Gastronomia & Harmonização

Rotas Branco e Bacalhau

Como já comentei, não sei se aqui ou no Face, desde o Natal que só vi brancos em minha taça! Gosto, muito, e de todos os preços, sabores e origens, só precisa garimpar um pouco.

Num desses dias meu filho e nora vieram almoçar e como sempre tenho um bacalhau dessalgado no freezer (tá no DNA! rs), preparei algo rápido e ligeiro, um Fettucine com Bacalhau desfiado, tomate cereja, azeitonas pretas, salsinha e um tico de pimenta Harmonização - alentejo com spagheti e bacalhaubiquinho. Da mesma forma que um bom vinho, um bom Gadus Morhua revigora e reanima, quando dá liga então!! rs

Pois bem, deu liga e como! Tinha aqui em casa uma garrafa desse Alentejano para prova e decidi arriscar, dei sorte pois ficou muito bom e valorizou o prato. Sabe aquela história de quando o menos é mais, então, os dois sem grandes sofisticações, primando pela simplicidade, mas plenos de sabor e muito, muito cumpridores de seu papel; fazer da refeição um momento ainda mais agradável. Digo mais, porque estar com a família por si só já é algo para lá de bom, só deu uma turbinada a mais!! rs

O vinho me agradou muito, tanto que decidi comprar uma caixa para mim e inseri-lo no portfolio da Vino & Sapore, pois acho uma bela relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer). Elaborado pela casa Santos & Seixo, este vem da região do Alto Alentejo sendo composto de Arinto (45%), Antão Vaz e  Verdelho que resultam num vinho fresco, seco, com bom final de boca que pede bis. Leve para médio corpo, com rico meio de boca, boa acidez sem agressividade, muito bem equilibrado com um teor imperceptível de 13% de álcool, cítrico com toques de nectarina (ou algo similar). Boa intensidade olfativa em que a fruta fresca dita o tom, mesmo não sendo exuberante é muito convidativa e reflete bem o que está na taça. Por um preço que não chega às 60 pratas, o que para o Brasil é um preço bom (em Portugal cerca de 5 Euros), na minha avaliação vale bem a pena pela qualidade entregue. Os 85 pontos da Wine Enthusiast (Bom Vinho) estão de bom tamanho, mas com a harmonização e puxando a sardinha para o meu lado (rs) eu acho que daria dois pontos a mais!!

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Gostei do vinho, gostei do prato, gostei da companhia, não posso pedir mais, só agradecer! Fui, um ótimo fim de semana, kanimambo e nos vemos por aqui ou por aí nos caminhos de Baco.

Bacalhau Não é Peixe, é Bacalhau!

E estamos conversados, tanto que muitas das “regras” de harmonização de vinho e peixe não valem aqui! rs Já cansei de falar de bacalhau aqui no blog, quase toda a Páscoa, mas como no Natal muita gente também o tem como tradição, nunca é demais revisitar os mais diversos posts, mas não vou ficar aqui escrevendo não, hoje é só uma introdução ao tema com links dos mais diversos para uma grande quantidade de posts elucidativos com informações técnicas, harmonizações, sugestões de receitas, enfim um monte de opções para você conhecer melhor o tema e viajar!

First things first, dizem os ingleses, e para começar corretamente sua pesquisa nada como conhecer os tipos de Bacalhau antes de comprar, essencial à receita que for fazer.. Bacalhau, na verdade, é muito mais um processo do que um peixe e existe mais de um tipo que pode gerar o que conhecemos como bacalhau e que tem como expoente máximo o COD, ou Gadus Morhua! O mercado está cheio de peixes parecidos, até umas coisas bem ruins chinesas, então saber o que está comprando é essencial! Leia aqui sobre os diversos tipos de bacalhau disponíveis no mercado e não compre gato por lebre! Clique na imagem do Bacalhau abaixo para saber mais sobre ele e não tomar ferro na hora da compra.

