Tomei e Recomendo

Tomei e Recomendo II – Uruguai

                 Os vinhos do Uruguai ainda são relativamente novos entre nós, apesar do grande crescimento de exportações em 2007, e não são muitos os que conheço. Alguns provei agora na preparação para as matérias deste mês e outros já conhecia de quando andei por aquelas bandas.  Do geral dos vinhos provados, posso dizer que a grande maioria me atraiu bastante e demonstraram um nível de qualidade muito bom. A partir de R$50,00 encontramos alguns ótimos vinhos e espero, no ano que vem, poder vos trazer outras boas opções conforme for tendo mais informações sobre novos rótulos. Por enquanto ficamos por aqui, com vinhos degustados na faixa de R$50 a 80 e de R$80 a 120,00 que Provei e Aprovei.

 De R$50,00 a 80,00.

 

Começo pela Bodega Bouza (Decanter) que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente. Gente que trata o vinho com carinho e gosta de inovar. O local é idílico, um sonho e os vinhos muito bons. Aliás, fica a 15 kms do centro de Montevideo e vale marcar uma visita com degustação. Certamente um meio dia muito bem aproveitado e inesquecível. Os únicos locais no mundo, que produzem vinhos brancos com a casta Alvarinho ou Albariño, como o chamam por aqui, são a região da Galicia na Espanha e a do Minho em Portugal. Pois não é que este produtor elabora um Bouza Albariño 2006 de muito boa qualidade! Muito fresco com boa tipicidade, uma enorme e agradável surpresa. O Bouza Tannat/Merlot 2006 é um dos melhores vinhos com este corte que já tomei. Nariz complexo com muita fruta, na boca muito intenso com fruta só que agora com nuances de baunilha e chocolate, taninos redondos, boa estrutura e acidez com um final de boca de média persistência. Já o Bouza Tannat 2005 é um vinho mais robusto de taninos firmes que se beneficia com uma decantação de uns 30 a 45 minutos. Bastante fruta madura com nuances herbáceas. Certamente um vinho para acompanhar uma gorda costela na brasa.

Da Pisano adorei o RPF Torrontés de enorme frescor, ótima acidez, frutado (apricot/pêssego?) com toques florais, ótima companhia para pratos de frutos do mar. Se tiver oportunidade de o tomar, sentado no Lo de Tere, Rambla Del Puerto, olhando a marina em Punta Del Este, então todos esses aromas e sabores se multiplicaram exponencialmente. O RPF Tannat 2004 (Portal dos Vinhos) é um dos mais agradáveis tannats que já tomei. Complexo no nariz e boca, muita elegância num vinho de muita personalidade. Um vinho que não se deve deixar de provar.

Do produtor Traversa y Hermanos, que já nos trouxe um mui agradável Traversa Tannat Roble numa faixa de preços mais baixa, traz-nos agora este Viña Salort 2005 (Mr. Man) que é uma versão Premium deste primeiro vinho. Mais uma vez muito equilíbrio, taninos maduros e sedosos, pronto a beber, um vinho muito elegante e fácil de agradar.

Da Casa Filgueira (Decanter) dois vinhos de muita qualidade sendo que um me surpreendeu e me encantou. Casa Filgueira Premium Merlot 2002, um vinho ainda em evolução e reconhecido como um dos melhores Merlots do Uruguai, se não o melhor. Achei um vinho muito bom com qualidades, denso, carnoso, muita intensidade aromática, austero na boca com taninos firmes pedindo decantação apesar de seus seis anos de garrafa. Um vinho que ainda irá evoluir bem por pelo menos, em minha opinião, uns dois anos mais. Enigma 2004 um vinho exótico, não sei se seria essa a palavra adequada, diferenciado com uma ótima paleta aromática. Tem uma entrada de boca potentosa que evolui na boca para taninos doces e aveludados. Boa acidez e ótima persistência. Um vinho que mexeu com minhas emoções e me conquistou e que, também possui qualidades para mais um ou dois anos de guarda. Ainda tenho que decifrar este enigma, o que será que faz este vinho diferente? Aviso assim que descobrir.

De R$80 a 120,00. A fina flor dos vinhos Uruguaios e os únicos três que provei, adorei. Os preços poderiam ser mais comedidos, inclusive pelos benefícios gerados pelo Mercosul, mas de qualquer modo são vinhos a serem conhecidos. O incrível é que são três vinhos totalmente diferentes entre si e todos ótimos.

 Prelúdio 2002 (Expand) elaborado pela bodega Juanicó, é um corte de Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e um tico de Petit Verdot. Vinho de guarda com ótima estrutura. Este 2002 apresentou aromas complexos, taninos firmes nas sem agressividade na boca, fruta madura, boa acidez, muito equilibrio num conjunto que preza pela elegância. Estará melhor ainda em um ano ou dois.

Bouza Tempranillo/Tannat 2006, um corte inusitado desta bodega que gosta de inovar. Sem ser um vinho potente, este corte único transborda delicadeza e harmonia. Muita complexidade de aromas, suave na boca com taninos sedosos, num vinho de corpo médio, muito agradável que nos encanta. Se existe beleza e complexidade na simplicidade das coisas, este vinho é um claro exemplo disto.

Abraxas 2002 (Portal dos Vinhos/BR Bebidas), um vinho de muita qualidade produzido com esmero e muita competência pela Domínio Cassis numa região nova do Uruguai, Rocha ao norte de Punta, que fica a 10kms do Atlântico e se beneficia das brisas marítimas. Um 100% tannat diferenciado, recém chegado ao mercado, que me encantou por sua complexidade de aromas e sabores. É um vinho untuoso, denso, gordo, que tinge a taça com sua cor negra e brilhante. Ao final de uma hora de decanter ainda estava se abrindo mostrando todo o seu potencial de guarda. Muito harmônico, taninos finos ainda firmes, encorpado, ótima acidez convidando a comer. É um grande vinho, de ótima persistência, sendo que somente 600 garrafas foram produzidas e é a única safra disponível até ao presente. Ainda vou querer umas duas garrafas para tomar uma em 2009 e a outra em 2010 e descobrir sua capacidade de evolução.

Na Segunda-feira tem mais Boas Compras tanto de vinhos Uruguaios, assim como de Portugal e Espanha, entre outros destaques que nossos parceiros listaram. No fim de semana, sempre algum post sobre temas além do vinho, porque vinho é bom, mas não é tudo. Espero você por aqui. Salute e kanimambo.

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção “ONDE COMPRAR”

 

Tomei e Recomendo I – Uruguai

                 Como já mencionei, o Uruguai produz vinhos diferentes com um estilo diferenciado. Com teores alcoólicos mais comedidos, seus vinhos apresentam bastante elegância e complexidade. Não são muitos os vinhos disponíveis no mercado e tão pouco tive oportunidade de provar todos, mas os que provei, são vinhos com bastante personalidade. Mesmo nesta faixa de preços, vinhos muito interessantes e com preços bem acessíveis como poderá ser conferido na seção de Boas Compras, com vários posts ao longo dos próximos dias, em que nossos parceiros trarão diversos destaques. Afora esses, publicarei também, mais dicas de vinhos que Tomei e Recomendo, porém em outras faixas de preços. Continue por aqui e, por enquanto, anote estas interessante opções de bons vinhos que valem a pena ser conhecidos.

