Países & Produtos

Brutal Harmonização, Mais Uma Surpresa na Taça e no Prato!

Uau, realmente há momentos no mundo enogastronomico que mexem com a cabeça e para sempre ficam na memória, este foi um deles! Como sabem, pelo menos a maioria, tive uma formação inglesa quando jovem pois dos 11 aos 18 estudei na África do Sul. Um resultado disso é que em algumas situações, por incrível que pareça, ainda tenho dificuldade de expressar pensamentos e emoções em português, não é frescura não, juro! Ás vezes uma expressão em inglês diz tudo como neste caso, pois “there is never a dull moment” no conviver com a alma inquieta e criativa do Matías Michelini e esta experiência só vem comprovar isso. Aliás, o difícil é acompanhar tanta novidade que a família Michelini gera anualmente!! rs

Digo isto porque o Matías nos traz sempre algo novo, inventa, viaja e busca emoções diferentes no que faz e da forma que faz. Como as produções são  limitadas, ele se dá ao luxo de “inventar” um vinho para acompanhar determinado alimento ou prato, não é uma coisa de louco? rs Louco no bom sentido, obviamente, e ainda bem que existe gente assim que nos faz abrir a mente para coisas diferentes saindo da mesmice, seja um enólogo ou chef de cozinha.

Pois bem, já falei demais e não falei nada da Brutal Harmonização que tomou conta de meu recente encontro com ele, o Guilherme da VinoMix, do Deco (Enodeco) e outros amigos e conhecidos do mundo do vinho num almoço no pequeno, charmoso e gostoso restaurante Chef Vivi na Vila Madalena aqui em São Paulo. À mesa veio um prato de Cordeiro com redução no próprio cozimento, Couscous Marroquino com castanhas, Crispy de palmito pupunha e laminas de rabanetes tudo ôrganico. Gente, derretia na boca, as diferentes texturas se completavam maravilhosamente, prato divino e aí veio o vinho, o La Via Revolucionaria Bonarda. Mais um Bonarda? Ledo engano, maceração carbônica (que não é muito a minha praisa e muito comum na Espanha), um tinto com frescor de vinho branco, ótima textura, muita fruta, foi bem com o prato mas tenho que confessar, na harmonização não encantou. De acordo com o Matías, foi elaborado pensando no pré-churrasco, para tomar refrescado com Brutal TorrontésMorcilla e Chorizos e só de pensar já babei, aí sim! de qualquer forma, pela primeira vez me curvei a um vinho de maceração carbônica e preciso arrumar umas garrafas dessas para acompanhar morcillas bem temperadas, pois o jeitão do vinho tem tudo a ver com pratos mais condimentados, inclusive asiáticos. Tomaria muitas!!! rs

Ué, mas cadê a Brutal Harmonização do títulos, deve estar perguntando você? Bem, essa chegou na hora que o  Matías sacou de uma garrafa de La Via Revolucionaria Brutal de Torrontés! Falei dele pela primeira vez aqui, numa visita à vinoteca JÁ (Joaquin Alberdi) em Buenos Aires, minha vinoteca preferida na terra dos hermanos, um Torrontés laranja, um vinho branco vinificado como tinto com suas películas (cascas) o que resulta num branco alaranjado (vinhos laranja) com bastante corpo. Um vinho complexo, diferente, que gosto bastante, mas que nunca consegui pensar em com o quê o tomar, até este dia! Uau, que harmonização genial, o prato e o vinho juntos explodiram na boca com outra intensidade de sabores, um verdadeiro êxtase hedonístico, adorei!! A chef Vivi bem que poderia introduzir o vinho em sua carta e sugerir esta harmonização, eu certamente passaria por lá de forma amiúde para me esbaldar nesses prazeres.

São essas experiências e esses resultados que me fazem entender do porquê que eu um dia embarquei nesta viagem enogastronomica. Certamente entre as cinco mais incríveis experiências gustativas que já time o privilégio de viver, lembrando que sou um mero mortal! rs

Gente, valeu pela visita, fico por aqui hoje e babando depois de escrever estas linhas movido pela emoção e prazer em mim despertados. Um kanimambo enorme ao Matías e à Chef Vivi “for having swept me off my feet” (desculpem! rs), assim como do Deco e Guilherme pelo gentil convite que culminou nisso! Dos seis vinhos provados no dia, com este post já falei de cinco! Na próxima semana falarei do sexto e de mais uma agradável surpresa, o Sierra Roja, um saboroso Tannat biodinâmico de Córdoba.

Matias na chef vivi

Um ótimo fim de semana para todos, e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí, na Vino & Sapore ou qualquer outro canto de nossa vinosfera, fui!

