 Meses – Ribera del Duero – 95% Tempranillo (Tinta Fina como é conhecida na região) com um toque de Cabernet Sauvignon da região norte e mais alta da Ribera que le aporta uma acidez mais marcante e algumas notas minerais em função do solo calcário da região. Ameixa, notas de baunilha dos seis meses de barrica mas bem sutis sem afetar o conjunto de médio corpo para encorpado, muito rico meio de boca, complexo, taninos finos presente, uma bela combinação para o cordeiro de Domingo e, cada um harmoniza como quer, um bom bacalhau! No mercado entre R$150 a 155,00

Para finalizar uma pepita extra, um Porto Ruby muito especial desenvolvido pela DOW’S, em parceria com os especialistas em harmonização da The Flanders Foundation na Bélgica, para harmonizar com chocolates meia amargos e amargos, é o Nirvana que vem em garrafas de 500ml e já experimentei com diversos chocolates. Gostei especialmente dos com alguma fruta cítrica como laranja e cramberry, mas vai até com chocolates ao leite, mesmo que não com o mesmo brilho e está no mercado entre os 140 a 180,00 reais. Quer se divertir, abra um desses com uma torta de chocolate meio amargo e nozes ou amêndoas!!

Amigos, ainda dá tempo para quem não comprou seus vinhos para este final de semana que promete! Ovinho sem O Vinho, não tem graça e refeição sem vinho é café da manhã, então vamos logo, só faltam dois dias!! rs

Kanimambo pela visita e não posso deixar de lembrar que a Vino & Sapore estará aberta hoje e amanhã das 14 às 20h e Sábado das 10 às 19h para não deixar você passar vontade. Fui, cheers, saúde, salud, prosit …!

Bacalhau e Vinho, 1001 Receitas e Harmonizações Idem!

Bem, já diz o ditado que há 1001 receitas para bacalhau e tem até site com uma coletânea delas para ninguém botar defeito. Para todos os gostos e bolsos, sim dá para fazer algumas por um precinho bem camarada especialmente as que levam bacalhau desfiado ou em lascas. Como você deve já ter entrado no link que passei no post anterior para escolher o tipo de bacalhau que quer comprar, agora adapte-o ao prato e mão à massa! Eu já sei o que vou fazer, provavelmente um Bacalhau à Brás e já estou de olho na paleta de cordeiro!! rs Já os vinhos, bem esses ainda não decidi não, mas estou com alguns em mente.

Harmonizar um prato de bacalhau depende muito da receita e como podem ver pela pesquisa que fiz em 2009 com alguns amigos como Didu Russo, Pingus Vinicius, Walter Tommasi, Álvaro Galvão, João Pedro de Carvalho entre outros (clique aqui) que fiz e outras experiências realizadas  (clique aqui ) cada um tem a sua sentença, isso é harmonizar! Cada um tem seu gosto, cada um tem suas tradições, o importante é o prazer que se sente, viaje nos links pois tem muita coisa interessante a explorar neles.

Tem gente que gosta de Vinho Verde, outros gostam de tintos poderosos e outros de vinhos brancos mais complexos, cada um com sua preferências, porém eu cheguei a algumas conclusões que creio podem dar uma mão aos menos experientes que buscam incrementar essa experiência. Como disse, o vinho a escolher depende da receita do bacalhau, então vou sugerir alguns estilos de vinho ficando a escolha do rótulo a tomar consigo e, eventualmente, com seu sommelier de confiança na loja que você costuma comprar e confia.

  • Bolinhos de Bacalhau, Punheta de Bacalhau e Pataniscas vão bem com Vinhos Verdes Brancos sejam eles blends (Alvarinho/Trajadura dá muito certo) ou varietais de Alvarinho, Avesso, Loureiro ou Azal.
  • Bacalhau com Natas, Açorda ou Grelhado com Amêndoas vai bem com vinhos levemente amadeirados como um Chardonnay ou Antão Vaz, vinhos mais untuosos. Gosto também dos brancos do Douro de médio corpo tradicionalmente cortes de Viosinho, Gouveio e Rabigato ou do Dão com Encruzado, Bical, Cerceal e Malvasia .
  • Bacalhau desfiado tipo; à Brás, Arroz de bacalhau e Brocoli, Gomes de Sá e no estilo é uma questão de gosto, vão bem com brancos sem madeira alentejanos ou regionais Tejo e tintos de taninos de pouca intensidade das mais diversas origens, já me dei bem com argentinos (blends) e franceses do Rhône, até Tannat já rolou!rs
  • Bacalhau assado no forno, churrasqueira e frito tipo; Lagareiro,Transmontana, Nárcisa e São Lourenço, a meu ver vão melhor com vinhos mais encorpados, complexos, de taninos finos. Vinhos menos jovens, portugueses e espanhóis preferencialmente, mais maduros com quatro a cinco anos de vida quando os taninos já se encontram melhor integrados certamente se darão bem.

