Gastronomia & Harmonização

Pão e Vinho – Broa, uma tradição Portuguesa.

Ontem estive na Bienal Rouxinol e me deliciei com a deliciosa Broa Portuguesa que lá, entre poucos outros lugares em Sampa, fazem. Lembrei-me deste post de há quase 7 anos que decidi reviver e compartilhar com os amigos mais recentes. Eta coisa boa e quem conhece e gosta, certamente um grande reencontro lá na Bienal do João!

“Numa casa Portuguesa fica bem, pão e vinho sobre a mesa …….” já dizia a canção popular. Desconsiderando-se o valor litúrgico e religioso deste casamento, o que daria pano para manga, a verdade é que esta dupla sempre esteve presente desde os primórdios da história da humanidade. Em Portugal, o pão é essencial às refeições assim como o vinho, o azeite e, porquê não, um punhado de azeitonas pretas, daquelas bem pequenininhas e, eventualmente, um queijinho fresco. São dois os principais pães sobre a mesa Portuguesa, o papo-seco (“nosso pãozinho”) ou um pedaço de broa de milho.

Sempre estranhei que, apesar da imensa maioria das padarias no Brasil estarem em mão de Portugueses, era impossível se encontrar uma broa como feita em Portugal. A broazinha de fubá que se encontra por aqui é uma outra coisa. Em Portugal era o pão do campo, aquele que, durante a escassez de alimentos da segunda grande guerra, era o alimento energético dos camponeses. Com a falta de trigo, se desenvolveu este pão baseado em farinha de milho branca que se denominou como Broa de Milho. Nessa época, anos 40, se tornou famosa a sopa do Cavalo Cansado, tomada pelos camponeses na árdua lide do campo. Pedaços de broa embebidos em vinho verde tinto, com açúcar salpicado por cima. Muitas vezes se adicionava, em vez do açúcar, um pouco de azeite e eventualmente um ovo. Não tenho a mínima idéia se esta sopa era boa, cá tenho minhas duvidas, mas que deveria levantar defunto, lá isso deveria. Por outro lado, é um pão resistente que dura três a quatro dias sem quaisquer problemas.

Bem, voltemos á broa de hoje em dia, com cavalos menos cansados, que acompanha o café da manhã com um pedaço de queijo, um prato de bacalhau, coelho à caçadora ou, em especial, um bom caldo verde com paio ou chouriço. Hoje em dia, a broa é parte integrante do folclore gastronômico Português e, em especial, nas regiões do interior e Norte de Portugal como a Beira Litoral e Minho. Região de bons vinhos, confunde-se com a Bairrada, de onde vem nosso personagem o Sr. João Correia. Mais precisamente do Concelho de Vale de Cambra no distrito de  Aveiro onde sua mãe preparava broas para consumo da família. No Brasil, o nosso amigo, dono de padaria, na foto com suas crias, morria de saudades da broa da mãe. Minha mãe não tinha essas habilidades, tinha outras também muito apetitosas, mas até hoje sinto saudades das broas que como em Portugal. Minha tia que o diga. Quando lá vou, encontro sempre uma broa fresca sobre a mesa aguardando a Carne de Porco à Alentejana, sua especialidade, e um manjar dos deuses. Um dia ainda falo disso! Na casa de meus queridos primos no Cardal, idem, gosto de uma boa broa.

Pois não é que nosso perseverante amigo João, conseguiu! Ele e dois amigos conterrâneos da mesma região, conseguiram encontrar, no interior de Minas Gerais, um produtor de farinha de milho branca e compram tudo o que ele produz. A Broa da padaria Bienal de Moema na Av. Rouxinol,  819, é um achado que gostaria de compartilhar com os amigos. Muito saborosa, com a côdea, diga-se casca, bem crocante e deliciosa, é uma delicia com um pouco de manteiga ou ao natural com azeite. Normalmente o pequeno lote de broas sai do forno por volta do meio-dia, algumas vezes um pouco mais tarde, e é impossível deixar de quebrar e comer uns bons nacos de broa ali, na horinha, ainda quente. Como a quantidade produzida, em função da limitação de matéria prima, é pequena, sugere-se ligar (tel. 5054-3692) antes e reservar. Fui conferir; comi, gostei e recomendo. Para quem conhece e gosta, é um prato cheio. Que aromas, que aromas!!!

Ah, o vinho? Bem, esse foi só para compor já que o titulo é Pão e Vinho, mas é bom! rs Kanimambo pela visita e uma ótima semana para todos!

