Tomei e Recomendo

Um Sedutor Tannat de Salta

Falo de um vinho de pequena produção e de uma região que poucos conhecem, ainda mais para esta uva. Conheci o vinho pela primeira vez há pouco mais de 4 anos e foi paixão à primeira fungada! rs Colomé Lote Especial Tannat 2014, produzido a 1700 metros de altitude com uvas do vinhedo La Brava, Valle Calchaquí. Quando o conheci tinha uma produção limitada a 1500 garrafas, porém hoje já está na casa das 8300 o que segue sendo bastante limitado, porém com preço acessível por lá, na casa dos 250 a 300 pesos ou em Reais entre os 50 a 60 tops, mas cheguei a ver por 215!! Não chega ao Brasil então quem Colomé Lote Especial tannatandar lá pelas terras de nuestros hermanos coloque em sua lista e aproveita traz duas garrafinhas para mim porque minha última tracei neste último Domingo, sniff! rs

São 12 meses de barrica com a madeira muito bem integrada e imperceptíveis 14,5% de teor alcoólico, O Vinho! Apesar de sua estrutura, cor escura mostrando grande concentração é de corpo médio para encorpado, taninos finos e aveludados, frutos negros presentes na boca e nariz, algum tabaco, extremamente rico e absolutamente sedutor, alguma especiaria no final de boca que mostra boa persistência e um agradável frescor. Gostosa paleta olfativa com notas florais, um vinho que prima pelo equilíbrio e dá enorme prazer tomar, que nos encanta e nos faz pedir bis. Um Tannat para quebrar eventuais preconceitos e paradigmas contra esta uva, sem contar sua tremenda relação PQP (Preço x Qualidade X Prazer). Certamente um Tannat para chamar de meu, um vinho que curto demais!!

Acompanhou maravilhosamente o rico arroz carreteiro elaborado com maestria por meu genro Júlio, um grande almoço esse de Domingo. Da Bodega Colomé em Salta, mas uvas vêm de vinhedo em Cafayate, um vinho de um lugar que me encanta ainda mais que os vinhos, quem sabe um retorno em 2018 e com um grupo bacana?? Por enquanto, a Patagônia está a um mês de distância, vem comigo? Kanimambo pela visita, saúde e um ótimo fim de semana.

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Chile, Dois Novos, Bons e Baratos Vinhos na Taça!

A busca por vinhos de boa relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) não cessa nunca e desta feita a origem é o Chile e uma só marca que já comentei aqui em outra ocasião com vinhos de valor algo mais alto, pero no tanto! Chegaram a fazer parte, como estes dois, da confraria Frutos do Garimpo numa parceria com o importador, a Lusitano Imports que acertou em cheio na escolha do produtor. São os vinhos Nancul, desta feita da linha Elegant com preço no mercado entre os R$45 a 50,00 e, na minha opinião, duas gratas surpresas que valem muito o preço. Aliás, do ponto de vista de percepção de valor, a resposta tem sido sempre bem acima do valor pago e recomendo. Vamos lá, vamos falar dessas duas pepitas que caíram na minha peneira! rs

Nancul Elegant merlotNANCUL Elegant Merlot – aquele vinho que não tem erro, agrada a gregos e troianos sendo super versátil no quesito harmonização. Eu tracei com pizza, num final de tarde fria de Sábado, mas podia ser um hamburguer ou nada, só um encontro harmonizando amigos e um bom bate papo. O Elegant no nome creio que foi uma escolha acertada do produtor que buscou e conseguiu exatamente isso. Um vinho de corpo médio, taninos macios, meio de boca rico e saboroso, fruta madura sem cair naquela geleia enjoativa, acidez equilibrada, média persistência que deixa na boca uma sensação de prazer (valor) maior ao preço pago o que hoje em dia é cada vez mais raro!

