Tomei e Recomendo

Portugal – Enorme Riqueza e Diversidade Vínica com Precinho!

Castelo almourol Dizem que grandes perfumes vêm em pequenos frascos e, certamente, a enogastronomia deste pequeno país com pouco mais de 92 mil quilômetros quadrados, menor que Santa Catarina, faz jus ao ditado popular e surpreende a maioria que por lá perambula pela primeira vez. Sua gastronomia rica em frutos do mar e carnes diversas, o famoso bacalhau e doces deliciosos, com cada região produzindo uma culinária típica do pedaço, é um prato cheio para os amantes do vinho se esbaldarem em harmonizações das mais diversas, alimentando o corpo e, porquê não, a alma! Visitar Portugal, ô saudade (!),  é também uma tremenda imersão na história com uma vasta opção de locais a visitar e estórias a ouvir numa simples tasca, copo cheio de vinho e umas boas pataniscas de bacalhau!

Falar de vinhos neste país que não possui a maior extensão de vinhedos, não é o maior produtor de vinhos e tão pouco tem o maior consumo per capita, é falar de diversidade, de sabores únicos advindos de uma enorme quantidade de uvas autóctones (cerca de 250) que nos fazem sair da mesmice dos Cabernets, Merlots e Chardonnays de nossa vinosfera. É uma viagem por sabores e emoções diferenciadas que vêm fazendo a alegria dos apreciadores do vinho pelo mundo afora desde muito tempo. Pode-se pensar que a projeção do vinho português no mundo seja algo recente, mas muito pelo contrário! Desde o inicio do século XVII os ingleses já importavam vinhos que, mais tarde, se tornariam os Vinhos do Porto que conhecemos hoje. A primeira região produtora de vinhos demarcada no mundo, é exatamente a do Douro em 1756 ou seja, há muita história por trás dos vinhos portugueses.

Panorama do Douro

Com características únicas, a grande maioria são fruto de blends (mais de um tipo de uva) elaborados com uma série de uvas autóctones pouco conhecidas fora do país como Trincadeira, Castelão, Alfrocheiro, Touriga Nacional, Baga, Jaen, Tinto Cão, Tinta Barroca, Touriga Franca nos tintos e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Trajadura, Loureiro, Bical, Encruzado, Roupeiro, Rabigato, Gouveio e Fernão Pires entre os brancos. As uvas mais tradicionais como Cabernet Sauvignon, a Tempranillo que é uma casta típica da península Ibérica e que aqui se conhece como Aragonês (no Sul) ou Tinta Roriz (no Norte), a Syrah e Alicante Boushet muito presentes no Alentejo vêm também sendo usadas com sucesso especialmente nas regiões produtivas mais novas como Tejo e Lisboa onde houve uma maior flexibilização das comissões reguladoras regionais. Incrível como num país tão pequeno possa existir tamanha diversidade de regiões produtoras e com tantas diferenças entre si! Das mais importantes como Alentejo e Douro, de onde sai a produção mais emblemática do país, passando pelo tradicional Dão, a Bairrada da cepa Baga, Terras do Sado com seus bons tintos e emblemáticos vinhos Moscatel, Lisboa e Tejo com sua modernidade e o Minho dos vinhos verdes, entre outras.

Já lá se vai o tempo de vinhos rústicos, pesados sem qualquer finesse! Estamos diante de um Portugal vínico revigorado que merece ser revisitado e conhecido sem preconceitos desde os vinhos mais baratos e jovens para consumo imediato até os vinhos de média e longa guarda de maior complexidade e de preço idem. Nas minhas mais recentes viagens de garimpo por feiras e eventos vínicos, tive o prazer de garimpar alguns rótulos muito interessantes que valem ser conhecidos em função de sua excelente relação Preço x Qualidade x Prazer que deixa claro que hoje os vinho de Portugal são fortes concorrentes dos argentinos e chilenos em vinhos de todas as faixas de preço, mas especialmente nas mais baixas, aventure-se e saia da mesmice, quebre paradigmas e se surpreenda. Eis algumas dicas para você descobrir com preços abaixo de 60 reais:

  • Vilaflor Branco – um vinho branco do Douro que rentemente, na última Expovinis, ganhou o troféu de melhor branco abaixo de R$50 promovido pelos Wine Hunters, um grupo de blogueiros especializados convocados para a missão. Um vinho branco barato porém com conteúdo que satisfaz a maioria e encanta quando se vê o preço. Seu tinto, na mesma faixa de preço que o branco (R$35) não tem a mesma “vibe”, mas é igualmente saboroso.
  • Casa do Lago Tinto – um tinto da região Lisboa que mistura castas autóctones com internacionais, um saboroso blend de Touriga Nacional com Cabernet Sauvignon de corpo médio, ar modernoso, fruta madura, bom volume de boca, um vinho para conhecer e se surpreender pois o blend ficou muito bom. Entre R$45 a 50,00 uma bela compra e gostei do branco também!
  • Casa da Passarela Dão Colheita – Uma região que andava meio esquecida e mal tratada, mas que de alguns anos para cá vem produzindo algumas preciosidades. Este gama de entrada é delicioso e já quebrou a resistência de alguns por vinhos lusos! Vinícola premiada, vinho com boa intensidade de frutos do bosque vermelhos, boa acidez, elaborado com as 4 principais castas regionais (Alfrocheiro, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Jaen), que não é cepacol (os mais velhos entenderão!) mas é bom de boca! Também entre R$45 a 50,00.
  • Grandes Quintas Colheita – Mais um saboroso blend do Douro só que desta vez tinto e de uvas exclusivamente autóctones. Corpo médio e muita fruta, final macio, meio de boca muito rico, taninos aveludados e já uma certa complexidade, uma enorme surpresa na faixa de preços. Entre R$50 a 55,00.
  • Confidencial Tinto – também da região Lisboa é mais um daqueles vinhos que encantam ao primeiro gole e o produtor faz questão de não divulgar o blend que, dizem, tem cerca de sete diferentes uvas. Um vinho redondo, harmônico, gostoso e fácil de agradar tanto os de mais litragem quanto os iniciantes desbravadores do mundo de Baco. Na casa dos R$35 a 40,00.

Tem mais ainda, vinhos como os; Gaião do Alentejo; Casa de Cambres Reserva, Castello d’Alba e Casa do Brasão do Douro (abaixo dos R$30!); o Forja do Ferreiro de Beira Interior, o Terras do Pó Branco e Tinto da região Setúbal, enfim uma enormidade de rótulos estão disponíveis, converse com seu fornecedor de confiança e mergulhe nessa aventura que garanto será surpreendente e ainda um plus, nessa faixa duvido que consiga mais prazer com los Hermanos!

Portugal Fixe

Por outro lado, os vinhos topo de gama que se destacavam não só por sua qualidade, mas também pelo preço, agora começam a perder esse atrativo de preço e ficaram no mesmo patamar dos vinhos de seus vizinhos italianos, franceses e espanhóis sendo cada vez mais comum encontrar rótulos na casa dos 400, 500 e 600 Reais no mercado e não falo dos astros Pera Manca e Barca Velha! na faixa de R$200 a 300 são inúmeros os rótulos, porém na igualdade de preços, o atrativo da “marca” e aqui vale a nacionalidade, ainda faz diferença num mercado ainda pouco evoluído e muito levado por estereótipos formados ao longo do tempo. Como, no entanto, achados há em todas as faixas de preço, seguem aqui três dicas de belos vinhos com preços idem face o que entregam. Não vou falar muito sobre eles, por enquanto, mas se der de cara com estes rótulos pode mergulhar sem medo. Eu não garanto (rs), mas se você é leitor assíduo e se dá bem com minhas dicas, posso dizer que não vai se arrepender pois os três entregam mais do que cobram.

  • Grandes Quintas Reserva – premiado rótulos deste produtor do Douro na casa dos 100 reais, de final especiado, longo e prazeroso que acompanhou maravilhosamente uma rabada desfiada sobre uma cama de polenta!
  • DFJ Francos – um vinho da região Lisboa que só é produzido em safras especiais e nesta década só em dois anos foi engarrafado. Causa impacto ao primeiro gole, um vinho de personalidade forte, denso e rico de sabores, na casa dos R$140/150.
  • Monte da Peceguina Tinto – um belo vinho da Herdade da Malhadinha que entrega bem mais que um monte de seus primos alentejanos mais famosos. Um vinho de ótimo volume e estrutura de boca, harmônico, sedutora e vibrante paleta olfativa, mais uma ótima opção nesta faixa um pouco mais alta de preços, na casa dos R$100,00.

Salute, kanimambo e vamos curtir os vinhos de Portugal? Eu tou nessa e faz tempo!!

Um Achado em Chablis, Coisa Rara

Borgonha com chablisAchados, ótimas relações Qualidade x Preço x Prazer, há em todos as gamas de produto, porém em algumas regiões são muito difíceis de se encontrar e quando isso ocorre é sempre motivo de festa, pelo menos para min! Adoro, mas não tomei tantos assim porque a palavra Chablis vem normalmente atrelada a uma série de cifrões os quais dificilmente consigo bancar e acredito que a maioria dos amigos compartilha comigo do mesmo mal! rs Do que tenho provado fica claro que os Petit Chablis e Chablis AOC  disponíveis no mercado não chega a encantar e quando são um pouco melhores já se fala de vinhos na casa dos 100 a 130 Reais. Quando damos um pulo na escada de qualidade e partimos para os Premier Cru  a qualidade sobe assustadoramente e o preço idem, já chegando na faixa dos R$180 a 200 sendo mais comum encontrá-los na faixa dos 200 a 300 reais! Se subirmos mais um degrau na escada, aí a coisa realmente fica séria e haja carteira!!