 

Surpreendente Sauvignon Blanc Chileno

Costumo dizer que vinho sem adjetivo é um vinho mudo e sem alma, porém este é tagarela e já no olfato diz ao que vem. Me aguardem, cheguei, disse-me ele meio fanfarrão e olha que não perdi por esperar!

hamb_salmaoEste encontro se deu neste último Sábado quando promovi um evento enogastronomico luso com o Food Truck Perfil de Chef do Gonçalo e Liliane em que harmonizamos pratos e vinhos da terrinha. Aí você me pergunta, que diabos faz um chileno nesse meio e eu explico! É que uma das marcas registradas do Perfil de Chef é um Hamburguer delicioso de Salmão com dill e creme de wassabi que optamos por levar ao evento como uma opção fora da curva e aí a ideia de colocar esse Sauvignon Blanc. Decisão para lá de perfeita, soberbos o prato e o vinho que juntos foram show!!

William Févre Little Quino Sauvignon Blanc 2012 da nova fronteira mais ao sul do Chile, o Valle del Malleco, ótimo para uvas que gostam do frio como Chardonnay, Pinot Noir e Sauvignon blanc como este vinho mostra. Aromas de grande expressão; frutos brancos, Little Quino Sauvignon Blancgrama molhada, notas cítricas e um tanto de maracujá, para fungar por um tempão! Na boca explode cheio de energia e frescor, muito balanceado e cítrico bem presente, boa mineralidade, com um final de boca que não acaba nunca e nos deixa com um sorriso nos lábios, eta sensação gostosa.

Sobrou uma meia garrafa do evento e trouxe para casa já pensando no almoço de Domingo a dois. Lula grelhada com um molho de azeite, limão e alho, purê de batata e arroz porque já estava prontos e eu tava com uma preguiça danada. Mais uma harmonização da hora e um belo vinho na taça que já deixou saudades. Na casa das 80 pratas, antes do aumento (mais um!!) da ST, uma bela escolha um vinho para lá de porreta!

Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer esquina de nossa vinosfera. Uma ótima semana para todos

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O Dia Tá Bom para Namorar – Fondue & Vinho?

Hoje, pelo menos em Sampa e região, acordou encoberto com leve garoa e uma temperatura fresca, tudo a ver com namorar! Quer sair para jantar com sua cara metade ou pretendente? Bem, se não reservou está lascado porque nestes dias é sempre complicado achar uma mesa e ficar em fila neste dia nada a ver né? Quem sabe com a Fondue e lareiracrise, o movimento nos restaurante caiu muito, você dê sorte, mas eu ainda acho mais romântico ficar no seu canto, a dois, curtindo mais à vontade e com mais privacidade seu momento a dois! Nessa hora e no dia acho que o menos é mais e um Fondue com Vinho vai é muito bem!

Fondue, originário da Suiça e outrora muito elitista em nossas terras tupiniquins, sempre foi algo muito corriqueiro em países europeus de inverno mais rigoroso e, aqui, começa a ganhar um status diferenciado até porque não exige grande conhecimento para elaborá-lo e tão pouco é caro. Com os pacotes prontos para uso e de custo bastante baixo, basta comprar um kit para fondue e começar a curtir sem grandes gastos e, ainda por cima, tem aquele tempero romântico quando “harmonizado” a dois. Um pacotinho desses de fondue de queijo, os puristas vão se revoltar mas é bem mais prático e bom, serve duas pessoas numa boa e, se quiser algo mais, complete com um de chocolate e frutas, bom demais! Eu tenho sempre umas caixinhas na despensa, nunca se sabe quando dá vontade, então …..Fondue Queijo - Christopher Besse

Na hora do fondue sempre fica uma pergunta, que vinho tomar? No de carne é fácil; vai-se de tintos com boa textura, taninos aveludados e equilibrados livres de qualquer adstringência mais acentuada e rusticidade, e não tem conversa!Gosto dos syrahs em função dos vários molhos usados, me parece mais versátil, mas nada de bombas tânicas e de super extração, é fondue, não churrasco! rs Quanto ao de queijo, mais fácil, há seguidores tanto do branco como do tinto e não existe regra. Pessoalmente, gosto de harmonizar meu fondue de queijo com um vinho tinto pouco tânico, leve e fácil de beber sem se contrapor ao queijo, mas não deixo de tomar meus brancos também, até porque gosto de variar. Nos brancos devemos evitar aqueles muito cítricos e florais que, tradicionalmente, são mais companheiros no verão, preferindo aqueles um pouco mais untuosos e de maior estrutura devendo ser tomados frescos, mas não muito gelados.

Para acompanhar o fondue de chocolate, não existem muitas opções e talvez a melhor fondue-chocolateharmonização seja um Banyuls ( da região de Roussillon no sul da França) ou um Vinho do Porto Ruby, eventualmente um Reserva ou até um LBV com alguns anos de garrafa, apesar destes talvez virem a apresentar uma concentração e nível alcoólico um pouco altos demais. Como o momento é propicio e se você for usar frutas bem cítricas, pode também arriscar um bom espumante Moscatel nacional pouco doce e bem equilibrado, pode dar um samba legal e até levar a outros prazeres! rs Uma trilha sonora adequada também vai bem, então capriche com algo como o video abaixo?!