 

NANCUL Elegant Carmenére – O que mais me atraiu nele foi o fato de ele não Nancul elegant carmenéreapresentar aquelas nuances verdes agressivas que costumam ser bem presentes nos vinhos desta cepa nesta faixa de preços. Muito pelo contrário, o vinho se mostrou muito equilibrado, de corpo médio e aromas frutados com um leve toque de especiarias no final de boca, taninos aveludados, gostoso de tomar! Mostra cuidado em sua vinificação, colheita no tempo certo de madurez, um Carmenére para quebrar preconceitos e mostrar que seguir provando é essencial. Deu-se bem com bifes de chorizo na brasa e pelo preço, em minha opinião, uma tremenda barbada para um vinho desta qualidade

Dois bons vinhos, muito agradáveis de tomar que satisfazem sem deixar rombos no bolso. Acerto do Fernando da Lusitano Import em ter garimpado estes vinhos e ter adotado uma política de precificação adequada que deixa, em nós consumidores, um sorriso a mais no rosto fora o prazer. Linha que vale ser explorada sem temor, tudo o que provei até agora tem me agradado bastante e espero que possa também ter essa experiência e depois comente algo por aqui, sempre bom ter esse feedback dos leitores.

Estes vinhos fizeram parte dos Frutos do Garimpo de Agosto. Saúde e kanimambo pela visita.

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Falando de Sebastian, Um Espumante Diferente!

Volto com algo para curtir e celebrar, sabores diferentes e uma grata surpresa na taça. Começa por ser diferente pois vem da Lombardia fronteira com o Veneto, encostado no lago de Garda e mais uma razão para visitar CáMaiol Sebastian Rosatoesta linda região italiana. Lugana DOC, é lá que se situa a CàMaiol produtora deste gostoso espumante rosato (rosé) trazido ao Brasil pela Galeria de Vinhos.

Segue sendo diferente pois usa duas uvas tintas pouco conhecidas, a Groppelo (70%) com Marzemino, duas uvas tintas regionais. Após a primeira fermentação, fica sobre lias (Sur Lie) por um período de tempo não determinado, quando vai para a autoclave onde faz a segunda fermentação por cerca de dois meses (Método Charmat). Linda e sedutora cor, somente 25 mil garrafas produzidas, brut, ótima perlage com bonito colar de espuma, na boca um pouco mais de volume do que estamos acostumados a ver nos rosés por aí. Balanceado e fresco com um final diferenciado e complexo que ficam por bastante tempo na boca e levam a pensar notas sutis de uma leve oxidação que na realidade não existe, intrigante e sedutor. Quanto ao preço, anda na casa dos 100 a 115 Reais e pode ser encontrado nas “boas casas do ramo” ! rs

Eu ainda preciso testar, porém acho que pode dar um samba legal como acompanhamento a paella valenciana mista! Fica como sugestão a conferir numa próxima oportunidade. Ah, um fator menos importante, mas que chama a atenção; a linda garrafa que vira motivo de “briga” (rs) para ver quem leva para casa. É isso, conforme for desenterrando matéria vou publicando, sem data nem hora marcada! Kanimambo, saúde e nos vemos por aí! Nesta semana tem Enoladies, Wines of Chile, degustação da Go Where Gastronomia, muita fonte de inspiração que anda faltando, inté.

 

 

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Week Off, Mas ….

Estou tirando uma semaninha de folga por aqui, mas não queria deixá-los assim sem deixar nada para vocês degustarem. Eis então uma listinha curta de vinhos para você se dar bem sem gastar muito, no máximo vinhos até 65 Reais, mas tem a partir de R$40, com sede você não vai ficar não, não deixo!! rs

Da Argentina

Raza Malbec e Torrontés, Prisionero Malbec, Casarena 505 tanto o Chardonnay quanto o Rosé de Malbec, Gouguenheim Valle Escondido Cabernet Sauvignon, Casa La Primavera.

Do Chile

VSE Classic Chardonnay, Nancul Cabernet Sauvignon Classic, VSE Carmenére, Casa Diego Pinot Noir, Nancul Elegant Reserve Merlot, Quereu Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc, Apaltagua Riesling e Pinot Grigio, Nancul Collection Malbec.

De Portugal

Confidencial, Versátil tinto e branco, Albernoa Tinto, Quinta dos Termos DOC, Forja do Ferreiro, Paxis Lisboa, Paxis Arinto, Paxis Douro, Villa Romanu Tinto, Rotas branco, Guigas vinho verde.