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Quanto à harmonização, deixe de lado todas as regras que conhece e viaje! Se existem mil e uma formas de preparar bacalhau, existem outras tantas de harmonizar, depende da forma como ele será preparado e, obviamente, seu gosto. Uns gostam com vinho branco, outros não abrem mão de um tinto, mas quem conhece do riscado sabe que é essencial saber a receita do bacalhau que será servido. Clicando na imagem abaixo, Arroz de Bacalhau & Brócoli que fiz recentemente, você vai ter acesso a um monte de sugestões, dicas e resultado de pesquisas que fiz ao longo destes anos, aproveite!

 

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Saúde, kanimambo, uma ótima semana e nos próximos dias tem mais!

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Nem Todos os Dias São De Grandes Vinhos

Salvo você seja um felizardo com bolso recheado e grandes vinhos na adega, fico feliz por você, a maioria de nós abre grandes garrafas apenas em alguns poucos momentos que assim o peçam. Seja numa reunião de amigos “doentes” pelos caldos de baco, aquele momento de celebração, necessidade de se tratar bem depois de uma semana difícil, ou outras coisas do gênero, são nesses momentos que vamos atrás daquela garrafa guardada a sete chaves esperando o momento certo.
Fora isso, a maioria de nós busca satisfação com menos gasto só que aí é que mora o perigo porque, ao baixarmos o nível, corremos o risco de tomar vinhos não muito agradáveis, então garimpar nesse segmento é ainda mais necessário! Considerando-se os preços do vinho no Brasil, onde mais 60% é imposto, mais uma razão para garimpar muiiiito!!
Como a maioria dos amigos, também vivo do fruto de meu trabalho. A coisa anda difícil e meu chefe não me dá moleza mesmo, então procurar prazer a baixo custo, algo que sempre fiz, se tornou prática cada vez mais corriqueira em meu dia a dia. Hoje quero compartilhar com vocês um momento que vivi recentemente e que faz este garimpo valer muito a pena, desta feita revisitando um vinho que há muito não frequentava minha taça e que recém voltei a comprar.
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Este vinho me foi apresentado numa Master Class  de vinhos Portugueses proferida pelo Master of Wine Dirceu Vianna (único Master of Wine Brasileiro), nomeado pela Viniportugal para escolher 50 vinhos portugueses para o Brasil há uns três ou quatro anos atrás. Confidencial Tinto, foi minha escolha para acompanhar um singelo Arroz de Bacalhau e Brócoli.
Harmonização por simplicidade, um prato simples não carece de grandes vinhos que podem até não dar liga, aqui deu e muito!! Um daqueles vinhos que encantam ao primeiro gole e o produtor faz questão de não divulgar o blend que, dizem, tem cerca de sete a oito diferentes uvas, advindo da região Lisboa. Um vinho redondo, harmônico, médio corpo, rico, frutas silvestres, taninos maduros e suculentos, gostoso e fácil de agradar tanto os amigos de maior litragem quanto os iniciantes desbravadores do mundo de Baco. Preço entre R$50 a 55,00 o que me parece uma ótima relação Preço x  Qualidade x Prazer o verdadeiro PQP!! rs Daquelas garrafas que acabam rápido e pedem bis o que nem é muito complicado pelo preço.
Gente, bom fim de semana para todos e meu chefe aumentou meu objetivo de vendas para este final de ano, então quem estiver a fins de dar uma força pode passar lá pela Vino & Sapore e fazer suas compras de Natal tanto para uso próprio quanto para presentear, eu agradeço. Quem sabe o pão duro não me dá um bônus!! rs Kanimambo amigos e seguimos nos encontrando por aqui conforme for dando tempo, o trampo está bravo!

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Harmonizando Caldeirada de Lulas

Ao celebrar seis anos da Confraria Enoladies, a qual tenho a honra de hospedar na Vino & Sapore, decidimos “brincar” de harmonização. Sempre que fazemos esse experimento, escolhemos um prato e servimos três vinhos diferentes entre si para provocar o sensorial ladiesdos presentes!