Até R$ 30,00:               

              Da Domínio Cassis, dois vinhos muito interessantes o Eclipse (BR Bebidas) elaborado com 100% de Cabernet Franc, que tem um estilo mais ligeiro e agradável, fácil de tomar e o Recuerdos (Portal dos Vinhos/BR Bebidas) que já é um corte de Tannat com Cabernet Franc e um leve toque de Syrah que lhe dá uma paleta aromática muito interessante, um vinho que me agrada bastante. Da Pisano o Cisplatino Tannat/Merlot (BR Bebidas) é muito agradável e uma boa introdução aos vinhos desta importante casa. Prove também o Cisplatino Torrontés (Portal dos Vinhos), que dá um baile em muitos dos vinhos Argentinos produzidos com esta casta. Don Adélio Ariano Reserve Oak Barrel Tannat (Casa Palla) é uma agradável surpresa nesta faixa de preços. Sem ser um vinhaço, é um vinho muito interessante e agradável de tomar. Dizem que o Tannat/Cabernet Franc deles também é bom, mas não o conheço. Ainda desta bodega, a Viña Constancia Selección (Casa Palla), é um corte muito bem elaborado de Cabernet Franc/Tannat e Syrah. Bem diferente do Recuerdos, mesmo que com o mesmo corte, devido ao corte ser elaborado com variação nos porcentuais das castas usadas e ser elaborado em região diferente. Para finalizar esta faixa, o De los Man Tannat (Mr. Man) que é um vinho com bastante tipicidade, ligeiro, sem muita complexidade, mas muito correto.

De R$30 a 50,00:

             A Domínio Cassis nos traz também, um belíssimo vinho que, a meu ver, é um dos melhores Custo X Beneficio desta faixa de preços, o Oceánico (Portal dos Vinhos/BR Bebidas) um corte de Tannat/Cabernet Franc/Cabernet Sauvignon e Syrah já bastante complexo nos aromas e sabores, taninos finos, boa acidez, longo, realmente muito bom. A Marichal inova com vinhos elaborados com a Pinot Noir, uma cepa de pouca tradição no país. O corte do Pinot Noir (70%) com Tannat (30%) no Marichal Reserve Collection Pinot/Tannat, é inusitado e alcança um resultado surpreendente. Gostei bastante dos muito bons, Reserve Collection Pinot Noir, muito elegante e agradável, bem ao estilo dos pinots da Borgonha e totalmente diferenciado com relação ao estilo dos pinots que vemos tanto na Argentina como no Chile, assim como do Reserve Collection Tannat um ótimo varietal muito harmônico, bom nariz e, na boca muito redondo, taninos finos com um final de boca sedutor e ótima acidez que aguça as papilas gustativas pedindo comida. Por ultimo, o Marichal Reserve Chardonnay de bonitos aromas e muito fresco na boca, todos trazido pela Wine Company que tem executado uma política de preços muito justa e comedida para vinhos de muita qualidade. Estes vinhos podem ser encontrados em São Paulo na Confraria do Queijo & Vinho que é nossa parceira, assim como na Biesky e no Varanda, ou ligue para a Wine onde, certamente, lhe indicarão outros locais de venda.

               Ainda nesta faixa de preços existem outras boas opções como a Casa Filgueiras Tannat Reserva (Decanter) um vinho ainda jovem, provei o 04, com taninos firmes que só melhorará com a idade. Se hoje já é um bom vinho, certamente estará melhor ainda dentro de um ano. Boa fruta, na boca apresenta bastante complexidade e acompanhou muito bem um prato de carneiro, belo vinho. O Traversa Tannat Roble, (Mr. Man) que é uma outra surpreendente opção pelo preço. O nome nos leva a pensar que vamos tomar um puro tannat, mas ao lermos o contra-rótulo vemos que é um corte com 20% de Merlot e, certamente, poderia ser denominado como um Tannat/Merlot, que é um corte bem típico no país, que gosto muito quando bem elaborado. É o caso deste vinho da safra de 2004 que tem uma boa paleta aromática com bastante fruta vermelha que se confirma na boca com muita elegância. Muito redondo, macio, um vinho muito agradável, com boa estrutura, elegante, teor de álcool educado, taninos finos e boa acidez que aguçam as papilas gustativas. 

                No próximo post de Tomei e Recomendo outras dicas entre R$50 a 80 e 80 a 120 com vinhos que Provei e Aprovei. Salute amigos, e desfrutem.

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção

“ONDE COMPRAR”

 

 

 

Dois países, Dois mundos, Dois vinhos saborosos!

             Este post é para deixar você no mínimo curioso e para mostrar que o mundo do vinho não precisa ser sério e sempre tratado com cerimônia. Pode até ser, em alguns casos, mas o vinho, acredito eu, tem mesmo é que trazer alegria e prazer. Não é para ser um assunto sisudo, há que se colocar um pouco mais de humor neste angu, tratar as coisas com mais leveza de alma e menos pompa, com menos padrão acadêmico e mais paixão, com alguma razão e muita emoção! Eis aqui dois bons exemplos do que estou falando:

Goats do Roam Red  – A Goats do Roam, é uma vinícola alegre e bem humorada. Passear por seu site é um tremendo barato e já a coloquei na minha lista de “vinícolas” a conhecer. Quem sabe em 2010! Já comentei o vinho branco e rosé, eis agora o tinto.

  • goats-red-custom.jpg  Produtor – Fairview
  •   Região –  Paarl / Perdeberg / Stellenbosch / Malmesbury e Piekenierskloof  (Western Cape)
  •   País – África do Sul
  •  Composição de uvas – Corte de, majoritariamente,  Syrah e Pinotage, mas com adição de pequenos lotes de Cinsaut, Grenache, Mouvédre, Merlot, Carignan, Gamay e Cabernet.
  •   Detalhes Produção – Curta passagem por madeira.
  •   Teor de álcool – 14º
  •   Safra – 2005
  •   Preço em Março/08 – R$38,00  (lojas da Expand)
  •   I.S.P. $ 

Um vinho encantador, com influência do Rhône, mas com características muito próprias típicas dos vinhos do Novo Mundo. Muito rico no nariz com aromas de muita fruta vermelha fresca, boa acidez, bem balanceado pouco transparecendo seu alto teor alcoólico. A assemblage de 9 cepas diferentes nesta safra, lhe dá uma certa complexidade, difícil de encontrar em vinhos nesta faixa de preços, com notas de especiarias, algo herbáceo que vai abrindo na taça e evoluindo com outras matizes aromáticas difíceis de apontar. Boa estrutura, fácil de tomar, um vinho para acompanhar carnes pouco condimentadas e que, a principio, é super fácil de harmonizar. Muito agradável e  é, com muita tranquilidade, que o recomendo devido a suas qualidades e preço. Pode comprar, levar à mesa ou bebericar “solo” com os amigos que, garanto, não haverão vozes discordantes. Não é a toa que virou um dos vinhos Sul Africanos mais vendidos nos Estados Unidos.