Salvar

Um Douro Encantador na Taça, Quinta do Pessegueiro

Segunda prova e a confirmação de estar frente a frente com um vinho de fina estirpe. Projeto novo para os padrões da região, 1991, quando o terreno foi comprado pelo industrial, hoteleiro e produtor de vinhos francês Roger Zannier, que se apaixonou pelo lugar em suas idas e vindas na atividade textil, e aí iniciado o plantio das primeiras vinhas. Posteriormente outras terras foram agregadas ao projeto possibilitando uma maior harmonização dos vários terroirs durienses que se reflete no vinho. Os vinhos estão a cargo do diretor geral e genro de Zannier, o borgonhês Marc Monrose, e do jovem enólogo João Nicolau de Almeida Junior que carrega consigo o DNA dos grandes (pai e avô). Um vinho que está entre meus preferidos e que recomendei aos amigos que viajam a Portugal e continuamente me pedem dicas do que comprar e trazer de lá. Por sinal, dá para não se apaixonar por uma paisagem destas?? (clique na imagem para ver o projeto da casa, DIVINO!!)

Casa qta do Pessegueiro

Desta feita, no entanto, provei algo mais e me entusiasmei com tudo! rs Começamos pelo ALUZÉ tinto 2011, um vinho de “entrada” elaborado com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Vinhas Velhas vinificado e envelhecido em balseiros de 10 a 15.000 Qta do Pessegueirolitros o que dilui a influência da madeira que mal se sente. Um tinto de boa intensidade aromática, muito vibrante, muita fruta fresca, ótimo frescor, muito equilibrado, médio corpo, taninos finos e macios, com um final apetitoso que pede a próxima taça. Um vinho realmente sedutor que me encantou. Vinho na casa dos R$120 a 140,00

A seguir tive o prazer de rever o Quinta do Pessegueiro 2012, um vinho de outro escalão, galgamos alguns degraus a mais aqui. Vinhas velhas com mais de 80 anos às quais se unem as, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz vinificadas em balseiros e lagares de concreto e posteriormente envelhecido em barricas francesas de 225ltrs e austríacas (carvalho alemão) de 600ltrs por um período de 18 meses. Paleta olfativa intensa e complexa, daqueles vinhos de ficar na dúvida se se bebe ou se funga, demais!! rs Maior estrutura, taninos mais presentes porém já mostrando muita elegância e finesse, fruta presente com notas mais terrosas, um meio de boca de bom volume sem excessos mostrando muita harmonia, acidez bem equilibrada e um final de longa persistência com um toque algo Qta do Pessegueiro Portomineral e fresco. Tremendo de um vinho na minha opinião, jovem com anos de vida para nos fazer sorrir e o preço acompanha a qualidade, por aqui em terras brasilis na casa dos R$260 a 280,00.

Porto Vintage 2014 – este ainda não está no Brasil, mas a marca da elegância e finesse se mostrou na minha taça com tudo. Como um vinho fortificado, a estrutura e o álcool estavam lá, porém tão bem harmonizados, integrado e macio na boca que me surpreendeu num vinho tão jovem ainda. Um Porto Vintage diferenciado, que ainda adicionarei à minha pequena mas seleta coleção, pois gostarei de o rever daqui a alguns anos. Esta Quinta, que agora entra em meu wish list de visitas, deixa uma marca que esta pequena prova deixou bem clara para mim, a busca pelo equilíbrio e a finesse dos vinhos apresentados.

Apesar da idade, certamente já uma Quinta a se ter conta quando se fala de vinhos top do Douro em linha com os grandes vinhos da região e muito ainda haverá de vir. Uma ótima semana a todos, kanimambo pela visita, saúde e nos vemos por aqui ou em algum dos muitos caminhos de nossa vinosfera.

 

 

 

Blanc de Piel e Blanc de Alba, Que Blanc Experiência!

A convite da VinhoMix, jovem importadora que começa a trazer alguns dos rótulos dos irmãos Michelini, tive o prazer e privilégio de almoçar no restaurante Chef Vivi (adorei e falarei dele em outro momento) na Vila Madalena aqui em Sampa, na companhia de alguns jornalistas o Matías Michelini e mais dois produtores amigos dos quais um já falei aqui (post anterior). Cada vinho uma emoção e sensações diferentes, razão porque esse almoço ainda vai gerar diversos outros posts por vir. Hoje vou falar só desses dois brancos que, para variar, me encantaram.