Nesse cenário, este achado foi para mim a melhor descoberta feita até aqui neste ano, um vinho absolutamente delicioso que possui toda a tipicidade que se espera de um vinho desta classificação e, graças à perseverança e garimpo da amiga Paula Fonyat da importadora Vínica, sem os altos preços que se espera desses mesmos vinhos. Domaine Servin Vaillons Premier Crus Chablis LabelDomaine Servin Vaillons Premier Cru Chablis, um vinho absolutamente sedutor que habitou minha taça neste último fim de semana e já deixou saudade! Sempre gostei muito dos vinhos de Chablis, que para quem não conhece é uma região produtora francesa que faz parte da Borgonha. Sua uva, a majestade Chardonnay! Para quem gosta de chardonnays untuosos, pesados, madeira bem presente, fique com os exemplares do dito Novo Mundo ou até de outras regiões europeias, porque aqui os vinhos são de outra estirpe.

Em Chablis, diferentemente dos vinhos elaborados na Cote D’Or, a madeira é muito pouco usada e quando presente é muito sutil, normalmente usada somente em parte do vinho e na maioria das vezes barricas velhas de forma a preservar sua majestade, a uva.Região fria, mais próximo aos vinhedos de champagne do que os da Borgonha, região a qual pertence, possui um solo muito característico argilo-calcário com sedimentos de conchas marinhas fossilizadas. Uma mineralidade e acidez em perfeita harmonia com um final onde aparece muito sutilmente uma certa salinidade, são marcas registradas destes vinhos.

Este Premier Cru foi elaborado com uvas advindas de vinhedos com 33 anos, sem passageDomaine Servin Vaillons Premier Crus Chablism por madeira, aromas de frutos brancos, algo de melão Orange (viajei?!) na primeira fungada, mineral, toques florais e ao final notas de abacaxi fresco. Dá para deixar o nariz na taça por um bom tempo, pois a paleta olfativa é já bastante complexa mesmo que não explosiva, pois aqui reina a finesse. Na boca, hummm, a mineralidade e acidez em perfeita união, sabores que me levaram num passeio por um pomar de pêssegos e nectarinas, e aquele final leve toque de salinidade muito peculiar.  Pensei em lagosta, ostras gratinadas ou frescas, casquinha de siri e peixes (linguado, salmão, truta) com temperos suaves, spaghetti alle vongole (sem tomate!!) me parecem boas opções de harmonização, mas este dá para tomar só acompanhado de boa companhia e basta! Encontrar este 1ºer Cru por apenas uns 20 a 30 Reais acima do preço de um Chablis AOC,  foi realmente um verdadeiro achado!

              Por hoje é só e precisava compartilhar estas sensações com os amigos. Quem chegou a tempo, tomei com um escondidinho de bacalhau (na foto) que não harmonizou muito bem, ainda tomou uns goles já os outros ficaram no desejo mesmo, sorry. Salute, kanimambo e aguardem minha degustação de Grandes Malbecs ás Cegas (dia 10/04) antecipando a celebração do Malbec World Day e postergamos a data do Riedel Tasting para dia

Três Brancos Frescos Para Apaziguar o Calor do Verão

 Vinhos brancos, espumantes e rosés têm tudo a ver com o clima quente que nos atinge com grande intensidade neste inicio de ano. Da mesma forma que nossos hábitos alimentares tendem a ser mais light com pratos menos untuosos, também os vinhos devem seguir essa tendência. Ainda há muito desconhecimento e preconceito para com os vinhos brancos então decidi falar um pouco sobre eles e sugerir alguns vinhos vibrantes e frescos para quebrar de vez com essa tendência e amenizar este calorzão que não nos dá trégua.

         Como já mencionei em post recente com uma lista de diferentes uvas brancas, existem no mundo algo ao redor de 1.250 uvas viníferas em uso, no total são cerca de 3.000, e destas 350 são de castas brancas, porém a grande maioria dos conumidores  se atém a basicamente duas; Chardonnay e Sauvignon Blanc, eventualmente a Riesling, a Torrontés  ou a Pinot Grigio ou seja, não mais de meia dúzia! Minha dica de hoje é viajar por outros caminhos e sabores, deixando-se levar de mente aberta e paladar idem, no sentido de descobrir novas experiências sensoriais.

              Tanto nos brancos como nos tintos, existem os mais diversos estilos disponíveis no mercado. Dos mais complexos e caros grandes vinhos da Borgonha  aos mais ligeiros que comumente chamamos de vinhos de piscina, para tomar sem compromisso. Entre eles, um mundo incrível de sabores e preços então optei por falar hoje de três vinho diferentes; Três regiões, Três origens, Três castas porém um só perfil e de uma só faixa de preço intermediária entre R$60 e 70,00. Privilegiei, acima de tudo, o  intenso frescor destes vinhos que têm tudo a ver com o momento  queeeeente (!) que estamos vivendo. Afora acompanharem muito bem pratos mais leves como saladas, comida asiática, carnes brancas, peixes e crustáceos, sendo também ótima companhia para um bate-papo com os amigos,  queijos e petiscos enfim, uma agradável forma de se iniciar uma refeição. Deixe seus preconceitos de lado e solte-se, viaje, saia da mesmice e curta a diversidade de nossa vinosfera, salute!

