Alentejo x Douro. Resultados de um Páreo Difícil.

Maravilha este Derby português. Parece o nosso campeonato brasileiro atual, todo mundo parellho com uma diferença muito pequena de pontuação entre os lideres deste embate. Foram doze vinhos de muita qualidade e algumas supresas tendo o gostoso Santa Julia Brut (Ravin) como abre alas para um embate dos mais saborosos.

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Dentro os alentejanos, tinha uma especial predileção pelo Vila Santa, Herdade do Pinheiro e Cortes de Cima, mas acabei descobrindo o delicioso Herdade Paços do Conde Reserva que balançou meu coreto. Dos Douros, um monte de pontos de interrogação e uma certeza, o saboroso e fresco Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, que confirmou minhas expectativas, mas me surpreendi com outros. No geral, a comprovação de que vinhos despe porte precisam de tempo para se mostrar e os aprecio melhor quando com quatro a cinco anos de vida, momento em que desabrocham e mostram todo o seu potencial.

Por outro lado, tenho que tirar o chapéu e agradecer pelo grande número de amigos que tem composto a banca de degustadores destes Desafios de Vinhos. Colaboradores importantíssimos destes embates que realizamos mensalmente. Tenho a certeza que se divertem tanto quanto eu, pelo menos assim espero, enquanto desvendamos um pouco mais dos segredos de nossa vinosfera. Agora falemos dos vinhos provados, de suas notas e das sensações que nos despertaram, lembrando que os comentários são um apanhado das anotações de cada um. Obviamente que cada degustador tem suas opiniões particulares, parte das quais nossos colegas blogueiros presentes certamente exporão em seus blogs, mas na prova o que conta é a média de opiniões que é o relatado abaixo.  A ordem comentada, é a mesma do serviço dos vinhos.

DSC01619Alentejo – Corte de Cima 2007 (Adega Alentejana) – um vinho ainda muito novo que precisa de tempo para se mostrar. Creio que se tivéssemos aqui o 2005, que está em seu apogeu, certamente a história poderia ser outra.  Mesmo assim, o vinho não decepcionou não, tendo mostrado muita fruta vermelha no nariz com algumas nuances de baunilha e algum álcool aprecendo, mas sem incomodar. Na boca, apesar da uma hora de decantação que lhe foi dada, o vinho ainda buscava uma maior harmonia. Taninos doces, macio, médio corpo, média persistência e um leve amargor de final de boca. Um bom vinho que vai melhorar muito com mais algum tempo de garrafa. Obteve a média de 84,95 pontos e que, na Revista de Vinhos, oscila entre os 16 a 17 pontos. Preço, ao redor de R$90,00.

DSC01614Alentejo – Herdade Paços do Conde Reserva 2005 (Lusitana de Vinhos & Azeites) – mostra que a idade faz diferença nestes vinhos. Paleta olfativa complexa e de boa intensidade em que se destaca a fruta madura, nota lácteas e algo adocicado. Na boca encanta ao primeiro gole, mostrando bom volume, taninos aveludados, redondo, pleno de sabor com frutas e especiarias inebriando o palato num conjunto muito equilibrado e muito apetitoso com um final algo mineral de boa persistência. Veio com um belo “palmarés” e confirmou que era um sério candidato a levar o premio individual de melhor Vinho da Noite. Destaque especial para o design de garrafa e rótulo que dignificam o vinho. Obteve a média de 87,75 pontos e custa em torno de R$98,00, somente para os leitores deste blog.

DSC01620Alentejo – Monte da Cal Reserva 2004 (Winebrands) – para uns o vinho estava prejudicado com um nariz que denotava indícios de bouchoné, para outros nem tanto. No palato não se sentia tanto, desta forma possibilitando que lhe fosse dado uma nota. Muito mentolado e herbáceo, taninos ásperos, um vinho difícil que nitidamente precisa de uma nova avaliação. Por não termos parâmetros, mas levando-se em consideração que é um vinho com 17/20 pontos na Revista de Vinhos,  acho que o grupo terá que rever o vinho em uma outra ocasião. Mesmo assim, conseguiu obter uma média de 80,75 pontos e custa ao redor de R$65,00.

DSC01615Alentejo – Vila Santa 2007 (Casa Flora) – um vinho que marcou presença e, não por acaso, um dos meus preferidos que fiz questão de de ter presente nesta prova. Nariz marcante, frutas vermelhas (cerejas) com toques florais (violeta) muito atraentes e convidativos. Na boca mostra-se novo com taninos ainda bem presentes, porém finos e sem qualquer agressividade, boa acidez implorando por um bom prato, boa textura, rico, um vinho muito apetecível e mais um que veio para brigar pela liderança. Obteve a média de 88 pontos contra os 91 que a Wine Enthusiast lhe deu. Preço ao redor de R$85,00.

DSC01608Douro – Casa Ferreirinha Vinha Grande 2003 (Zahil) – talvez o vinho mais pronto de todos que pouco ou nada mais ganhará com maior guarda. Desta casa sai o mítico Barca velha o que, por si só, já é razão bastante para nos aventurarmos em seu portfólio de bons rótulos, a começar por este que está absolutamente macio, sedoso e sedutor. Ótima entrada de boca de muita finesse, macio, redondo, saboroso, uma acidez no ponto, equilibrado um vinho muito equilibrado e sem arestas. Muita fruta vermelha do bosque em perfeita harmonia entre olfato e palato, com um final com algo de especiarias. Levantou suspiros e adjetivos como estupendo, sensacional, etc. Mais um candidato que obteve a média de 88,70 pontos e custa R$88,00 na importadora.

DSC01616Alentejo – Herdade da Sobreira 2004 (Interfood) – notas de chocolate e fruta madura no nariz. No palato encontramos taninos potentes bem trabalhados mostrando estarmos frente a frente a um vinho mais encorpado e robusto, de grande estrutura que ainda poderá gerar grande satisfação por mais uns bons quatro a cinco anos pela frente. Uma estilo um pouco mais tradicional, é um vinho que pede um prato de boa consistência e “sustança” para o acompanhar. Muito saboroso e equilibrado, um belo vinho. Obteve a média de 86,10 pontos e custa ao redor de R$90 na importadora.

Alentejo x Douro Quinta-do-fredo 3Douro – Quinta do Fredo 2007 (BR Bebidas) – um vinho muito novo recém saído das fraldas, que precisa de tempo para se estabilizar. A garrafa usada foi de mostra da barrica, sendo que a primeira importação está prevista para chegar até ao final do ano, talvez final de Novembro. Mesmo assim mostrou-se bem, com aromas frutados misturados a nuances de farmácia (acetona) e alguma especiaria. Na boca é intrigante, evolui na taça e mostra taninos de qualidade, final com alcaçuz/anis, um vinho diferenciado que precisa, neste momento, mais do que a uma hora que lhe demos de aeração. Deve evoluir muito bem pelos próximos dois a três anos. Obteve a média de 82,45 pontos e deverá custar algo ao redor dos R$80,00, mais ou menos 10%.

DSC01611Douro – Churchill Estate 2006 (Expand) – aromas bastante intensos de fruta compotada com nuances lácteas, próprio de uma boa aplicação de barrica. Na boca é cheio, complexo, equilibrado, taninos aveludados, boa estrutura, um vinho muito saboroso com um final agradável e de boa persistência que pede por mais uma taça. Obteve a média de 85,55 pontos contra os 90 que lhe foram dados pela Wine Spectator e custa R$88,00 nas lojas da importadora.

DSC01617Alentejo – Herdade do Pinheiro Reserva 2003 (Beirão da Serra) – aromas bastante complexos em que se sobressai muita fruta madura e toques de couro. Apesar do avançado halo aquoso e cor já mais atijolada, o vinho segue vibrante com boa presença de taninos finos e maduros, complexo, algo de fruta seca na boca, rico e mesmo que sem o brilho de sua primeira passada por nossos Desafios, mostrou-se um conjunto bastante harmônico e equilibrado demonstrando ser um dos bons rótulos alentejanos hoje disponíveis no mercado. Obteve a boa média de 88,25 pontos e custa algo ao redor de R$75,00.

DSC01610Douro – Duorum 2007 (Casa Flora) – de aromas ainda tímidos e fechados com nuances de cassis e algo terroso. Mostra-se melhor em boca com bom volume, corpo médio de boa estrutura, elegante, de taninos firmes finos e sedosos, carnoso sem nunca ser “over”, bem equilibrado, evoluindo bem em taça  o que sugere que poderia ter sido decantado por um período algo maior, minha sugestão é de 45 minutos a uma hora quando ele deve se abrir mais e mostrar todo o seu potencial. Muito gostoso e fácil de agradar sendo um vinho bastante gastronômico e fresco com um final algo mineral. Um belo vinho que obteve uma média de 84,90 pontos e custa ao redor de R$60,00.