Os irmãos Michelini são um caso à parte na competitiva e criativa vinicultura argentina, uma lufada de ar fresco numa indústria que busca sair do lugar comum com uma série de jovens enólogos comprometidos com excelência e mudanças assim com a busca de maior presença dos terroirs nativos em seus vinhos. O resultado de mudança de métodos, processos e filosofias tanto nas bodegas como nos vinhedos, é uma consequente e clara mudança no estilo dos vinhos com Malbecs “menos” Malbec e uma diversidade de novos experimentos que estão dando, na minha opinião, muito certo!

blanc de albaBlanc de Alba 2014 – um projeto a dois, Juan Pablo (Juampi) Michelini e a sommelier argentina Augustina Alba. O vinho se ajustará ao resultado da safra dependendo de como as castas se apresentem, neste ano de 2014 foi Sauvignon Blanc, Riesling e Semillon porém a nova safra de 2015 vai ser de Sauvignon Blanc, Semillon e Chardonnay todas de Gualtallary e biodinâmicas. Quantidade limitada a cerca de 2400 garrafas em 2014, fermentado em ovo de cimento de 2000 litros, sem correção, leveduras selvagens e um certo tempo sur lie resultam num vinho untuoso, muito aromático, bom volume de boca mas mantendo uma certa leveza e ótimo frescor com final longo mieral e muito, muito agradável. Um vinho verdadeiramente sedutor que pede bis, Suenõs Blancos de Gualtalarry!

Via Revolucionaria Sauvignon Blanc de Piel 2015 – para falar deste vinho tenho que começarRevolucionaria Blanc de Piel falando de Água de Roca, um incrível Sauvignon Blanc que o Matías Michelini faz na Passionate Wines, sobre o qual já falei e você pode rever clicando aqui, tenho uma tara por esse vinho!! rs O Água de Roca não passa por prensagem com imediata retirada do mosto (suco da uva) para obter o mais puro e fresco caldo. Sobram as películas ainda com um monte de mosto dentro que é então prensado ficando o mosto em maior contato com as borras (sur lie) e películas. O resultado é que de cada 1000kgs dessas películas se extraem apenas cerca de 100 litros de mosto o que resulta num vinho que nada tem a ver com aquela leveza do Água de Roca. É um vinho delicioso que mantém a acidez característica da cepa e do terroir, porém com mais corpo e complexidade, ás cegas dificilmente diria que é Sauvignon Blanc. Surpreendente, mais uma vez, o Matías tem essa mania! rs

Mais dois vinhos para meu arsenal de brancos que tanto aprecio e mais uma mostra que o Vale do Uco y Gualtalarry em especial, são ótimos para estes vinhos. A família Michelini tem hoje cerca de 84 vinhos diferentes em seu portfolio e muitos deles de pequenas produções. Fazem vinhos de que gostam e, por suerte como disse o Matías, tem outros que gostam! rs Eu sou um deles e mais uma vez me rendo a seus vinhos, dois brancos que certamente farão parte de minha adega assim que possível. Tem mais, mas essas experiências compartilharei mais tarde .

Kanimambo pela visita, saúde e nos vemos novamente por aqui em breve, tenham uma ótima semana.

 

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Um Malbec Surpreendente, LIVVERÁ!

Muito recentemente tive o privilégio de almoçar com uma pessoa que respeito e admiro muito e ele trouxe junto um amigo do face que não conhecia pessoalmente, o Germán Massera, enólogo de mão cheia com passagem pela Bodega Noemía e Finca Sophenia. Com um perfil naturalista, biodinâmico, orgânico (mesmo não sendo seguidor sou um apreciador) ele apresentou na companhia do amigo Matías Michelini, seu LIVVERÁ (vivas e verás ou vida de verdade?) é uma singela obra prima engarrafada obtida de uvas de três diferentes vinhedos de Gualtalarry co-fermentados,de maceração suave em ovos de cimento, baixa extração e afinado por 12 meses em barricas de carvalho muito (rs) usadas buscando a fruta e elegância.

Deixemos de lado as experiências vividas com algumas bombas tânicas , vinhos super extraídos, alcoólicos e mastigáveis que Livverá malbecalguns adoram, mas que a meu ver não têm nada a ver e não fazem minha cabeça! O bicho aqui é outro, estamos diante de um dos únicos dois produtos (o outro é um Malvasia que não provei) que este jovem projeto – Escala Humana Wines – deste jovem enólogo nos traz e é pura felicidade e prazer. Muita fruta, textura de boca saborosa, fresco, uma riqueza e equilíbrio naturais que nos trazem um sorriso à boca e uma alegria à alma, taninos finos tremendamente elegantes e suculentos, um vinho que fez querer tomar garrafa e não taça! Apenas 13.5% de teor alcoólico, boa acidez e poucas garrafas! Adorei ler no rótulo, “Botella nº1 de Pocas”, genial, mostra bem o espírito da concepção da obra. Parabéns Germán, espero não só provar, mas tomar algumas dessas preciosidades que, por enquanto e ao que saiba, ainda não está no Brasil mas vi que tem por lá na origem por volta dos 80 Reais.