Muros Antigos Loureiro Escolha 2011Muros Antigos Loureiro

Originalmente do Minho,  região norte de Portugal, mais conhecida pelos famosos Vinhos Verdes, a Loureiro é uma uva que preza pelo grande frescor, aromas intensos e boa mineralidade. Este exemplar não nega essa tipicidade e mostra-se um vinho vibrante, de aromas intensos com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência. Bolinhos ou pataniscas de bacalhau, cataplana de mariscos, polvo à lagareiro e caldeirada de lulas, são ótimas companhias. Hummmm, já aguei todinho!

Poggio del Sasso VermentinoPOGGIO VERMENTINO (3)

Desta feita a uva é italiana, sendo originária da Sardenha, porém também com belos vinhos vindo do sul da Toscana sendo este um dos belos e saborosos exemplos disponíveis em terras brasilis. Cor palha brilhante, sedutores aromas de flores campestres que nos convidam a levar a taça à boca onde ele se mostra muito vivo, rico, profundamente equilibrado com uma acidez refrescante e final bastante longo que nos deixa pedindo bis! Sushi e todo tipo de comida japonesa, salada césar com tiras de frango, spaghetti c/ vongole (sem tomate), ostras frescas, um festival de gostosuras!

Protos 2Protos Verdejo

Uva símbolo da região de Rueda na Espanha normalmente resulta no que os críticos gostam de chamar, um vinho “crocante”! Cor clara com reflexos esverdeados, exuberante paleta olfativa onde aparecem frutos tropicais sob um fundo levemente mineral. Na boca é seco, de boa estrutura e uma explosão de frutas como maçã verde e maracujá muito bem balanceados por uma acidez mordaz de final apetitoso que pede a próxima taça. Polvo ou mexilhões á vinagrete, lulas á doré, camarão grelhado, patatas bravas, comida thai levemente apimentada ou salmão grelhado devem ser ótimas combinações, experimente!

           Neste próximo dia 26 ás 20:00 horas pretendo montar uma degustação especial e exclusiva para no máximo 12 pessoas, só com algumas destas uvas brancas diferentes, ou pelo menos pouco usuais como; Rabigato, Avesso, Viognier, Chenin Blanc, Greco di Tufo, Torrontés, Encruzado, Gewurztraminer, Grillo, Viura, Verdejo, Vermentino, Albariño, Grechetto e Rjgiallia, acompanhados de salmão defumado da Marithimus, mousse de haddock do “Chez Maria” e queijo de cabra para a gente brincar de harmonização. Na confirmação da reserva você escolhe as uvas que gostaria de conhecer e degustaremos a as seis mais votadas! Será uma preparação para o Carnaval que está chegando, um “refresca goela”! rs Tá afins, então me avisa aqui através da opção de comentários e liste quais as seis destas castas você gostaria de conhecer e lhe passo detalhes, mas deverá ser na Vino & Sapore e custar R$75,00 por cabeça.. Kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Guelbenzu Lombana, Eta Vinho Arretado Sô!

     Esta família de vinhos da Guelbenzu é realmente surpreendente. Este Lombana é bem diferenteGuelbenzu Amarelo de seu irmão Evo o que aliás, é algo bem comum tanto em nossa vinosfera como em na vida real! Já comentei o Evo recentemente, e esta garrafa abri com uns amigos entre eles o Marcelo que não vai me deixar mentir, eta vinho arretado sô! Da safra de 2005, crianza de 12 meses com parte em carvalho francês e parte americano, está absolutamente pronto para tomar e assim deve continuar pelos próximos um a dois anos. Elaborado tendo como protagonista a casta Graciano, tem como coadjuvantes a; Tempranillo, Syrah, Merlot e Cabernet Sauvignon formando um conjunto deveras apetecível. A Graciano aporta acidez, e estrutura aromática aos cortes com Tempranillo sendo muito usada nos Riojas, e tudo isso aparece bem neste vinho. Todo ele muito frutado com paleta olfativa intensa e convidativa em que se sobressaem os frutos negros. Macio de boca, cremoso, meio de boca rico e refrescante,  taninos sedosos e finos, longo com um mentolado sedutor que nunca senti tão vivamente na boca em qualquer outro vinho. Um belo vinho que nos chega de Ribera Queiles, encostado em Navarra, e mostra a beleza que é esse mundo de diversidade em que Baco reina absoluto e, mesmo com uma boa dose de litragem, segue com sua capacidade de no surpreender, não é verdade Marcelo?  Na casa dos R$125,00, como o Evo, mais um bom vinho espanhol em Terras Brasilis!

