Países & Produtos

Mariana Mudou e Para Melhor!

O vinho logicamente! rs Há uns meses tive a oportunidade de participar de uma degustação de vinhos Ibéricos da World Wine e um dos pontos em que mais me demorei foi na Herdade do Rocim, onde o prazer se cultiva (gostei disso!). O Pedro Ribeiro, diretor geral e enólogo da Herdade, tem algo em comum comigo, ambos desfrutamos por algum tempo do convívio com a saudosa amiga Inês Cruz e “só” isso já rendeu um bom papo.

Antes de falar do Mariana, provei bastante coisa, deixa eu comentar o excelente trabalho que o Pedro e a Herdade vêm fazendo por lá e já coloquei esta casa produtora em minha wish list para uma próxima viagem ao Alentejo. Vejamos:

Herdade do Rocim Branco – um tradicional corte de Antão Vaz, Arinto e Roupeiro muito rico, equilibrado, seco, boa fruta puxando para as notas cítricas, e de boa persistência. Na casa dos 100 reais, um vinho bastante interessante e cumpridor!

Olho de Mocho Reserva Branco 2014 – grande vinho na minha modesta opinião, um 100% Antão Vaz com uvas de vinhedos de mais de 70 anos com passagem de seis meses por barricas francesas. A Antão Vaz vinificada só, normalmente gera vinhos de bom corpo, untuosidade e frescor, este não foge á regra. Madeira muito bem aplicada, levanta o conjunto e dá-lhe complexidade sem comprometer, longo, cremoso, boa textura, fresco com uma certa mineralidade de final de boca que persiste por um tempão! Na casa dos R$140,00.  Para quem não sabe, mocho é coruja lá na terrinha.

Herdade do Rocim Tinto 2014 – Corte de Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Aragonês de taninos finos e macios, aromas algo tímidos com notas florais, fruta mais madura em boca com um toque final de especiarias e um certo frescor. Vinho fácil de agradar ao palato da maioria, passagem de 8 meses por barricas francesas. Na casa dos 110 Reais.

Olho de Mocho Reserva Tinto 12 – Pisa a pé, corte de Touriga Nacional, Alicante Boushet e, surprise, Tannat! A cada ano o corte pode sofrer mudanças e para 2013 o Pedro me disse que foi Alicante Bouschet, Tinta Miúda e Petit Verdot e me deixou muito curioso por provar. Quem sabe não pinta uma oportunidade logo e se in loco melhor ainda! rs Um vinho que salta alguns degraus na minha opinião e que me seduziu não só por sua complexidade, mas por sua finesse mesmo que apresentando maior austeridade e corpo, 16 meses de barrica francesa, vinho ainda jovem com muitos anos para evoluir e nos dar prazer certamente. Muito bom vinho e como tal já na casa das 200 pratas.

Pois bem, estava deixando de lado o Mariana, um vinho de entrada que já conhecia de velhos carnavais e, bem, não era ruim mas também nunca me seduziu. Tinha igual de monte por aí e, até em função disso, sem personalidade. Só que o Pedro me convenceu a prová-lo, me garantiu que o vinho era outro após as mudanças feitas por ele e equipe. Ora pois, não é que o gajo estava certo!!

Mariana Tinto – Deixei por último não porque seja o melhor ds vinhos provados, mas porque foi o que mais me surpreendeu e porque é o mais acessível o que, nesta crise e com os preços em nossa terra brasilis, é sim um fator preponderante para a maioria na hora de se comprar um vinho, pelo menos para mim é! Corte de Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Aragonês com passagem de seis meses por barricas francesas de 2º e 3º uso, ganhou corpo e complexidade sem perder seu caráter mais jovial e fresco, com fruta vermelha madura mais presente, taninos aveludados e finos (característica de tudo o que provei deles) compondo um conjunto de muito boa qualidade, rico e equilibrado sem arestas que dá muito prazer de tomar. Na casa dos R$75,00 (preços atualizados porém podem existir estoques antigos por aí) um vinho que cabe no meu bolso e me entrega prazer ao tomar, destaque a meu ver e certamente achará seu caminho para minha adega! rs Gosto de vinhos que falam comigo e este tem um papo que me agradou, rs.