Mais uma gostosa experiência num almoço divino sobre o qual ainda tenho muita coisa a falar, aguardem. Por enquanto a produção aqui no site está baixa, a sobrevivência tem tomado meu tempo (rs), mas tem bastante material engatilhado. Abraço, saúde, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui e, porquê não, na Vino & Sapore onde sempre haverá uma taça a desfrutar com os amigos que se identificarem como leitores. Fui, se der tempo tem mais na semana, se não só após o feriado, vamos ver …

 

Chovendo no Molhado, Marqués de Murrieta!

Falar de Marquês de Murrieta é chover no molhado, o que falar de novo sobre esse produtor que é um dos clássicos de Rioja desde o ano de 1852 e que outros já não tenham falado? Difícil tarefa essa, então vou simplesmente constatar um fato, estamos diante de grandes vinhos e um grande produtor que tem suas exportações sobre a gestão de um amigo que há muito não via, o competente executivo português João Machetta Pereira que conheço desde seus tempos na Graham’s e que tive o enorme prazer de rever recentemente na World Wine Experience de vinhos Ibéricos.

Meus destaques, ficam para três vinhos que se destacaram entre alguns outros de grande qualidade:

murrieta 1

Marqués de Murrieta Reserva 2012 – um clássico Rioja con 20 meses de barrica americana e 12 em garrafa, para só depois chegar ao mercado. Corte tradicional de 89% Tempranillo, 5% Mazuelo, 4% Graciano, 2% Garnacha, é um vinho que encanta, mostra bem a tipicidade da região e possui um preço algo mais acessível, comparando com seus outros rótulos, na casa das 220 pratas.

Marqués de Murrieta Gran Reserva Limited Edition 2009 – Uau, esse eu não conhecia e entrou para minha lista de preferidos de Rioja, grande vinho com apenas 32 mil garrafas produzidas. Corte de 90% Tempranillo, 5% Mazuelo, 3% Garnacha, 2% Graciano com 24 meses de barricas americana sendo engarrafado um ano depois onde permanece por mais 36 meses de garrafa, mostrando um equilíbrio, riqueza e textura de boca cativantes, baita vinho!

Castillo de Ygay Gran Reserva 2005 – a jóia da coroa, para mim, um vinho inebriante em que o rótulo foi desenhado e segue intocado há mais de 100 anos. Só sai em grandes safras, quando o vinho atinge a qualidade exigida o que ocorreu somente em 50 vezes desde 1852! Corte 86% Tempranillo (barrica americana), 14% Mazuelo (barrica francesa), total de 30 meses em barrica, após o blend mais 6 meses de tanque de cimento e 36 meses de garrafa, quando finalmente nos é dado o privilégio de tomá-lo. Verdadeira poesia engarrafada, são este tipo de vinhos que fazem a fama da Rioja tradicional e este 2005 está simplesmente divino. Ótima paleta olfativa e um meio de boca exuberante e complexa, final longo, fino, mostrando taninos muito elegantes mas ainda vendendo saúde, vinho para muitos anos ainda e com enorme capacidade de evolução. Preço na casa dos 800 a 850 Reais (o 2007), para poucos, mas …

Já tinha tido oportunidade de tomar e falar destes vinhos aqui no blog em 2008 e minha opinião segue a mesma, vinhos soberbos e ainda tem o Dalmau que é outro grande vinho, só que num estilo mais moderno e gordo, gosto mais do estilo mais tradicional! rs Como curiosidade, somente o Dalmau em toda a Rioja tem o direito de usar um pouco de Cabernet Sauvignon no corte. Isto se deve porque esse pequeno vinhedo já existia antes da criação da DOC, para todos os outros a Cabernet Sauvignon é proibida.

Essa foi minha primeira parada no World Wine Experience, em breve falo de alguns outros produtores visitados. Bom feriado e sábado estarei na Vino & Sapore aguardando você, venha tomar uma taça de espumante comigo, conhecer a casa, muita coisa interessante! Saúde e kanimambo pela visita.

 

Salvar

Carmignano e Capezzana, a Toscana Desconhecida!

Carmignano DOCG, seu maior representante, a Tenuta di Capezzana com documentos que mencionam a região datados de 804!! Tive contato com a Tenuta di Capezzana no encontro da Mistral de 2009, os famosos Tour Mistral que encantam com tantos produtores de excelência, e adorei, tanto que já tive alguns rótulos na Vino & Sapore inclusive seu gama de entrada Monna Nera que é da hora e um pouco mais acessível. Desta feita fui convidado a participar de uma degustação matinal com a presença de Leone Contini Bonacossi o representante da 5º geração da família. Muitos e ótimos vinhos com alguns rótulos que me entusiasmaram e todos orgânicos desde 2009, exceção feita (creio eu) ao Monna Nera.