Primeiro provamos os três vinhos e elegemos um como o melhor. Depois repetimos a prova só que desta vez devidamente acompanhado, comendo. Invariavelmente a coisa muda e o resultado desta feita não poderia ser diferente.

O prato escolhido foi Caldeirada de Lulas que o nosso chef preferido aqui da Granja (Ney Laux) preparou especialmente para nós. O cheirinho da panela ao chegar me remeteu à minha juventude, minha mãe era mestre nesse prato!! Para tentar harmonizar, sim são sempre tentativas por mais que haja uma certa técnica aplicada, umas vezes acertamos outras não, parte da “brincadeira”! rs Escolhi três vinhos sendo que para um deles tive que consultar meu amigo Pingus (Pingas no Copo) lá em Portugal, um mestre da escrita e do copo. Me faltou um encruzado (uva lula-e-vinhosautóctone do Dão) que era minha primeira escolha e meu Soalheiro Alvarinho estava novo demais, então o terceiro vinho foi difícil de definir, mas queria que fosse luso e, obviamente, tinha que ter em estoque! Minha memória olfativa não é aquelas coisas, mas minha memória gustativa é ótima, mesmo assim estava faltando aquela centelha de inspiração que casasse os sabores na minha mente, mas o papo com o Pingus ajudou a clarear!

Os três vinhos escolhidos foram o Clos la Neuve um delicioso rosé de Provence, o Kiké um vibrante e super aromático Traminer da Sicilia que leva um toque de Sauvignon Blanc e ……. Herdade do Sobroso Branco elaborado com 100% da uva Antão Vaz, uma casta regional alentejana. Como melhor vinho solo, sem duvida o Kiké foi o que produziu o maior número de uaus e suspiros, um vinho realmente marcante, intensamente aromático, fresco, vibrante marcado final de boca com especiarias e de muito boa persistência. O segundo nesse quesito foi o Clos la Neuve, um belo exemplar de rosé de Provence, um vinho sedutor e marcante, sutil.

A forra veio quando acompanhamos o vinho com o prato! O Kiké se mostrou demasiado, cheio de arestas, simplesmente não deu liga com o prato, um puxava para um lado e o outro para o lado oposto. O Clos la Neuve mostrou predicados, porém não me satisfez totalmente mesmo que para algumas das ladies tenha sido o escolhido, creio que um camarão na moranga daria mais liga. O Herdade do Sobroso Branco, no entanto, sobroso-branconadou de braçada, um bom vinho que explodiu com o casamento com o prato mostrando que uma boa harmonização pode sim fazer uma baita diferença. Como já disse antes, não precisamos fazer disso uma religião, mas não tem como negar que quando conseguimos fazer uma harmonização dar certo o nirvana pode sim ser alcançado numa refeição! rs Essa combinação deu muito certo mostrando que 2 + 2 podem sim dar 5! Mais uma vez ganhou a harmonização por origem e fiquei feliz com o resultado porque as outras partes da equação de harmonização já estavam lá presentes, boa companhia e razão para estarmos reunidos, o momento! A maioria, e eu acompanho, achou essa a melhor harmonização com a Lula.

Falando rapidamente do Herdade do Sobroso Branco, o vinho é fermentado em tanques de inox para preservar a fruta e fica cerca de três meses “sur lie“, sendo finalizado com uma passagem curta por barrica o que lhe dá bastante complexidade sem perder o frescor. Muito rico meio de boca, nariz mais sutil, boa acidez que se contrapôs à untuosidade do prato, corpo médio e final que pede bis, um vinho que prima pelo equilíbrio.

Para finalizar ainda tivemos como sobremesa Crostata de Figo, nozes e maçã caramelizada sobre o qual o nosso chef derramou uma calda de laranja dando um contraponto à massa da crostata, divino toque. Por falar em divino, difícil explicar as sensações ao ser harmonizado com uma taça de Henrique & Henriques Bual 15 anos, um vinho madeira para lá de especial! Uma grande finalização para uma deliciosa noite enogastronômica.