Herdade do Rocim - Prova

Bem, por hoje é só e na dúvida já sabem, o vinho é luso!! rs Kanimambo pela visita e seguimos nos vendo por aqui ou por aí nas estradas de nossa vinosfera. Saúde, fui.

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Signature de Susana Balbo, um Torrontés Diferenciado

Tem gente que torce o nariz para os vinhos elaborados com Torrontés na argentina, mas poucos tentaram se atualizar sobre o tema nos últimos anos. Tem vinhos de muita susana balbo torrontés com tapasqualidade no mercado que surpreenderiam a maioria dos céticos de plantão. Eu não estou nem aí, gosto do que tenho provado e entre os melhores está este que é diferenciado!

A semana estava fria, então não resisti; lareira acesa, na companhia da loira e Fondue de queijo. Sou gamado neste Torrontés argentino muito especial o Signature de Susana Balbo que é fermentado em barrica sendo um dos melhores vinhos brancos argentinos do momento e olha que tem muito vinho branco top por lá, sempre tenho um na adega, pelo menos tento ter porque duram pouco! rs Sei, já sei que sempre falo para se afastar de brancos amadeirados com Fondue de Queijo, mas este é diferenciado, a madeira é toda ela muito sutil sem prejudicar o conjunto e ainda fiz uns “pinchos” com uma torradinhas de pão italiano, azeite, presunto parma e brie, ficou da hora! Por outro lado, estava com vontade de ambos então, porquê não? Como sempre falo, harmonizar é bom, mas não é tudo, sem fobias!! rs

Na verdade, tenho que confessar que com; friozinho, lareira acesa, tapas, fondue e minha loira, qualquer vinho ornava!! rs Agora falando sério, pela primeira vez abri uma garrafa destas, já abri muitas, e senti um pouco mais de madeira do que o usual. Acho que pode ser coisa dessa garrafa especificamente, porque a anterior que tomei há poucos meses (mesma safra o origem) não estava assim ou pode ser que na harmonização a madeira apareceu mais, a maior probabilidade. Na verdade e no fritar dos ovos, pouco me importou, diferentemente da Confraria onde afora a farra havia uma conotação mais clara de estudo e experimento, aqui o tema era outro então, sem ressalvas! rs

Susana Balbo Torrontés com fondue

Bem meus amigos, a frente fria chegou de novo e não deve durar muito então aproveitem porque não devemos ter muitas mais este ano. Kanimambo pela visita e nos vemos em breve por aqui ou em algum outro ponto de nossa vinosfera. Fui!

 

Salvar

Salvar

Falando de Sebastian, Um Espumante Diferente!

Volto com algo para curtir e celebrar, sabores diferentes e uma grata surpresa na taça. Começa por ser diferente pois vem da Lombardia fronteira com o Veneto, encostado no lago de Garda e mais uma razão para visitar CáMaiol Sebastian Rosatoesta linda região italiana. Lugana DOC, é lá que se situa a CàMaiol produtora deste gostoso espumante rosato (rosé) trazido ao Brasil pela Galeria de Vinhos.

Segue sendo diferente pois usa duas uvas tintas pouco conhecidas, a Groppelo (70%) com Marzemino, duas uvas tintas regionais. Após a primeira fermentação, fica sobre lias (Sur Lie) por um período de tempo não determinado, quando vai para a autoclave onde faz a segunda fermentação por cerca de dois meses (Método Charmat). Linda e sedutora cor, somente 25 mil garrafas produzidas, brut, ótima perlage com bonito colar de espuma, na boca um pouco mais de volume do que estamos acostumados a ver nos rosés por aí. Balanceado e fresco com um final diferenciado e complexo que ficam por bastante tempo na boca e levam a pensar notas sutis de uma leve oxidação que na realidade não existe, intrigante e sedutor. Quanto ao preço, anda na casa dos 100 a 115 Reais e pode ser encontrado nas “boas casas do ramo” ! rs

Eu ainda preciso testar, porém acho que pode dar um samba legal como acompanhamento a paella valenciana mista! Fica como sugestão a conferir numa próxima oportunidade. Ah, um fator menos importante, mas que chama a atenção; a linda garrafa que vira motivo de “briga” (rs) para ver quem leva para casa. É isso, conforme for desenterrando matéria vou publicando, sem data nem hora marcada! Kanimambo, saúde e nos vemos por aí! Nesta semana tem Enoladies, Wines of Chile, degustação da Go Where Gastronomia, muita fonte de inspiração que anda faltando, inté.