Da Itália

Vistamonti Barbera, Mandorla Syrah, Vasari Montepulciano

Da Espanha

Lealtanza Rioja Edicion Limitada, Los Molinos Tempranillo, Campos Reales Tempranillo, Visigodo Verdejo, Legado Munoz Garnacha

Agora é só sair por aí na busca desses achados, vinhos que recomendo nessa faixa de preços bem competitiva e que volta e meia aportam na minha taça porque as coisas não andam fáceis não, mas de qualidade não abro mão e a encontramos em tudo o que é faixa de preço. Boa caçada e saúde! Kanimambo e volto em breve, fui!!

 

Dois Italianos na Taça.

A família é uma só, mas com os pés nas duas principais regiões produtoras italianas, Piemonte e Toscana, e recomendo uma visita ao site deles clicando aqui > http://gaslinialberti.it/. Dois vinhos bem diferentes, mas igualmente suculentos, cada um com seu jeito, suas nuances e uvas. A meu ver, dois vinhos que valem o preço pedido (considerando-se nossa realidade) e que frequentam minha taça volta e meia e, por isso mesmo, quis compartilhá-los com os amigos. 
bricco-monferratoDo Piemonte Bricco San Giovanni Monferrato Rosso 2011 – Um vinho que conheci recentemente na busca por vinhos desta região para uma degustação temática. O frescor e fruta típica da Barbera (60%) se alia ao Merlot que aporta algo mais de corpo, cor e notas herbáceas ao conjunto. Passa seis meses em barrica de carvalho e afina em inox por mais seis meses antes de sair para o mercado. O resultado é um vinho bastante rico, boa textura, paleta olfativa de boa intensidade lembrando frutos do bosque, que deve acompanhar bem pratos de carnes com molho, pastas, risotos, mostrando-se bastante versátil. Recentemente o coloquei na degustação de uma confraria tendo sido um sucesso e uma surpresa para todos, vinho na casa dos R$115 a 120,00 em Sampa.
Da Toscana, Badia di Morrona Rosso dei Poggi 2013 – Aqui a protagonista é a Sangiovese, principal rosso-dei-poggiuva da região, que é complementada pela Cabernet Sauvignon, Merlot e um tico de Syrah. Um vinho que desde a primeira fungada me seduziu e o produtor tem história pois se situa num outrora mosteiro beneditino do século XI. Sem passagem por madeira, mostra-se muito aromático e intenso no nariz. com aromas de frutas vermelhas e ervas aromáticas. Na boca mostra-se de médio corpo, macio e equilibrado sendo uma ótima companhia para massas e pratos de carne menos estruturados ou condimentados, um vinho que me dá muito prazer tomar. No mercado o preço gira em torno de 90 a 95 Reais (em Sampa) e a distribuição é feita pela Lusitano Import que apesar do nome trabalha com vinhos de diversas origens.
Por hoje é só, fui! Saúde e kanimambo pela visita esperando vos rever por aqui em breve ou em qualquer outro ponto de nossa vasta vinosfera.
 

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Córdoba, na Argentina, Produz Vinho??