Agora, quer colocar um Brunello, um potente Malbec, fique á vontade, explore seus próprios caminhos e o que lhe fizer feliz, pois já vi muita harmonização inusitada dar muito certo, mas saiba que os riscos serão grandes! rs Por outro lado, todas as vezes em que falo de harmonização insisto no ponto de que a harmonização é uma combinação de fatores em que o prato e o vinho são apenas dois dos players nessa equação. As pessoas são essenciais, então quando do ato da compra leve em conta quem estará presente e quantos.

Saúde, kanimambo pela visita e nos vemos aí!

Semana Santa, Bacalhau na Sexta e Cordeiro no Domingo!

mas não só, tem também Pão e VINHO!!! rs Semana Santa chegando e já começam as tradicionais perguntas sobre que vinho acompanhar o Bacalhau, algo que ocorre todo o ano nesta época e já produzi aqui inúmeros posts sobre o tema, mas antes de falar disso deixa eu falar dos símbolos da época:

Símbolos da Páscoa

  • Peixe (Bacalhau): Na época da Idade Média (ainda hoje), os cristãos deveriam obedecer os dias de jejum, excluindo de sua dieta alimentar as carnes “quentes ”, já o peixe era uma comida “fria” e seu consumo era incentivado pelos comerciantes nos dias de jejum. Como o bacalhau era abundante e barato, este passou a ter forte identificação com a religiosidade e a cultura do povo português.Os portugueses desembarcaram o hábito de comer bacalhau no Brasil já na época do descobrimento. Mas com a chegada da corte portuguesa, no início do século XIX, ocorreu uma difusão natural. Em 1843, a Noruega oficialmente exportou a primeira carga de bacalhau para o Brasil.Os intelectuais da época, liderados por Machado de Assis, sempre aos domingos, reuniam-se em restaurantes do centro do Rio de Janeiro para degustar um autêntico “Bacalhau do Porto” e discutir os problemas brasileiros. Ainda hoje são muitos os restaurantes especializados em preparar e servir um autentico bacalhau, marca da união do homem à mesa em torno de longas conversas.
  • Cordeiro: O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita entre deus e o povo judeu na páscoa da antiga lei. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo, a libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo. Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos faraós, comemorou a passagem para a liberdade, imolando um cordeiro.
  • Pão: significa o corpo de Jesus que foi oferecido para os discípulos na ceia final
  • Vinho: o vinho representa o sangue de Cristo que foi servido para os discípulos na última ceia e é considerado um dos símbolos da Páscoa.
  • Ovo de Páscoa (Chocolates): a tradição do ovo é antiga e teria surgido com os povos do Mediterrâneo, Oriente e Leste Europeu. O ovo significa nascimento e em outros locais a alegria de uma nova vida (ressurreição). Os ovos de páscoa, assim como os chocolates de várias marcas, são usados para presentear amigos e familiares no domingo de páscoa. O ovo, indica riqueza e fartura e nesse período, de acordo com as crenças, a vida está sendo renovada. No século XVIII, os franceses tinham o costume de retirar a parte interna dos ovos de galinha e enchê-los com chocolate. O coelho da páscoa também se tornou um símbolo da data que indica prosperidade