 

 

Salvar

Salvar

Salvar

Dois Italianos na Taça.

A família é uma só, mas com os pés nas duas principais regiões produtoras italianas, Piemonte e Toscana, e recomendo uma visita ao site deles clicando aqui > http://gaslinialberti.it/. Dois vinhos bem diferentes, mas igualmente suculentos, cada um com seu jeito, suas nuances e uvas. A meu ver, dois vinhos que valem o preço pedido (considerando-se nossa realidade) e que frequentam minha taça volta e meia e, por isso mesmo, quis compartilhá-los com os amigos. 
bricco-monferratoDo Piemonte Bricco San Giovanni Monferrato Rosso 2011 – Um vinho que conheci recentemente na busca por vinhos desta região para uma degustação temática. O frescor e fruta típica da Barbera (60%) se alia ao Merlot que aporta algo mais de corpo, cor e notas herbáceas ao conjunto. Passa seis meses em barrica de carvalho e afina em inox por mais seis meses antes de sair para o mercado. O resultado é um vinho bastante rico, boa textura, paleta olfativa de boa intensidade lembrando frutos do bosque, que deve acompanhar bem pratos de carnes com molho, pastas, risotos, mostrando-se bastante versátil. Recentemente o coloquei na degustação de uma confraria tendo sido um sucesso e uma surpresa para todos, vinho na casa dos R$115 a 120,00 em Sampa.
Da Toscana, Badia di Morrona Rosso dei Poggi 2013 – Aqui a protagonista é a Sangiovese, principal rosso-dei-poggiuva da região, que é complementada pela Cabernet Sauvignon, Merlot e um tico de Syrah. Um vinho que desde a primeira fungada me seduziu e o produtor tem história pois se situa num outrora mosteiro beneditino do século XI. Sem passagem por madeira, mostra-se muito aromático e intenso no nariz. com aromas de frutas vermelhas e ervas aromáticas. Na boca mostra-se de médio corpo, macio e equilibrado sendo uma ótima companhia para massas e pratos de carne menos estruturados ou condimentados, um vinho que me dá muito prazer tomar. No mercado o preço gira em torno de 90 a 95 Reais (em Sampa) e a distribuição é feita pela Lusitano Import que apesar do nome trabalha com vinhos de diversas origens.
Por hoje é só, fui! Saúde e kanimambo pela visita esperando vos rever por aqui em breve ou em qualquer outro ponto de nossa vasta vinosfera.
 

Salvar

Boa Família de Vinhos Chilenos – Nancul!

Já faz um tempinho que não comento vinhos chilenos, porém pretendo mudar isso a partir de hoje compartilhando com vocês alguns rótulos chegando ao Brasil agora e outros há tempos aqui porém pouco conhecidos. Hoje começo falando do Nancul, uma linha de vinhos produzida pela Hugo Casanova e importada pela Lusitano Import com exclusividade para o Brasil.

nancul familyNancul Family Reserve 2012, um jovem ainda em plena adolescência! Na minha percepção de valor é um vinho para algo ao redor de uns R$150 a 160,00 e só por isso já me dá muita satisfação apresentá-lo aqui pois seu preço médio é de R$115 a 125 ou seja, ficamos com a sensação de que nos demos bem! rs

Um blend de Cabernet Sauvignon com Syrah, Ainda novo, mostra bastante estrutura com taninos firmes, robustos mas finos, bom volume e textura de boca, sem goiabas nem pimentão (apesar de chileno – rs), fruta abundante, complexo e denso na boca, aromas de frutos do bosque negros (mirtilos e coisas do tipo) com um toque de especiarias, a meu ver um vinho que poderia até passar por uns 30 minutos de aeração ou até guardar por mais uns dois anos, mas acho isso tarefa das mais difíceis! rs  Dez meses em tanques de inox, depois passa for 15 meses de barrica e descansa 10 meses em garrafa para afinamento e nosso deleite, senhor vinho!