DSC01612Douro – Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo 2004 (Vinea) – ao conrário do restante dos Desafiantes, este não passa por madeira preservando a fruta e frescor. Mostra-se bem evoluído e frutado nos aromas com leves e sutis toques florais. No palato ainda mostra saúde, bom corpo, intenso e complexo, taninos doces e sedosos com um final de boca gostoso porém um pouco curto. Vinho correto, bem feito, sem adereços nem arestas, bastante franco e agradável. Obteve a média de 84,60 pontos e custa R$75,00 na importadora.

DSC01613Douro – Lavradores da Feitoria 3 Bagos 2005 (Mistral) – fruta em geleia, herbáceo, algo de salumeria e boa presença mineral no nariz que demosntra uma certa complexidade. No palato mostra-se ainda bem firme, boa textura, concentrado, equilibrado com uma acidez gostosa que chama comida, num estilo muito próprio e um final algo especiado. Obteve a média de 85,10 pontos e custa em torno de R$75,00 na importadora.

Desafio terminado, tivemos o interessante fato de que, apesar de o Alentejo ter levado este derby com um total de 5158 pontos contra os 5112 pontos do Douro, o grande campeão da noite, a melhor performance individual ficando com o título de Melhor Vinho, foi o Casa Ferreirinha Vinha Grande 2003, do Douro. Na sequência, Herdade do Pinheiro Reserva, Vila Santa, Herdade Paços do Conde Reserva e finalizando o podium o Herdade da Sobreira, todos do Alentejo. Entre o primeiro e o quarto classificado, uma diferença de menos de um ponto o que poderíamos considerar ser um empate técnico. Uma bela seleção de vinhos com esta quina um degrau acima dos demais num desafio definido pelo fotochart!

O Melhor Custo x Beneficio ficou com o Duorum 2007 e a Melhor Compra o Herdade do Pinheiro Reserva, este último por voto direto. Agora vejamos o vinho preferido de cada degustador e sua pontuação:

  • Ralph Schaffa – Vila Santa – 89 pontos
  • Claudio Werneck – Paços do Conde reserva – 91,5 pontos
  • Breno Raigorodsky – Vila Santa – 90 pontos
  • Francisco Stredel – Herdade do Pinheiro Reserva – 91 pontos
  • Alexandre Frias – Paços do Conde Reserva – 87 pontos
  • Evandro Silva – Vinha Grande – 90 pontos
  • Luis Fernando Leite de Barros – Herdade do Pinheiro Reserva – 91 pontos
  • Fabio Gimenes – Vinha Grande – 96 pontos
  • Zé Roberto Pedreira – Vinha Grande – 91,5 pontos
  • Simon Knittel – Vinha Grande – 89 pontos
  • Daniel Perches – Paços do Conde Reserva – 93 pontos
  • João Filipe Clemente – depois de meia hora de indecisão e por meio ponto sobre o Paços, o Vila Santa – 88,5 pontos.

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Caso queira localizar uma loja próximo a você onde possa comprar um ou mais dos rótulos acima, contate o importador ou produtor acessando Onde Comprar.

Salute e kanimambo. Mês que vem tem mais!

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Derby Português – Alentejo x Douro

Clipboard Alentejo X DouroNa impossibilidade de postar no fim de semana em função de mais uma ‘travada’ do speedy , começo a semana anunciando um famoso derby, um Alentejo x Douro para ninguém botar defeito, é este o tema de mais um Desafio de Vinhos promovido por este blog. Desta feita, 15 degustadores terão a oportunidade de provar ás cegas doze vinhos com cada uma das regiões sendo representada por seis desafiantes. Teremos os tradicionais resultados individuais (Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra) e, pela primeira vez, um pela região. Parte dos vinhos conheço e outros não, mas mais uma vez ficará clara a alta qualidade dos vinhos portugueses e os preços competitivos praticados no mercado, fatores essenciais que deixam Portugal como a terceira mais importante origem de vinhos importados. Vinhos essencialmente de corte, uvas autóctones, sabores diferentes do que nos acostumamos a tomar por aqui, habituados que estamos aos varietais de uvas internacionais que nos são oferecidos aos montes por nossos hermanos chilenos, argentinos e uruguaios assim como a própria produção brasileira.

            Desta feita o Desafio se dará num restaurante relativamente novo em São Paulo, o Franciacorta, uma sugestãoDesafio Alentejo x Douro 001 de nossa amiga e parceira Eliza da Lusitana. Estive lá, um restaurante gracioso, cheio de charme que vale a pena ser descoberto pelos amigos. Apesar do nome Italiano, é essencialmente um bistrô de orientação francesa e influência da região que, esta noite, topou “inventar” comigo na criação de um menu especial com receitas familiares minhas para o jantar que se seguirá ao Desafio de Vinhos. Algo inusitado que, esperamos, venha a ter o resultado que almejamos. Depois falo um pouco mais sobre este lugar aconchegante e de gente simpática.

A banca de degustadores já confirmada que me acompanhará nesta empreitada será a de quase sempre e composta pelos amigos; Dr. Luis Fernando Leite de Barros (enófilo), Evandro Silva e Francisco Stredler (Confraria 2 Panas), Emilio Santoro (Portal dos Vinhos), Simon Knittel (Kylix), Ricardo Tomasi (Sommelier/Specialitá), Ralph Schaffa (Restauranteur), Alexandre Frias (Diario de Bacco), Claudio Werneck (Le Vin au Blog-RJ), Fabio Gimenes e José Roberto Pedreira (enófilos da Confraria de Embu), Denise Cavalcante (Assessora de Imprensa) e como convidados especiais o colaborador, colunista e jurado FISAR Breno Raigorodski e a amiga Eliza Leão da Lusitana de Vinhos e Azeites, num total de 15 membros. Como a Eliza tem um vinho desafiante inscrito no Desafio, sua nota, por uma questão ética mesmo com a degustação sendo às cegas, será excluída do resultado final. Agora, você quer saber mesmo é quem são os Desafiantes ao Podium, então lá vai:

CVR AlentejoALENTEJO – A equipe é composta de alguns dos mais saborosos e conceituados rótulos de média/alta gama dos vinhos da região.

  • Herdade do Pinheiro Reserva 03 (Beirão da Serra) – o grande campeão do Desafio de Vinhos Portugueses e um dos vinhos da região que me agradam sobremaneira, corte de 50% Aragonez, 25% Trincadeira e o restante de Touriga Nacional. Preço aproximado de R$75,00 com mais presença nos pontos de venda do Rio de Janeiro, algo em São Paulo de forma muito isolada e praticamente inexistente nos outros mercados nacionais. Outros competidores, outra prova, veremos se a performance será a mesma, porque a última foi arrasadora.
  •  Monte da Cal Reserva 04 (Winebrands), um vinho bastante conceituado em Portugal, mas que nunca tive o prazer de provar. De acordo com a Revista de Vinhos , que lhe dá 17/20 pontos, é um vinho vigoroso e austero que vamos ver como se sai neste embate. As cepas usadas no corte são as mesmas do Herdade da Sobreira; Syrah, Trincadeira e Alicante Bouschet. Preço na importadora,  R$65,00
  •  Herdade da Sobreira (Interfood) mais uma obra de Paulo Laureano, é um corte de Syrah, Trincadeira e Alicante Bouschet que, só pelo corte, já dá indicações de teremos pela frente um vinho potentoso, austero e de grande estrutura. Preço em torno de R$90,00.
  •  Herdade Paços do Conde Reserva 07 (Lusitana), corte de Syrah, Touriga Nacional, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet,  mais um vinho de grande qualidade e arrebatador de corações que chega com um retrospecto avassalador. Novo, vai precisar da horinha de decanter que lhe atribuímos, e apesar de ter um preço em torno de R$120,00, para nossos leitores e seguidores o preço estará em torno de R$98,00 então dentro do limite de R$100,00 que estipulei.
  • Cortes de Cima 07 (Portal dos Vinhos/Adega Alentejana). Preferiria ver aqui o 2005 que acho estar em sua plenitude, mas este 2007 ainda não provei e espero que uma hora de decanter deva prepará-lo melhor para a prova. Tradicionalmente um vinho que oscila entre os 16 e 17 pontos na revista de Vinhos, este é mais um dos meus muitos xodós do Alentejo que custa em torno de R$90 a 95,00 tendo sido uma contribuição do amigo Emilio já que meu contato com a importadora anda meio emperrado. O corte foge um pouco ao tradicional, típico do produtor e marca registrada da casa que gosta de inovar e criar, 56% Syrah, 20% Aragonez , 11% Cabernet Sauvignon, 8% Petit Verdot, 5% Touriga Nacional.
  •  Vila Santa 07 (Casa Flora), mais um dos belos vinhos que o Alentejo produz e que me agrada sobremaneira, um corte de Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet. O da safra anterior estava delicioso, agora veremos como está este e como se comportará cara a cara com seus pares e os adversários do Douro. Na Revista de Vinhos o 2006 obteve 16,5/20 pontos e 91 pontos da Wine Enthusiast.  O preço médio no mercado ronda os R$85,00.

mapa da região do DouroDOURO: Equipe que traz uma novidade ainda não disponível no mercado, mas por chegar, alguns nomes consagrados e vinhos diferenciados fugindo um pouco do pseudo padrão da região a que estamos acostumados por aqui.