Muito bem, vamos do inicio, o Bacalhau! De cara há que se saber o que é para não comprar gato por lebre, e aí sugiro clicar neste link , afinal sem uma boa matéria prima não se faz bons produtos, neste caso um prato de Bacalhau e tem muita coisa se fazendo passar por sem ser! Já as receitas são mais de 1000 e se pensarmos nas potenciais harmonizações outras tantas então difícil ser objetivo em dicas sobre o tema, mas na Quarta vou ousar dar algumas sugestões! rs

bacalhau-gadus-morhua_large

Com o cordeiro, um bom tinto encorpado seja do Douro, Alentejo, de Ribera del Duero ou de onde você preferir vai sempre bem e dificilmente se erra. Eu ainda prefiro os blends portugueses, mas cada um tem seu gosto então viagem! Nesta foto aqui um vinho que curti muito, mas que não mais anda por nossas bandas, o Martué um espanhol de Pago na região de Toledo próximo a Madrid, baita vinho que fez uma “maridage” perfeita e maravilhosa com o Cordeiro. Caiu o queixo, mas não sobrou garrafa no mercado para contar a história!! sniff Uma boa opção, a meu ver e me lembrando agora desta harmonização, seria o Clos d’Esgarracordes

Na Quarta ou Quinta falo das harmonizações com o Bacalhau e também com os chocolates, volta para me visitar aqui. É isso, uma ótima semana para todos e nos vemos por aqui, na Vino & Sapore ou qualquer um desses recantos de nossa Vinosfera! Sa~ude e kanimamo.

Gewurztraminer & Curry, Deliciosa Combinação!

Clássica harmonização, Gewurztraminer e pratos condimentados asiáticos.  Uma uva cultivada em muitas regiões, principalmente na Alsacia (França) e nas regiões do Rhein e Pfalz (Alemanha), mas também na Austria, Itália (Alto Adige), Nova Zelândia, Austrália, Chile, Estados Unidos e alguma coisa por aqui no Brasil em que a Angheben elabora um que aprecio bastante.

Os vinhos de Gewürztraminer normalmente são de cor amarelo intenso, quase dourados. Por conta de sua composição e características da casca, são vinhos com grande estrutura em boca. Uma de suas “fraquezas” é a acidez, muito delicada e, que em anos mais quentes, tende a ser muito baixa e um açucar residual por vezes alto demais para os secos mas que é providencial para os vinhos de sobremesa como os Spätlese. São sempre muito aromáticos, com notas marcantes e características lembrando lichias e pétalas de rosas com toques, de maior ou menor intensidade, de especiarias. Apesar de, à primeira vista não parecer, graças às suas características aromáticas e gustativas, os vinhos de Gewürztraminer secos e jovens são ótimos parceiros para a culinária, especialmente pratos com riqueza aromática e bem condimentados, como a cozinha asiática – chinesa e indiana. Curries mais suaves aceitam bem os mais maduros como foi o caso deste Gustav-Lorentz 2013* de cor dourada brilhante e aromas intensos de damasco e lichias que nos convidam a levar a taça à boca que é onde o vinho realmente interessa!

O prato, um Curry de Frango com Maçã, chutney de manga levemente apimentado e coco polvilhado por cima, uma receita da família que dá um ibope danado aqui em casa. O vinho com suas nuances de frutos tropicais, levemente especiado, corpo médio e acidez equilibrada com um toque mineral de final de boca casou á perfeição e repetirei esta harmonização em muitas e muitas outras ocasiões porque o resultado, para o meu gosto obviamente, foi excelente! Tudo aquilo que buscamos numa harmonização, equilíbrio e uma “turbinada” nos sabores, quando 2 + 2 somam 6!! rs Melhor ainda a companhia, porque sem isso a harmonização fica manca, rs, bão demais da conta sô!

Curry e Gewurztraminer

 

Penso que deve ficar muito interessante com Moqueca, mas ainda não provei, vou colocar na minha lista de experiências enogastrônomicas. Por hoje é só, espero que curtam e partam para vossas próprias experiências porque como já dizem os ingleses, “practice makes perfect” então vamos praticar é muiiiito!! Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou em qualquer outra esquina de nossa deslumbrante vinosfera. Fui, saúde!!

 

* Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo

Harmonizando Vinho e Música

Já parou para pensar nisso? Como a música, o vinho gera emoções, sensações diversas e há MusicWine_Cover 2_ver5momento para tudo, do vinho mais leve e refrescante ao mais estruturado e denso, de um branco, rosé ou tinto assim como a música em que podemos estar num dia mais propenso a Bach, Strauss ou a Blues, Jazz, Beatles, MPB, Caipira (raiz) até heavy rock! Eu passei por essa experiência e volta e meia me vejo ainda fazendo minhas harmonizações pessoais mesmo que só na minha cabeça. E você, que música exala de sua taça?