Nancul Collection Reserva Malbec 2015 – Gama média desta linha e arriscaria dizerNancul malbec que a percepção de valor deste vinho andaria ao redor de 70 a 75,00 a garrafa, porém para nosso deleite o preço final ao consumidor está em torno de 60 pratas, mais uma ótima compra.

A Malbec, de um terroir menos conhecido mas que gera varietais muito interessantes só que em estilo diferente do que estamos acostumados da Argentina. Pessoalmente achei muito legal este Malbec chileno num estilo menos potente e mais elegante de taninos finos e fruta abundante porém sem aquela fruta super madura muitas vezes encontrada nos vinhos argentinos de baixo preço. Um vinho que surpreende, até em função do preço, muito agradável de tomar, de corpo médio e sedoso final de boca, para tomar sem parcimônia e muito versátil de harmonização, do hamburguer, passando pela pizza até um bacalhau ao forno! Para tomar muitas sem cansar, o que nem sempre se consegue com os vinhos argentinos similares, com os amigos num bate papo informal, um vinho que fez minha cabeça nesta gama de preços.

Este primeiros dois vinhos fizeram parte dos Frutos do Garimpo de Junho, mas já tive oportunidade de conhecer o Cabernet Sauvignon da linha básica deles, a Classic, que está numa faixa de preços entre R$40,00 a 45,00. Mostrou boa densidade de boca, aromas convidativos típicos da cepa, taninos aveludados, médio corpo, apresentando características de um vinho de valor mais alto. Dei a degustar a mais dois amigos que fizeram uma avaliação muito positiva pois o acharam um vinho de uma faixa  entre R$60 a 70,00. Nessa faixa encontrar qualidade está cada vez mais difícil, então fiquei bastante feliz ao me deparar com este rótulo.

Ainda tenho mais dois vinhos a provar, o Merlot e o Carmenére da linha Elegant, vinhos que ficarão colocados num segmento entre o Classic e o Reserva. Deles falarei em outro post semana que vem, mas o que começa a se firmar como marca característica desta família de vinhos é de que estamos diante de rótulos muito competitivos em todas as faixas de preço entregando bem mais do que pagamos por eles, verdadeiros achados que fazem a alegria de nós consumidores. A precificação, ainda mais nos dias de hoje, é essencial e acho que a Lusitano Import (importador da marca Nancul) acertou a mão, pelo menos do ponto de vista do consumidor, trazendo-nos vinhos com excelente relação Qualidade x Preço x Prazer!

Por hoje é só, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí numa das muitas esquinas de nossa vinosfera. Fui, saúde e boa semana a todos.

 

Frutos do Garimpo de Maio foi de Malbec

Porém algo diferente, mostrando a versatilidade da uva que produz os mais diversos estilos de vinho. Para ilustrar isso e contando com a parceria da Wine Lovers e da Galeria de Vinhos assim como da Barrica Negra que lamentavelmente encerrou as atividades como importadora, trouxe aos confrades e confreiras cadastrados um espumante, um vinho tradicional tinto e um late harvest. Vejam abaixo o que rolou:

Vicentin Rosado brutVicentin Rosado de Malbec Brut, da Galeria de Vinhos, elaborado pelo método clássico, 12 meses de autólise, com um mix de uvas de cinco vinhedos diferentes em Lujan de Cuyo (Mendoza). Linda cor salmonada, fresco, ótima perlage, cítrico, bom volume de boca, acidez equilibrada que combinou ás mil maravilhas primeiramente com o bate papo entre os amigos e posteriormente com uma deliciosa Burrata sob uma cama de tartar de salmão. Um espumante que surpreende por sua textura e de que gosto muito e olha que provo de montão! rs Preço sugerido pela importadora, R$148,00