Noite maravilhosa, mais uma, e um deleite para o paladar, o olfato e a alma! Me sinto um felizardo por poder participar de momentos como este com gente tão especial. Um tremendo privilégio, uma honra e, porquê não, também uma tremenda responsa! Meu kanimambo especial de hoje, pós feriado, vai para todas as Enoladies que já passaram por este grupo ao longo dos seis anos de vida da confraria. Algumas são fundadoras e estas, ao longo de cerca de 65 encontros realizados no período, já provaram mais de 390 rótulos diferentes de vinhos tranquilos e uns 60 espumantes, certamente um marco!

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Antes ainda provamos dois Champagnes Vollereaux, mas destes falarei em outro post, por agora é isso e seguimos nos vendo por aqui ou em qualquer canto desta nossa diversa e grande vinosfera, saúde!

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Abreu Garcia Chardonnay e O Almoço de Domingo!

Neste Domingo, a sós com minha loira, decidi preparar um prato que qualquer cozinheiro meia boca, tipo euzinho aqui, pode fazer e se dar bem! Para acompanhar já tinha img_20161106_144348376separado minha última garrafa de Abreu Garcia Chardonnay que, lamentavelmente, terei que esperar um bom tempo até ter outra para tomar e vender, porque a safra não deu este ano devido a pésssimas condições climáticas e a de 2015 esgotou. Sou fã deste vinho sem madeira nenhuma, melhor que o amadeirado deles que acho excessivo, e de bom preço (R$60) que me dá especial prazer por seu equilíbrio sem perder a tipicidade do que se espera de um bom chardonnay. Já falei dele aqui quando o harmonizei com Fondue de Queijo, mas desta feita optei por acompanhá-lo com filé de Pintado coberto por um refogado (super simples de executar) de cebola, alho, tomate cereja, azeitona preta portuguesa e um punhado de alcaparras, acompanhado de purê de batata, ficou da hora!

Desta feita vou dar o passo a passo desta gostosa receita para quem estiver a fins, não requer grande habilidade, afinal, se eu que sou um zé mané na cozinha consigo,qualquer um consegue e é bastante rápido. Para duas ou três pessoas, separe dois ou três filés de pintado, uma cebola média fatiada fina,um dente de alho picado fino, umas oito azeitonas picadas, dez a doze tomatinhos cereja cortados em pedaços pequenos, 3 colheres de chá de alcaparra. Tempere os filés a gosto, eu uso um pouco de sal, pimenta branca moída na hora, um pouco de suco de limão, um fiozinho de vinho branco e uma pitada de tomilho. Deixe marinar uma meia hora. Enquanto isso prepare os outros ingredientes.

Primeiro dê uma selada dos filés usando uma frigideira com um fiozinho de azeite e meia colher de manteiga enquanto esquenta o forno. Depois de selados os filés (tipo 2 minutos de cada lado), separe e guarde numa forma que posteriormente irá ao forno. na mesma frigideira coloque mais um pouco de azeite e uma colher de manteiga, sobre o qual jogue toda a cebola e quando ela começar a ganhar cor, jogue o alho, em seguida o tomate e as azeitonas, refogue bem e no final termine com as alcaparras.

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Jogue esse refogado sobre o peixe de sua escolha (eu gosto muito do Pintado – peixe de rio) e leve ao forno já quente, 180º, por no máximo dez minutos. Retire sirva com purê ou arroz, tem gente que gosta dos dois, você escolhe. Isso tudo não dura mais do que meia hora, enquanto isso vá acompanhando com umas taças de vinho e um queijinho ou patê com torradas, porque cozinhar sem vinho não tem graça! rs O problema é que, como já comentou no face meu amigo Rui Miguel, quando sentamos à mesa já sobrou pouco espaço para acomodar mais comida, “but what the hell”, Domingo é mesmo para esses abusos gastronômicos! Prato sem frescura, mas o sabor!!! Estava bom demais da conta.