  • Quinta Nova de Nossa Sra. do Carmo DOC 04 (Vinea), é um daqueles vinhos diferenciados, inclusive pela ausência de barricas de carvalho no seu processo, elaborado com um corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Amarela. Provei e gostei, um vinho diferenciado e muito saboroso que espero venha a se dar bem nesta prova e que obteve 16/20 pontos na Revista de Vinhos. O preço atual é de R$75,00.
  •  Quinta do Fredo 07 (BR Bebidas/Vinhas do Douro), corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Francesa e Tinta Barroca, elaborado pelo método tradicional de pisa a pé, uma das novidades que está para chegar e que teremos o privilégio de degustar “en premmier”. Tomei um gole da garrafa de prova e gostei das sensações que senti, acho que estaremos diante de um vinho muito interessante e aguardo ansioso a avaliação da banca de degustação. Um vinho desenvolvido especialmente para o Fredo da BR Bebidas com apenas 2.000 garrafas produzidas. O preço deverá ficar por volta dos R$65 a 80,00.
  • Duorum 07 (Casa Flora) com 16,5/20 pontos na Revista de Vinhos, é um projeto novo de dois enólogos que marcam a história do vinho em Portugal nas últimas décadas – João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco – que elaboraram este vinho com vinhas velhas de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. O vinho tem sido bastante elogiado pelos críticos e colegas blogueiros em Portugal e o “gole” que tomei em uma feira prometeu, agora é conferir. O preço gira em torno de R$60,00
  •  Casa Ferreirinha Vinha Grande 03 (Zahil) elaborado com as tradicionais castas da região; Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca, de um tradicional produtor (Sogrape) com história para contar vem este vinho que dizem estar em seu age, repleto de charme e elegância. Na Revista de Vinhos obteve 16/20 pontos e custa R$88,00 na importadora.
  •  Três Bagos 2005 (Mistral) com 15,5 pontos da Revista de Vinhos, mais um vinho que não conheço e pelo que li um vinho também mais austero e sisudo, porém de grande elegância e com grande potencial gastronômico, o que nem sempre aparece nestas degustações ás cegas. Corte de Touriga Nacional /Touriga Franca /Tinta Roriz / Tinta Barroca, esperemos para ver como se sairá no embate e seu preço está por volta dos R$75,00.
  •  Churchill Estate 2006 (Expand) um vinho que há tempos aguça minha curiosidade tendo visto que a Wine Spectator lhe deu 90 pontos tanto em 2004, como 2005 e agora nesta safra de 2006. De acordo com eles, um vinho de ótima estrutura e profunda elegância, mais um a conferir. Preço na importadora por volta dos R$88,00.

         As diversas menções à Revista de Vinhos tem a ver que, por acaso, a revista que um amigo me trouxe de Portugal trazia um artigo de tintos até R$10,00 onde a maioria dos desafiantes tinha sido avaliado e por, quer queiramos quer não, a revista é uma importante fonte de referência para os vinhos portugueses. Quem ganhará, alguém arrisca? Nem a região?!

 No fim de semana que vem retorno à programação com a coluna do Breno, speedy permitindo, e amanhã a segunda parte do resultado do painel de vinhos até R$50,00, desta feita com vinhos entre R$30 e 50,00. Nos vemos por aqui.

Salute e kanimambo.

Gastronomia e Harmonização

sunday Oct 11th 002Vejam que não me referi  á enogastronomia, e sim a gastronomia porque harmonização não se faz somente com vinhos. Como em matéria do Paladar, a harmonização de um prato pode ser feita com diversos e divinos liquidos, sejam eles cervejas, sucos, caipirinha, vinhos ou qualquer outro ou até nenhum, já que a principal harmonização, a meu ver, é com as pessoas. Neste fim de semana preparei um churrasco tradicional JFC, ou seja: lingüiça, costelinha e picanha. Antes, como aperitivo, tomei uma cerveja que me agrada muito, a Leffe. Já fui mais de cerveja, mas até hoje gosto de uma Stella Artois, de um chopp Warsteiner ou de uma Erdinger Weissbier, todas muito especiais, mas uma me completa, a cerveja de Abadia que é, normalmente, bastante cara, mas esta, de origem belga, nem tanto tendo harmonizado muito bem com carne seca (Beef Jerkee), defumada, desidratada e levemente apimentada , um substituto para meu saudoso e sempre apetecível  “biltong”.

Agora, já que aqui se fala mesmo é de vinho, se mata a cobra e mostra o pau, aqui está minha principal harmonização deste fim de semana, a minha costelinha de porco na brasa com vinho verde, neste caso o gostoso Varanda do Conde um corte das uvas Alvarinho e Trajadura.sunday Oct 11th 004 Este é um vinho do qual tenho sempre uma garrafas em casa porque me dá muito prazer e é um perfeito companheiro para a costela ou um lombinho de porco no forno. De um intenso frescor e acidez rasgante, perfeitamente balanceado e pleno de sabor é uma perfeita combinação com comidas mais gordurosas. Há pouco tempo o usei numa harmonização com feijoada e tanto eu como os convivas,  pode ter sido mera cortesia dos amigos, adoramos essa combinação. A acidez corta a gordura e realça sabores com ótimos resultados, uma de minhas harmonizações preferidas e um vinho que me grada muito e tem mais, não é caro custando algo próximo aos R$30,00 variando em 20% para cima ou para baixo dependendo de onde comprar. Outros vinhos verdes poderão ser opções, sejam blends como um varietal de Alvarinho ou Loureiro ou Avesso ou …. rs.

Experimente você e depois compartilhe suas opiniões conosco. Salute e kanimambo.

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Pequeno Dicionário de Português x Brasileiro – Parte IV

dicionario1 Este vinho tinto vinificado em extreme com tinta amarela, é muito porreiro e fácil de encontrar no mercado retalhista lisboeta, mais barato do que os preços nas garrafeiras. Melhor seria dizer que é uma tara, especialmente quando acompanhado de uma tarte de pimentos assados, algo que me sabe muito bem. Podem-me chamar de saloio, mas me fio no feitio do banheiro, que é gajo sério e fiche, quando me diz que é um dos melhores vinhos de Portugal. Ou será que me está a enfiar o barrete?

       Meus caros, com esta última lista e frase acima, que agora já deve dar para “traduzir” facilmente, finalizo meu Pequeno Dicionário que espero vos ajude a compreender melhor o idioma de Camões. Outras palavras existirão, especialmente na área enogastronômica, que espero os amigos possam ir completando através de comentários. Com maior prazer revisarei os posts inserindo estas nova palavras e/ou expressões.

Relva Grama
Rés-do-chão Térreo
Resolúvel Solucionável
Ressonar Roncar
Restauração Restauração ou região de restaurantes
Restolho Sobras, resto do resto, algo ruim sem uso.
Retalhista Varejistas
Retrete Privada, vaso sanitário
Rojões Pedaços de carne de porco conservada em banha.
Rotunda Praça circular. -CUIDADO – Em Portugal, como no resto da Europa, quem está fazendo a rotunda tem preferência no transito e não quem entra pela direita como prática comum no Brasil, mesmo que a lei seja a mesma.
Rulote Trailer
Saber bem Tem a ver com sabor. Ex. uma tosta e um galão iam-me saber bem agora.
Saco Saco mesmo, e só. È muito comum ir á padaria levando seu próprio saco. Ao significado dado pelos Brasileiros à palavra saco, em Portugal se usa bolas, tomates, etc.
Saloio Caipira
Sandes Sanduíche
Sanita Privada, vaso sanitário
Sapateira Um prato feito de carne de um tipo de caranguejo e servido gelado, normalmente na própria casca. Pitéu.
Sarilhos Encrenca, confusão
Sebenta Apostila
Secretária Mesa de escritório / Escrivaninha
Sem crise Sem problema
Serviços de restauração Serviços de restaurante
SIDA AIDS
Sitio Lugar
Sorna Pessoa indolente, preguiçoso
Sova Surra
Sumo Suco
Supressão de berma à frente Término do acostamento logo adiante
TAC Tomografia axial computadorizada. Um exame de raio X, muito comum em Portugal.
Tacho Panela
Talho Açougue
Tara Qualquer coisa muito boa ou bonita, inclusive pessoas. Ex. o almoço estava uma tara.
Taralhoco/a Senil, gagá.
Tareia Surra
Tarte Torta
Tasca Boteco em que se servem refeições prontas, nosso “pf”, porém de boa qualidade.
Tejadilho Teto (capota)
Telemóvel Celular
Tenda Barraca
Tensão Pressão arterial
Ter lata Cara de pau
Ter tomates Gíria para determinar alguém com “aquilo” roxo, corajoso, macho.
Teso Duro, sem dinheiro.
Tirar um curso Fazer um curso
Titulo Bilhete (ônibus, trem, metrô)
Tosta Torrada
Tosta mista Misto quente
Trambulhão Tombo
Traque Também conhecido como bufa, ato de soltar gazes.
Travão Freio
Trepar Mero ato de subir
Trinca-espinhas Pessoa alta e magérrima
Trincar Morder
Tripeiro Pessoa nascida na cidade do Porto
Troço Trecho
Trolitada Pancada
T-shirt Camiseta
Utente Usuário
Vale dos lençóis Cama. Ex. estou estafado, chega por hoje, vou para o vale dos lençóis.
Valente Valente, mas também usado com o intuito de grande, robusto.
Varicela Catapora
Ventoinha Ventilador
Verniz Esmalte para unhas
Vinho em extreme Vinho varietal, produzido com uma só cepa.
Visa Cartão usado para crédito
Zaragata Briga, discussão, confusão
Zé dos anzóis Um Zé ninguém, individuo qualquer, sem valor..
Zona Região