Toscana carmignanoCarmignano é uma DOCG desde 1990, localizada a noroeste de Firenze, porém há mais de 12 séculos produz vinho. Foi a primeira região da Toscana a ter a Cabernet Sauvignon homologada dentro de uma DOC ou DOCG sendo que exige (dentro da DOCG) que esta cepa represente um mínimo de 10%. Os vinhos da região exigem um minímo de participação de 50% de Sangiovese e permitem a inclusão de outras uvas como; mínimo de 10 até 20% de Cabernet Sauvignon ou Franc, até 20% de Canaiolo Nero, até 5% de Mammolo e Colorino, até 10% das uvas brancas Malvasia e Trebbiano. Como curiosidade, as primeiras mudas de Cabernet chegadas na região foram importadas do Chateau Lafite Rotschild, Bordeaux. São apenas cerca de 200 hectares e 13 produtores que até 1975 quando obtiveram classificação DOC, estavam sob as normas de Chianti.

Com uma produção estimada em apenas cerca de 500 mil garrafas ano e a primeira safra engarrafada dentro da atual família datada de 1925, a Tenuta di Capezzana produz vinhos brancos e tintos usando tão somente leveduras selvagens. Eis o que tivemos o privilégio de provar:

Capezzana tasting 2

Tenuta di Capezzana Chardonnay 2013 – uma das mais gratas surpresas desta prova. Muito cremoso, baunilha na boca, fruta fresca, incrível frescor para um vinho de 2013 sem madeira. No nariz e na boca dá para jurar que passa em barrica, mas niente!! Delicia e longo na boca, gostei muito.

Trebbiano VDT 2015 – aqui a madeira já aparece, porém sem qualquer agressividade preservando a fruta. Vinhedos de mais de 60 anos, boca mais densa, mineralidade bem aparente, um bom vinho, gosto dessa uva!

Monna Nera 2015 – o vinho entrada deles que conheci há cerca de dois anos e que gostei muito, um blend de Sangiovese, Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah e Canaiolo com apenas 5 meses de barrica, muito equilibrado, fresco, frutado e fácil de se gostar.

Barco Reale di Carmignano (uma DOC) 2012 – um degrau acima e 10 dólares mais caro que o Monna, blend de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Canaiolo maturado em tanques de inox e passagem por botti (toneis) de 12 mil litros da Slavonia. Notas mais verdes, médio corpo, taninos aveludados, bom mas não me encantou.

Villa di Capezzana Carmignano 2013 – velho conhecido e um vinho alguns degraus acima que me encanta. Encorpado, complexo, blend de Sangiovese e Cabernet Sauvignon que mostra bem o potencial da região. Chegando nos 80 Dólares, já é menos acessível, mas está em linha com vinhos de qualidade similar, para quem tem ($) eu recomendo, um belo vinho que impõe respeito.

Trefiano Carmignano 2010 – Uau! Blend de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e canaiolo, profundo, grande estrutura, taninos se fazem mais presentes e apresenta uma certa rusticidade de final de boca, porém sem agressividade. Um grande vinho e uma grande opção para quem gosta de vinhos algo mais robustos e pode guardar por mais uns dois ou três anos que esse vinho só vai melhorar na garrafa.

Ghiaie della Furba IGT 2010 – Curto e grosso, vinhaço!! É um IGT porque sai fora das normas estipuladas pela DOCG já que seu blend tem em sua composição 10% de Syrah e não tem Sangiovese. A protagonista qui é a Cabernet Sauvignon (60%) com Merlot (30%) e Syrah. Um show na taça e na boca, um adolescente que evoluirá muito positivamente por mais uma década e fui atrás de alguns exemplares de 2004, achei! rs Enfim gente, vinho que passa 14 meses em barricas francesas mostrando ótima textura, grande volume de boca, rico, frutos negros, alguma especiaria de final de boca, um grande supertoscano e, nessa faixa, com precinho pois seus cerca de 400 pratas é cerca de metade do que alguns de seus principais concorrentes. Babando para provar o 2004!!

Capezzana 804 IGT 2004 – uma jovem criança, 100% Syrah e apenas 300 caixas produzidas. Um grande vinho com um grande preço e acho que abrir por agora é um desperdício. Depois do Ghiaie della Furba e do impacto que ele me causou, difícil avaliar ou comentar qualquer coisa, sorry, fiquei prejudicado! rs

Capezzana tasting 1

Ufa, mais uma bela prova matinal promovida pela Mistral e um encontro deveras especial com este produtor escondido numa Toscana pouco conhecida. Saúde, uma ótima semana e kanimambo pela visita. Hoje tem World Wine Experience Ibérico, depois falo como foi, fui!

 

Salvar

Salvar

Dose Certa da Bicicleta!