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Não precisa dizer que o vinho harmonizou perfeitamente e que o condimento principal, a presença de minha loira, fez a diferença. Essa última, a companhia, cabe a você achar a sua ou seu, mas garanto que faz a diferença porque sózinho não tem a mesma graça! Gente, uma ótima semana para todos e na Quarta tem mais, kanimambo e saúde, fui!!

Ps. Ia me esquecendo, vai fazer bonito, garanto!! rs

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Vinho na Dose Certa!

Às vezes, só ás vezes (rs), 187ml basta! Cá tenho guardadas umas garrafinhas dessas para aqueles momentos onde o vinho vai bem porém estou só ou minha loira só esteja a fim de bicar. Ás vezes me dou mal com esse “bicar”, rs, mas neste dia tudo nos conformes, deu certinho. Abrir uma garrafa, mesmo considerando que estas garrafas são, porcentualmente falando, mais caras que comprar uma normal de 750ml, evita o desperdício tanto de vinho quanto de din-din.

As garrafas de 375ml são práticas para o casal que não esteja a fins de tomar muito, mas aí sou fã e recomendo comprar a garrafa inteira de 750ml e na hora usar uma de 375 só para guardar o restante, compensa mais. Ah, mas como assim? Explico, calma! rs Ao abrir uma garrafa de 750 ml e já sabendo que é dia de moderação e não de pé na jaca, encho uma garrafinha de 375ml, de rosca e bem limpa, até a boca, fecho e geladeira nela. O vinho não tem tempo de aerar e tão pouco fica volume alto de campos-reales-e-risoto-funghioxigênio na garrafinha evitando potencial oxidação, o frio retarda a evolução tudo contribuindo para que esse vinho possa ser tomado normalmente em até a uma semana sem diferenças perceptíveis. Mais que uma semana não sei, os meus nunca duraram mais que isso! rs Muito melhor que qualquer VacuVin, garanto.

Voltando à minha garrafinha de 187ml, minha dose certa para Domingo passado. Estávamos só eu a loira, preguiça danada até para dar um pulo n mercado! Assei um hamburguer de Angus (passou demais! sniff) e preparei um risoto de Funghi que ficou da hora! Para acompanhar, o Montes Reales Tempranillo 187ml, foi perfeito. Acho esse vinho demais e até esta safra vinha ao Brasil sob o nome de Canforrales Classico. Como já mencionei antes, mas vale a pena repetir; “Vem de La Mancha,onde a uva é conhecida como Cencibel e é um vinho jovem (menos de 8 meses de barrica) , tem leve  passagem por madeira (americana e francesa de segundo e terceiro usos), taninos sedosos, boa estrutura, fruta fresca abundante (cereja bem presente), acidez presente e bem balanceada um ótimo gama de entrada para esta uva, um vinho que diz a que veio, porém com preço camarada!” Para acompanhar carnes grelhadas, queijo manchego, chorizo (lingüiça) fatiado,uma morcilla, gosto muiito, e deu muito certo com esse prato de risoto de funghi e hamburguer no prato.

Enfim, mais uma gostosa experiência que quis compartilhar com os amigos, porque há momentos para tudo e a enogastronomia não é só o glamour que muitos por aí lhe tentam impingir. Fui, ótimo fim de semana, saúde e kanimambo pela visita!

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Semillon e Risoto de Camarão

Me dando bem! Ando na fase de harmonizar, não que seja uma fobia, mas como gosto de tomar vinho ás refeições (especialmente aos Domingos) tento sempre fazer com que haja uma certa harmonia entre prato e taça! rs Ás vezes dá certo, outras não, mas  me divirto sempre até porque a companhia é sempre muito boa e valoriza o todo, mas que quando acerto me divirto mais, isso não posso negar.