Le Loup Dans la Bergerie – Saindo do sul da África para a Europa de onde vem este delicioso exemplar de um tinto alegre e saboroso. O nome, algo como ” lobo tomando conta de ovelhas” (raposa tomando conta do galinheiro?), significado que ainda preciso destrinchar! Do rótulo ao conteúdo da garrafa, este vinho é uma alegria só.

  • loup-003-custom.jpgProdutor – Domaine de l’Hortus
  • Região –  Languedoc, mais precisamente de Val de Montferrand.
  •  País – França
  • Composição de uvas – Corte de Merlot (60%), Grenache (20%) e Syrah.
  • Detalhes Produção -Envelhecido por 9 meses, em tanques de aço inox.
  • Teor de álcool – 12.5%
  • Safra – 2006
  • Preço em Março/08 – R$38,00 (De la Croix)
  • I.S.P. $ 

Como alguém poderia dizer em algum vilarejo Francês, este vinho é; “Trés delicious, séduisant un magnifique exemple de joie de vivre!” metido né? Pior é que não falo patavina de francês e espero que não tenha errado muito no texto! Vamos ao vinho que é, realmente, um vinho que conquista ao primeiro gole, que me traz à lembrança, gosto de festa. Não é nenhum vinhaço e nem se propõe a ser, seu propósito é agradar fácil e isto o faz com galhardia. È leve, suave e delicado, mas nada insípido, muito pelo contrário. Belos aromas de frutas silvestres e na boca é macio, saboroso, uma elegância só, com taninos finos e sedosos no ponto para ser apreciado. Boa acidez e frescor num conjunto realmente cativante. Não é de complexidades, ao contrário, é franco, direto diz logo ao que veio e cumpre todas as expectativas.  Desliza maravilhosamente pela boca e penso neste vinho num alegre encontro de amigos, refrescado a cerca de 14º e acompanhando um queijo & vinho descomprometido. Certamente acompanhará muito bem pratos elaborados com carnes brancas sem grandes condimentos, embutidos, um belo lanche de queijo brie, patê de foie, alface, tomate cortado bem fininho e um toque de chutney numa baguette. Mon Dieu, já babei todo o teclado! rsrs Outro vinho que não tem erro, é servir e agradar tendo somente um problema, uma garrafa é pouco!

É isso, dois vinhos alegres, muito agradáveis, com propostas e características algo diferentes mas igualmente deliciosos e, muito importante, por um preço que podemos pagar. Minha sugestão? Compre um para abrir o encontro ou jantar e o outro para servir na refeição. Será aplaudido de pé! Salute.

Goats do Roam

 goats-do-roam-logo.jpg   Eis uma tacada certeira da Expand. Vinhos de muito boa qualidade por preços que podemos pagar. Mas vamos lá, vamos falar da Goats do Roam, uma linha de vinhos produzida pela vinícola Sul Africana, Fairview. Esta é uma linha de entrada, seguida pela Goats do Roam in Villages e a Goat Roti, entre outras. Este último, uma cutucada do produtor na INAO (Institut National dês Apellations d’Origine) que entrou com um processo nos EUA pra proibir a marca por sua semelhança aos Cote-du-Rhône. Pior é uma outra linha deles a “Bored Doe” agora cutucando quem, quem …. Bordeaux, ou será mera coincidência? Que o pessoal tem senso de humor e criatividade, lá isso tem! Exageros da INAO à parte, os vinhos merecem ser comprados e apreciados.  Provei os três rótulos básicos; Goats do Roam White, Rose e Red. Neste post, falarei basicamente dos primeiros dois, deixando o Red para uma outra ocasião.  O que fica claro em toda a linha de produtos da Fairview e, em especial na Goats do Roam, é a capacidade de inovação, de desenvolver produtos únicos  e diferenciados com cortes bem ao estilo dos vinhos do Rhône. Para quem se interessar visitem o site, tem informações interessantes sobre o que eles estão fazendo por aquelas bandas. Um outro fator interessante que estes vinhos nos demonstram é que pode-se sim, trazer vinhos da África do Sul com bons preços e qualidade. A Robertson Winery, falarei dela e seus vinhos em outra ocasião, já me tinha mostrado isso, e a Fairview confirma.

           Goats do Roam White

  • goats-008-wince.jpgProdutor – Fairview
  • Região –  Paarl / Stellenbosch e Piekenierskloof (Western Cape)
  • País – África do Sul
  • Composição de uvas – Corte de Chenin Blanc, Crouchen Blanc, Semillon, Viognier e Clairette Blanche.
  • Detalhes Produção – Sem madeira.
  • Teor de álcool – 13.67º
  • Safra – 2006
  • Preço em Março/08 – R$38,00
  • I.S.P. $ smile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gif

Rica e intensa paleta aromática de frutos tropicais com um toque vegetal de algo que me lembrou grama molhada. Corpo médio, ótima acidez que lhe confere um enorme frescor. Boa mineralidade e média persistência, num conjunto que agrada bastante. Apesar de um teor de álcool um pouco alto, que exige que seja tomado bem refrescado, neste caso 10º marcado no termômetro analógico e cerca de 8º no interior da garrafa, o vinho apresentou um bom equilíbrio. Gostei e certamente visitará minha mesa mais vezes, até porque o preço também compensa.

          Goats do Roam Rosé.

  • goats-023-custom.jpgRegião –  Paarl / Stellenbosch / Perdeberg / Malmesbury e Piekenierskloof (Western Cape)
  • Composição de uvas – Corte de Syrah / Pinotage / Cinsaut / Grenache / Gamay e Merlot.
  • Detalhes Produção – Sem madeira, fermentado a frio, em torno de 14º.
  • Teor de álcool – 13.2º
  • Safra – 2006
  • Preço em Março/08 – R$38,00
  • I.S.P. $ smile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gif

Uma delicia de vinho que me encantou. A cor é linda, vibrante. Os aromas são de frutas vermelhas bem frescas, a acidez excelente, na boca boa concentração de fruta, groselha, mas seco e de boa persistência para um vinho destas características. Totalmente equilibrado, mostrou grande harmonia. É um vinho sedutor e extremamente agradável o qual adorei. Gosto de vinhos rosé como entrada para uma refeição, para bebericar sem compromisso com os amigos, na beira da piscina, acompanhando um belo sanduba de peito de peru, etc. Difícil é encontrar um que realmente me agrade na qualidade e que caiba no meu bolso. Eu tomava o Quinta da Giesta, que o importador (Lusitana) não mais traz, e acho que achei o substituto á altura, até superior. Imperdível e à venda nas lojas da Expand. Salute.