Sim, desde o século XVI quando os jesuítas plantaram as primeiras vinhas nas Sierras de Cordoba, região rica em microclimas porém muito pouco conhecida entre nós. Sabemos que 90% ou mais do vinho argentino vem de Mendoza  e, no máximo, é de conhecimento geral que há produção também na Patagônia, Salta, San Juan e Rioja, porém dos cerca de 15 produtores de Cordoba, pouco se sabe e eu tão pouco, primeiros goles estes! rs
Quando há cerca de dois meses participei de um almoço/degustação com Matias Michelini e seus vinhos, fomos surpreendidos pela presença de dois outros produtores. O Germán de que já falei aqui, e Pablo Asef de quem venho falar hoje. Um produtor biodinâmico, La Matilde comarca biodinâmica produzindo queijos de cabra, mel, ervas, verduras, compotas de tomate e agora vinho com a consultoria do Matias. Por enquanto a capacidade instalada é de 15.000 garrafas anos em quatro hectares de onde sai este bom e raro Tannat, da qual apenas 1.300 foram produzidas. Com cinco ovos de concreto a Bodega instalada a cerca de 800 metros de altitude na base do Cerro Champaquí, tirará da safra de 2017 suas primeira garrafas totalmente integradas (vinhedos e bodega próprios) e estou curioso por conhecê-lo.
Pelo que me informaram, a região ainda em em formação e desenvolvimento de vinhas, tem boas Sierra Roja tannatcondições climáticas para as uvas que pedem regiões mais quentes. Até perguntei sobre a Petit Verdot e sim, poderá até vir a ser uma casta a ser explorada. No momento o projeto é também de um Malbec, o Tannat, um Cabernet Sauvignon e no futuro um blend dos três. Se conseguirem um tico de Petit Verdot só para colocar nesse blend, deverá ficar da hora!! rs
Enfim, o vinho que nos foi apresentado foi esse Sierra Roja Tannat 2016, a primeira safra do vinho, que nos surpreendeu e ainda não está disponível no Brasil. Muito fresco nos aromas, na boca mostra sua raça, meio de boca bastante estruturado e denso, frutos escuros, final com taninos  sedosos e arredondados ainda por integrar porém mostrando já bom equilibrio, alguma especiaria, fresco e longo. Em minha modesta opinião, diferente dos uruguaios (menos austero) e os de Salta (menos fruta), por isso mesmo um vinho de personalidade própria que reflete o seu terroir de forma mais verdadeira, sem querer ser mais nada do que ele é, um vinho minimalista! Não é um vinho barato, lá creio que anda na casa dos 950 pesos, mas certamente gente em quem tem que se prestar atenção no futuro já que novas fronteiras começam a ser desbravadas de forma mais atuante.
Uma ótima semana para os amigos e grato pela visita, espero continuar vendo-os por aqui ou qualquer esquina desta nossa  imensa vinosfera. Saúde e kanimambo!

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Brutal Harmonização, Mais Uma Surpresa na Taça e no Prato!

Uau, realmente há momentos no mundo enogastronomico que mexem com a cabeça e para sempre ficam na memória, este foi um deles! Como sabem, pelo menos a maioria, tive uma formação inglesa quando jovem pois dos 11 aos 18 estudei na África do Sul. Um resultado disso é que em algumas situações, por incrível que pareça, ainda tenho dificuldade de expressar pensamentos e emoções em português, não é frescura não, juro! Ás vezes uma expressão em inglês diz tudo como neste caso, pois “there is never a dull moment” no conviver com a alma inquieta e criativa do Matías Michelini e esta experiência só vem comprovar isso. Aliás, o difícil é acompanhar tanta novidade que a família Michelini gera anualmente!! rs

Digo isto porque o Matías nos traz sempre algo novo, inventa, viaja e busca emoções diferentes no que faz e da forma que faz. Como as produções são  limitadas, ele se dá ao luxo de “inventar” um vinho para acompanhar determinado alimento ou prato, não é uma coisa de louco? rs Louco no bom sentido, obviamente, e ainda bem que existe gente assim que nos faz abrir a mente para coisas diferentes saindo da mesmice, seja um enólogo ou chef de cozinha.

Pois bem, já falei demais e não falei nada da Brutal Harmonização que tomou conta de meu recente encontro com ele, o Guilherme da VinoMix, do Deco (Enodeco) e outros amigos e conhecidos do mundo do vinho num almoço no pequeno, charmoso e gostoso restaurante Chef Vivi na Vila Madalena aqui em São Paulo. À mesa veio um prato de Cordeiro com redução no próprio cozimento, Couscous Marroquino com castanhas, Crispy de palmito pupunha e laminas de rabanetes tudo ôrganico. Gente, derretia na boca, as diferentes texturas se completavam maravilhosamente, prato divino e aí veio o vinho, o La Via Revolucionaria Bonarda. Mais um Bonarda? Ledo engano, maceração carbônica (que não é muito a minha praisa e muito comum na Espanha), um tinto com frescor de vinho branco, ótima textura, muita fruta, foi bem com o prato mas tenho que confessar, na harmonização não encantou. De acordo com o Matías, foi elaborado pensando no pré-churrasco, para tomar refrescado com Brutal TorrontésMorcilla e Chorizos e só de pensar já babei, aí sim! de qualquer forma, pela primeira vez me curvei a um vinho de maceração carbônica e preciso arrumar umas garrafas dessas para acompanhar morcillas bem temperadas, pois o jeitão do vinho tem tudo a ver com pratos mais condimentados, inclusive asiáticos. Tomaria muitas!!! rs