Eu e minha loira estávamos só e decidimos nos tratar. Achei uns camarõezinhos de bom preço, o vinho já estava na geladeira, e optei por por um singelo risoto com um leve toque de brie na finalização. Ficou bom o danado do prato e quase não sobra para meu almoço de Segunda! Ainda bem que exagerei na dose, porque quase que me ferro!! rs

A esta altura os amigos já estão perguntando, mas esse tuga não vai falar do vinho?? Calma, vou sim, mas como diz o ditado, ” o apressado come cru”! Gente, tinha na geadeira aguardadno um momento destes um Mendel Semillon, do qual somente umas 10 mil garrafas são produzidas por safra e que é uma obra prima do Roberto de La Mota, um dos grandes enólogos argentinos. Já o destaquei aqui no blog como um dos melhores vinhos brancos argentinos e, mais uma vez, não negou fogo não, um vinho marcante de personalidade própria que a Expand traz ao Brasil.

mendel-semillon-e-risotoA Semillon já foi mais presente na Argentina,de acordo com a Wines of Argentina, “a casta é amante dos climas frescos e moderados, existindo somente dois lugares no país onde dá bons resultados: no Valle de Uco (Mendoza) e no Valle de Río Negro (Patagônia). Trata-se de um vinho seco, equilibrado, de bom corpo e sabor de notas frutadas. Em Cuyo adquire nuances aromáticos de frutas brancas com um interessante toque de mel, ao passo que na Patagônia aparecem toques de maçãs e terra. Em ambos os casos, evolui muito bem em garrafa até formar complexos nuances olfativos”. Roberto de la Mota explica assim do porquê ter elaborado este vinho; “lo primero que destaco es el valor histórico del varietal para la vitivinicultura local. El Semillón llegó al país junto con el Malbec de la mano de Michel Pouget y no tardó en convertirse en una de las cepas más cultivadas. su principal virtud son sus aromas y sabores sutiles ideales para definir equilibrio. Si bien en Argentina la historia la ubicó en el mismo lugar y más tarde como componente vital para los espumosos locales, hoy la apuesta es por varietales tranquilos.”

Neste caso falamos de uvas do Valle do Uco, vinhedos de mais de 70 anos plantados em pé franco, sendo que de quinze a vinte porcento do vinho passa em barrica por uns seis meses, que é o que lhe dá a untuosidade porém sem cobrir o frescor e a fruta muito presentes. Floral (frutos secos) nos aromas, meio de boca rica, fresco, médio corpo e muito boa persistência com uma acidez muito bem balanceada. A untuosidade do vinho bateu muito bem com o toque de brie do risoto enquanto seu frescor “maridou” perfeitamente com os camarões grelhados.

Enfim, mais um dia de privilégios apesar da fase difícil que atravessamos e são estes momentos que fazem a vida valer a pena depois dos sessenta!! rs Abastecido para mais um tempinho, vamos tocar porque se pararmos o bicho pega e assim, talvez, consigamos escapar. Amigos um ótimo fim de semana, kanimambo pela visita e muita sabedoria na hora de votar. Não lave as mão, nem que seja para escolher o menos ruim, porém não deixe de comparecer nas urnas e fazer valer sua cidadania neste próximo Domingo. Que Baco lhe dê serenidade e sabedoria nesta hora!

 

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Curry de Frango e Rosé de Malbec Francês, Yummy!

Estava com uma garrafa deste vinho para provar e a oportunidade pintou neste último fim de semana. Curry, ou caril como chamamos por terras lusas, é uma herança que os portugueses receberam das ex colônias indianas (Goa, Damão e Diu) assim como de Moçambique onde essa influência é também muito forte. Só lembrando que Ghandi andou por aquelas bandas do continente nos idos de 1894 a 1913 quando esteve na África do Sul, mais precisamente em Durban.