Ah, ia-me esquecendo. Toda a linha com screw cap (tampa de rosca) como convém em vinhos de pouca guarda para serem tomados jovens. Poupemos a cortiça, escassa e cara, para vinhos de maior envergadura e de longa guarda, se não pelo aspecto qualitativo pelo menos pela cultura e tradição. O que acho horrível, deveriam abolir essa prática, são os vinhos deste porte que usam rolhas sintéticas e coloridas. Me dá arrepios abrir uma garrafa e dar de cara com uma rolha azul, vermelha ou preta!!

Chile – Vinhos que Tomei e Recomendo, parte III

                 Este é o último post da série, com  alguns vinhos acima de R$80,00 que tomei e recomendo. Não tomei muitos nesta faixa de preços, fundamentalmente porque me faltou oportunidade. A maior parte dos vinhos que tomei nesta faixa, e acima, foram decorrência de compras feitas no exterior e o Chile não foi um dos meus destinos, lamentavelmente. De qualquer forma, alguns me agradaram bastante, aqui estão. 

chile-80-a-120.jpg

  • Don Amado 1999 (Portal dos Vinhos) – Um belíssimo vinho, que encanta. Um corte de 75% de Cabernet Sauvignon com Merlot é um vinho que está no ponto para ser tomado. Vinho de grande qualidade, muito redondo na boca, boa estrutura, toque de defumado, algo herbáceo, terra e baunilha num conjunto muito saboroso, elegante e de boa persistência. Faz lembrar o Don Melchor, mas com um preço bem mais acessível.
  •  Tabali Reserva Especial Corte 2005 (Grand Cru Granja Viana) – Este eu degustei com o Marcel e a Bete, simpáticos donos deste novo empreendimento no centrinho da Granja Viana. É um muito agradável corte de Cabernet Sauvignon (50%), Syrah (45%) e arrematando, um tico de Merlot só para amansar e arredondar o vinho. No nariz aromas complexos, intensos, frutas negras com algo floral. Abre na taça, demonstrando grande frescor e algo de baunilha num final de boca muito prazeroso e longo. Taninos muito elegantes, sedosos e muita harmonia, tornando imperceptíveis seus 14.5º de teor alcoólico. Um grande vinho realmente cativante que empolgou e me conquistou.
  • Amayna Pinot Noir 2005 (Mistral) –  Muito bom, só um reparo quanto aos preços desta linha que acha um pouco cara, mas como isso é muito relativo…. Isso não altera o fato de que seja um belo exemplar de Pinot Noir. Muito fresco, cheio de fruta vermelha, algo de ameixa evoluindo na taça quando aparecem toques florais. Na boca é um vinho intenso de boa estrutura e muito equilibrado com taninos finos e elegantes. Redondo, de média persistência, um vinho cativante.
  • Arboleda Cabernet Sauvignon 2002 (Expand) – Cabernet, porém com um toque de Merlot, Cabernet Franc e Syrah que lhe dá bastante complexidade na boca. Vinho denso, potente, balanceado e firme. Aromas clássicos de fruta madura, baunilha e tostado com notas de especiarias e boa persistência. Bom acompanhamento para pratos fortes.
  • Amayna Sauvignon Blanc (Mistral) – Boa intensidade de aromas, boa textura num conjunto muito bom e de médio corpo. Na boca sente-se um grande frescor calcado em ótima acidez que, junto com um alto teor alcoólico, pede comida. Final de boca muito gostoso de média persistência, leves toques amanteigados e um pequeno amargor. Parece um Sauvignon da Nova Zelândia, pelo menos dos que eu conheço.
  • Arboleda Chardonnay 2005 (Expand) – Bem mineral com toques cítricos e algo amanteigado em função da madeira. Bastante elegante, um vinho de porte médio, evoluído, com notas de abacaxi formando um conjunto bastante agradável. Ótima paleta de aromas .

 Acima destes valores, o Céu é o limite e existem vinhos divinos, aclamados pela crítica especializada. A maior parte já conhecida de todos como, Almaviva, Clos Apalta, Don Melchor, Altair, Seña, Casa Marin, etc. Eu tive o privilegio de provar somente dois. Sinto-me inibido cada vez que tenho que comentar vinhos deste calibre. Certamente porque tanta gente, com muito mais conhecimento que eu, já o fez e por serem ícones de uma região ou produtor. Nestes casos, minhas anotações servem mais como meros testemunhos de satisfação pessoal que pouco adicionam ao tudo o que já foi descrito por outros. De qualquer forma, lá vai. 

  •  Don Melchor 1997 (Expand) – É considerado um dos melhores, se não o melhor, Cabernet Sauvignon do Chile e um dos ícones do país, vinho topo de gama da Concha Y Toro. Quando a safra não é boa, ou algo sai fora dos padrões, suas avaliações “despencam” de 92 a 95 pontos, para 89! Ruim né? Brincadeiras á parte, o que falar de um vinho com este retrospecto e reconhecimento mundial. Realmente um grande vinho com um nariz de boa complexidade e média intensidade com frutas negras e notas balsâmicas. Vinho encorpado que cresce na boca com sabores fumados, café e algo de chocolate. Denso, carnoso com taninos elegantes e muito boa persistência. Um clássico do Novo Mundo que para mim, apesar de estupendo, acho um pouco “over rated”. Pelo preço que a Expand, importador oficial e exclusivo, está vendendo este mês, é uma grande opção e altamente recomendável. 
  • Casa Marin Riesling  2006 (Vinea Store)-  Não tinha nem idéia que a América do Sul era capaz de gerar vinhos  deste calibre com esta cepa. Absolutamente divino. Mais um daqueles vinhos com tal intensidade aromática, que cativam à primeira “fungada”. Aproveitando, alguém me ajuda? Ainda não consegui achar uma palavra tecnicamente apropriada que consiga expressar o ato de forma sintetizada. Inspirar, cheirar? Essas me parecem palavras sem expressividade, insípidas sem força. E aí, alguém me ajuda, ou fico na “fungada” mesmo? Bem, voltemos ao vinho porque já devaneei demais! No nariz, uma multiplicidade de aromas inebriantes com forte presença de frutas cítricas.  Na boca, muito mineral e ótima acidez que lhe dá uma marcante frescura. Teor de álcool bem comportado, 12.8º e muito bem balanceado. Corpo médio e boa persistência num conjunto que nos arrebata ao primeiro gole. Um vinho de grande expressividade e encantador.  Não fosse o preço, certamente estaria mais vezes sob a minha mesa e na minha taça. Salute.