Dose certa, da sua sede, do momento, algo que acho todos; comerciantes, restaurantes e consumidores deveríamos praticar mais. Gosto dessa idéia de chegar num restaurante pedir vinho em taça e ter uma garrafinha de 187ml aberta para mim. Me dá mais segurança em vários sentidos; seja de o vinho não estar velho, adulterado ou sequer ser o que foi pedido já que na maioria das vezes já chega na taça! O mesmo vale para a garrafa de 375ml, o que muitas vezes dá para dois que somente querem algo para acompanhar uma refeição o equivalente a duas boas taças. Está certo, sempre se pode pedir a garrafa de 750ml e pedir para levar o que eventualmente tenha sobrado para casa, mas …..

Enfim, recebi da assessoria de imprensa da La Pastina (importador), duas garrafinhas de Dose Certa para provar e avaliar. Ambas da Cono Sur, a famosa linha BICICLETA, vinhos de bom preço e que anos atrás fizeram um auê no mercado com um saborosíssimo Riesling. Desta feita veio um Cabernet Sauvignon de 187ml e um Pinot de 375ml. Eis meus comentários sobre a prova.

Bicicleta Cabernet Sauvignon 187ml – mostrou-se condizente com os vinhos nessabicicleta cab 187ml faixa de preço chilenos (referência de cerca de R$50 a garrafa de 750ml). Muita fruta, taninos macios, algo ligeiro, com um final de boca algo mais doce em virtude da uva proavelmente sobremadura, mas que não afeta o conjunto. Não encanta, porém a principio não se deve esperar isso de um vinho nessa faixa, mas não faz feio e dá conta do recado. Um vinho simples, companhia descompromissada para seu hamburguer ou pizza.

Bicicleta PinotBicicleta Pinot Noir 375ml – Lembra que escrevi acima que não se deve esperar encantamento de um vinho nessa faixa, SURPRISE!! rs Existem diversos níveis de encantamento, pelo menos penso assim, e este é daqueles que encanta o dia a dia e o bolso! Tenho vinhos na adega que não são grandes vinhos, mas são encantadores, me fazem feliz sem ter que gastar muito e este perfaz exatamente esse perfil, eta vinho gostoso de tomar! Bonita cor, típica da casta, muita harmonia entre fruta fresca, taninos suaves e textura aveludada com um final de boca que pede bis! Nada de extrações excessivas de cor e fruta sobremadura que, a meu ver e sei que há controvérsias, nada têm a ver com a tipicidade da Pinot. Leveza sem ser ligeiro, tem sustança, oito imperceptíveis meses de passagem por barrica, foi puro prazer na taça. Não conheço um Pinot tão Pinot (rs) e saboroso como este nessa faixa de preço, parabéns ao produtor, me seduziu e me surpreendeu muito positivamente, tanto que vou querer colocar na minha adega.

Por hoje é só, vinhos bons e baratos na dose certa, boa pedida e queria mais surpresas dessas nessa faixa de preços, porque lá em cima fica fácil! Melhor ainda, como o Didu apontou, os vinhos são orgânicos, o que mostra para outros produtores deste estilo que têm sim como se produzir vinhos deste conceito sem chegar ao mercado com preços nas alturas. Saúde, kanimambo e seguimos nos vendo por aí ou por aqui. Bom fim de semana e vem me visitar na Vino & Sapore, vem!

Ps. Clique nas imagens para ampliar

Salvar

Salvar

Salvar

Natural, Ôrganico ou Bio?

Tenho que confessar, entendo é patavina disso! rs Em minha vida, no entanto, tenho por filosofia estar aberto a novas experiências, conhecimentos, então não me nego a conhecer mais a respeito destes conceitos que fazem a felicidade de muitos, sejam eles consumidores ou produtores. Me parece óbvio que se algo for bom, bem feito e me agrade, melhor se ele for o mais natural possível, até porque certamente entregará um sabor mais autêntico refletindo seu terroir de forma mais verdadeira. Por outro lado, não acredito em xiitas (de qualquer origem ou viés), nem tanto ao céu nem tanto à terra, não basta ser natural para ser bom e já provei algumas coisas intragáveis ( para meu gosto) de ícones biodinâmicos! Há produtos naturais que matam, então “só” isso não basta e precisa também ser palatável e fazer sentido econômico para mim, caber no bolso também é importante, ainda mais num país onde o vinho já custa os olhos da cara normalmente. Aí talvez o maior senão para estes produtos e o maior desafio para os produtores, ter uma precificação que permita com que seus produtos e conceitos se popularizem e não se restrinjam a uma elite consumidora de alto poder aquisitivo.