Uma das receitas herdadas de minha mãe é um curry de frango com maçã que minha loira prepara divinamente , sob o qual adicionamos chutney picante, preferencialmente, e coco ralado. Achei que poderia dar samba e como deu! O vinho por si só já é bastante saboroso, fresco, ótima acidez, ligeiro mas saboroso num estilo que faz lembrar osles-temps-rose-de-malbec vinhos de Provence, diferentemente dos vinhos argentinos similares que tendem a ser algo mais pesados. Georges Vigouroux Les Temps des Vendanges Rosé de Malbec, de Cahors/França o berço da Malbec, mais uma descoberta de um vinho muito agradável com preço idem.  Tomar vinho bom e caro é fácil, qualquer zé mané com o bolso recheado chega lá, difícil é encontrar vinhos que satisfazem sem rasgar o bolso e é desse garimpo que gosto! Este tem um preço na mesma faixa do Lagoalva Branco do qual falei recentemente e o selecionei para compor minha “coleção Primavera/Verão” deste ano (rs)! O vinho casa muito bem com a nova estação e com o bolso, porque a maioria de nós não ganha vinho de graça e sobra mês no final do salário ou pro-labore!

A grande parada, no entanto, foi com a comida. Dizem que a harmonização não é essencial e não é mesmo, não deve se tornar uma fobia, porém quando dá certo é muito legal e prazeroso, aumentando nossa satisfação sensorial o que faz com que queiramos mais! rs Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu aqui, deixou uma sensação de quero mais, mas a garrafa era uma só e tinha bastante gente! rs O vinho cresceu com o prato condimentado, uma bela harmonização que certamente vou querer repetir outras vezes.

O vinho em si é muito agradável, frutas vermelhas frescas sutis, seco com final de boca apresentando um leve residual de açúcar que não incomoda por estar muito bem equilibrado pela acidez pungente sendo, talvez, o segredo para o bom casamento com o prato mais condimentado. Descomplicado e descompromissado, porém cumprindo com seu papel de ser um vinho alto astral, fácil de agradar e bem feito, o que é essencial. Deve dar um samba legal também com pratos da culinária japonesa, algo a testar proximamente. Se não fosse a sede do governo e o aumento de IPI no inicio do ano, poderia estar uns 10% mais barato, o que seria ótimo, mas …. enfim, esse é o nosso Brasil, sil, sil!

Fui! Kanimambo pela visita, saúde, uma ótima semana para todos e que Baco vos abençoe com taças cheias de bons vinhos, saúde e alegria.

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Harmonizando Paella e Vinho.

Nestes dias recebi uma consulta aqui sobre que vinho usar para “maridar” paella e pensei em resumir aqui algumas experiências vividas. Já fiz ao menos três provas com amigos confrades, dois deles com as já famosas Enoladies que há seis anos tenho a honra de receber mensalmente para viajar um pouco por esta nossa misteriosa e sedutora vinosfera. Tantas taças, tantas emoções! Enfim, voltando no foco do post, que vinho harmonizar com Paella Mixta (frutos do mar e carnes brancas). Me refiro a esta porque é a mais comum no Brasil seguida da Marinara só com frutos do mar. Sem querer dar uma de doutor especialista, até porque verdades absolutas não existem, quero aqui compartilhar com os amigos essas experiências vividas que refletem a avaliação e opinião de um grupo que, coincidentemente, tendo a acompanhar.

Costumo sempre usar três estilos de vinho; um Rosé, um tinto leve de poucos taninos e um branco algo amadeirado sem que esta seja excessiva. Nem sempre o Rosé leva, mas na maioria das vezes foi ele a estrela do evento. Veja o que ocorreu em cada um desses momentos vividos com os amigos:

Em 2011 – http://www.falandodevinhos.com/2011/01/06/rito-de-passagem/ Clique aqui

Em 2012 – http://www.falandodevinhos.com/2012/06/26/paella-y-vino-the-day-after/ Clique aqui

Em 2016 – http://www.falandodevinhos.com/2016/04/27/paella-valenciana-e-vinho/ Clique aqui