Pode até parecer estranho, mas é bem menos do que você imagina e tem até um site especializado nisso nos Estados Unidos onde vinhos avaliados são também harmonizados com música, Wine And Music  que vale fuçar.  Como parte da retrospectiva de dez anos, trago dois links sobre as duas harmonizações com que participei do concurso promovido pela Wines of Argentina há pouco mais de três anos, quando fui instado a fazer essa viagem sensorial diferente fora de minha caixinha! Com uma delas, o Navarro Correa Brut Rosé, ganhei um dos prêmios que me permitiu uma viagem de quase 1700kms por bodegas e vinhedos argentinos da Patagônia a La Rioja junto com alguns colegas como o Didu. A outra foi com um muito bom rosé de malbec/pinot noir da Lagarde, o Blanc de Noir que de branco não tem é nada! rs Com um harmonizei com um som mais pesado de Left Lane Cruise e com outro uma salsa cubana, para quem estiver a fins, eis os links, clique nas imagens para acessar os posts e o som com que harmonizei, venha comigo nessa viagem sensorial descobrir novas emoções e despertar sua sensibilidade.

Navarro Correas Brut Rosé e Left Lane Cruise

Navarro Correa brut rosé

Lagarde Rosé de Malbec/Pinot & Salsa

 

Lagarde rosé de malbec

 

É isso, esse foi só o primeiro post da retrospectiva DEZ ANOS que ainda vai trazer coisas muito interessantes que vivi e talvez os amigos não tenham conhecimento ou não se lembrem. Fica aqui a mensagem, expanda seus horizontes, viaje, descubra novas sensações, viva novas emoções! A partir de agora, a cada vinho comentado e caso ele me desperte a inspiração, vou harmonizar com vinho. Saúde, kanimambo pela visita e um ótimo fim de semana.

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Uau, que vinho!

Adoro quando isto acontece! rs De repente, não mais que de repente, apareceu-me este vinho, um total desconhecido. Fui atrás de informações, pouco ou nada achei então só tinha um jeito, abri a garrafa e … tchan, tchan, tchan, paixão ao primeiro olhar, que cor sedutora! Já me animei e cada vez mais curioso para levar a taça à boca e desvendar os sabores que prometiam.

20171008_133429Clos D’Esgarracordes 2009, esse é o nome dele. Vem de uma região pouco conhecida, IGP Castelló entre a Catalunha e Valencia. Esta IGP (Indicación Geográfica Protegida), criada recentemente, é um estágio anterior à celebração de DOC, e hoje conta com apenas uma dúzia de produtores e uma produção ao redor de míseros 600 mil litros. A Bodega Baron D’Alba que elabora este vinho (seu topo de gama hoje entre cerca de 12 rótulos) possui apenas uns 15 hectares de uvas entre elas Macabeo (branca), Cabernet Sauvignon, Garnacha, Merlot, Monastrell, Syrah y Tempranillo. Neste vinho, usa um blend de Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo y Syrah que me chamou a atenção na taça pela cor que mostra uma evolução já bem presente traindo sua idade. Se você gosta de vinho cheios de potência, de grande extração, vinhos power, não embarque neste barco porque certamente não apreciará esta viagem. Sorry, mas a pegada aqui é outra! rs

São dezessete meses de barricas francesas e americanas sendo engarrafado sem 20171008_133215filtração, porém não encontrei muitos sedimentos não! A madeira está já integrada, presente mas integrada em perfeito equilíbrio, notas terrosas, couro, bosque, alguma salumeria, frutos negros, taninos aveludados, acidez balanceada, rico e complexo meio de boca com um final bem persistente, a cada gole uma viagem, novos sabores, vinhos velhos têm dessas coisas e por isso são tão encantadores e vibrantes a seu modo. Nem todos apreciam, mas para quem gosta este é um prato cheio e vale bem as 140 pratas, mas vai ter que fuçar por aí! rs

Eu abri a dois, não sobrou gota (!), e só acompanhei com uns pinxos de Jamon Serrano e Brie, precisa de mais nada não! Um achado da Cavisteria do amigo Fabio Barnes que compartilhou comigo esta beldade e permitiu que eu também colocasse algumas garrafas no portfolio da Vino & Sapore. Não costumo indicar se vendo ou não os vinhos que aqui compartilho, por questão de isenção, mas como é raridade e algo especial achei que deveria, mesmo não sendo o objeto do post.