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção “ONDE COMPRAR”

Chile – Vinhos que Tomei e Recomendo, parte II

                Nesta segunda parte de vinhos que Provei e Aprovei, estarei listando vinhos de R$50 a 80,00. Nesta faixa já encontramos néctares de grande qualidade, parte dos quais tive a oportunidade de tomar e listo abaixo. Aqui somente os que gostei, alguns outros vinhos nesta faixa não me agradaram e, conseqüentemente, ficaram pelo caminho. Por outro lado, queria ter provado bem mais já que, certamente, poderia listar muitos outros e espero que possa vir a fazer isto ao longo do ano trazendo novas dicas e sugestões. Por exemplo, dizem que a uva Merlot produz diversos ótimos vinhos no Chile, mas ainda não encontrei um produto, nem mesmo o Marques de Casa Concha aqui abaixo que é muito bom, que me tenha, efetivamente, encantado tanto como alguns Cabernets, Syrahs, Pinots, Cortes e até Carmenéres tomados. Está certo que não tomei tantos assim, o bolso tem lá seus limites, mas sigo buscando. Enquanto isso …            

De R$50 a 80,00 : 

chile-50-a-80-custom.jpg

Marques de Casa Concha  (Expand) – Da casa da Concha Y Toro, é o irmão menor do Don Melchor. Está disponível nos varietais Cabernet Sauvignon e Merlot. Tomei os dois e, certamente, são dois belos vinhos com bastante tipicidade, encorpados, mas com taninos finos, macios e elegantes. Misiones de Rengo Cuvée Carmenére (Armazém dos Importados) é um dos tops Carmenéres que já tomei. Um vinho encorpado, opaco, denso com boa intensidade de fruta madura no nariz. Na boca, a fruta se confirma com notas de especiarias e algo tostado. Possui um “tempero” de cerca de 14% de Cabernet Sauvignon. Um vinho que cresce com comida. Orzada Carignan 2003 (Portal dos Vinhos) – Eis um vinho surpreendente de uma uva surpreendente, que a Vinícola Odjfell ousou fazer no Chile. Cepa tradicionalmente usada como corte, principalmente na França, mas também na Itália e Espanha, foi muito bem trabalhada como varietal por este produtor, resultando num vinho cativante e encantador. Aromas complexos e intensos que se abrem na taça como que por encanto. Um vinho para tomar sem pressas! Boa acidez, escuro, denso com um final de boca aveludado e longo. Uma delicia. Los Vascos Grand Reserve 2005 (Confraria do Queijo & Vinho) – top de linha da Los Vascos, vinícola que também tem sido bastante elogiada por seus brancos que ainda não tive oportunidade de conhecer. Por ser controlada pelo Chateau Rotschild-Lafite, exibe características bem Francesas em seu estilo sendo um Cabernet Sauvignon diferenciado e bastante elegante, uma escolha segura e confiável. È um vinho que me atrai e que consta de minha adega. Ventisquero Queulat Gran Reserva Pinot Noir 2005 (Portal dos Vinhos) – Este eu degustei e entrou na minha lista de favoritos e vinhos a comprar. O problema é que devido a um descompasso entre a lista de desejos, ficando enorme, e o orçamento limitado, ainda não cheguei lá. De qualquer forma, o vinho degustado me encantou batendo muitos vinhos de mais nome e altos preços. Boa estrutura, bem harmônico com taninos elegantes e sedosos com um final de boca muito agradável e longo. Montes Alpha Syrah 2006 (Casa Palla) – Este é um caso à parte! Viña Montes, um dos mais competentes produtores e enólogos Chilenos com atividades, também, na Argentina onde produz a linha Kaiken. Este Syrah é um vinho Maravilhoso que encanta com sua  elegância e complexidade de aromas e sabores. Sedoso, fino, taninos maduros, boa acidez e persistência que cativam quem o toma. Vinho de impressionante qualidade pelo preço cobrado. Em 2007, alcançou o trigésimo lugar na lista de Top 100 da Wine Spectator com a safra 2005. Gosto do estilo da Syrah quando trabalhada com elegância e este se supera. Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2005 (Kylix) – Mais um objeto de desejo, este algumas vezes consumado, da Viña Montes. Neste caso um clássico da região que exalta qualidade. Pela revista Decanter, “o melhor Bordeaux Chileno”. Não conheço todos e não gosto muito desses títulos, mas que realmente é um senhor vinho lá isso é e bate muitos Bordeauxs que por aí andam. Vinho bem estruturado, robusto, carnoso, notas terrosas e algo de tostado. Na boca é redondo, com boa acidez e algo mineral, taninos firmes e elegantes que necessitam de um tempo na taça, ou decanter, para se acomodar. Domaine Conte Gran Reserva 2003 (Wine House/ Zahil) – Fui irremediavelmente conquistado por este vinho. É uma enorme satisfação ser surpreendido por um vinho que você não conhece, que era o caso aqui. Quando me preponho a provar um vinho, com atenção, o faço sem leitura alguma, nem de contra rótulo, para poder tomar minhas impressões sem maiores influências externas. Algumas vezes acontecem coisas como esta, que são experiências extremamente satisfatórias. Mergulhei de cabeça neste vinho e me apaixonei perdidamente ao abrir a garrafa. Aromas intensos, inebriantes, mas não aquela bomba de frutas e potência. Um vinho muito equilibrado em que, se tomado á temperatura adequada de 16/17º, nem se notam os 14º de álcool. Taninos macios e aveludados, boa persistência, acidez que convida a comer e te chama para a próxima taça. Conjunto de extrema elegância e cativante. Adorei! 

Gracia de Chile era trazido pela Grand Vin, mas com a “junção” com a Zahil, este produtor foi tirado de linha. Já vi alguma coisa por aí, na linha dos produtos mais básicos que não conheço, creio que trazidos por supermercado, mas os Pinots deles são bastante bons. O top de linha com o rótulo “Relativo” é bastante interessante, mas não encanta e era um pouco caro. O “Eventual” é outro papo. Mais barato e, na minha opinião, melhor. Muita elegância, equilíbrio e taninos finos, apoiados por aromas intensos de frutas vermelhas frescas e algo floral. Na boca é redondo, boa acidez e macio, com bastante tipicidade da cepa. Se achar, compre, vale a pena! Custava em torno de R$50,00

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção “ONDE COMPRAR”

Chile, Vinhos que Tomei e Recomendo – I

                O Chile é o principal exportador Sul-americano de vinhos e detém a maior participação nas importações Brasileiras com cerca de 30%. Os vinhos Chilenos são velhos parceiros do consumidor no Brasil e são inúmeros os rótulos disponíveis no mercado. De todos, só recomendo evitar os Reservados, que nada têm de reserva e, na sua grande maioria, são vinhos de pouca qualidade. Na faixa menor de preços, até R$30,00 as opções de qualidade, que eu conheço, não são tantas assim, mas existem algumas boas opções que merecem ser provados. Alguns costumam estar até um pouco acima da faixa, mas com um pouco de garimpo, e colaboração de alguns de nossos parceiros, se encontram muito boas oportunidades. Em nossa seção de “Boas Compras” no blog, conseguimos reunir 12 lojas com mais de 60 destaques de bons vinhos com bons preços e boas oportunidades. Como são muitos, estarei soltando a lista em diversos posts, um já publicado, ao longo dos próximos dias. Agora, viemos aqui para Falar de Vinhos e, especialmente, dos que Tomei e Recomendo, então vamos lá.  Entre parentêses, indico a loja onde o vinho está disponível com um bom preço, mas o mesmo poderá estar presente no portfolio de outras lojas. Outros rótulos certamente existirão, porém a seção trata de vinhos que Provei e Aprovei, então ……