Salute e kanimambo

Frutos do Mar e Vinho Verde Branco

marithimus 005Gosto que me enrosco desta clássica harmonização, mas como a maioria, a cozinha não é dos meus fortes apesar de me esforçar e até fazer algumas coisas interessantes. Frutos do mar, por exemplo, são iguarias que ainda não dominei (exceção feita á caldeirada de lulas) e como gosto de combiná-los com bons vinhos brancos de ótimo frescor, esta linha de produtos da Marithimu’s veio bem a calhar. Já apresentei os produtos desta nova empresa de Santa Catarina há um tempinho atrás, mas fiquei de degustar e compartilhar a experiência com os amigos, o que finalmente faço e, como podem ver pelos potes, não sobrou nem cheiro para contar a história, só mesmo escrevendo.

        Num primeiro momento, abri o pote de deliciosos e suculentos pedaços de polvo, tenros, delicados e saborosos. Para acompanhar algumas fatias de pão italiano levemente aquecidos que gulosamente molhava no óleo que envolvia o polvo, abri uma garrafa do delicioso Quinta do Ameal Loureiro 2007  (Vinho Seleto) que escoltou o polvo em perfeita harmonia e sedutor encantamento. Ambos suaves, delicados e saborosos, cresceram juntos me Diversos 043enchendo a boca de prazer e a alma de satisfação. Uma bela “maridage” para ninguém colocar defeito e uma pena que esta minha degustação tivesse que ser interrompida por um acidente que requereu minha urgente e imediata atenção tendo, inclusive, me feito esquecer o fato de que não tinha fotografado esse encontro especial. Pelo menos curtam o rótulo, por que o resto desapareceu muito rapidamente. O Quinta do Ameal é um dos bons exemplos do que os vinhos elaborados com a casta autóctone Loureiro podem gerar.  Muito fresco, aromático, saboroso, suave e repleto de sutilezas num estilo que nos faz lembrar os bons vinhos alemães da região do Mosel e que acaba muito rapidamente. Melhor ainda porque tem um preço bem convidativo, por volta dos R$42,00

        Três semanas depois o segundo momento e este mais programado, sem interrupções e mais satisfação. Aliás, tenho que reconhecer que este produtos e um bom vinho branco são parceiros infalíveis e, muito importante, fácil e rápido de servir. Estou longe de ser um craque na cozinha, muito menos uma Renata Braune que soube como ninguém trabalhar estes produtos ou outros autores que aparecem na seção de receitas do site da Marithimu’s. No entanto, seguir receita eu sei, e segui a de Bruschettas de Ostras que vem com a própria embalagem, mas que também tem no site. Dois potes, um com mexilhão e o outro com ostras, que traçei devidamente acompanhado por um dos mais saborosos alvarinhos, o divino Soalheiro 2007.

Receita0001

         Para começar, preparei as bruschettas com as ostras, tendo feito um teste também com o mexilhão em somente duas. Achei que a delicadeza da ostra se houve melhor na bruscheta tendo deixado o restante do mexilhão para comer somente com pedaços de pão italiano levemente torrado, uma verdadeira delicia. Enquanto escrevo me vêm á memória os aromas e sabores tanto do prato como do vinho, deixando-me com água na boca, prova cabal de que essa harmonização foi perfeita. Costumo dizer que vinhos de longa persistência são aqueles que ficam na memória, pois bem essa harmonização seguiu o mesmo padrão.

Comemoração Bruno 008

           O Soalheiro, esse é um caso à parte, um vinho elaborado com 100% da cepa Alvarinho que é uma de minhas preferidas, sendo este rótulo muito especial, tanto que sempre que passo em Portugal me asseguro de trazer uma ou duas garrafas, até porque não é caro, custa algo próximo a 8 Euros. Uma pena que não posso trazer de caixa pois correria o risco dos fiscais da alfândega acharem que fosse para revenda! Existem vinhos de maior nome e bem mais caros, que não lhe chegam aos pés e, por outro lado, é campeão de consistência anos após ano possuindo uma característica interessante, envelhece bem. Uma pena que nunca lhe dou esse tempo e acabo com ele ainda jovem pois é irresistível. È um vinho de muita classe, grande intensidade aromática em que se sobressai damascos e flor de laranjeira com espectro floral e frutado que encanta. Na boca é exuberante e algo cítrico com  deliciosa textura e riqueza de sabores, sedutor e um final mineral que nos deixa pedindo mais. Um dos grandes vinhos brancos portugueses e quem ainda não teve oportunidade de o provar está perdendo. Faça-se um favor e compre uma garrafa aqui na Mistral, só para conferir se toda essa minha empolgação tem, ou não, razão de ser. Se não for com estas iguarias, que seja com um belo risoto de camarão, garanto que será um manjar digno dos deuses!

         Dois momentos, duas harmonizações deliciosas que recomendo aos amigos e uma dica ao pessoal da Marithimu’s, disponibilisar, opcionalmente, embalagens maiores com o dobro do conteúdo. Eu vou me garantir e fazer algum estoque, tantos dos vinhos quanto dos deliciosos quitutes dos amigos da Marithimu’s. Salute e kanimambo.

Pequeno Dicionário de Português x Brasileiro – Parte III

dicionario1           Bem, na verdade ia postar mais uma das quatro listas de meu pequeno dicionário somente na Terça, mas a preguiça e a necessidade de apresentar a coluna ao jornal nesta Segunda tomaram todo o meu fim de semana. Pretendia postar os resultados e comentários do Desafio de Vinhos de Uvas Ícones hoje e Quarta, mas fica para amanhã já que aproveitei esta parte III do Dicionário que já estava pronta. Aproveitem, agora já têm a maior parte do dicionário, e destrinchem as frases que listei nos posts interiores e mais esta:

“O gajo, um trinca-espinhas que usava verniz, peneirento e aldrabão, gostava de entrar em tascas e pedir sapateira, como se isso fosse casual. No fundo era um Zé dos anzóis que mal e mal trincava uns rebuçados velhos e vivia de restolhos que a vizinha mista lhe deixava na porta de seu apartamento de dois assoalhados, morada que a maioria desconhecia. Tomates lhe faltavam, mas lata não e era comum vê-lo na zona a soltar piropos ás miúdas que passavam o que, invariavelmente, o metiam em sarilhos quando algum namorado matolão por lá aparecia e aplicava-lhe uma valente tareia, deixando-o bastante magoado e com algumas nódoas negras pelo corpo. Uma vez, tentou engatar uma rapariga que andava pelo passeio com um cão que lhe acabou mordendo, fazendo com que tivesse que tomar uma pica, só por garantia, já que nem massas tinha para fazer um penso. Emfim, um sorna que mais estava para partir um choco do que para enveredar pelos caminhos da labuta diária na busca do pão de cada dia. Preferia tentar meter o barrete a um e a outro e, com isso , lá ia levando a vida aos trambulhões.”

Este pequeno dicionário poderá receber verbetes e adições por parte dos amigos tendo alguns, inclusive, já feito isso. Mande-as via comentário que eu agrego e, se tiverem mais contribuições na área de enogastronomia, tanto melhor. Por sinal, estava me esquecendo do Esparregado! Inclui na parte II e não recuse quando lhe oferecerem, é muito gostoso. Aproveitando, quero pedir uma ajuda para, de forma sintetizada, explicar a palavra, ou melhor prato, MIGAS. Alguém se arrisca? Seio que é, gosto mais ou menos, mas não consigo explicar.