Lembro que o vinho tem que primeiramente, na minha opinião, harmonizar com as pessoas e só depois com o prato. Quando conseguimos harmonizar os três, aí sim chegamos ao nirvana, então seu parceiro(a) gostar do doce néctar é essencial! Procure sua loja preferida, aquele sommelier /enófilo que que você confia e converse com ele para encontrar seu vinho de hoje caso ainda não esteja em sua adega. Caso precise eu estou te esperando na Vino & Sapore! rs

Cheers, kanimambo e um dia repleto de amor e carinho. Que esse sentimento se estenda pelo fim de semana e sempre, porque faz um bem danado ao coração!

Salvar

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Encontro com o Alvarinho Pouco Comum e …..

CAM02030Domingo a dois, o que não é muito comum, e o cozinheiro de Domingo lá se meteu a mestre cuca. Como já disse por diversas vezes, me esforço mas sou limitado me falta conhecimento e o talento, no entanto algumas coisa invento e desta vez precisava bolar algo, para variar, porém fácil e dentro de minha limitada capacidade. Trouxe um Alvarinho Pouco Comum, gosto deste vinho e de seu custo, e apesar de poder harmonizar com um monte de pratos, de costelinha na brasa a feijoada, fui mesmo foi no tradicional!

Trouxe da loja um novo produto da Marithimus, peixe e frutos do mar de Santa Catarina, um bacalhau no azeite com azeitona pois já pensei na entrada e deu muito certo, simples bruschettas de bacalhau. Eis a receita para os amigos, fácil e rápido!Marithimus Bacalhoada
Pão italiano, põe no forno para dar uma tostada, tira e esfrega nele (bem delicado para não ficar forte) um dente de alho. Tomate fresco descascado e cortados em pequenos pedaços, um frasquinho de 100grs de Bacalhau Marithimus. Depois da esfregadinha do alho, jogar sobre as fatias de pão, um pouco do azeite do bacalhau e volta para o forno para dar mais uma tostadinha. Retira, coloca o tomate e o bacalhau voltando para o forno para terminar. Não deu 15 minutos para fazer tudo isso e eu fiz tudo no forno elétrico.

CAM02033Enquanto isso, tinha um filé de corvina me aguardando marinando por cerca de uma hora com um pouco de sal, pimenta do reino, um pouquinho de limão e um leve toque de vinho branco. Preparei um refogado de cebola (1/2), alho (1/2 dente grande), dois tomates frescos sem casca cortadinho (parte usei na bruschetta) e azeitona preta portuguesa picada, gosto da Maçarico que é mais saborosa, mas qualquer uma dá. Coloque um fio de azeite na frigideira e dê uma selada no peixe, reserve numa forma. Enquanto isso ligue o forno prepare o refogado. Refogado pronto, coloque em cima do peixe e leve ao forno por cerca de 15 minutos e tá pronto. Sirva com arroz branco, adoro minha panela japonesa que faz tudo solo!

Bruschettas de bacalhau, peixinho no forno, minha loira (rs) e uma garrafa de Alvarinho, nada mau para um Domingo preguiçoso sem computador! Ah, o Alvarinho Pouco Comum, é o nome mesmo, é um dos bons Alvarinhos disponíveis no mercado com preço mais em conta, em torno dos 70/75 reais, e vale muito a pena. O nome Pouco Comum não sei de onde veio não, mas a meu ver ele possui uma acidez mais moderada e maior corpo que a maioria, com bom volume de boca sem perder a tipicidade da casa, então pode ser daí. O produtor é a Quinta da Lixa o que já é, por si só, uma boa indicação de qualidade e eu gosto, não é um Soalheiro, mas é justo e cumpridor! rs

Tá aí gente, dá para qualquer um se divertir e até fazer bonito com quem interessa, basta boa vontade porque o resto é facim, facim! Ah, bagunçou tem que limpar né, essa é a parte mais chata da cozinha, ou não? Kanimambo e no próximo post falarei um pouco da surpreendente Decero e a incrível O. Fournier em Mendoza, um grande Domingo passado lá em Mendoza com os amigos que me acompanharam na viagem de Abril.

Enogastronomia Portuguesa = Diversidade!

Diversidade, acho que está no sangue, esse é meu brado, esse é meu lema e não abro mão! Falo muito sobre o assunto porque é algo inerente ao meu ser e quando vejo a mesmice em que se coloca a gastronomia portuguesa, me deixa algo P da vida porque há muito mais por lá do que só Bacalhau, Sardinhas e Caldo Verde! Como no vinho e na enormidade de uvas autóctones portuguesas que enriquecem sobremaneira a vitivinicultura lusa, assim é a gastronomia do país, pequeno mas vasto em sabores! Um amigo me enviou em pdf, um livro intitulado Receitas e Sabores dos Territórios Rurais editado pela Minha Terra – Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local que é uma preciosidade. Por sinal, o livro entrou em meu wish list! Se alguém estiver indo a Portugal e quiser me trazer um livro desses, pago na entrega aqui! rs