Um vinho que acho perfeito nessa harmonização é o Protos Rosé, mas faz tempo que não chega a nossa terra brasilis, uma pena. Enfim, a pedido estão aí algumas dicas e ainda tem mais este link abaixo que achei bem interessante >  http://www.vino-españa.es/Que-vino-elijo-para-acompanar-una-paella-Todo-lo-que-debes-de-saber-antes-de-comprar.html Clique aqui

Boa Paella e pode convidar que eu vou! rs kanimambo, saúde e bom fim de semana

Costela Suína e Vinho, Brincando de Harmonizar

Mesmo não sendo essencial, sempre bom quando dá certo! rs Se o vinho é bom e a companhia idem boa parte da harmonização já está pronta, mas quando o prato acompanha, a festa fica melhor ainda. Em minha modesta opinião de cozinheiro de meia-tigela, porém de bom garfo (rs), a costela suína é um prato bastante versátil que possibilita muitas harmonizações. Pode ser uma boa cerveja de abadia, um vinho branco ou tinto, pois como na maior parte dos pratos, depende muito de como é feita.

Costelinha de porco na brasa, por exemplo, sou um fã incondicional com vinho verde e já escrevi sobre isso aqui, “ um perfeito companheiro para a costela ou um lombinho de sunday Oct 11th 004porco no forno. De um intenso frescor e acidez rasgante, perfeitamente balanceado e pleno de sabor é uma perfeita combinação com comidas mais gordurosas. Há pouco tempo o usei numa harmonização com feijoada e tanto eu como os convivas,  pode ter sido mera cortesia dos amigos, adoramos também essa combinação. A acidez corta a gordura e realça sabores com ótimos resultados, uma de minhas harmonizações preferidas e um corte que me agrada muito, Alvarinho com Trajadura.“. Naquela época (2013) andava caidinho pelo Varanda do Conde, já hoje (fidelidade no vinho não é meu forte! rs) ando apaixonado mesmo é pelo Dona Paterna, bão demais da conta!

Como disse, depende de como você prepara e cozinha a costelinha suína então o vinho muda de acordo. Neste feriado aproveitei que tinha no freezer da loja umas costelinhas temperadas e prontas para irem ao forno da Srs. da Carne e simplifiquei a minha vida. tem a Lemmon Pepper, mas desta feita optei pela molho Barbecue. Não sou fã da americana que tende a ser muito adoçicada e algo puxada demasiado no ketch up, mas costela-e-urceuso tempero desta me atrai pelo equilíbrio. Como opção de vinho fiquei na dúvida entre um Zinfandel e um Primitivo, mas optei por este último, escolhi o Urceus Primitivo di Manduria. A uva tem por característica uma leve doçura de final de boca que combina e combinou à perfeição neste caso.

O Urceus é um vinho intermediário entre os Primitvos mais ligeiros e comerciais no mercado e os grandes, potentes e caros (mais que o dobro do preço) expoentes da uva disponíveis no mercado. Nariz intenso de frutos negros, notas de especiarias que se confirmam na boca, corpo médio, taninos aveludados e rico meio de boca com um final de boca macio que se integra muito bem ao molho barbecue que deixei secar um pouco no forno para não sobrar no prato.

A carne muito saborosa, se soltava do osso e se desmanchava na boca onde encontrava o Urceus formando uma harmonia que fez meu dia e de quem teve a oportunidade de compartilhar desse momento para lá de agradável. Para completar um arroz biro-biro (com ovo e batata palha),uma saladinha e ótima companhia, can’t ask for more!

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Por hoje é só gente mas já deixem reservado o dia 22 de Setembro quando promoverei uma degustação diferenciada com vinhos argentinos, “Diversidade Argentina para Além do Malbec” na Vino & Sapore às 20h. Vinhos marcantes escolhidos a dedo por mim e no final, uma seleção de empanadas da Caminito com quem já trabalho faz quatro anos. Saúde, kanimambo pela visita e sigo aguardando vocês por aqui ou pelas mais diversas esquinas de nossa vinosfera.