Penedo Borges Reserva Malbec é isso, um vinho de boa pegada, porém refinado.penedo Borges Malbec Reserva Elaborado com um toque de Cabernet Sauvignon e Syrah que lhe dá um tempero especial, o vinho passa por envelhecimento em barricas francesas (70%) do vinho e americana por 8 meses e posteriormente afina em garrafa por mais uns seis meses antes de sair ao mercado. Muita fruta negra (ameixa), ótima textura de boca com uma entrada marcante, boa estrutura de meio de boca terminando com toque de especiarias e notas tostadas com taninos finos bem presentes, mas sem ferir o palato. Extração no ponto, sem exageros, harmônico, um vinho que dá prazer tomar e certamente acompanhará um bom bife de chorizo com galhardia. O preço de mercado indicado pela  importadora parceira (Wine Lovers) é de R$99,00

vinserusVinserus Malbec de Otono, da Barrica Negra (com ativididades encerradas), um colheita tardia tinto que surpreende quem o prova em função da qualidade que ele entrega por um preço bem camarada. Os bons colheitas tardias tintos de Malbec existentes no mercado costumam andar na casa dos 100 reais e este a cerca de 60 já era um achado, pena que acabou! Desde o primeiro momento que o conheci há um bom par de anos atrás, me encantei, doçura no ponto, muito equilíbrio balanceado por uma acidez muito bem trabalhada. Notas frutadas típicas da malbec, porém compotada, toque levemente doce de açúcar mascavo e taninos aveludados, macios já muito bem integrados ao longo de seus dez anos de vida, pois este é de 2007.

Para acompanhar o Vinserus, excepcionalmente, um saquinho das famosas (aqui na Granja Viana) Ballas de Chocolate da Isabela Amaral, receita de família elaborada BallasChocolate_22artesanalmente com muito esmero e absolutamente deliciosas, para você harmonizar. No entanto,  sobremesas de chocolate a nível geral são uma ótima pedida e se tiverem um toque de frutas vermelhas então! Costumo dizer que esta Ballas vão muito bem acompanhadas de um bom vinho de sobremesa, Porto Ruby, Banyuls, Late Harvest de Malbec, etc., mas o gostoso delas é que também vão muito bem só! De qualquer forma, a Balla já escolhida, o acompanhamento fica por sua conta ou, neste caso, por minha! Clique no link para ver mais e fazer suas encomendas, rs.

Um bom fim de semana para todos, com ou sem Malbec (rs), porém sempre com boa companhia pois faz muita diferença! Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer esquina desta vasta vinosfera, fui!

Salvar

Salvar

“Actualmente No Hay Vinos Pesados y Ni Exagerados en Argentina”

Assim disse James Suckling, critico internacional, em uma matéria parcialmente reproduzida no último dia 22 de Junho pelo site argentino WINE MDQ . Quase verdade, na minha opinião porque há gente que persiste por filosofia, gosto ou por meras razões james sucklingcomerciais por ainda existir quem compre. Nada contra, há gosto e mercado para tudo, porém fica claro que há uma revolução ocorrendo, uma mudança radical de filosofia em resposta aos mercados e suas demandas. Não é de hoje, para quem presta atenção e é menos conservador, essa onda já vem faz um tempo e eu falo disso aqui já faz alguns anos. Está se deixando de lado as bombas tânicas e alcoólicas, os vinhos super extraídos, por vinhos de maior elegância, mais finos com maior estudo dos terroirs.

Esse estudo maior dos terroirs, dos microclimas existentes fez com que novas áreas de plantio fossem desbravadas, castas fossem exploradas e novos vinhos surgissem. Os excessos foram substituídos pela moderação e equilíbrio com o surgimento de grandes vinhos brancos, vinhos single vineyards, cabernet francs, deliciosos e complexos blends, uma pena que essa nova realidade tenha tanta dificuldade de se tornar conhecida da maioria dos consumidores brasileiros.