O papo hoje vai longe, então prepare-se, mas creio interessante para os amantes da boa gastronomia que, em Portugal vão achar uma diversidade de sabores incrível. A regionalização enogastronomica portuguesa é imensa e passa por fortes influências das ex-colônias. Cada região tem seus pratos e suas peculiaridades, sua cultura e hábitos baseado em seu meio ambiente típico, o que costumamos chamar de terroir, conceito este ampliado á gastronomia. Achei bastante interessante o que Maria Proença, da Idade dos Sabores, expôs em suas notas introdutórias ao livro:

Decido começar por onde deveria, talvez, terminar: sublinhar as palavras de Stefano Padulosi – “levar um garfo ou uma colher à boca é a última etapa dum percurso demarcado pela história e pela geografia”. E eu acrescentaria: pelas tradições, pelas crenças, pela carência ou pela abundância, pela necessidade ou pela festa, pela partilha.
Julgo que esta formulação enquadra bem o lugar da cozinha no contexto dum território, porque aqui a cozinha não se dissocia do seu meio mas é nele que se inspira e se alimenta. A noção de território implica uma interação, uma dialética entre a paisagem, o clima, as atividades dos homens, as suas práticas, o seu saber-fazer, e ainda o resultado dessas mesmas práticas: os produtos agrícolas locais.
A propósito, Laurence Berard afirma: “Existe uma grande familiaridade entre os produtos e as pessoas. Importa identificar estas produções para as dar a conhecer e melhor as valorizar: assim podemos contribuir para voltar a dar sentido ao território”. Digamos, pois, que cada território é um espaço socialmente decifrado, apropriado e construído.
Neste livro é o conceito de território que ganha destaque, entendido que deve ser como um campo complexo que obriga a um método de análise e de interpretação multidimensional: recursos ambientais, economia, cultura, política, história e identidade, tradições e saberes, informação e divulgação. É neste contexto que a gastronomia local recupera algumas das ideias que a devem nortear. A cultura alimentar encontra a sua diversidade na manutenção e valorização do território, na especificidade e qualidade dos seus produtos, na promoção do que é genuíno ao mesmo tempo que desenvolve estratégias para a sua inserção num espaço mais amplo.

Tudo isto para chamar a atenção para diversas outras deliciais regionais da gastronomia fora os já para lá de manjados bolinho de bacalhau, pratos de bacalhau e caldo verde que todos conhecem. Preparem-se para curtir uma imensidão de sabores quando de visita à terrinha, aproveite e explore alguns destes pratos dependendo da região em que estiver:
Região Norte – Trás os Montes, Minho, Douro:
Arroz de lebre, Perdiz Estufada, Guisado de javali, Migas de peixe, Ensopado de Borrego,, Presunto cru de Chaves, Javali no pote com castanhas, Cozido Barrosão, Folar, Lampreia, Sável no forno, Cabrito assado, Arroz de Cabidela, Alheiras de Mirandela com grelos, Arroz de Favas, Bifes de Alvarenga, Cabrito da Gralheira, Broa (pão) e os doces Toucinho do Céu, Leite Creme, Pudim de castanhas, Rabanadas, Pudim Abade de Priscos entre outros.

Região Centro – Dão, Bairrada, Beiras
Sopa do Vidreiro, Enguias fritas, Leitão à Bairrada, Arroz de lampreia, Morcela de arroz de Leiria, Arroz de mariscos, Vitela de Lafões, Escabeche de trutas, Arroz de Zimbro, Queijo da Serra, Cabrito recheado, Pão da Mealhada, Borrego estufado, Chanfana, Bucho recheado, Arroz de miúdos, Sopa de Castanhas, Coelho à caçadora, Feijoada de Lebre, Borrego assado, Morcelas, Panela de forno e os doces Tigeladas, Pudim de requeijão, requeijão com doce de abóbora, arroz doce e pastéis de Vouzela entre outros.

Região Lisboa, Setúbal e Ribatejo:
Migas de bacalhau, Cabrito de Torres Novas, Queijo do Azeitão, Caldeirada do mar, Sopa de Saramagos, Sopa de Pedra, Ostras de Setúbal, Carne de Porco com enguias, Pombo estufado, Cabrito assado, Fataças, Ensopado de enguias, Açorda de Savel, Açorda de camarão, Coelho bravo frito, Carneiro guisado, Fritada de camarão com açorda, Sardinhas assadas, Frango na púcara e do mar os tradicionais chocos,ameijôas, navalhas, berbigão, camarões e lagosta. Doces; Fios de ovos, Fatias de Tomar, Figos, Fogaças de Alcochete, Pastéis de feijão, Celestes de Santa Clara, Lampreia de ovos, Pastéis de nata (Belém) e barrigas de freira entre outros.