Hospedeira Aeromoça
Imperial Chopp
Inversão de sentido ou de marcha Retorno
Invisuais Cegos
Ir a baixo, carro Deixar o carro morrer
Ir aos copos Ir tomar umas biritas, ir a um bar tomar uma cerveja ou qualquer outra bebida alcoólica. Happy hour.
Iscas com elas Prato de tiras de bife de fígado com batatas. Bom demais!
Joaquinzinho Manjuba
Jogo de singulares ou pares Jogo de simples ou duplas
Ladrar Latir
Lambe-botas Puxa saco
Lanço Trecho
Lés-a-lés Ponta a ponta
Ligeiros Carros de passeio
Lixívia Água Sanitária
Lomba Lombada
Lume Fogo
Lume brando Fogo baixo
Maçada Chato/saco. Ex. Posso te levar em casa, não é maçada nenhuma.
Magoar Machucar
Mala de mão Bolsa de mulher
Malta Turma
Mandrião Preguiçoso
Maningue (origem africana) Muito
Maple sofá
Marcação (mesa) Reserva
Marco Caixa de correio
Massas Grana
Matabicho (origem Africana) Café da manhã
Matolão Pessoa grande
Matraquilhos (matrecos) Pimbolim
Matricula Placa de carro
Mau feitio Mau gênio
Me causa impressão Me incomoda, me é estranho.
Mesa de cabeceira Criado-mudo
Meter o Barrete Tapear. Ex. não tentes me meter o barrete que não sou parvo.
Mista Morena (mulata)
Miudo/a Garoto/a
Monhé Gíria depreciativa para denominar um Indiano
Montra Vitrine
Morada Endereço
Mudança (carro) Cambio
Mulher-a-dias Faxineira diarista
Multibanco Cartão usado para débito
Natas Creme de leite
Nódoa Mancha
Nódoa negra Roxo (hematoma)
Oferta Presente
Ovos escalfados Ovos poché
Pai Natal Papai Noel
Panasca O mesmo que paneleiro, pederasta, homossexual.
Paneleiro Gay, homossexual
Pão ralado farinha de rosca
Papa-açordas Cara lento, molenga, indolente
Papo-seco Pãozinho
Paragem Estação, ponto
Partir Quebrar
Partir um choco Tirar uma soneca (contribuição da Fátima Santoro)
Passadeira Faixa de pedestres
Passeio Calçada
Pastel Doce
Pastelaria Doceira
Pastilha elástica goma de mascar, também conhecido como xoinga.
Patuscada reunião de pessoas com comes e bebes repleta de guloseimas, festança.
Pato Trouxa, também pato
Peixeira Mulher que vende peixe
Pele Couro. Ex. casaco de pele ou carteira de pele.
Peneirento(a) Tipo vaidoso. Ex. pessoa cheia de peneiras.
Penso curativo
Penso higiênico Absorvente intimo
Penso rápido curativo tipo band-aid
Peões Pedestres
Pequeno almoço Café da manhã
Perceber Entender
Peugas Meias
Pevide Caroço
Pica (tomar uma) Injeção
Picadura Picada, mordida de inseto
Picante Ardido, usado com relação à pimenta
Pildra Xadrez, prisão
Pionés Percevejo, tachinha
Pipa Muita quantidade. Ex. esse restaurante cobra uma pipa de massas.
Piri-piri Pimenta
Piropo Galanteio
Policia judiciária Policia Civil
Ponta de um corno Coisa de pouca valia, insignificante.
Porreiro Legal, muito bom
Portagem Pedágio
Pouquexinho Pouquinho
Praça de restauração Parece mas não tem nada a ver com restauração. É alusivo a restaurante, seria uma praça de alimentação em um shopping ou área semelhante
Prego Sanduíche de contra filé, churrasquinho. Também, prego.
Prenda Presente
Prolongamento Prorrogação
Propina Gorjeta / Mensalidade
Pulha Pessoa sem dignidade, sacana
Punheta de bacalhau Um delicioso prato de bacalhau desfiado á mão.
Puto Moleque
Quanto baste (usado em receitas) A gosto
Quebrado Partido
Quinta Sitio
Rabo O próprio, bunda, ou o fim de alguma coisa. Ex. rabo da bicha (fim da fila)
Rafeiro Vira-lata
Ralhar Dar bronca
Rameiras Prostitutas
Rapariga Moça
Rasca Coisa ruim sem qualidade. Também usado como estar com dificuldades, aflito.
Rato (computador) Mouse
Rebuçado Bala doce
Refilar Reclamar, resmungar
Reforma Aposentadoria
Reguila Traquina, levado

Assim que der publico a Parte IV, que finalizará, por enquanto, este Pequeno Dicionário. Por hoje é só, amanhã retomo com o Desafio de Uvas Ícnones que produziu duas belas surpresas.

Salute e kanimambo

Salvar

Pequeno Dicionário de Português x Brasileiro – Parte II

dicionario1         Para seguir desbravando o idioma Luso na sua essência. Eis a segunda parte do dicionário que elaborei para  facilitar a vida dos amigos brasileiros de férias por terras Lusas. Para ir preparando o espírito, que tal traduzir para o português com “acento” aqui da terra brasilis, estas curtas frases:

  • Ao passar a lomba, deixou o carro ir abaixo mesmo ali, no ponto de inversão de sentido.
  • Passa-me lá no supermercado e compra uma caixa de diósperos e uma chucha e biberon para o bebé.
  • Final de tarde na Sexta-feira, nada como juntar a malta, pedir uns joaquinzinhos e uma imperial, sentarmos na esplanada, ver os elétricos passarem cheios de turistas giras e deitar conversa fora. 
  • Com essa conversa de tretas não tens hipótese de engatar essa miúda que é explicadora e inteligentissíma. Ela é capaz é de ficar lixada contigo!
  • Ó pá, dá-se-me nas tintas se quiseres ir aos copos, mas vê lá não te metas em zaragatas. Na volta passa na farmácia e compra-me um creme para picaduras e duas caixas grandes de durex.
Carta de condução Carteira de motorista
Carteira Bolsa de mulher
Casa de banho Banheiro
Casaco Paletó
Chamussa Pastel de carne bem temperada – Origem Indiana. Muito saboroso
Champô Xampu
Chávena Chicara
Chiça Expressão de espanto e surpresa com algo.
Chocos Lula pequena
Choque Batida
Chucha Chupetinha de criança
Chulo Gigolô, gente grossa, mal educada, de baixo nível.
Chumbar Reprovar. Ex. O Carlos chumbou de novo na prova de condução.
Chumbar o dente Fazer uma obturação
Chupa-chupa Picolé, pirulito
Coboiada Farra, diversão.
Côdea Crosta, Casca crocante do pão. Ex. Prefiro a côdea ao miolo do pão.
Coluna Caixas de som
Comboio Trem
Condutor Motorista
Constipado Gripado
Contrafacção Falsificação, cópia fraudulenta.
Conversa de treta Papo furado
Copo d´água Recepção de casamento
Coxia Coxia do teatro mas também corredor em cinema, avião, etc.
Coxo Manco
Cozer Cozinhar. Ex. panela ao lume para cozer o arroz.
Cueca Cueca, calcinha.
Cunha Indicação (quem indica), pistolão. Ex. emprego neste país só com uma boa cunha!
Dador Doador. Campanha de doação de sangue em caixas de fósforos “Dê, vai ver que não dói nada.”
Dar em águas de bacalhau Dar em nada.
Dar Explicação Aulas particulares
Dar o berro Falecer, acabar
Dar para o torto Dar errado
Dar um bigode Grande vantagem numa disputa.
Dáse-me nas tintas Não estou nem ai
Défice Déficit
Deitar. Usado no sentido de jogar. Ex. deite o papel no lixo, não na rua.
Descapotável Conversível
Desculpe lá Expressão muito usada  pelos Portugueses. Tem a função do nosso com licença ou perdoe. Desculpe lá, não a conheço de algum sitio?
Despassarado Distraído, desorientado.
Despedido Demitido
Dióspero Caqui
Direção assistida Direção hidráulica
Disparate Besteira
Do quilé Expressão que demonstra muito. Ex. está um frio do quilé!
Dobrar (filme) Dublar
Dona-elvira Calhambeque
Doutor É comum chegar para uma reunião e a recepcionista lhe perguntar o nome. Você diz e ela pergunta se é doutor. Não tem nada a ver com médico. Na verdade os portugueses são bastante formais e ela quer saber se deve anunciar o Senhor Doutor (pessoa com formação superior) …….
Duche Ducha, chuveiro
Durex Camisinha
É mato de montão. Ex. aqui em Portugal, produtor de vinho é mato.
Ecrã Tela
Elétrico Bonde
Ementa Cardápio
Encarnado A cor vermelha
Encastrar Embutir
Engatar Paquerar
Engraxar Adular, puxar o saco.
Ensaboadela Levar uma baita bronca.
Entornar Derramar. Vê lá se não entornas a àgua, o balde está muito cheio.
Escanção Sommelier
Esferovite Isopor
Esparragado Verduras com creme branco, usualmente usa-se espinafre.
Esplanada Mesas ao ar livre, num café, bar ou restaurante.
Esquadra Delegacia
Estafado Cansado
Estafermo Pessoa sem qualidade, grosso e inconveniente. Um bruta montes sem educação.
Estafeta Boy (escritórios), mensageiro
Estar deserto por algo Estar com muita vontade. Ex. Estou deserto por ir-me embora ou estar deserto por um copo de vinho.
Estar lixado Estar P da vida com algo. Ex. Estou lixado contigo pá!
Estendal Varal
Estilo Classe
Estrelar, ovo Ovo frito
Fala barato Papo furado, um tipo tagarela
Fato Terno
Favas contadas Estar no papo
Fazenda Tecido, normalmente de lã ou similar, para elaboração de roupas.
Febras São filezinhos de porco normalmente preparadas na brasa. Imperdível.
Fecho ou fecho éclair Zíper
Feitio Jeito, gênio, personalidade, forma
Fiambre Presunto cozido
Ficheiro Arquivo
Filete Filé de peixe
Fita-cola Durex
Fixe Legal, ponta firme, individuo confiável.
Forreta Pessoa pão dura. Ex. O gajo é muito forreta, não toma uma bica só para não gastar uns tostões!
Fresca Gelada. Quando se pde uma água a pergunta é tradicionalmente, “quer fresca?”.
Fufa Sapatão
Fumado Defumado
Gabardine Um tipo de tecido, normalmente impermeabilizado, que neste caso virou sinonimo de capa ou casaco.
Gajo Cara
Galão Pingado, café com leite.
Gambas Camarões
Ganga Brim (jeans)
Garrafeira Adega, loja de vinhos. Também classificação, normalmente o topo de gama de alguns vinhos.
Gasóleo Diesel
Gazeta O ato de faltar, tanto às aulas como às suas responsabilidades.
Gelado Sorvete
Genica Vigor, força, energia
Giro Engraçado, bonito
GNR Policia Militar (Guarda Nacional Republicana)
Golpe de Rins Jogo de cintura. Ex. haja golpe de rins para resistir a esta situação econômica.
Gozar Se divertir, tirar sarro. Ex. Estás a gozar comigo?
Grainha Semente da uva
Gramar Ter que aturar. Ex. Estou aqui a gramar há duas horas e esse jogo não começa.
Grandes Superfícies Grande áreas de comércio como hipermercados, shoppings, etc.
Grelos Um tipo de couve.
Grossistas Atacadistas
Guardafatos Guarda-roupa
Guisar Refogar
Hipótese Chance. Ex. sem hipótese, nem me convides que não irei.
Hora de ponta Horário de pico