Até R$30,00 – Mais uma vez nos referimos aos vinhos mais simples, sem compromisso para consumo no dia-a-dia, faixa em que, entretanto, encontramos algumas boas surpresas.

chile-ate-30-002-custom.jpg

Na parte mais baixa desta faixa de preços, acho que o Gato NEGRO Cabernet Sauvignon (Cia do Whisky) é uma das melhores pedidas, um vinho muito correto e fácil de beber que reina absoluto. Nova no mercado a linha Indomita Varietal, trazida pela Barrinhas, parece ser muito interessante. Eu tomei um rótulo de uma linha acima, o Indomita Selected Varietal Pinot Noir  2006 (Cia. do Whisky), que foi uma grata surpresa. Muita tipicidade da casta, presente num vinho muito agradável e de muito bom preço. Um branco muito refrescante que vale a pena conhecer é o Emiliana Sauvignon Blanc (Casa Palla), um vinho bem aromático, fresco, que agrada fácil. Da mesma linha, prove o Cabernet e o Carmenére que são vinhos suaves e honestos. A linha Cono Sur é uma linha de vinhos com muita qualidade. O branco, Cono Sur Riesling (Expand), é um verdadeiro achado pelo preço. Um Riesling desta qualidade, nesta faixa de preços, você não vai encontrar em lugar nenhum  Prove também o Pinot Noir que é muito agradável.

             Um vinho também bastante conhecido, normalmente numa faixa de preço mais alta, muito confiável é o Gran Tarapacá Reserva Cabernet (Casa Palla). Duas surpresas interessantes são; o Arenal Reserva Carmenére 03, vinho bem elaborado com bastante tipicidade da cepa onde parecem boa fruta e especiarias num final de boca com boa acidez e taninos finos, assim como o Hoppe Del Sur 8515 – 03, que é um corte de Cabernet e Carmenére muito interessante, encorpado que merece respirar um pouco antes de servir. Daqueles vinhos que cresce na taça e ambos estão com um preço excelente, e promocional, na Lusitana. O G.Butron Carmenére 2005 (Lusitana), também é um vinho muito bem elaborado, leve, frutado com bastante tipicidade da casta. Como o Alamos na Argentina, o Casillero Del Diablo(Casa Palla) é para aqueles que não querem correr riscos. Tem uma linha extensa e extremamente confiável, mas há que garimpar preços, pois há de tudo. Gostei muito do Cabernet, o Syrah também é surpreendente pelo preço e o Merlot também conquistou. Na duvida, esta é sempre uma boa escolha. Deixei por ultimo um dos meus preferidos e uma grata surpresa que tomei no inicio do ano. O Palo Alto Reserva 06 (Expand) é um belo vinho,de uma boa safra, corte de Cabernet/Carmenére e Syrah que nos encanta à primeira “fungada”. Boa paleta aromática, taninos elegantes, boa estrutura, boa persistência, realmente um achado.

De R$30 a 50,00 – É a partir de R$30,00, que realmente se começa a achar vinhos de melhor qualidade já com mais complexidade tanto de aromas como de sabores. No Chile, isto é uma verdade incontestável. A lista abaixo tem produtos muito bons com preços bem acessíveis.

chile-30-a-50-006-custom.jpg

Nos brancos o Ventisquero Sauvignon Blanc (Portal dos Vinhos) é um primor, muito fresco e de ótimos aromas. Os Trio (Expand), corte de três uvas, são vinhos muito corretos e eu gosto muito do corte de Merlot, Carmenére e Cabernet. Dentro os vinhos com a cepa Carmenére, só existente no Chile, eu destaco; o Viu Manent (BR Bebidas) e um que me encantou, o Domaine Conté Reserva Barricas 06 (Wine House/Zahil), que é um vinho muito equilibrado, boa tipicidade, boa acidez, alegre, sedoso, um vinho cativante fácil de agradar. Ainda nos Carmenére, o bem estruturado, corpo médio, muito bom Matisses 06 (Vinea Store), da excelente Casa Marin. Dentro os Cabernet Sauvignons, três me enchem a boca de prazer. O Santa Digna 04 (Cia do Whisky) é frutado, elegante, boa estrutura e textura aveludada, o Torreon de Paredes Reserva 02 (Portal dos Vinhos) um vinho mais austero e senhoril convidando à comida e o Los Vascos Reserve (Confraria do Queijo & Vinho), um vinho de grande elegância e finesse no estilo Bordeaux. Montes Seleccíon Limitada 05 (Confraria do Queijo & Vinho) um corte de Cabernet com Carmenére, que é um vinho de grandes qualidades, muito harmônico, redondo e elegante.

              O Santa Helena Seleccíon Del Directorio Pinot Noir (Casa Palla) é um vinho que me agrada bastante, pois é muito bem feito, elegante com bastante tipicidade da cepa e tem sempre um preço convidativo. Voltando aos Carmenéres, não poderia deixar de citar o Casa Silva Reserva Carmenére 06 (Kylix) que é um vinho muito expressivo, concentrado e com boa persistência. Um vinho de uma cepa que vem mostrando ótimos produtos, o Armador Syrah 05 (Portal dos Vinhos). Vinho ainda jovem, nada que uma decantação de uns 30/45 minutos não resolva, encorpado com bastante complexidade de aromas e sabores. De sobremesa, um delicioso Conha Y Toro Late Harvest 2004 (Expand), um dos melhores produzidos no Cono Sur.

          Nos próximos dias publicarei a lista dos vinhos de R$50 a 80 e de R$80 a 120, com algumas indicações para vinhos de preços superiores. Mais “Boas Compras”, também na sequência. Veja endereços e contatos das lojas aqui mencionadas em “Onde Comprar

Barão do Sul Garrafeira 2002, um belo tinto

               A Cachamoa, é um produtor Português da região de Terras do Sado que nos trás dois ótimos vinhos básicos, muito corretos que são o Barão do Sul tinto e branco os quais recomendei quando da coluna sobre vinhos Portugueses. São campeões no quesito custo x beneficio, vinhos de qualidade dentro de sua faixa de preços e próprios para o dia-a-dia. Após o grande sucesso alcançado pelo Barão do Sul Reserva, a vinícola lança uma edição limitada da versão Garrafeira 2002, seu top de linha.