        Salute, kanimambo e não esqueça, dia 30, Sábado, armei um Taste & Buy Espumantes na Vino & Sapore em que você terá a oportunidade de provar ótimos vinhos para comprar somente na certeza. Vinhos que têm o meu aval, cada um em seu estilo, e espero que apreciem, mas reservem antes pois há limite de participantes em função do tamanho do local.

Diversidade na Taça no Fim de Semana Longo

      Feriado chegou, mas ainda dá tempo para garantir seu prazer neste longo fim de semana seja ele na praia, campo ou em casa mesmo num churrasco com os amigos! Por outro lado, as  festas de final de ano se aproximam e começamos nossa busca pelos vinhos que acompanharão nossos intermináveis almoços e jantares de confraternização com amigos, colegas e família. Eis aqui algumas dicas do que buscar, há um pouco de tudo e de todos os preços, pois a diversidade impera e há que aproveitá-la, então vamos lá começando pelos brancos e seguindo com rosés e tintos, alguns vinhos que provei e revi mais recentemente e os quais recomendo. Os preços são meramente indicativos e padrão Sampa, mas tem coisa para escolher!.

House of Mandela Sauvignon Blanc – Se apresenta bem fresco, mais citrino com grama molhada bem presente numa presença de boca toda ela mais sutil, elegante e balanceada terminando com uma certa mineralidade. Um vinho muito agradável de se tomar e certamente uma bela companhia para os queijos de cabra e frutos do mar grelhados ou fritos. R$45,00

Amalaya branco – Vinho á base da cepa Torrontés que produz alguns bons vinhos na Argentina, especialmente em Salta de onde vem este rótulo. Com um toque de Riesling para equilibrar a acidez, mostra aquele floral típico da cepa, porém de forma menos intensa com algo cítrico no nariz e na boca um frescor muito bom advindo da presença da Riesling que aporta um equilíbrio importante porque muitos torrontés por aí tendem a ficar algo enjoativos. Este é suave, balanceado e fácil de se gostar com um único inconveniente, a garrafa tem a tendência a acabar rápido demais! Preço na casa dos R$49,00.

Muros Antigos Loureiro – A uva Loureiro tem como característica, gerar vinhos muito frescos, por sua ótima acidez, e aromáticos. São ótima companhia para pratos de frutos do mar e gosto muito de harmonizá-lo com caldeirada de lulas. Este delicioso Muros Antigos, de aromas sutis com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência. Foi escolhido como um dos TOP 50 vinhos portugueses para o Brasil este ano e o preço é bem camarada para nossos padrões, R$69,00.

William Févre Espino Gran Cuvée Chardonnay – este anda mais amiúde por minha taça, mas sempre me satisfaz muitíssimo! Um dos melhores chardonnays chilenos com uma madeira suave muito bem colocada e um estilo bem chablisiano de ser com bastante mineralidade. R$85,00

Ballabio Vintage Rosé – um vinho com uma leve efervescência elaborado na Lombardia (Itália) e 100% Pinot Nero. Delicado, apesar de um bouquet pronunciado, com elegante perfume de frutas vermelhas e violetas. Seco, equilibrado, com um agradável fundo frutado, um vinho alegre e festivo que tem tudo a ver com o nosso verão. Wine for Fun por R$48,00!

Canforrales Rosado – um rosé espanhol da região de La Mancha á base de Garnacha, de ótimo custo x beneficio que vale muito a pena como um vinho de entrada, pois possui muito das característica dos brancos mais vibrantes. Notas de framboesa, acidez bem equilibrada que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, boa textura com interessante volume de boca, certamente acompanhará bem um arroz de mariscos e um papo informal. Preço na casa dos R$42,00

El Milagro Syrah – chileno de ótima relação custo x beneficio, R$65, fazia tempo que não levava á taça e mais uma vez mostrou toda a sua qualidade. Muito equilibrado, aveludado na boca, redondo e muito, mas muito saboroso, é um achado entre os bons vinhos que o Chile vem elaborando com esta casta.

Hécula Monastrel – outro que fazia tempo que eu não revia e que mais uma vez me deu muito prazer rever. De casa nova, agora na Almería, um monastrel sem nada de doce, corpo médio, taninos finos muito bem integrados, não é á toa que possui tanta premiação e altos pontos pelos principais críticos internacionais. Melhor, o preço está na casa dos R$67,00.

Albert Bichot Pinot Noir Vieilles Vignes – não é fácil encontrar um pinot da Borgonha que satisfaça e tenha preços abaixo dos 100 reais, então este há que se destacar, pois está na casa dos R$98,00. Um bom e muito característico Borgonha que mostra muita qualidade na boca e deve acompanhar bem um Peru á Califórnia.

Perez Cruz Cabernet Sauvignon Reserva – Frutos negros bem presentes e taninos aveludados que são sua marca registrada. Final de boca muito agradável e levemente especiado e profundo. Madeira e álcool muito bem integrados nos trazem um conjunto realmente apetecível e guloso que vale muito o preço na casa dos R$60,00 mais ou menos cinco.