Região Sul, Alentejo e Algarve:
No Alentejo reina o porco preto e ótimos queijos. Cachafrito de Cabrito, Sarapatel, Assada de peixe, Sopa de lebre, Ensopado de Borrego, Carne de Porco à Alentejana, Arroz de lagosta, Ensopado de enguias, Sopa de lebre, Açorda á Alentejana, Cozido de grão, Arroz de lampreia, Lombinhos de javali, Borrego estufado, Açorda de ovas, Veado com castanhas, Pato bravo com mostarda, Perdiz de escabeche, Fritada de porco, Sopa de tomate, Papas com conquilhas, Mioleira de porco, Arroz de pombo, Cataplana Algarvia, Lulas recheadas, Arroz de polvo, Lombo de porco na banha, Galinha cerejada e os doces; Manjar branco, Ovos de Portoalegre, Bolo da sogra, Sericaia com ameixas d’Elvas, Trouxas de ovos e Fatias do Céu entre outros.

Na próxima vez em Portugal, ouse! Visite seu porto seguro, mas descubra novos sabores sempre acompanhados de vinhos regionais que certamente harmonizarão à perfeição. Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui.

Fim de Semana de Dia das Mães – Amor, Pão e Vinho!

Fim de semana longo porque se iniciou na Sexta com meu aniversário de casamento e um jantarzinho a dois, preparado a quatro mãos. Um fim de semana para lá de gostoso, pois pude celebrar duas vezes e compartir com minha loira e filhos o amor que nos une e mantém unidos há 39 anos de meus 41 de Brasil!

Na Sexta iniciamos nossos “trabalhos” tomando este espumante argentino pelo qual me apaixonei em minhaCAM01985 última viagem à Argentina com a Wines of Argentina em Novembro do ano passado. O mais recente lançamento da Norton na Argentina é o Cosecha Especial Vintage 2010 Brut Nature, elaborado com 60% Chardonnay e Pinot Noir, sur lie de 18 meses, método champenoise, é um tremendo de um espumante que escolhi para celebrar este momento especial! Páreo duro, pois fiquei em duvida entre os, Cave Geisse Terroir Brut Nature e o Orus Rosé Pas Dosé, os melhores espumantes nacionais em minha modesta opinião. Como as qualidades eram parelhas, valeu o preço já que o comprei na Bodega quando de minha última visita faz algumas semanas. De produção limitada, algo ao redor de 16 mil lindas (rs) garrafas, é marcante tanto no visual, levemente rosado, como no nariz e boca, complexo, notas cítricas misturadas a brioche, pão tostado, perláge intensa e “inacabável” , persistente final de boca, muito boa acidez e bem balanceado, um espumante digno de celebração que é consumido todo por lá mesmo não chegando ao Brasil. Em nossa opinião, de minha loira e eu, uma ótima escolha e na próxima viagem terei que comprar algumas garrafas mais para a deixar feliz! Caso esteja por aquelas bandas um dia desses e aprecie espumantes, ponha um desses em sua lista de compras eu garanto que não vai se arrepender.

CAM01982Ah, o jantar! Bem, apesar da foto, tirada à meia luz com meu celular mequetrefe, um delicioso prato de Camarões á Piri-piri acompanhado de risoto siciliano com um toque de brie. Modéstia á parte, ficou da hora e a companhia ressaltou mais ainda o sabor do prato! Para acompanhar esse prato um vinho alemão, esperavam um português né, da uva pouco conhecida Muller-Thurgau, o Horst Sauer Esherndorfer Furstenberg Kabinett Trocken da região de Franken e daí o formato da garrafa. Um daqueles que estava na promoção de inicio de ano e que, em não saindo (azar de quem não levou), cumpri com meu compromisso e o trouxe para casa aguardando o momento certo que foi este! Sem madeira, boa acidez, complexo e de bom volume de boca, já que em sendo de 2010 já apresentou uma certa evolução, casou muito bem com o prato e uma sábia decisão.

Pois bem, assim começou meu fim de semana de Dia das Mães, que terminou com um belo exemplar de Brunello di Montalcino 2007 e as últimas gotas de meu Secret Spot Casco VII Moscatel do Douro 40 anos com pasteis de Belém e Travesseiros de Sintra, mas esse é assunto para outro dia.

Kanimambo pela visita e uma ótima semana para todos. Cheers e vamos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou qualquer outro canto de nossa vinosfera !

Êta Trem Bão Sô!

A amiga Rejane, nossa “Garimpadora de Gostosuras” andava meio ausente destas páginas mas retorna com mais um restaurante de estrada, ou quase, um bom passeio de Sábado ou Domingo para os paulistanos. Este eu já conheço, aliás levado por ela, e assino embaixo de tudo o que escreveu sobre o lugar.

Sabe aquele lugar, com jeitinho e cheirinho de comida caseira, bem tipo casa da vovó ( para aqueles que tiveram, assim como eu a felicidade de ter avós que cozinhavam bem pra caramba…ai…ai …saudades!).