“Not heavy and not overdone—that’s where Argentine wines are now”  diz James Suckling, e nisso eu concordo com ele, pelo menos quanto a uma boa leva dos novos vinhos hoje sendo elaborados por lá. Leia a matéria de James Suckling sobre o tema clicando aqui, com as notas dadas aos vinhos, talvez algo exageradas na minha opinião que sou mais mão fechada nesse quesito, que comprovam essas mudanças. Dos 900 vinhos provados neste tour dele de 2017, nada menos que 56 tiveram notas acima de 95 pontos entre eles (ver a lista completa no link da MDQ acima) selecionei os top 10 listados :

CATENA ZAPATA CHARDONNAY MENDOZA ADRIANNA VINEYARD WHITE STONES 2014
99 Puntos
EL ENEMIGO CABERNET FRANC GUALTALLARY GRAN ENEMIGO SINGLE VINEYARD 2013
99 Puntos
VIÑA COBOS MALBEC MENDOZA COBOS CHAÑARES VINEYARD 2014
99 Puntos
TERRAZAS DE LOS ANDES MALBEC LAS COMPUERTAS LUJÁN DE CUYO SINGLE PARCEL LOS CEREZOS 2013
98 Puntos
CATENA ZAPATA MALBEC MENDOZA ADRIANNA VINEYARD FORTUNA TERRAE 2014
98 Puntos
TRAPICHE MENDOZA ISCAY SYRAH VIOGNIER 2014
98 Puntos
TERRAZAS DE LOS ANDES MALBEC VALLE DE UCO SINGLE PARCEL LOS CASTAÑOS 2013
97 Puntos
CATENA ZAPATA MALBEC MENDOZA ADRIANNA VINEYARD MUNDUS BACILLUS TERRAE 2014
97 Puntos
EL ENEMIGO CABERNET FRANC MENDOZA GRAN ENEMIGO CHACAYES SINGLE VINEYARD 2013
97 Puntos
SUSANA BALBO WINES VALLE DE UCO NOSOTROS 2012
97 Puntos

Agora, se você for algo São Tomé, faça que nem eu, confira, Prove! Meu maior desejo neste momento, falando de vinhos argentinos, é o Chardonnay White Stones que vem sendo altamente elogiado e é o topo desta lista! Imaginem, quem diria que um dia um chardonnay poderia ser topo de uma lista dos melhores vinhos argentinos??? Ansioso por provar, só preciso achar e ter o din-din para isso, rs, porque o bicho não é fácil de achar e é carinho, doações serão aceitas!! rs Por sinal, o amigo Alejandro Vigil deu show nessas notas do Suckling, afinal desses top 10 ele e sua equipe são responsáveis por cinco dos vinhos e na lista de acima de 95 pontos tem bem mais que isso! Enfim, por hoje o tema foi esse, mas sigo antenado e compartilhando com os amigos sempre que possível. Saúde e kanimambo pela visita.

Salvar

Córdoba, na Argentina, Produz Vinho??