Aracuri Cabernet/Merlot – um representante brasileiro de uma região pouco comum, este vem de Campos de Cima ainda Rio Grande do Sul. Boa estrutura de boca, equilibrado, fruta bem presente, rico com taninos sedosos bem integrados que valem muito o preço na casa dos R$45,00. Não é Cepacol (rs), mas é bom de boca!

Pasíon de Bobal – esta uva, Bobal, espanhola pouco conhecida entre nós é surpreendente. Um vinho daqueles que acaba rápido e pede a próxima garrafa! Fresco, frutado, boa textura, taninos maduros e macios, com um final “pra lá” de apetecível fazem dele uma escolha muito interessante para quem gosta de sair da mesmice e provar coisas diferentes. Preço na casa dos R$80,00

In Situ Red Blend – um vinho de corte surpreendente entre Cabernet, Petit verdot e Carmenére que é a única coisa que ele tem chileno. No resto, ás cegas, tem gente que diz ser alentejano e outros bordalês. Muito bem equilibrado, ótima textura, corpo médio de taninos aveludados, é um vinho cativante que ainda tem a seu favor o preço, R$57,00.

Confidencial – da região Lisboa, um tinto elaborado com cerca de seis a oito castas não divulgadas. Bem frutado, médio corpo, rico, frutas silvestres, taninos maduros e suculentos, um verdadeiro achado que agrada fácil e custa pouco, apenas R$32,00.

Gougenheim Valle Escondido Malbec com educados 13.5% de teor alcoólico Na cor é rubi com toques violáceos típicos da cepa sem a típica super extração que resulta em vinhos muito escuros. Nariz sedutor de frutos negros com nuances florais, que convidam a levar a taça à boca onde ele se mostra extremamente sedutor, equilibrado e elegante com taninos macios e sedosos, boa estrutura, corpo médio e um final muito agradável algo especiado que pede mais uma taça Parker lhe deu 87 pontos, eu lhe daria talvez um pontinho a mais pela boa relação Qualidade x Preço x Prazer pois é um vinho de preço final de R$48,00

Enfim, são 15 sugestões para você curtir o feriado em boa companhia. o resto fica por sua conta! Salute, kanimambo e devagar nas estradas, quero ver todo mundo de volta na Segunda vendendo saúde e desestressado!! se estiver à toa no Sábado, vem me fazer companhia na Vino & Sapore porque estarei de plantão com uma garrafa aberta recebendo os amigos. Até!

Guelbenzu Evo, Um Retorno à Minha Taça

     Nossa, como fazia tempo! O nome tem algo assim de sinistro, mas desde os idos de 2007 a 2008 que este vinho me chamou a atenção sendo que na época era trazido pela Expand e o selecionei como destaque na faixa de R$80 a 120,00 num post de Dez/07 sobre vinhos espanhóis. Depois deu um sumiço. reaparecendo agora pelas mãos da Import Gourmet do amigo e quase vizinho Jordi, que também traz os bons vinhos de Señorio de Sarría que fazem parte do mesmo grupo produtor.  Minhas notas da época pouco me disseram, mas tinha lhe dado 4 smiles o que na minha avaliação pessoal da época, essencialmente hedonística, é muito bom.

     Tendo como protagonista a Cabernet Sauvignon, leva cerca de 25% de Merlot e 15% de Tempranillo compondo um blend pouco usual, ainda mais quando vindo da Espanha. Quando o provei era Navarra, porém este que abri agora (2007) já é um Vino de la Tierra de la Ribera del Queiles, zona produtura nova criada em 2003 e composta por 16 municípios ao sul do Rio Ebro, entre Navarra, Rioja y Aragón.  Doze meses de barrica francesa nova, é um vinho poderoso, muito aromático em que um festival de frutos do bosque e sutis notas florais invadem o olfato ao ser desarrolhado.

  Guelbenzu Evo   Estava na loja para ser avaliado, já que nada entra no portfolio sem ser provado, e na semana passada chegou a hora. No almoço, preparei uma pizza artesanal de carne seca e fui feliz! A harmonização ficou muito boa, até porque a estrutura do vinho, já com 5 anos de garrafa, está perfeitamente integrada e pouco sobrou para contar a história. Textura deliciosa, taninos aveludados presentes, boca densa, algum mentolado, tofee, toques balsâmicos e terrosos, o vinho mostra-se bastante complexo em boca com algum mineral e um final de boca longo com algo de especiarias. Com a carne seca, casou muito bem e certamente um prato de bom peso lhe será ótima companhia, não me parece que seja vinho para meramente bebericar!

  Um belo vinho que mostra bem a força dos vinhos espanhóis e que me agradou muitíssimo, ainda mais porque não é daqueles vinhos que se encontra em qualquer esquina e, importante, manteve a consistência qualitativa ao longo dos anos. Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos com muita saúde e bons vinhos.

Meu Primeiro Rabigato, Gostei!