Êta trem bão! Pousada, restaurante, lazer, espaço para eventos sociais e corporativos. Eeeee… a melhor comida Mineira, feita com fogão a lenha, segredos culinários passados de geração a geração.

Dica: vá com roupas confortáveis e largas, esqueça o regime , comece na segunda…rsss…porque , o serviço é tipo buffet , a preço único. Ou sejaaaa, o paraíso!!! Cervejas artesanais, mesmo!!! Caipirinha feita com pura caninha de alambique!! Caramba, preciso voltar lá. Urgente…rs

O atendimento é muito acolhedor, logo na entrada você pode se servir do legítimo caldinho de feijão e incrementá-lo com: torresminho, couve picadinha e bem feitinha, alho torradinho…(fome!!) Preços ótimos.Para ir com a família e passar uma tarde deliciosa, porém só funciona sextas, sábados, domingos e feriados.

Vargas clipboard

Localização: Monte Verde – Estância Turística de São Roque – Km 48 – Raposo Tavares (passando o pedágio, sentido interior à esquerda. Têm painéis indicativos…facim…facim.

Site: http://www.casadosvargas.com.br Fones.: (11) 4714-0016 / (11) 4714-1135

Quando for, me conta!

Quem sabe Tiradentes, tudo a ver! só uma dica, quando você achar que já se perdeu, que não chega nunca, então está chegando, não desespera não! rs Depois que sai da estrada o caminho é meio tortuoso mas vale a experiência e a branquinha que te espera é da boa! Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Uma Páscoa da Hora!

Mais do que mesurarmos nossa Páscoa pelo consumo, fica a certeza de que a reunião familiar e a curtição de algumas tradições são o que realmente nos enche o coração de felicidade. Ontem foi um dia assim e mais do que nunca reiterei minha convicção de que alimentar a imaginação das crianças, deixando-as serem crianças, é essencial. Tudo tem seu tempo e o tempo de 5 anos é acreditar no Coelho!

Isso, obviamente, não impede que junto com as celebrações não possamos nos esbaldar em pratos e taças cheias do que de melhor podemos elaborar e/ou comprar. No nosso caso aqui em casa os dois! Para iniciarmos os trabalhos alguns queijinhos e patés enquanto esperávamos todo mundo chegar, devidamente regado com um saboroso Contessa Borghel Rosé Dry Spumante do Friulli (Itália). Como é fácil e gostoso este espumante, agrada até quem é chegado tão somente nos Brut da vida. Muito fresco, acidez muito bem balanceada faz com que a doçura acabe ficando em segundo plano. Gosto bastante, é muito versátil (comida japonesa, frutos do mar grelhados ou fritos, comida Thai, etc) e já escrevi aqui sobre ele.

Como preparo para o prato principal de Bacalhau à Brás, que aqui em casa leva batata frita mesmo não palha (argh!), abrimos uma relíquia de 1999, um Quinta da Bacalhôa. Um clássico português da região Setúbal, mostrou-se cansado, já arrastando os pés! Sem taninos nem fruta, notas acentuadas de evolução, um prazer porém sem vibe! Seguramos um pouco para ver se encarava o prato, mas acabamos por abrir o que seria o vinho da refeição, um ótimo Dão, o Casa da Passarela Vinhas Velhas CAM017462008 que estava tinindo. Como complemento ao Bacalhau à Brás, modéstia à parte ficou da hora, uma travessa só de batatas ao murro, pedido do neto que as queria esmurrar, e que mesmo não sendo o acompanhamento tradicional do prato, nos souberam muito bem!!

A Casa da Passarela é um dos cultuados produtores do Dão de quem meu amigo Pingus Vinicius é fã incondicional e eu, mesmo não os conhecendo com a mesma intimidade, aos poucos também me transformo num. Que belo vinho; rico, fino, de grande equilíbrio que casou com o prato à perfeição e nos encheu de prazer. O que faltou de “vibe’ no primeiro, sobrou aqui, um vinho para se tomar sem parcimônia. Também já falei dele aqui, então não vou me alongar mais do que o costume (rs) e você poderá ler mais no link. Bão demais, mas ainda não estava contente, faltava algo!