Ué, mas cadê a Brutal Harmonização do títulos, deve estar perguntando você? Bem, essa chegou na hora que o  Matías sacou de uma garrafa de La Via Revolucionaria Brutal de Torrontés! Falei dele pela primeira vez aqui, numa visita à vinoteca JÁ (Joaquin Alberdi) em Buenos Aires, minha vinoteca preferida na terra dos hermanos, um Torrontés laranja, um vinho branco vinificado como tinto com suas películas (cascas) o que resulta num branco alaranjado (vinhos laranja) com bastante corpo. Um vinho complexo, diferente, que gosto bastante, mas que nunca consegui pensar em com o quê o tomar, até este dia! Uau, que harmonização genial, o prato e o vinho juntos explodiram na boca com outra intensidade de sabores, um verdadeiro êxtase hedonístico, adorei!! A chef Vivi bem que poderia introduzir o vinho em sua carta e sugerir esta harmonização, eu certamente passaria por lá de forma amiúde para me esbaldar nesses prazeres.

São essas experiências e esses resultados que me fazem entender do porquê que eu um dia embarquei nesta viagem enogastronomica. Certamente entre as cinco mais incríveis experiências gustativas que já time o privilégio de viver, lembrando que sou um mero mortal! rs

Gente, valeu pela visita, fico por aqui hoje e babando depois de escrever estas linhas movido pela emoção e prazer em mim despertados. Um kanimambo enorme ao Matías e à Chef Vivi “for having swept me off my feet” (desculpem! rs), assim como do Deco e Guilherme pelo gentil convite que culminou nisso! Dos seis vinhos provados no dia, com este post já falei de cinco! Na próxima semana falarei do sexto e de mais uma agradável surpresa, o Sierra Roja, um saboroso Tannat biodinâmico de Córdoba.

Matias na chef vivi

Um ótimo fim de semana para todos, e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí, na Vino & Sapore ou qualquer outro canto de nossa vinosfera, fui!

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Um Douro Encantador na Taça, Quinta do Pessegueiro

Segunda prova e a confirmação de estar frente a frente com um vinho de fina estirpe. Projeto novo para os padrões da região, 1991, quando o terreno foi comprado pelo industrial, hoteleiro e produtor de vinhos francês Roger Zannier, que se apaixonou pelo lugar em suas idas e vindas na atividade textil, e aí iniciado o plantio das primeiras vinhas. Posteriormente outras terras foram agregadas ao projeto possibilitando uma maior harmonização dos vários terroirs durienses que se reflete no vinho. Os vinhos estão a cargo do diretor geral e genro de Zannier, o borgonhês Marc Monrose, e do jovem enólogo João Nicolau de Almeida Junior que carrega consigo o DNA dos grandes (pai e avô). Um vinho que está entre meus preferidos e que recomendei aos amigos que viajam a Portugal e continuamente me pedem dicas do que comprar e trazer de lá. Por sinal, dá para não se apaixonar por uma paisagem destas?? (clique na imagem para ver o projeto da casa, DIVINO!!)

Casa qta do Pessegueiro

Desta feita, no entanto, provei algo mais e me entusiasmei com tudo! rs Começamos pelo ALUZÉ tinto 2011, um vinho de “entrada” elaborado com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Vinhas Velhas vinificado e envelhecido em balseiros de 10 a 15.000 Qta do Pessegueirolitros o que dilui a influência da madeira que mal se sente. Um tinto de boa intensidade aromática, muito vibrante, muita fruta fresca, ótimo frescor, muito equilibrado, médio corpo, taninos finos e macios, com um final apetitoso que pede a próxima taça. Um vinho realmente sedutor que me encantou. Vinho na casa dos R$120 a 140,00