               Deste topo de gama, a vinícola produziu somente 6.266 garrafas , todas numeradas, disponíveis para venda em todo o mundo! A Lusitana, em função da ligação com o produtor, importa com exclusividade o maior número possível delas para que você possa garantir a sua. O vinho foi produzido a partir das castas Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Castelão, todas provenientes da propriedade em Azeitão, ali entre Lisboa e Setúbal onde, por sinal, existe um queijo regional absolutamente divino. Após três anos, o vinho fica pronto e é colocado no mercado.

               Para apreciá-lo em sua melhor forma, você também precisa ser paciente, decantando-o e deixando-o respirar por no mínimo 50 minutos. Surpreenda-se! A importadora descreve este vinho como de aromas complexos, cheios de notas frutadas e vegetais; muita elegância na boca, com corpo presente e pujante. Desenvolve aromas terciários intensos, nomeadamente o café torrado. Por ser um vinho de grande personalidade e complexidade, aconselhamos a escolha de pratos igualmente marcantes, como um pernil assado, arroz de pato, bacalhau a Gomes de Sá, etc. Temperatura de consumo aconselhada: 17 ºC

  • Produtor – Cachamoa
  • Região –  Terras do Sado
  • País – Portugal
  • Composição uvas – Corte de Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Castelão
  • Detalhes Produção – 18 meses em barricas de carvalho Francês. E 18 em garrafa, quando então sai para o mercado
  • Teor de álcool – 13.6º
  • Safra – 2002
  • Preço médio em Março/08 – R$60,00

0-barao-garra-custom.jpg Foi um vinho que me impressionou de diversas formas. Primeiramente na prova, um vinho realmente complexo, de muito boa estrutura e equilíbrio, gordo, taninos presentes mas de grande elegância, bom nariz com boa  paleta de aromas que se confirmam na boca com toques balsâmicos e boa acidez resultando em um vinho fresco que convida a comer. Vinho de boa persistência que nos dá enorme prazer ao tomar e nos deixa um gostinho de quero mais na boca. Importante frisar que o vinho tem teor alcoólico comportado e muito bem incorporado, o que é um fator importante a se ter em conta nos dias de hoje.  Todas esta satisfação e prazer, são elevados à enésima potência quando nos é anunciado o preço, R$60,00. Não existe nada deste calibre a este preço no mercado. Definitivamente, não de Portugal! Um belo vinho, que me entusiasmou e que recomendo a todos os amigos de Falando de Vinhos, certamente uma Boa Compra e um vinho diferenciado. Decididamente, um vinho com personalidade própria que me deu enorme satisfação ao beber. A decantação e sugestão de pratos que a importadora fornece, são uma bela dica a ser  seguida, especialmente o arroz de pato e o pernil assado, aos quais adicionaria uma bela perna de cabrito ou, para quem gosta de pratos mais exóticos, um javali na pucúra!  $ smile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gif 

Vinhos Argentinos, na Argentina.

               Existem vinhos na Argentina que, por alguma razão não aparecem por aqui. Talvez até haja importadores trazendo estas preciosidades, mas desconheço e não os vejo em lojas em São Paulo ou aquelas que trabalham com vendas on-line. Como tive algumas consultas sobre este tema e, também, sobre que vinhos comprar no exterior, aqui vão algumas dicas sobre o que buscar por lá em sua próxima visita ou listar para seu amigo do peito que esteja indo:

              A Bodega Del Desierto elabora vinhos muito bons com preços muito acessíveis. Da sua linha 25/5, gostei muito dos dois que tomei, o Cabernet Sauvignon e o Chardonnay, mas existem outros varietais que devem ser interessantes, em especial o Cabernet Franc que é muito elogiado. Ainda na linha dos vinhos baratos e muito bons, a Família Cassone produz excelentes vinhos por preços inacreditáveis. Eu tomei dois da linha Finca Florencia, o Malbec e o Merlot, e fiquei bastante impressionado pela elegância e harmonia de ambos, especialmente o Malbec já que o Merlot é mais austero. O Posta Del Vinatero Malbec 2005 Angel Paulucci que tomei, também me agradou bastante apesar de ser num estilo mais carnudo e potente. Tomei-o acompanhando uma bela perna de cordeiro na casa de um amigo e a harmonização ficou perfeita. Uma boa opção para quem tenha preferência por este estilo de vinho. Patron Santiago, da Finca El Zorzal, é um outro rótulo muito interessante, apesar de um pouco mais caro do que os outros aqui mencionados,  do qual eu tomei um muito bom, Cabernet Sauvignon 2002.  Tomei, ainda, um Stradivarius, que deveria ser um tipo de um Porto, mas elaborado com Malbec. Óbvio que não tem nada a ver com um Porto, mas é muito interessante e combinou muito bem com uma torta de chocolate que foi servida. Algo diferente! Para finalizar, um vinho curinga, para aquelas refeições onde o pessoal pede pratos dos mais variados, é o Saint Felicien Cabernet/Merlot produzido por Catena Zapata. Um vinho muito agradável, equilibrado muito redondo que já provei em diversas ocasiões e de safras diferente, porém sempre confiável e de fácil harmonização.

               O que comprar por lá? Bem, aí é muito difícil e uma decisão muito pessoal de cada um. Depende muito do caixa disponível. Primeiramente, é importante saber que pela legislação Brasileira, se pode trazer até 12 garrafas de vinho desde que dentro de sua cota de USD500 (compras no free de chegada não entram nessa cota e são uma boa opção. Vale a pena checar antes pela internet). Tendo dito isso, você pode trazer qualquer um dos vinhos acima, porque aqui não os encontrará e, com isso, estará ampliando e diversificando seu conhecimento de vinhos argentinos e surpreendendo seus amigos enófilos, ou qualquer outro que eu listei anteriormente em meus posts recentes sobre vinhos Argentinos. Pessoalmente, quando compro vinhos no exterior, o faço com rótulos que, normalmente, eu não tenha condições financeiras de comprar aqui, mesmo que só possa trazer meia dúzia. Um vinho de R$30 ou 50 tenho mais facilidade de comprar, já um de R$150 ou 200 não. Considerando-se que os vinhos lá custam algo como 50% do preço aqui nas lojas, a economia real é maior nessa faixa mais alta e me permito, conseqüentemente, tomar vinhos melhores. Por cerca de R$45 a 50 compro um Angélica Zapata, Por R$70 um Quimera, Por R$40 um Clos de Los Siete, um Rutini Cabernet/Malbec por R$30, e por aí vai.