Tem uma que tinha esquecido e é bastante interessante. Por terras lusas, as lojas encerram de domingo e na hora do almoço! No entanto abrem depois, ou seja, a palavra encerrada não tem a mesma conotação definitiva que lhe damos por cá, onde as lojas somente fecham depois das 22 no shopping! Salute, kanimambo e boa viagem pelas terras e sabores de Portugal.

Loureiro e Touriga Nacional, um Grande Final!

               Falei do Desafio de Vinhos Portugueses e publiquei os resultados, com aquele espetacular desempenho da Herdade do Pinheiro Reserva 2003, mas não falei do jantar de confraternização que tradicionalmente realizo com os amigos presentes à degustação. Dois belos vinhos, um dos quais estará participando deste próximo Desafio de Vinhos de Uvas Ícones a ser realizado ainda este mês, e pratos bem gostosos.

murosantigos-2007Iniciamos o jantar, após a maratona de 14 vinhos, nos deliciando com o Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter), uma das melhores relações custo x beneficio de vinhos brancos hoje disponíveis no mercado. É elaborado pelo mago Anselmo Mendes que entende como poucos os mistérios dos vinhos verdes, mas não só. A uva Loureiro tem como característica, gerar vinhos muito frescos, por sua ótima acidez, e aromáticos. São ótima companhia para pratos de frutos do mar e gosto muito de harmonizá-lo com caldeirada de lulas. Desta feita, este delicioso Muros Antigos, de aromas sutis com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência,bolinho-bacalhau acompanhou uma entrada de bolinhos de bacalhau e azeite. Uma nota especial aos bolinhos de bacalhau, uma especialidade dos amigos Paulo e Filomena Martins, show de bola!

Como prato principal, um delicioso risoto de pato, uma especialidade da cozinha do amigo Simon da Kylix, que estava muito delicado e gostoso. O vinho, um Touriga Nacional Reserva 2005 da Quinta Mendes Pereira que decantou por uma hora e estava estupendo, apesar de não ter se adequado muito bem ao prato por ser um vinho de um corpo bem superior ao quinta-mendes-pereirarisoto. Nada que, a esta altura do campeonato, afetasse nossa percepção de satisfação, até porque a ótima acidez gerando um certo frescor, fruta vibrante, volume de boca e riqueza de sabores, grande equilíbrio e taninos aveludados do vinho, compensavam qualquer coisa.  Estou muito curioso para ver este vinho no embate de Uvas Ícones, pois já o havia provado antes e senti que ele evoluiu muito bem nestes últimos oito para dez meses. Um belo vinho que agradou sobremaneira a todos, uma ótima forma de finalizar este encontro. Por outro lado, a harmonização maior já estava criada; bons vinhos, bons pratos e bons amigos, o resto, bem, o resto vira perfumaria.

           Os papos de anjo e o cafezinho, aliás, vários, fizeram o complemento de uma noite muito agradável repleta de gostosos sabores e, mais que tudo, gente amiga. Mais uma vez meus agradecimentos especiais à Kylix. O Simon e sua equipe nos receberam muito bem e, o ambiente, simpatia e diversidade de produtos nesta bonita loja, são realmente um colírio para os olhos.

         Salute, kanimambo e aguardem o Desafio de Uvas Ícones que desta feita será realizado nas agradáveis e simpáticas instalações da Zahil nosso anfitrião deste mês de Setembro. As fotos, afanei do blog do amigo Alexandre (Diario de Baco) membro titular da banca de degustação destes Desafios, as minhas estavam muito ruins!

Pequeno Dicionário de Português x Brasileiro – Parte I

dicionario1               Alguns amigos que estão de passagem marcada para Portugal têm me pedido dicas de lugares para visitar, onde comer, que vinhos comprar, etc.. , mas, e o idioma? Existirão coisas que você ouvirá, mas nem sempre entenderá, garanto. Por exemplo, veja se consegue entender totalmente as frases abaixo:

  • você chega no caixa para pagar a conta e, na mão, um cartão de crédito  bandeira Mastercard ou Amex e vem a pergunta, “multibanco ou visa”? Loucura? Como, ela não está vendo que o cartão é Amex?! Calma, ela só quer saber se é débito ou crédito.
  • Já montei a montra. Agora apanhe o que sobrou e deite lá na arrecadação porém use o ascensor e cuidado com a alcatifa na entrada.
  • Olha lá, quando usares a retrete vê se puxas o autoclismo.
  • Acabou-se a papa doce meu amigo, a mim não me enfias mais o barrete! És um aldrabão e já me deves uma pipa de massas, de ti agora só se for à cabeça ou a pronto.
  • Aquela carrinha com atrelado, provocou o choque com o camião porque estava com as jantes todas tortas e os pneus muito beras. O condutor então, um verdadeiro aselha que, ainda por cima, estava com uma tremenda carraspana,  já saiu soltando bojardas e criando a maior balburdia!
  • Estava à balda esperando minha boleia que me ligou pelo telemóvel dizendo que só arrancaríamos mais tarde pois ainda tinha que arranjar a direção assistida que tinha falhado. Já que não tinha tomado o matabicho, procurei uma tasca, mas não tinha nada de jeito então entrei numa pastelaria e só pedi um sumo, um prego e uma bica cheia. Tinham também umas tostas mistas, cachorro e galão, mas o adiantado da hora pedia algo mais substancial. Apetecia-me mesmo eram umas chamussas, mas lamentavelmente tinham acabado.
  • Da ementa escolhi amêijoas, borrego e uma imperial.
  • Estava eu lá, no rabo da bicha com o saco na mão já fazia uma meia hora, quando gritam lá de dentro que o cacete tinha acabado.

      Deu para entender tudo? Algumas coisas sim outras não, não é? Achei que esta pequeno “dicionário”  de termos e gírias mais comuns, pudesse ser útil aos amigos de modo a facilitar a comunicação com os patrícios durante a estadia . São as tais das diferenças entre iguais! Eis a parte I e hoje não falarei de vinhos:

Á Balda À toa, de qualquer jeito
À brava Fazer muito de qualquer coisa. Ex. Rimos à brava da anedota do Miguel.
À Brocha Aflito, apertado, repleto de preocupações.
À cabeça Antecipado
A direito, ir ir reto frente, em ou direto a algum lugar
A meias Dividido 50/50
A pronto Á vista
À rasca Apurado, aflito, apertado, com dificuldades, em situação difícil, com problemas.
Acabou-se a papa doce Acabou-se o que era bom
Acelera Acelera, mas também usado para denominar aqueles scooters sem marcha.
Acento Sotaque
Açorda Prato típico feito á base de pão adormecido. Existe açorda de bacalhau, de camarão, etc. Parece uma papa, de cara não muito convidativa, mas absolutamente delicioso.
Aderente Quem adere, participante
Adesivo Esparadrapo
Agrafador Grampeador
Alcatifa Carpete
Alcatroada Asfaltada (rua, estrada)
Alcunha Apelido
Aldrabão Trapaceiro
Aleijar Machucar
Alfinete Alfinete e broche. 
Alforreca Água Viva
Algibeira Bolso
Alguidar Bacia
Almeida Varredor de rua, gari. Também sobre nome
Almofada Travesseiro
Aluguer Aluguel
Amêijoa Um vôngole grande. Amêijoas à Bulhão Pato, prato tipico delicioso.
Andar aos pontapés Ao deus-dará, aos trancos e barrancos, do jeito que dá.
Andar na estica Estar na moda, elegante.
Ao pé Ao lado , no sentido de ao meu lado, próximo a mim.
Apanhar Pegar. Ir  apanhar o comboio das sete.
Apartado Caixa postal
Apelido Sobrenome
Apitadela Dar uma ligada / Dar um toque
Apontar Tomar nota
Aqui há gato Diz-de de situações estranhas quando algo não está certo ou de uma situação dúbia.
Arder Queimar
Armar Ostentação, fingir, se meter a algo que não é, presunçoso. Ex. Está-se a armar em valente.
Arrabaldes Arredores / Periferia
Arrancar Começar, iniciar. Ex. A viagem é longa, temos que arrancar cedo.
Arranjar Arrumar, preparar. Ex. Vá arrumar ao almoço.
Arrecadação Sótão, porão, despensa, lugar onde se guardam coisas que não se necessitam de imediato
Ascensor Elevador
Aselha Grosso, barbeiro, pessoa desajeitada, sem habilidades no que faz.
Aselhisse Barbeiragem
Assoalhado Cômodo
Atacador Cadarço
Aterrar Aterrisar
Atrelado Reboque, carreta.
Auscultadores Fones de ouvido
Autocarro Ônibus
Autoclismo Descarga
Avariado Quebrado, que não funciona
Badagaio Chilique, desmaio.
Badalhoca/o Pessoa desleixada, suja, porcaria
Bagageiro Porta-malas
Baixa Toda a cidade tem uma baixa, ou seja um centro.
Balburdia Confusão, zorra.
Banheiro Salva vidas ou Vendedor de banha
Barafustar Brigar, criar o maior auê, reclamar, discutir
Barrete, enfiar o Lograr alguém ou ser logrado, enganar.
Bate-chapas Funileiro
Batota Trapaça
Beata Carola de Igreja ou bituca de cigarro
Beneficiação Um lugar estar em beneficiação significa que está passando por obras/reformas.
Bera Algo ou pessoa de qualidade duvidosa, ruim. Ex. É barato porque é bera.
Berbigão Molusco tipo um mexilhão
Berlinde Bola de gude
Berma Acostamento
Bestial Muito legal, genial, maravilha
Betão Concreto
BI – Bilhete de identidade Documento de identidade nosso RG.
Biberon Mamadeira
Bica Cafezinho Expresso normalmente curto
Bica cheia Expresso longo
Bicha fila
Bifana É um sanduiche com bife de carne de porco e molho. Ótimo lanche.
Bife Gíria para denominar um individuo de origem Inglesa.
Bife panado Bife à milanesa
Bilhete Entrada, ingresso para algum espetáculo.
Bisga Cuspida
Bojarda Palavrão, asneira, palavra inconveniente
Bola ao cesto Basquete
Bola-de-berlim Um doce tipo sonho mas sem o creme
Boleia Carona
Bomba Posto de gasolina
Borbulhas espinha na pele, acne
Bordéus Região de Bordeaux na França
Borla Grátis, na faixa
Borra-botas Um João ninguém, individuo insignificante que não tem onde cair morto.
Borrego Cordeiro
Bucha e Estica Gordo e o Magro, célebre dupla de comediantes Americanos .
Cabazada Grande quantidade, goleada, exagero de diferença
Cabedal Assim como “massas”, é gíria para dinheiro, grana, bufunfa.
Cabrão Não, não é uma cabra grande. É corno mesmo, mas muito usado no sentido de filho da …..
Cacete (pão) Filão, baguete de pão
Cachorro O nosso cachorro-quente. Em Portugal o cachorro se trata de cão.
Cacilheiro Barco que faz transporte de passageiros entre Lisboa e Cacilhas, do outro lado do rio Tejo.
Caixa de velocidades Caixa de cambio
Calção Short, bermuda
Calção ou fato de banho Maiô
Calhau Pessoa estúpida, ignorante, boçal
Camião Caminhão
Camisa de dormir Camisola
Camisa de vênus Camisinha
Camisola Camiseta
Canadianas Muletas do tipo que se apóiam no antebraço.
Canalisador Encanador
Cancro Câncer
Candeeiro Abajur
Candonga Mercado negro, contrabando
Caneco Taça mas também usado como gíria depreciativa para denominar um sujeito de origem Indiana
Carburante Combustível
Caril Curry
Carne picada Carne moída
Carocha Besouro, mas usado também como querido, lindinho, coisa fofa
Carraspana Porre / Bebedeira
Carrinha Perua (carro)
Carro a grilar Carro com motor batendo pino
Carruagem Vagão

            Nos próximos dias, intercalando com coisas do vinho, o complemento deste pequeno dicionário. História, ótima enogastronomia com preços muito bons, gente hospitaleira, Portugal é show! Aos amigos que viajam, aproveitem.

Salute e kanimambo.

Desafio de Vinhos Portugueses: e o vencedor é?

           Ufa, finalmente chegamos ao resultado deste Desafio de Vinhos que apresentou uma diversidade de vinhos e regiões bastante interessante. Foi um exagero de rótulos o que torna a degustação mais complexa, porém é interessante verificar que os últimos não foram prejudicados nas notas, ou seja, mesmo com tanto vinho o pessoal conseguiu segurar esse rojão.

         Como sempre, começo os comentários dos vinhos com suas respectivas notas conforme a ordem de serviço, uma coletânea de todas as fichas preenchidas pelos degustadores que compuseram a banca deste desafio  e finalizarei com os resultados apurados. São 14 vinhos então, tenha paciência, este seu amigo prolixo tentará ser um pouco mais conciso desta vez.

Desafio Portugal 032Callabriga Douro 2004 (Zahil), produzido pelo gigante Sogrape com interesses também na Argentina e Nova Zelândia entre outros locais. De cor rubi, translúcido, parecia um Pinot na cor, sem grande concentração. Aromas sutis em que aprecem frutos negros frescos, algo herbáceo com toques florais. Na boca é sedutor, delicado, corpo médio, taninos finos, equilibrado e fácil de tomar e gostar mostrando boa persistência. Obteve 87 pontos da Wine Spectator (WS) por sinal semelhante à nota que lhe dei, mas a média obtida nesta prova foi de 85,67 pontos, custa R$93,00.

Desafio Portugal 017Quinta da Chocapalha 2005 (Vinci), da CVR Lisboa (ex-Estremadura) vinho de qualidade, internacionalmente reconhecida tendo obtido WS89 e RP88 com sua safra de 2004, mas que nesta noite não se houve bem. Fechado, apresenta uma paleta olfativa complexa com fruta madura, chocolate e madeira bem equacionada. Na boca mostrou-se robusto e algo duro, taninos ainda firmes, boa acidez e algum desequilíbrio harmônico com um leve amargor de final de boca. Novo, precisa de mais tempo em garrafa, ou de decanter, para mostrar todo o seu potencial. Obteve uma nota média de 82,28 pontos e custa por volta de R$90,00.

Desafio Portugal 031Altano Reserva 2006 (Mistral),  um vinho do Douro que dispensa apresentações produzido pela família Symington, um grupo que reúne diversas vinícolas na região.  Algo terroso, hortelã e fruta vermelha com toques florais mostrando uma paleta olfativa de boa complexidade. No palato, taninos doces, finos ainda relativamente firmes, fruta compotada, boa acidez e estrutura, equilibrado, com um final lembrando café e caramelo de boa persistência. WS88, porém neste embate obteve a média de 85,72 pontos, custa por volta de R$93,00.

Desafio Portugal 022Esporão Reserva 2006 (Qualimpor), mais um vinho que dispensa apresentações, produzido pela Herdade do Esporão no Alentejo (CVR Alentejo). O da safra de 2005 obteve 89 pontos da Wine Spectator. Muito frutado e especiado, uma paleta olfativa intrigante e de boa intensidade que convida a levar a taça à boca. Na boca é rico, sedoso e macio, frutado, boa estrutura, equilibrado, médio corpo. Um belo e saboroso vinho que pede comida e possui muito boa persistência. Obteve a média de 88,06 pontos, custa em torno dos R$89,00.

Desafio Portugal 018Quinta de Cabriz Reserva 2005 (Winebrands), produzido pela Dão Sul, é um vinho muito agradável e sedutor que teve 89 pontos na Wine Spectator. No Nariz, presença de couro, especiarias e algo de baunilha advindo da madeira ainda por se integrar totalmente e bem balanceada. Na boca é muito harmônico, taninos aveludados ainda presentes, rico, com um final de boca longo que invoca chocolate. Obteve a média de 85.11 pontos e possui uma ótima relação Qualidade x Preço x Satisfação devido a seu bom preço, em torno de R$65,00.