A primeira vez é sempre marcante ou, pelo menos, interessante e didática! Esta foi bastante marcante porque me surpreendeu. Rabigato, para quem não conhece, é uma uva autóctone da região do Douro onde é costumeiramente usada em cortes com a Viosinho, Verdelho e Gouveio e que, em função de sua baixa produtividade, está gradativamente  sendo substituída por castas mais interessantes comercialmente e de maior produtividade. Os vinhos de Portugal produzem sempre saborosas surpresas!

Clipboard Quinta da MieiraEste produtor, João Turégano da Quinta da Mieira, vai um pouco na contramão desse “trend” e nos traz esse Rabigato vinificado em estreme (varietal 100%) ou monocasta como eles por lá chamam estes vinhos que, neste caso, foram elaborados com uvas advindas de vinhedos com mais de 40 anos. Não teve jeito, como todo o enófilo apaixonado pelos mistérios de Baco, me meti a pesquisar antes de entrar na degustação deste vinho recebido da Importadora Winery para degustar em paralelo com o produtor e o amigo Breno num evento promovido no site www.tvgeracaoz.com.br do também amigo e saudoso (depois que ficou famoso sumiu!) Marcelo di Morais.

A Rabigato, por erro, no passado foi relacionada com a casta Rabo de Ovelha, variedade com a qual rabigatonão aparenta qualquer semelhança. Os vinhos oferecem acidez viva e bem equilibrada, boas graduações alcoólicas, frescura e estrutura, características que a elevaram ao estatuto de casta promissora no Douro. Apresenta cachos médios e bagos pequenos, de cor verde amarelada. Poderá, nas melhores localizações, ser vinificada em estreme, oferecendo notas aromáticas de acácia e flor de laranjeira, sensações vegetais e, tradicionalmente, uma mineralidade atrevida. É a boca, porém, que justifica a sua reputação, com uma acidez mordaz e penetrante, capaz de rejuvenescer os brancos do Douro Superior e com boa capacidade de envelhecimento..

Abri a garrafa a cerca de 8ºC o que não recomendo, pois foi-se abrindo muito conforme a temperatura aumentou mostrando que o contra rótulo está corretíssimo quando sugere a temperatura de serviço de 12ºC. Nariz de média intensidade, mas bastante complexo com notas cítricas (maçã verde) e tropicais com algum abacaxi maduro e suaves sensações de flor de laranjeira como pano de fundo, aparecendo até uma certa dose de baunilha mesmo não havendo o vinho passado em barrica.

quinta da Mieira Rabigato VNa boca é marcante, um vinho com personalidade, meio de boca seco, boa estrutura e acidez bem integrada transmitindo frescor, mas sem ferir o palato, balanceado e rico com um final mineral muito interessante. Um vinho gastronômico por excelência e logo comecei a pensar com o que harmonizar. Frutos do mar grelhados e bacalhau vieram rapidamente à cabeça, mas queria algo menos óbvio.  Não sei se daria samba, só testando, mas pensei numa moqueca sem dendê, será? Pensei em coisas menos atuais como um camarão á Mary Stuart do 50/50 (já falecido) lá de Santos e um delicioso Frutos do Mar á Bercy do Tatini (esse bem vivo), quem sabe até de arroz de polvo e, muito certamente, uns Rojões de Porco à Moda! Ai, deu uma fome!!!!! A sede eu matei, mas a fome vai ter que esperar.

Gostei do que provei e tomei, um vinho deveras interessante e parada obrigatória para quem gosta de sair da mesmice e curte as viagens de descobertas de novos sabores por nossa Vinosfera.  Deverá custar algo ao redor de 100 Reais, de acordo com o que o Leandro (Winery) disse no programa, então procure em sua loja preferida e depois me diga algo, adoro feedback! Salute e kanimambo pela visita, eu vou seguir pesquisando a Rabigato e buscando novos rótulos para melhor conhecer o potencial dessa uva, fui!

Lágrimas Irresistíveis do Casa da Passarela Vinhas Velhas

      Já comentei aqui sobre o vinho básico deles o Colheita que é um achado nesta terra brasilis de preços nas alturas, vinho gostoso, fácil de se gostar e como diria meu amigo Rui Miguel, apetecível, por um preço bem camarada para os padrões locais. Pois bem, agora veio parar nas minhas mãos uma garrafa de Vinhas Velhas para prova, Mon Dieu!

     Foi abrir este 2008 e ser tomado por aromas inebriantes, um verdadeiro bouquet que seduz o mais cético e frio apreciador de vinhos, um ato de pura emoção. Vertendo seu néctar na taça, esta ficou tomada por longas, lentas e irresistíveis lágrimas que teimavam em decorar a taça! Na boca é pura elegância e aí um entende do porquê chamarem o Dão de a Borgonha portuguesa, mas é mais que isso, uma boa garrafa de vinho da região como este belo Vinhas Velhas, ganha uma complexidade e finesse com o tempo que deveria ser servido de fraque e cartola!

casa da passarela vinhas velhas

    Depois da primeira taça pedi uma deliciosa salteña argentina e fiquei ali sentado contemplando o verde e movimento da rua enquanto me deliciava com o vinho e uma gostosa e simples harmonização. Mais duas salteñas e mais duas taças e se não chegasse gente acho que não sobraria nada para contar a história!