Sim, desde o século XVI quando os jesuítas plantaram as primeiras vinhas nas Sierras de Cordoba, região rica em microclimas porém muito pouco conhecida entre nós. Sabemos que 90% ou mais do vinho argentino vem de Mendoza  e, no máximo, é de conhecimento geral que há produção também na Patagônia, Salta, San Juan e Rioja, porém dos cerca de 15 produtores de Cordoba, pouco se sabe e eu tão pouco, primeiros goles estes! rs
Quando há cerca de dois meses participei de um almoço/degustação com Matias Michelini e seus vinhos, fomos surpreendidos pela presença de dois outros produtores. O Germán de que já falei aqui, e Pablo Asef de quem venho falar hoje. Um produtor biodinâmico, La Matilde comarca biodinâmica produzindo queijos de cabra, mel, ervas, verduras, compotas de tomate e agora vinho com a consultoria do Matias. Por enquanto a capacidade instalada é de 15.000 garrafas anos em quatro hectares de onde sai este bom e raro Tannat, da qual apenas 1.300 foram produzidas. Com cinco ovos de concreto a Bodega instalada a cerca de 800 metros de altitude na base do Cerro Champaquí, tirará da safra de 2017 suas primeira garrafas totalmente integradas (vinhedos e bodega próprios) e estou curioso por conhecê-lo.
Pelo que me informaram, a região ainda em em formação e desenvolvimento de vinhas, tem boas Sierra Roja tannatcondições climáticas para as uvas que pedem regiões mais quentes. Até perguntei sobre a Petit Verdot e sim, poderá até vir a ser uma casta a ser explorada. No momento o projeto é também de um Malbec, o Tannat, um Cabernet Sauvignon e no futuro um blend dos três. Se conseguirem um tico de Petit Verdot só para colocar nesse blend, deverá ficar da hora!! rs
Enfim, o vinho que nos foi apresentado foi esse Sierra Roja Tannat 2016, a primeira safra do vinho, que nos surpreendeu e ainda não está disponível no Brasil. Muito fresco nos aromas, na boca mostra sua raça, meio de boca bastante estruturado e denso, frutos escuros, final com taninos  sedosos e arredondados ainda por integrar porém mostrando já bom equilibrio, alguma especiaria, fresco e longo. Em minha modesta opinião, diferente dos uruguaios (menos austero) e os de Salta (menos fruta), por isso mesmo um vinho de personalidade própria que reflete o seu terroir de forma mais verdadeira, sem querer ser mais nada do que ele é, um vinho minimalista! Não é um vinho barato, lá creio que anda na casa dos 950 pesos, mas certamente gente em quem tem que se prestar atenção no futuro já que novas fronteiras começam a ser desbravadas de forma mais atuante.
Uma ótima semana para os amigos e grato pela visita, espero continuar vendo-os por aqui ou qualquer esquina desta nossa  imensa vinosfera. Saúde e kanimambo!

Salvar

Bruschetta de Alheira c/Espinafre e Otras Cositas Más!

Tarde Luso- italiana com um toque mendocino!!! Um fim de semana gordo, um Domingo especial em que o almoço terminou já passava das cinco da tarde, dia bom demais. Família reunida, quase toda, e inventei de fazer algo diferente que descobri na internet, uma receita de Alheira à Pedro Jorge que eu chamei de Bruschetta de Alheira e Espinafre e um belo nhoque ao sugo com raspas de parmesão, ambos os pratos escoltados por vinhos do amigo Matías Michelini.
As alheiras com espinafre você poderá ver a receita completa clicando aqui, porém vou adiantar deAlheira com Agua de Roca tão fácil que é. Dá uma escaldada no espinafre (eu usei o já picado e congelado usando uma peneira fina) e nessa mesma água faz o mesmo com as alheiras, depois retira-se lhes a pele e desfaça a alheira.  Refogado básico de cebola e alho, joga o espinafre, depois a alheira e misture bem fazendo uma pasta, sempre caprichando no azeite, leve espremida de laranja para dar uma acidez maior sem lhe dar sabor. Pão tipo italiano levemente torrado, esfrega o alho e joga um fio de azeite em cima, leva ao forno por dois minutinhos, forra o pão com finas fatias de mussarela de búfala e sobre elas colocar essa massa de espinafre e alheira e uma raspa de limão siciliano. Volta ao forno com um fio de azeite por cerca de dez minutos e está pronto. Coloquei bastante azeite, mas também olha só o azeite, da Malhadinha não filtrado presente de meus amigos, o casal Curioso, nunca é demais! Para servir, pode colocar azeite agosto, gente, delícia, sente-se bem o gosto da alheira (adoro!!) porém mais suave. O legal é que dá para preparar antes e só montar levar ao forno poucos minutos antes de servir. Para umas 12 pessoas, duas alheiras e 400grs de espinafre deram conta. Para acompanhar, escolhi um delicioso Agua de Roca Sauvignon Blanc que “ornou” muito bem com seu frescor e mineralidade se contrapondo à untuosidade do prato. Vou repetir, mas terei que trazer mais algumas garrafas porque só me sobrou uminha!! sniff
Nhoque ao sugo, não não fiz o nhoque porque a Beth Massas (daqui do pedaço) já faz um bem bom, para quê me dar ao trabalho?? rs Só o molho Calcáreo e Nhoquefoi caseiro, mas o resultado ficou excelente ao abrir um delicioso Calcáreo Bonarda, que vinho (fruta abundante, equilíbrio, acidez e mineralidade médio corpo e taninos muito sedosos) e que deliciosa harmonização. Me parece que o Matías disse que descontinuou a produção deste vinho, tenho que conferir, então vou tentar que comprar algumas garrafas por lá antes que acabem e a produção não é grande.
Fim de semana pleno de sabores, misturas e harmonizações para lá de diferentes, loira e filhotes (quase todos) por perto, não me canso disso, quero mais é me empanturrar desses momentos de felicidade! rs Saúde, kanimambo e dia 24 tem Saturday Afternoon Wine Tasting na Vino & Sapore com a presença dos vinhos da Almeria, da Galeria dos Vinhos, do Mestre Queijeiro e dos Pães Artesanais da Raquel, não dá para perder e é baratinho! Veja mais aqui, vagas limitadas, e quem sabe nos vemos por lá??