A seguir tive o prazer de rever o Quinta do Pessegueiro 2012, um vinho de outro escalão, galgamos alguns degraus a mais aqui. Vinhas velhas com mais de 80 anos às quais se unem as, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz vinificadas em balseiros e lagares de concreto e posteriormente envelhecido em barricas francesas de 225ltrs e austríacas (carvalho alemão) de 600ltrs por um período de 18 meses. Paleta olfativa intensa e complexa, daqueles vinhos de ficar na dúvida se se bebe ou se funga, demais!! rs Maior estrutura, taninos mais presentes porém já mostrando muita elegância e finesse, fruta presente com notas mais terrosas, um meio de boca de bom volume sem excessos mostrando muita harmonia, acidez bem equilibrada e um final de longa persistência com um toque algo Qta do Pessegueiro Portomineral e fresco. Tremendo de um vinho na minha opinião, jovem com anos de vida para nos fazer sorrir e o preço acompanha a qualidade, por aqui em terras brasilis na casa dos R$260 a 280,00.

Porto Vintage 2014 – este ainda não está no Brasil, mas a marca da elegância e finesse se mostrou na minha taça com tudo. Como um vinho fortificado, a estrutura e o álcool estavam lá, porém tão bem harmonizados, integrado e macio na boca que me surpreendeu num vinho tão jovem ainda. Um Porto Vintage diferenciado, que ainda adicionarei à minha pequena mas seleta coleção, pois gostarei de o rever daqui a alguns anos. Esta Quinta, que agora entra em meu wish list de visitas, deixa uma marca que esta pequena prova deixou bem clara para mim, a busca pelo equilíbrio e a finesse dos vinhos apresentados.

Apesar da idade, certamente já uma Quinta a se ter conta quando se fala de vinhos top do Douro em linha com os grandes vinhos da região e muito ainda haverá de vir. Uma ótima semana a todos, kanimambo pela visita, saúde e nos vemos por aqui ou em algum dos muitos caminhos de nossa vinosfera.

 

 

 

Blanc de Piel e Blanc de Alba, Que Blanc Experiência!

A convite da VinhoMix, jovem importadora que começa a trazer alguns dos rótulos dos irmãos Michelini, tive o prazer e privilégio de almoçar no restaurante Chef Vivi (adorei e falarei dele em outro momento) na Vila Madalena aqui em Sampa, na companhia de alguns jornalistas o Matías Michelini e mais dois produtores amigos dos quais um já falei aqui (post anterior). Cada vinho uma emoção e sensações diferentes, razão porque esse almoço ainda vai gerar diversos outros posts por vir. Hoje vou falar só desses dois brancos que, para variar, me encantaram.

Os irmãos Michelini são um caso à parte na competitiva e criativa vinicultura argentina, uma lufada de ar fresco numa indústria que busca sair do lugar comum com uma série de jovens enólogos comprometidos com excelência e mudanças assim com a busca de maior presença dos terroirs nativos em seus vinhos. O resultado de mudança de métodos, processos e filosofias tanto nas bodegas como nos vinhedos, é uma consequente e clara mudança no estilo dos vinhos com Malbecs “menos” Malbec e uma diversidade de novos experimentos que estão dando, na minha opinião, muito certo!

blanc de albaBlanc de Alba 2014 – um projeto a dois, Juan Pablo (Juampi) Michelini e a sommelier argentina Augustina Alba. O vinho se ajustará ao resultado da safra dependendo de como as castas se apresentem, neste ano de 2014 foi Sauvignon Blanc, Riesling e Semillon porém a nova safra de 2015 vai ser de Sauvignon Blanc, Semillon e Chardonnay todas de Gualtallary e biodinâmicas. Quantidade limitada a cerca de 2400 garrafas em 2014, fermentado em ovo de cimento de 2000 litros, sem correção, leveduras selvagens e um certo tempo sur lie resultam num vinho untuoso, muito aromático, bom volume de boca mas mantendo uma certa leveza e ótimo frescor com final longo mieral e muito, muito agradável. Um vinho verdadeiramente sedutor que pede bis, Suenõs Blancos de Gualtalarry!