   Não vou ficar aqui falando das qualidades organolépticas, eta palavra complicada (!!), do vinho porque este é pura emoção hedonística. É um vinho mais para quem quer sentir do que interpretar, mais para poesia do que para matemática, um vinho para curtir sem estar interessado em quantos por cento tem de que uva, um vinho para desfrutar sem parcimônia.

  Custa algo em torno das 130 pratas e a amiga Paula me convenceu! Salute, kanimambo e tendo a oportunidade, deixe-se levar pelo Casa da Passarela Vinhas Velhas, é uma viagem e tanto!

Surani Costarossa Primitivo de Manduria, Muito Prazer!

          È assim com nome e sobrenome que este caldo de Baco se apresenta aos seguidores do nobre Baco. Primitivo, para quem ainda não conhece, é uma uva prima-irmã da americana Zinfandel e com ela possui uma série de similaridades já que advém da mesma origem, uma uva de nome impronunciável, a Crljenak Kastelanski da costa da Croácia. Na itália estava relegada a um segundo plano, mas com o crescimento de popularidade da Zinfandel, a Primitivo começou a desabrochar tanto local como, especialmente, no cenário internacional.

        Na Itália, está especialmente presente na região da Puglia (calcanhar da bota) tanto em Manduria, onde se projetou mais com alguns bons e caros produtos, como em Salento e outras regiões menos midiáticas.  Quando mais baratos, têm a tendência a serem meio esquálidos e sem graça, já quando de grande estrutura tendem a ser longevos e caros pra dedéu! Sei, não se usa mais, mas gosto da expressão. rs Uma boa opção é buscar vinhos intermediários entre uma coisa e outra em Salento com vinhos, a meu ver, algo mais honestos.

 Surani     Este Surani, em função de tudo isso foi e segue sendo uma enorme surpresa, meus amigos Rejane e Hélio não me deixam mentir, eta vinho arretado, sô! Tá tudo lá; qualidade, sabor, aromas sedutores bem frutados, e preço legal! Um dos meus achados de 2012 sobre o qual ainda não tinha falado aqui, o Surani Primitivo di Manduria é muito saboroso. Equilibrado, bom corpo e acidez balanceada, rico, de boa textura de boca sem extrapolar em nada, taninos algo doces (típico da cepa) e aveludados com um final temperado por alguma especiaria. Creio que pode ser um bom companheiro para massas (lasanha bolognesa), Filé Parmigiana, Costelinha de porco com molho barbecue e um bate–papo gostoso e descontraído com os amigos acompanhado por antepastos, queijos e frios.

        Tudo isso por apenas cerca de R$55 em Sampa, certamente um importante fator que só vem acrescentar prazer ao vinho que é importado pela pequena mas eficiente e competitiva Vinica. Há muito tempo que não dava aqui minha nota em smiles, meu I.S.P (Índice de Satisfação Pessoal), mas este vinho me traz um sorriso à boca cada vez que o tomo, então aqui vai e espero que curtam tanto quanto eu.   $    

 

Salute e kanimambo.

Nem só de Vinho Vive o Homem!

ou mulher, tanto faz. Para quem for a Cafayate/Salta, por um momento apenas perca-se em outros atos de prazer que não o vinho porque tem uma loira por lá que vale a pena! Calma gente, a sugestão é bem mais inocente do que estão Me Echó La Burrapensando, a loira é gelada e muito gostosa, uma experiência diferente.  La Rubia, “Me Echó la Burra” é uma cerveja artesanal muito saborosa produzida em San Carlos, na Estancia Hotel “ La Vaca Tranquila”, a poucos quilômetros de Cafayate. O site deles vale bem a visita pois possui um acervo de fotos dos Vale de Calchaquíes que mostra bem a beleza da região que tanto me encantou.

          Não sou cervejeiro, mas curto uma boa cerva de vez em quando e esta eu recomendo. A  cor da rubia parece no copo uma Weissbier (cerveja alemã de trigo sem filtragem), mas longe disso já que é bem menos densa e o processo de elaboração é diferente. Aliás, como me ensinou meu amigo José Eduardo, uma cerva das boas bem geladinha limpa a “serpentina” antes de nos entregarmos aos prazeres de baco! Trouxe uma Rubia e a dividi com meu filho o que a fez ainda mais saborosa, pois a boa companhia, em qualquer situação, é sempre essencial.

Salute, hoje com a Rubia, e kanimambo.

Ps. A Vino & Sapore está de mudança no Carnaval então tá dificil dar a atenção devida ao blog, sorry. Ainda esta semana, no entanto, falo dos vinhos de Colomè e minha visita a esta região