Óbvio que este assunto é deveras polêmico, nada simplista, e traz no seu bojo uma boa dose de controvérsia. Apesar do aparente crescimento de demanda que faz com que alguns poucos focados no setor tenham conseguido sucesso, verdade seja dita que em meus 6 anos de comércio (Vino & Sapore), pouquíssimas foram as vezes que alguém entrou buscando vinhos orgânicos e na maioria das vezes por mera curiosidade. Nos últmos seis meses, talvez umas duas ou três pessoas ! De qualquer forma, um sintoma de que algo começa a mudar no comportamento das pessoas e alguns players se especializaram nisso por crença e/ou comércio, não importa, fazendo nascer aí um nicho de mercado interessante que, parece, começa a crescer. Nunca coloquei um vinho no portfolio porque ele era orgânico ou qualquer outra versão do conceito, como também nunca escolhi um vinho por sua pontuação, escolho porque é bom e seu preço faz sentido para mim e meus clientes! Tendo dito isso, sim descobri que tenho alguns rótulos orgânicos na loja (rs) e a eles darei mais atenção doravante.

Pelo pouco que me debrucei sobre estes vinhos, sinto que os orgânicos (vinhos biológicos na Europa) são os que você menos sente diferença tanto nos aromas como no sabor, o que muda bastante quando os vinhos são os ditos naturais (não é um nomenclatura oficial, pelo que eu conheça) e biodinâmicos. Por outro lado, a lógica me faz crer que as safras são, mais que nunca, um fator importante a considerar no ato da compra pois existe pouco ou nenhum espaço para correção. O amigo Didu, conhecido de muitos em nossa Vinosfera e um grande incentivador do uso das leveduras selvagens no vinho, recentemente me presenteou com uma garrafa de Riesling Itálico, um vinho da Dominío Vicari de produção natural e biodinâmica, ele que é um entusiasta, grande incentivador e promotor destes conceitos mais naturais na alimentação. Óbvio que fiquei deveras curioso, até porque curto muito os vinhos do Matías Michelini (Argentina) que é um verdadeiro druida, explorador, produtor e promotor do biodinamismo como forma de vida, então não demorei muito para abrir não!

Pisa a pé, maceração em tanques de polipropileno, uso de leveduras selvagens, semvicari riesling itálico clarificar, sem filtrar e sem quaisquer aditivos outros. O primeiro impacto tanto visual como aromático deixa bem claro que estamos frente a algo diferente na taça. Como não foi filtrado nem clarificado, mostra-se turvo na taça porém mantém um certo brilho e vivacidade que mostra que é um produto em pleno gozo de sua saúde. Nariz bem frutado com toques sutis de flor de laranjeira e algo mais que não pude precisar! rs Na boca mostrou boa presença de fruta que me levou a pensar em algo de carambola, tem um toque de ervas frescas, talvez casca de limão e, como a Raquel, que também estava presente, lembrou – Kombuchá (não me perguntem como é, isso foi coisa dela! rs) Algo denso meio de boca, demora para se acostumar, curioso no paladar sem muita semelhança a nada, tem que buscar bem lá no fundo da memória e aí sai essa miscelânea de coisas que mencionei! rs Talvez o que mais me tenha chamado a atenção foi sua ótima acidez e equilíbrio final, porém não me parece um vinho que seja de fácil “digestão” pelos menos iniciados no mundo do vinho, não é um vinho fácil de se gostar, requer ter que “pensar” e a maioria não está muito a fins disso quando bebe, ele busca prazer! rs Para quem está no ramo, no entanto, algo a se prestar atenção pois o mercado está em ascenção.

Em Sampa vi que a Lis o comercializa na Saint Vin Saint que tem a enogastronomia “natureba” como seu foco. Creio que anda na casa das 120 pratas, caso alguém esteja interessado em provar um vinho diferente com uma marca de terroir própria e única. Valeu pelo presente Didu, sempre bom buscar novos horizontes e ver novos conceitos tendo me incentivado a estudar um pouco mais sobre o assunto e explorar um pouco mais essa fronteira. Quem sabe me verás na próxima feira da Lis?

Ah, não falei nada sobre o que é a produção Natural, Bio e Orgânica né? Bem, falei do vinho que tomei e minha opinião sobre o tema, já é algo (rs) quanto aos conceitos, pesquisei e não vou repetir aqui o que muitos já falaram. O que me pareceu mais didático e com fundo mais técnico foi este texto do Roberto Rabachino publicado no site As Boas Coisas da Vida, boa leitura para quem quer conhecer um pouco mais. Saúde e kanimambo pela visita, um ótimo fim de semana para todos.

 

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Que Vinhos Trazer de Portugal – Meus TOP 60 ou Mais ….

Apesar de um dia já ter feito aqui uma lista, isso nos idos de 2008, de lá para cá muito vinho luso andou por minhas taças. Sigo achando a maioria dos vinhos que listei como boas opções, porém recentemente, pelo Face (inbox) e pessoalmente, alguns amigos me enviaram mensagens pedindo dicas do que comprar em visita a Portugal. Um deles foi ainda mais objetivo; ” João, se você estivesse com o bolso recheado, que vinhos você não deixaria de trazer de Portugal?”, escolha difícil essa e certamente muitos dos que lerão este post terão outras opiniões e dicas, porém, como sempre, me atenho ao que provei!