Via Revolucionaria Sauvignon Blanc de Piel 2015 – para falar deste vinho tenho que começarRevolucionaria Blanc de Piel falando de Água de Roca, um incrível Sauvignon Blanc que o Matías Michelini faz na Passionate Wines, sobre o qual já falei e você pode rever clicando aqui, tenho uma tara por esse vinho!! rs O Água de Roca não passa por prensagem com imediata retirada do mosto (suco da uva) para obter o mais puro e fresco caldo. Sobram as películas ainda com um monte de mosto dentro que é então prensado ficando o mosto em maior contato com as borras (sur lie) e películas. O resultado é que de cada 1000kgs dessas películas se extraem apenas cerca de 100 litros de mosto o que resulta num vinho que nada tem a ver com aquela leveza do Água de Roca. É um vinho delicioso que mantém a acidez característica da cepa e do terroir, porém com mais corpo e complexidade, ás cegas dificilmente diria que é Sauvignon Blanc. Surpreendente, mais uma vez, o Matías tem essa mania! rs

Mais dois vinhos para meu arsenal de brancos que tanto aprecio e mais uma mostra que o Vale do Uco y Gualtalarry em especial, são ótimos para estes vinhos. A família Michelini tem hoje cerca de 84 vinhos diferentes em seu portfolio e muitos deles de pequenas produções. Fazem vinhos de que gostam e, por suerte como disse o Matías, tem outros que gostam! rs Eu sou um deles e mais uma vez me rendo a seus vinhos, dois brancos que certamente farão parte de minha adega assim que possível. Tem mais, mas essas experiências compartilharei mais tarde .

Kanimambo pela visita, saúde e nos vemos novamente por aqui em breve, tenham uma ótima semana.

 

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Um Malbec Surpreendente, LIVVERÁ!

Muito recentemente tive o privilégio de almoçar com uma pessoa que respeito e admiro muito e ele trouxe junto um amigo do face que não conhecia pessoalmente, o Germán Massera, enólogo de mão cheia com passagem pela Bodega Noemía e Finca Sophenia. Com um perfil naturalista, biodinâmico, orgânico (mesmo não sendo seguidor sou um apreciador) ele apresentou na companhia do amigo Matías Michelini, seu LIVVERÁ (vivas e verás ou vida de verdade?) é uma singela obra prima engarrafada obtida de uvas de três diferentes vinhedos de Gualtalarry co-fermentados,de maceração suave em ovos de cimento, baixa extração e afinado por 12 meses em barricas de carvalho muito (rs) usadas buscando a fruta e elegância.

Deixemos de lado as experiências vividas com algumas bombas tânicas , vinhos super extraídos, alcoólicos e mastigáveis que Livverá malbecalguns adoram, mas que a meu ver não têm nada a ver e não fazem minha cabeça! O bicho aqui é outro, estamos diante de um dos únicos dois produtos (o outro é um Malvasia que não provei) que este jovem projeto – Escala Humana Wines – deste jovem enólogo nos traz e é pura felicidade e prazer. Muita fruta, textura de boca saborosa, fresco, uma riqueza e equilíbrio naturais que nos trazem um sorriso à boca e uma alegria à alma, taninos finos tremendamente elegantes e suculentos, um vinho que fez querer tomar garrafa e não taça! Apenas 13.5% de teor alcoólico, boa acidez e poucas garrafas! Adorei ler no rótulo, “Botella nº1 de Pocas”, genial, mostra bem o espírito da concepção da obra. Parabéns Germán, espero não só provar, mas tomar algumas dessas preciosidades que, por enquanto e ao que saiba, ainda não está no Brasil mas vi que tem por lá na origem por volta dos 80 Reais.

Mais uma gostosa experiência num almoço divino sobre o qual ainda tenho muita coisa a falar, aguardem. Por enquanto a produção aqui no site está baixa, a sobrevivência tem tomado meu tempo (rs), mas tem bastante material engatilhado. Abraço, saúde, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui e, porquê não, na Vino & Sapore onde sempre haverá uma taça a desfrutar com os amigos que se identificarem como leitores. Fui, se der tempo tem mais na semana, se não só após o feriado, vamos ver …