Cada um tem seu Secret Spot, este é o meu! Rs Moscatel do Douro, 40 anos, Casco VII. Elixir dos Deuses, poesia engarrafada, daqueles vinhos que deveriam vir acompanhados de uma almofada para nos ajoelharmos em preces de agradecimento. Impressionante este vinho elaborado pelo amigo Rui Cunha e que me foi trazido por um outro, o Leandro quando de sua viagem a Portugal. Acompanhou o Toucinho do Céu à perfeição, um verdadeiro nirvana, uma pena que só tinha uma garrafa, vai deixar saudades! Ontem não dava para comer mais nada à noite, então ficamos só nos chocolatinhos que o Easter Bunny nos trouxe e mais uns goles dessa preciosidade única! Rs

Eta Domingo de esbórnia enogastronomica! Muito bom, mas o melhor foi o sorriso estampado na cara de meu neto ao lhe lermos a cartinha que o coelho tinha deixado para ele pedindo sua ajuda na distribuição dos ovos! Como ajudante do Easter Bunny, se sentiu nas nuvens e nós viajamos com ele torcendo para que tenhamos pelo mais um ano destes, pois com cinco aninhos, em breve sabemos que o sonho se transformará na realidade e o dia perderá um pouco de seu encanto! Saúde a todos, kanimambo pela visita e ainda temos 4 vagas para o grupo que ira comigo a Mendoza no feriado de Tirandentes, vem comigo?!

Hummmm, que Delicia!!

Camarões á piri-piri (Moçambique), já publiquei aqui inclusive com a receita, e quando dá ($!) me lambuzo inteiro! Desta feita me tratei em dose dupla, a primeira com esse excelente Sauvignon Blanc da Loma Larga, Camarão piri-piri com Loma Larga Sauvignon Blancelaborado em Casablanca/Chile, que casou à perfeição não sobrando gota para contar a história. Bela acidez bem balanceada, frutos tropicais, fino, grama molhada sem excessos verdes, inebriante e sedutor, notas cítricas de final de boca com alguma mineralidade, estilo mais Loire de ser,  um vinho que certamente voltará mais vezes a minha taça! De entrada tivemos deliciosos mexilhões à vinagrete elaborados por meu genro Julio (bom de cozinha o garoto!) e o casamento com esse Loma Larga foi sublime.

.O segundo na taça, um ótimo branco luso, não poderia faltar um, o Morgado de Sta. Catherina Reserva da região Lisboa, DOC Bucelas. Um Arinto 100% fermentado em barricas borgonhesas,com 8 meses morgado e camarãosur-lie, que se integra com perfeição á fruta e acidez típicas da casta,com um final mineral e algo especiado. Cremoso e sedutor, é um vinho que me encanta normalmente e que mais uma vez confirma sua aptidão gastronômica. Um grande parceiro ao camarão, num estilo diferente do Loma Larga, um pouco mais encorpado, mas igualmente prazeroso.

Mexilhões, camarão, salada tropical, dois belos vinhos brancos, ótima companhia, nesses momentos a gente até esquece os problemas. Pena que no dia seguinte caímos na real, enfim, life must go on! Este foi meu presente de aniversário comemorado com quem mais amo (minha família) apenas faltando algumas peças nesse quebra-cabeça.Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. Ótima semana para todos e espero que 2015 possa ser repleto desses momentos para todos nós.

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Riesling e Joelho de Porco (Eisbein)

Eisbein 2Uma dupla alemã de respeito em mais um encontro da Confraria Saca Rolhas na Vino & Sapore. Já testei essa mesma harmonização e o resultado foi igual, sozinho o alsaciano se destaca porém ao chegar o prato o alemão mostra suas garras e essa foi a sensação da maioria. O Eisbein pelas mãos do chef e cozinheiro de mão cheia Ney Laux estava perfeito e o chucrute divino, porém como temos uma porta voz, deixemos a amiga e confreira Raquel Santos dar sua visão e compartilhar conosco suas emoções de mais este experimento.

Assim como todo vinho tem uma história, as parcerias que ele faz com as comidas, incluído como parte das refeições, coloca-o lado a lado na história da alimentação.

Esta experiência, com um Riesling, tão comum aos povos germânicos, pode parecer estranho para nós que temos alguns parâmetros pré estabelecidos, como aquela máxima que diz que vinhos brancos devem combinar com peixes ou comidas mais leves, ou mesmo que são vinhos para dias quentes de verão. Curiosamente, podemos constatar que toda as regiões nos arredores do Alpes, produzem principalmente vinhos elaborados com uvas brancas.

No nordeste da Itália (Trentino-Alto Adige e Friuli-Veneza Giulia) reinam Chardonnay, Pinot Grigio, Pinot Bianco, Sauvignon Blanc, Riesling e Gewürztraminer. Assim como na França (Alsacia), onde faz fronteira com a Alemanha, o Riesling do Reno disputam a maestria na elaboração desse vinho, cada um à sua moda. Além da Suíça e Áustria, com suas variedades locais, também dividem sua situação geográfica e o clima alpino.
A harmonização desses vinhos com as comidas típicas de países frios podem parecer à primeira vista algo inusitado. Quando pensamos nos queijos curados, de massa cremosa, ou nas fondues, nos salsichões e joelhos de porco (Eisbein), chucrute, carnes defumadas e condimentadas, o mais óbvio seria pensar num vinho potente, que ampare a gordura e os sabores marcantes. Pois acreditem: Esse vinho pode ser um Riesling! Neste caso a comida entra com o ataque potente e o vinho vem para apaziguar os ânimos mais exaltados. São leves, refrescantes e limpam o paladar, sem deixarem de ser marcantes.