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Sabe aquela coisa de sair da mesmice de que tanto falo, então … (rs). Bem gente é isso, demorei uma semana para chegar com mais este post, mas espero ter mais ao longo da semana que espero seja divina e não esquece, dia 23 tem prova de Cabernets Franc de Mendoza com jantar no bom Antonietta Cucina! Kanimambo, saúde e inté.

 

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Um Sedutor Tannat de Salta

Falo de um vinho de pequena produção e de uma região que poucos conhecem, ainda mais para esta uva. Conheci o vinho pela primeira vez há pouco mais de 4 anos e foi paixão à primeira fungada! rs Colomé Lote Especial Tannat 2014, produzido a 1700 metros de altitude com uvas do vinhedo La Brava, Valle Calchaquí. Quando o conheci tinha uma produção limitada a 1500 garrafas, porém hoje já está na casa das 8300 o que segue sendo bastante limitado, porém com preço acessível por lá, na casa dos 250 a 300 pesos ou em Reais entre os 50 a 60 tops, mas cheguei a ver por 215!! Não chega ao Brasil então quem Colomé Lote Especial tannatandar lá pelas terras de nuestros hermanos coloque em sua lista e aproveita traz duas garrafinhas para mim porque minha última tracei neste último Domingo, sniff! rs

São 12 meses de barrica com a madeira muito bem integrada e imperceptíveis 14,5% de teor alcoólico, O Vinho! Apesar de sua estrutura, cor escura mostrando grande concentração é de corpo médio para encorpado, taninos finos e aveludados, frutos negros presentes na boca e nariz, algum tabaco, extremamente rico e absolutamente sedutor, alguma especiaria no final de boca que mostra boa persistência e um agradável frescor. Gostosa paleta olfativa com notas florais, um vinho que prima pelo equilíbrio e dá enorme prazer tomar, que nos encanta e nos faz pedir bis. Um Tannat para quebrar eventuais preconceitos e paradigmas contra esta uva, sem contar sua tremenda relação PQP (Preço x Qualidade X Prazer). Certamente um Tannat para chamar de meu, um vinho que curto demais!!

Acompanhou maravilhosamente o rico arroz carreteiro elaborado com maestria por meu genro Júlio, um grande almoço esse de Domingo. Da Bodega Colomé em Salta, mas uvas vêm de vinhedo em Cafayate, um vinho de um lugar que me encanta ainda mais que os vinhos, quem sabe um retorno em 2018 e com um grupo bacana?? Por enquanto, a Patagônia está a um mês de distância, vem comigo? Kanimambo pela visita, saúde e um ótimo fim de semana.

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Nirvana na Taça

Sei que já anda por aí há um tempinho, mas foi recentemente que me deparei com ele na taça e, UAU! Que sou um amante dos Vinhos do Porto creio que é chover no molhado já que tenho até uma categoria aqui do lado só com posts sobre o tema, muitos mostrando o que é e quais as diferenças entre eles porque, surprise, Vinho do Porto não é todo igual! Sei que a maioria já sabe disso, mas vale sempre lembrar porque a diferença é enorme e chegar numa loja só pedindo um Vinho do Porto, pode significar um grande desapontamento e até uma certa dose de frustração ao você descobrir que levou algo para casa que não é bem o que queria e está habituado. O enochato aqui sempre pergunta, que Porto? rs Por sinal, o melhor vinho de minha vida segue sendo um Porto Tawny Colheita 1910, inenarrável, puro êxtase!!!

Bem, mas hoje quero falar do Nirvana* na minha taça, um Porto Ruby Reserva da Dow’s (Grupo Symington) especialmente desenvolvido junto ao Flandres Taste Foundation na Bélgica, para acompanhar Porto Nirvanachocolates meio amargos, acima de 45% de cacau, e amargos .

Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Cão são as três castas proeminentes com de 3 a 5 anos de toneis grandes de carvalho onde a oxidação e efeito da madeira é menor ressaltando a fruta madura farta. Ótima fruta e um floral bem presentes compõem uma paleta olfativa de boa intensidade e sedutora que convidam a levar a taça à boca. Ao primeiro contato no palato ela já mostra ser diferente, um tanino sutil e 20% de teor alcoólico, algo como meio porcento acima da média resulta numa textura diferenciada, macio, cremoso com um final de boca algo mais seco, de bom frescor e longa persistência. Muito bom, mas com o chocolate  amargo cresce adoidado e aí aparecem todos os uaus que estavam difíceis de segurar já com o vinho solo. A prova viva de que quando a harmonização dá certo o resultado é geométrico e não aritmético! A minha harmonização melhor foi com os chocolates de alto teor de cacau que levam em sua elaboração laranja, cramberry e açaí, um toque cítrico muito interessante.

Fiz  teste também com um chocolate ao leite com uma fina camada de crocante de de amêndoas caramelizadas (Heidi Florentine) e também “ornou” muito bem, mesmo os amargos se apresentando melhor. O segredo aqui talvez seja por este Porto apresentar um residual de açucar menos aparente que a maioria dos Rubys, um equílibrio perfeito com a boa acidez presente.

Algumas dicas de chocolates; Nugali Flor de Cacau (70%) com crocante de açaí, Lindt Intense Orange, Heidi Dark Cramberry, Heidi Grand’Or Hazelnut e Heidi Dark Orange, mas tem muito mais por aí. Eu me encantei e por isso mesmo a necessidade de compartilhar isso com os amigos.

Espero que curtam se acharem por aí. O preço médio pesquisado aqui em Sampa é ao redor dos R$140,00 e a garrafa é de 500ml, mas acho que vale. Kanimambo pela visita, saúde e um ótimo final de semana para todos. Para quem estiver a fins de um passeio legal no Sábado, o centrinho da Granja Viana tem ótimas opções de restaurantes para almoço e tem a Vino & Sapore onde os amigos são sempre recebidos com uma boa taça de espumante para celebrar a vida, cheers!

* Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo

 

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Signature de Susana Balbo, um Torrontés Diferenciado

Tem gente que torce o nariz para os vinhos elaborados com Torrontés na argentina, mas poucos tentaram se atualizar sobre o tema nos últimos anos. Tem vinhos de muita susana balbo torrontés com tapasqualidade no mercado que surpreenderiam a maioria dos céticos de plantão. Eu não estou nem aí, gosto do que tenho provado e entre os melhores está este que é diferenciado!

A semana estava fria, então não resisti; lareira acesa, na companhia da loira e Fondue de queijo. Sou gamado neste Torrontés argentino muito especial o Signature de Susana Balbo que é fermentado em barrica sendo um dos melhores vinhos brancos argentinos do momento e olha que tem muito vinho branco top por lá, sempre tenho um na adega, pelo menos tento ter porque duram pouco! rs Sei, já sei que sempre falo para se afastar de brancos amadeirados com Fondue de Queijo, mas este é diferenciado, a madeira é toda ela muito sutil sem prejudicar o conjunto e ainda fiz uns “pinchos” com uma torradinhas de pão italiano, azeite, presunto parma e brie, ficou da hora! Por outro lado, estava com vontade de ambos então, porquê não? Como sempre falo, harmonizar é bom, mas não é tudo, sem fobias!! rs

Na verdade, tenho que confessar que com; friozinho, lareira acesa, tapas, fondue e minha loira, qualquer vinho ornava!! rs Agora falando sério, pela primeira vez abri uma garrafa destas, já abri muitas, e senti um pouco mais de madeira do que o usual. Acho que pode ser coisa dessa garrafa especificamente, porque a anterior que tomei há poucos meses (mesma safra o origem) não estava assim ou pode ser que na harmonização a madeira apareceu mais, a maior probabilidade. Na verdade e no fritar dos ovos, pouco me importou, diferentemente da Confraria onde afora a farra havia uma conotação mais clara de estudo e experimento, aqui o tema era outro então, sem ressalvas! rs

Susana Balbo Torrontés com fondue

Bem meus amigos, a frente fria chegou de novo e não deve durar muito então aproveitem porque não devemos ter muitas mais este ano. Kanimambo pela visita e nos vemos em breve por aqui ou em algum outro ponto de nossa vinosfera. Fui!

 

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