Desafio Portugal 034Reguengos Garrafeira dos Sócios 2002, (Vinho Seleto 011.3815-5577 ) um vinho alentejano (CVR Alentejo) diferenciado feito á moda antiga com menos álcool, menos fruta intensa, menos taninos, menos novos tempos e novo mundo. Talvez por tudo isso, não tenha se dado tão bem neste embate, mesmo reconhecendo que esta safra está bem inferior à de 2001. O nariz é doce, lembrando frutas doces (assadas) e algo herbáceo com toques de baunilha tudo bem sutil. Cresce bastante em boca onde o vinho ganha corpo, taninos aveludados bem integrados, denso sem perder a elegância , mas faltou-lhe a riqueza de sabores, equilibrio e pujança que lhe são peculiares. A safra não ajudou, mas fica a pergunta, será que a garrafa não tinha algum problema? Não me pareceu . Será que foi somente mal compreendido? Muito diferente do que conheço e nota média de 82,83 pontos e o preço está ao redor de R$80,00.

Herdade ReservaHerdade do Pinheiro Reserva 2003, (Beirão da Serra) um vinho pouco conhecido em terras brasílis, exceção feita ao Rio de Janeiro. É um pequeno produtor alentejano (CVR Alentejo) que possui um belo portfólio em que se destaca este Reserva. Cor granada com halo atijolado já mostrando sua idade, uma paleta olfativa de boa intensidade e atraente com frutas maduras aparentes, mineral, leve amadeirado que lhe confere uma certa complexidade. Na boca é vibrante de ponta a ponta, complexo, muito rico, saboroso, uma acidez muito boa que nos deixa a boca salivando e pedindo comida. Taninos finos, elegantes e macios perfeitamente integrados num corpo médio de ótima textura, harmônico com um final muito longo, gostoso e um retrogosto que sugere uva passa. O Vinho que incendiou a prova e provocou suspiros na grande maioria que lhe deram adjetivos como; fantástico, excelente, encantador entre outros de menor expressão. Um vinho sem arestas que obteve nota média de 92,11 pontos e custa em torno de R$75,00.

Desafio Portugal 033Falcoaria DOC 2004, (D’Olivino) o representante da CVR Tejo (ex-Ribatejo), um vinho robusto de cor rubi intenso, quase retinto, mostrando-se ainda bem fechado. Nariz não muito aromático, fruta sutil com maior ênfase em aromas animais (couro)e algo terroso. Cresce em boca, porém sem despertar grandes encantamentos, mostrando-se um pouco rústico de taninos firmes, mas bastante rico em sabores que demonstram uma certa complexidade. Um vinho interessante e diferente que acredito cresceria muito se acompanhado de um bom cabrito assado da região. Obteve a média de 83,94 pontos e custa em torno de R$74,00.

Terras do PóTerras do Pó Reserva 2004, (Lusitana de Vinhos & Azeites) o único varietal presente à prova elaborado com 100% de castelão uma cepa difícil de ser trabalhada solo, dando-se, tradicionalmente, melhor em cortes. Elaborado pela casa Ermelinda Freitas, um dos bons produtores da região de Terras do Sado (CVR Setúbal), famosa por trabalhar muito bem esta cepa. Aromas animais, na boca é potente mostrando alguma sobra de álcool, macio denso com uma característica diferente de evolução na taça quando, após um tempo, começa a apresentar aromas de mostarda. Nota média obtida 82,94 pontos e custa ao redor de R$72,00.

Desafio Portugal 035Aveleda Follies 2004, (Interfood) um Bairrada diferente que não possui baga em sua composição, mas sim Touriga nacional e Cabernet Sauvignon que obteve 85 pontos da Wine Spectator. É um vinho de aromas vivos de fruta vermelha (ameixa), cativante, com boa e saborosa entrada de boca. Redondo, fácil de se gostar, corpo médio com bom voluma de boca, expressivo, talvez um pouco mais updated do que os demais num estilo mais novo mundo mostrando´se equilibrado com teores de álcool civilizados. Um vinho bastante apreciado que obteve uma média de 85,67 pontos e custa ao redor de R$72,00.

CeirósCeirós Reserva 1998, (BR Bebidas/Vinhos do Douro), o vinho mais antigo da prova sendo elaborado no Douro pela Quinta do Bucheiro, ainda surpreendentemente vivo, pleno de frescor e complexidade mostrando-se em prefeito equilíbrio apesar da idade. Do nariz à boca, mostrou uma personalidade muito própria, boa persistência, corpo médio, algo resinoso e especiado. Muito apetecível, corpo médio, boa acidez que o faz um vinho muito gastronômico e diferenciado. Para mostrar que longevidade não vem de álcool nas alturas, temos aqui civilizados 12.5%! Média de 86, 28 pontos e um preço ao redor de R$88,00.

Desafio Portugal 038Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004, (Malbec do Brasil) da região do Dão, um vinho do qual gosto muito tendo sido agraciado com 17 (de 20) pontos, pela Revista de Vinhos portuguesa. Elaborado por pisa a pé, prima por ser um vinho que faz jus à tradição do Dão por vinhos mais encorpados, algo rústicos, porém de grande elegância e complexidade obtidos com tempo em garrafa. Ainda muito fechado após uma hora de decanter, mostra-se robusto, notas de madeira e frutos vermelhos, taninos firmes porém sem agressividade, boa textura e equilibrado, complexo, saboroso, final aveludado e de muito boa persistência com nuances florais e uma acidez que pede comida. Vinho para mais meia dúzia de anos e, pelo que eu conheço do vinho, nesta noite esteve muito aquém de seu potencial. Obteve uma média de 82,89 pontos e custa ao redor de R$95,00.

Desafio Portugal 037Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005, um corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz produzido pela Miolo na região de Campanha, próximo da fronteira com o Uruguai. Surpreendente e prova inequívoca da melhora de qualidade dos vinhos brasileiros num projeto muito interessante que conta com a participação do amigo e enólogo português Miguel de Almeida. Frutos negros maduros com algo resinoso no nariz, madeira, fruta passa, bem estruturado com taninos finos, equilibrado, saboroso com um final de boca agradável e de boa persistência em que se manifestam nuances herbáceas. Nota média de 84,89 pontos e custa ao redor de R$50,00.

Desafio Portugal 021Caldas Reserva 2005, (Decanter) do renomado produtor Domingos Alves de Souza tendo obtido 15,5/20 pontos na Revista de Vinhos portuguesa. Fruta doce e especiarias aparecem de forma tímida ao olfato. Cresce na boca, mostrando boa riqueza e complexidade de sabores, taninos finos de presença marcante, médio corpo para encorpado, madeira bem integrada. Obteve média de 84,61 pontos e o preço é de R$100,00.

            Nesta noite, a banca degustadora avaliou e definiu como grande ganhador, o Melhor Vinho deste Desafio, por mais de um corpo de vantagem, o Herdade do Pinheiro Reserva 2003. Em segundo, outro alentejano, o Esporão Reserva 2006 e em terceiro o surpreendente Ceirós Reserva 1998. Completando o nosso pódio com os primeiros cinco vinhos da noite, temos o Altano 2006 em quarto e o Callabriga 2004 em quinto. Na eleição do Melhor Custo x Benefício e Melhor Compra, novamente o Herdade do Pinheiro Reserva 2003 o primeiro dos vinhos a participar destes Desafios que levou os três prêmios máximos, a tríplice coroa ou, como se diria nos velhos tempos, fez; cabelo, barba e bigode. De ressaltar a boa posição do Castas Portuguesas da Miolo que obteve a oitava colocação e dois votos como melhor compra, votos estes também alocados ao Quinta de Cabriz 2005.

            Normalmente relaciono as notas dadas aos vinhos preferidos de cada jurado, mas como o Herdade do Pinheiro foi o escolhido de doze dos treze degustadores, creio que isso não seja necessário. Ah, o Ralph quebrou a unanimidade escolhendo o Esporão Reserva por meio ponto o que foi bom, porque como já dizia Nelson Rodrigues, guardadas as devidas exceções, “toda a unanimidade é burra”! Finalizamos o Desafio com um jantar regado a Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter) e Quinta Mendes Pereira Dão Touriga-Nacional Reserva 2005, mas esse é papo para outro dia e outro post, só adianto que foi muito bom e os vinhos ótimos.

            Sobraram rótulos não apresentados na prova, então em Outubro faremos um Desafio de Vinhos diferente, um Alentejo x Douro em que o Herdade do Pinheiro, como vencedor desta noite, terá lugar cativo. Será que faturará de novo?! Já em Setembro, nosso Desafio de Vinhos viajará pelo mundo na busca de representantes das cepas ícones de cada país produtor. Alguns vinhos mais conhecidos, outros menos já que estes Desafios também visam garimpar novos vinhos e sabores, mas sempre com rótulos em torno de R$100,00.

Desafio Portugal 006

Salute e kanimambo.

(PS. Houve um equivoco nos cálculos médios das notas que acabei de revisar no texto acima (11:00). Peço desculpas pelo inconveniente, mas pouco alterou o resultado. O efeito maior fo efetivamente nas notas em si.)