Portugal FixeParei para pensar e a lista é realmente grande, mas considerando tudo que já tomei de vinhos lusos os que me mais pularam à mente, alguns realmente inesquecíveis, foram os abaixo listados que totalizam algo ao redor dos 60 rótulos. Se não houvesse, amarras financeiras, certamente minha coleção particular teria a grande maioria, se não todos, dos vinhos aqui selecionados apesar das inúmeras outras ótimas opções, porque Portugal é um celeiro de grandes vinhos! Sem contar os vinhos mais acessíveis e também de muita qualidade, que formariam a base da pirâmide de minha adega lusa. Separei por região para ficar mais fácil.

Minho – Vinhos verdes

Soalheiro Reserva Alvarinho, Quinta de Gomariz Grande Escolha, Royal Palmeira Loureiro, Muros de Melgaço Alvarinho, Quinta da Covela Reserva Branco.

Douro

Quinta do Lordello, Crochett, Chryseia, Niepoort Batuta e Redoma, CV de Cristiano Van Zeller, Quinta do Crasto Vinhas Velhas, Casa Ferreirinha Reserva Especial e Quinta da Leda, Quinta do Pessegueiro, Roquette & Cazes, Duas Quintas Reserva, Quinta do Côtto Garrafeira,  Porto Graham´s Tawny 30 anos, Porto Tawny S. Leonardo 20 anos, Portos Tawny Colheita da Andresen (qualquer um veja o post), Dalva Golden White Porto 63, Porto Vintage 2007 da Quinta do Vesuvio, Fonseca ou Graham’s,Secret Spot Moscatel 40 anos Casco VII.

Bairrada

Buçaco  Branco, Luis Pato Vinha Barrosa, Quinta do Ribeirinho Pé Franco, Principal Tinto Grande Reserva.

Dão

Quinta da Pellada Carrossel, Quinta da Pellada Touriga Nacional, Quinta dos Roques Encruzado, Quinta dos Roques Garrrafeira, Quinta Fonte do Ouro Encruzado, Pape, Lagar de Darei Private Selection Branco,  Quinta Mendes Pereira Garrafeira, Quinta das Marias Cuvée tinto ou Garrafeira (ambos tintos), Terras de Tavares Reserva.

Tejo

Quinta da Lagoalva Alfrocheiro,

Lisboa

Quinta do Pinto Estate Collection,  Morgado de Sta. Catherina Arinto, Quinta do Monte D’Oiro, Quinta de Pancas Grande Escolha, DFJ Francos Reserva.

Setubal

Cova da Ursa Chardonnay, Moscatel Roxo Superior da Bacalhôa ou de José Maria da Fonseca,

Alentejo

Marias da Malhadinha, Mouchão Tonel 3-4, Quinta de Santa Vitória Inevitável, Zabunjeiro, Casa Agricola Santana Ramalho Avó Sabica, Solar dos Lobos Grande Escolha, Paulo Laureano Alicante Bouschet, Cortes de Cima Reserva, Farizoa Grande Reserva.

Tem um pouco de tudo por aqui, exceção feita à Madeira onde há poucos que eu não goste!! rs Não são vinhos baratos, a maioria deve andar entre os 20 a 50 Euros por lá dependendo obviamente da safra, com um ou outro mais alto podendo bater a barreira dos 100. Por aqui, bem, por aqui em terras brasilis vale multiplicar por 5 e aplicar a taxa cambio vigente, é … ! Segue um mapa com as regiões vitivínicolas de Portugal, lembrando que o Douro foi a primeira região demarcada do mundo, 1756!!

Boa viagem, boas compras e kanimambo pela visita. Nos encontramos por aí, nas curvas e retas de nossa vinosfera, fui!

Portugal - regioes demarcadas

Salvar

Salvar

Salvar

Quando a Imagem vale Por Mil Palavras!

Não vou me estender, porque o título já diz quase tudo! rs Eu adoro camarão na moranga com vinhos rosé e este vinho já andou por aqui em outros momentos com outro prato. Se quiser conhecer mais do Georges Vigouroux Les Temps des Vendanges Rosé de Malbec, basta clicar neste post. Dois pratos bem diferentes, porém o vinho se deu muito bem com ambos, eu gostei. Até com a carne seca na moranga deu samba!

Data venia para exaltar o cozinheiro, esse meu genro to be (Deus sabe quando!! rs) está ficando cada vez melhor e este prato foi executado num fogão a lenha, coisa top!! Pronto, já falei demais! Kanimambo, saúde e nos vemos por aí, menos no samba que esse não é meu forte não!

Camarão na moranga e rosé