Começamos o encontro bem dentro dos nossos propósitos:
Um espumante italiano da região de Franciacorta. Próximo à cidade de Bressia, as pés dos Alpes, esse DOCG se notabilizou por produzir os melhores espumantes do pais feito pelo método clássico, com a uva Chardonnay:
1. Lo Sparviere Brut 2007 – Gussali Beretta – 100% Chardonnay
Aromas de pão e biscoito amanteigado. Boa persistência, acidez e corpo. Perlage contínua, que se perde um pouco no final. Tinha uma lembrança de outras provas, tratar-se de um espumante com muita pérlage. Daí pode-se perceber que os vinhos não se comportam igualmente em todas as ocasiões.
Na sequencia seria servido o jantar:

Um eisbein suculento que pareceu ter sido cozido na própria gordura, que foi totalmente retirada depois. Acompanhado de batatas cozidas, chucrute e mostarda.
Para acompanhar o prato, dois vinhos:

2. Eugen Müller – Forst – Kirchenstück – 2012
Riesling alemão, da região do palatinado (Pfalz). No início os aromas são tímidos, mas vão evoluindo com o tempo na taça. Percebe-se a mineralidade do solo argiloso, com ótima acidez, corpo persistente e longo. No final, aparecem nuances cítricas e borracha. Muito elegante. Ficou muito bom com a carne que tinha sabores sutis, defumados e da gordura do cozimento.

3. Gustave Lorentz – Vin d’Alsace – Reserve Riesling – 2010
Riesling francês, da região da Alsacia de cor mais dourada, demonstrando alguma evolução. Denso e perfumado. Aromas florais frutas brancas (peras, maçãs e melão). Na boca parecia bem complexo e equilibrado. A mineralidade típica estava presente, com bom corpo e boa acidez. O envelhecimento tirou-lhe um pouco de frescor, sem comprometer, mas dando-lhe mais seriedade. Final com uma doçura que casou muito bem com o chucrute, feito com cebolas caramelizadas e bacon.

Riesling e eisbein 1

Chegou a hora de partir para a sobremesa, mas o que está se tornando tradição nesses nossos encontros novamente aconteceu! A vontade de abrir uma garrafa extra para tirarmos a “prova dos nove”. E a sugestão foi irrecusável: Que tal mais um vinho branco, italiano do Alto Adige, elaborado por uma uva desconhecida por nós? Já ouviram falar em Kerner? A vontade de conhecer foi unânime e igual a qualquer viagem, que quando passamos pertinho de algum lugar interessante, pensamos: Já que estamos aqui tão perto, não custa nada dar uma passadinha lá, não é mesmo?

4. Kerner 2012 – Stiftskellerei Neustift – Abbazia di Novacella
De vinhedos proveniente do Valle Isarco (DOCG), bem ao norte da Itália, quase na divisa com a Áustria, essa uva foi batizada com o nome do médico e poeta Justino Kerner. Plantada principalmente na Alemanha é um cruzamento da Trollinger (ou Schiava) com a Riesling e adaptou-se bem nesse clima dos Alpes. Muito aromático, como pêssegos em calda, maçãs e cítricos. Na boca é muito encorpado, cheio de frutas tropicais(manga). Sua opulência é quebrada pela acidez bem colocada. É daqueles vinhos que quase dá para mastigar! Comparando com o Riesling, o Kerner tem mais fruta, sem perder o mineral, o floral e as notas cítricas típicas da Riesling.

E para encerrar nosso jantar tivemos uma belíssima Tarte Tatin que harmonizou muito bem com mais um Riesling alemão, da região do Mosel, só que com um grau de doçura maior que os anteriores. Um Spätlese, ou seja, de colheita tardia. As uvas atingem um nível de maturação maior antes da colheita e Tartin e rieslingconsequentemente serão mais doces, e mais alcoólicos. Esse me chamou a atenção pela dosagem alcoólica baixa. Apenas 8%.

5. Grans-Fassian 2007 – Piersporter Goldtröpfchen – Spätlese Riesling
Cor âmbar dourado com aromas frutados e minerais. Na boca mostrou certa untuosidade, com bom corpo e refrescância, devido à boa acidez. Sabores cítricos e muita maçã verde. Equilibrado e elegante.

Como podemos ver, nem sempre um vinho feito com uvas brancas significa falta de estrutura para acompanhar pratos mais consistentes ou mesmo, aquela bebida que “quase” poderia substituir a água nos dias de calor. As combinações que podemos fazer entre vinhos e comidas são infinitas e nunca será uma equação matemática. Por isso eu gosto de humanizar essa minha relação com eles. Imaginem uma conversa entre duas pessoas com pontos de vista diferentes. Quando um entende a questão do outro fica mais fácil chegar a uma conciliação. Isso é harmonização!