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Bacalhau e Otra Piel, Não é Que Deu Tango!

Cada um presenteia da forma e como pode, assim foi neste Dia das Mães! Três mães em casa para almoçar, minha Loira, a sogra e minha filha Cátia a mãe do Bruninho. A singela forma de as homenagear foi preparar um prato especial  para o almoço que pouco faço, Bacalhau à Lagareira. Gosto de bacalhau e o preparo de um monte de formas, porém esta receita só em momentos especiais e, sem querer me gabar não (rs), ficou da hora. Gadus Morhua é o nome do bicho e este era de primeira belos lombos!!

Primeiro os deixei descansar por umas três horas no azeite com um leve toque de pimenta mixta moída na hora. Leve empanada nos lombos, rápida passagem pela frigideira com um pouco de azeite, depois forno (com mais azeite) com azeitonas pretas, tomate cereja (pouco antes do final), alho á vontade, batata ao murro, brócoli e cebola palito (toque meu) e um refogado de cebola azeite e alho jogado por cima. Esta receita, existem diversas, esta que uso é a do Restaurante Antiquarius, também praticada no A Bela Sintra, e é a que gosto de fazer, veja receita completa aqui.

Bacalhau à lagareiro Dia das Mães - JFC

Podia ter harmonizado com um bom tinto português, mas optei por correr riscos e alçar diferentes vôos, peguei na adega um vinho da Bodega Gen d’Alma, o vinho Otra Piel Blend 2014 elaborado a quatro mãos pelos enólogos Gerardo Michelini (sou fã dessa família) e Andreia Mufatto. Como quase tudo o que vem dessa família, um vinho Bacalhau e Otra Pieldiferenciado, corte de Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon cofermentadas e com passagem de 9 meses por ânfora de cimento de 2000ltrs enterrada com adição de Pinot Noir ao final do processo. Meu amigo Didu sei que é fã desse vinho orgânico que faz uso de leveduras selvagens e me lembro que a primeira vez que tomei este vinho foi exatamente na companhia dele lá na Vinoteca JÁ em Buenos Aires. Um vinho vibrante com muita fruta e mineralidade, médio corpo, terroso, muito boa acidez, vinho vibrante, um leve toque fumado, taninos suaves como convém para combinar com o bacalhau.

Foi um risco, mas não me preocupei não porque tinha back up de monte na adega (rs) aos quais não tive que recorrer porque deu tudo certo. Belo vinho, belo prato, grande companhia, mais uma delicia de Domingo e só senti pena porque faltou gente! Quer tentar essa harmonização ou simplesmente tomar uma garrafa de Otra Piel? Bem, não tem jeito, só em Buenos Aires, ao que eu saiba, e lá anda na casa dos 350 a 400 pesos e sei que na JÁ tem, trouxe de lá! Um duo luso-argentino sobre a mesa num bailado atlântico, dois portos, um fado tangado! rs

Kanimambo pela visita, saúde e seguimos nos encontrando por aí nas estradas de nossa vinosfera.

Salvar

Salvar

Salvar