              É isso, boas compras, veja algumas dicas de onde comprar em meu post “Comprando Vinhos no Exterior” e aproveite com sabedoria. A Argentina tem inúmeros rótulos de boa qualidade que merecem ser conhecidos, somente listei uma pequeníssima parte desse universo em todos estes posts. Aventure-se, corra riscos, desbrave essa imensidão de sabores e aromas. Ah, não esqueça do Montchenot Gran Reserva, vinho diferenciado, meio cult, de grande complexidade e elegância que merece ser conhecido. Vinho de guarda e se você encontrar da safra de 98 compre, é garantido e o preço deve andar por volta dos R$30 a 35,00, uma pechincha. Lembrando, vinhos devem ser comprados em lojas em que fique claro que estes estejam sendo bem condicionados preferencialmente longe do sol e em locais refrigerados. Com vinhos de guarda o cuidado é maior ainda, pois são mais suscetíveis aos maus tratos que porventura venham a sofrer. Se já é importante comprar vinhos em lojas idôneas quando em casa, quando no exterior isto é essencial já que não dá para voltar à loja no caso de um eventual problema. Salute amigo e que Bacco lhe ilumine o caminho com boas escolhas!

CORREÇÃO – Encontrei hoje (1/03/08) os vinhos da Familia Cassone em São Paulo, realmente na Granja Viana em Cotia, na Casa Palla, veja dados em “Onde Comprar”. O Finca Florencia está por $29,00.

Uruguai – Dominio Cassis, uma agradável surpresa

                Recentemente tive uma agradável surpresa ao participar da apresentação de uma vinícola recém chegada ao País. Pioneira, de uma região de colinas, próximo a La Pedrera e La Paloma ao norte de Punta Del Este e a cerca de 250kms de Montevideo, denominada Rochas. Foi nesta região de solo pedregoso, baixa fertilidade, pouca chuva e boa drenagem, que o enólogo Juan Ferreri se uniu a Carlos Tomasi para, em 1999, plantarem o primeiro vinhedo e a base do que é hoje a Bodega Domínio Cassis. Distante apenas 10 kms do do Atlântico, se beneficiam das brisas marinhas constantes, para amenizar temperaturas refrescando as noites e ajudando na manutenção da saúde do vinhedo que tem manejo orgânico.  Aqui se plantaram mudas de cepas com clones especialmente estudadas, selecionadas e totalmente adequadas ao tipo de solo existente na área. Resultado, um mix de parreirais de Cabernet Franc, Tannat, Cabernet Sauvignon e Syrah.

cassis-custom.jpg

 

 

 

             Seus vinhos são muito bem elaborados, com um claro projeto de qualidade no lugar de quantidade, o que se vem comprovar na boca ao provar seus saborosos e diferenciados vinhos. A primeira coisa que se pensa ao ser convidado para degustar vinhos Uruguaios, é que se vai provar basicamente Tannat e o tradicional corte de Tannat/Merlot,varietais de Cabernet Sauvignon, Petit Verdot ou Syrah, um Torrontés enfim, variações dessa linha de tendência. Pois bem, eis que nos deparamos com a primeira grata surpresa desta degustação. A criativa diversificação de cortes e o uso forte da Cabernet Franc na elaboração dos vinhos desta vinícola e, mesmo quando nos deparamos com um Tannat, não é aquela mesmice a que estamos habituados a provar. A segunda surpresa se deve á qualidade provada nos vinhos que comento abaixo e a terceira, que a meu ver é a cereja no chantilly, a estratégia comercial adequada com uma politica de preços sensata e adequada. Vão longe estes nossos amigos, mas vamos aos vinhos!

              De entrada, temos o Eclipse 2006 (12.8º), vinho elaborado com 100% de Cabernet Franc vinificado pela Bodega Tomasi, elaborado com as uvas retiradas da parte mais baixa do vinhedo. Sem barrica e baixa filtragem, é um vinho simples, mas muito interessante com aromas de frutos negros e algo de tostado que se comprova na boca. Vinho bem equilibrado com uma acidez média para baixa, taninos doces e um pouco curto. Vinho básico que entrega muito mais do que os previstos R$17,00 a que deverá estar sendo vendido nas lojas.

              O segundo vinho provado foi o Recuerdo 2005 (13º), um criativo corte de Tannat (50%), Cabernet Franc (47%) e Syrah (3%) com seis meses de barrica produzido com as uvas da região intermediária do vinhedo. No nariz, o primeiro impacto olfativo é meio alcoólico, porém rápidamente dissipado na taça quando sobressai um frutado agradável, sem exageros, com toques de chocolate provavelmente advindos do tempo em barrica. Na boca, não se sente em nada o álcool  que está muito bem integrado e equilibrado, acidez um pouco baixa, persistência média, redondo, formando um conjunto saboroso de se tomar e fácil de agradar. Por cerca de R$23,00, pode variar de loja para loja, é campeão.

                O terceiro vinho foi o Oceánico 2005 (13.5º), um corte de Tannat (50%), Cabernet Franc (40%), Cabernet Sauvignon (6%) e Syrah (4%) elaborado com as uvas mais nobres da parte mais alta das colinas do vinhedo. Sem filtragem e sem clareamento, o vinho é negro opaco e brilhante de corpo médio para encorpado. Taninos finos, acidez muito boa, aromas e sabores complexos, boa persistência, um vinho de muito boa qualidade que entusiasma. Ainda um pouco jovem, certamente evoluirá bem por mais um ou dois anos. Por apenas R$39 a 40,00 é uma verdadeira pechincha, para comprar de caixa! Certamente o campeão da noite no quesito custo X beneficio.

               Para finalizar, um belíssimo vinho, o Abraxas 2002 (13.8º) um 100% Tannat com 18 meses de barrica Francesa de primeiro uso, elaborado com o que de melhor o vinhedo produz e que, somente em ótimas safras será engarrafado. Por enquanto é a uncia Safra disponível.  É um vinho suntuoso, negro, tinge a taça e precisa respirar. Ao final de uma hora de decanter e taça, ainda estava se abrindo, é vinho para alguns anos de guarda, apesar que já pronto para beber, e que valerá a pena conferir em mais um ou dois anos pois terá muito a evoluir ainda. Muito harmônico, taninos finos ainda firmes, aromas complexos, fresco, encorpado, elegante, realmente um vinho do qual se orgulhar e com características diferentes dos outros Tannats 100% que já tomei. Brisa marinha? Solo? É o famoso Terroir em plena atividade! Somente 600 garrafas foram produzidas nesta excelente safra e o preço condiz com tanto requinte e complexidade, em torno de R$120,00. No Portal dos Vinhos, o preço está com uma promoção especial de lançamento, R$95,00, e vale cada gota! Um boa compra a este preço e, como existem poucas garrafas disponiveis, não dá para bobear. Vinho de grande personalidade.

cassis-wines-for-blog.jpg

 

 

 

               São vinhos que me agradaram bastante e que recomendo. Um jeito diferente de fazer vinho, fugindo da obviedade e de modernismos, com preços adequados que podemos pagar. Decididamente não são vinhos comuns. A boa parte da linha de produtos da Dominio Cassis, está disponível na excelente Portal dos Vinhos e na eclética BR Bebidas. Veja endereço e telefone em “Onde Comprar”