Filipa Pato – Vinhos de Autora

Filipa Pato IIINunca tinha estado frente a frente com Filipa Pato, mas muito já tinha ouvido falar. Sou consumidor de seus vinhos, especialmente do Ensaios tinto e do agradabilíssimo 3b, um espumante rosado delicioso. Todos falam de sua beleza e jovialidade, já eu me impressionei mesmo foi com sua presença, pequenina em tamanho, mas grande em paixão pelo que faz, por aquilo que elabora. Fica com dois metros de altura quando começa a falar empolgadamente sobre seus vinhos, seus projetos e sua família.  Se o pai, Luis Pato, é o mestre da Bairrada e domador da Baga, ela deveria ser conhecida com a “pequena notável” com seus projetos arrojados e desafiantes como, agora com seu marido, William, em uma nova empresa, os “Vinhos Doidos”. Aqui dará vazão a toda sua irreverência e criatividade na elaboração de vinhos diferenciados, mas isso é outra história. Por enquanto vamos de vinhos “menos doidos” produzidos de uvas e vinhedos controlados por ela com uma produção atual em torno de 68.000 garrafas e com capacidade de chegar a umas 100.000. Volume pequeno e alta qualidade, uma equação que nos tem dado vinhos muito agradáveis, para dizer o mínimo. Já mencionei neste blog, que Filipa é uma estrela com luz própria, agora confirmo e complemento a frase, em plena ascenção. 

            Desta feita fui convidado para um jantar com apresentação de seus vinhos, com maior foco no FLP, um branco doce bastante interessante, sobre o qual falarei mais adiante. Saí do restaurante, no entanto, encantado com sua obra como um todo. Que belos vinhos, a começar pelo delicioso 3b um espumante que é assíduo visitante aqui em casa e que já recomendei por diversas vezes. Este, no entanto, é de 2008 e está ainda mais fresco e vibrante, bem do jeito que é a autora. Tenho que comprar mais umas garrafas, até porque as minhas já acabaram.

            Ensaios brancos 2008, corte de Bical e Arinto que passa um mês fermentando com leveduras indígenas, pareFilipa Pato 001 em tanques de inox e parte em madeira. Aromas delicados, de boa intensidade, muito fresco, saboroso, cítrico e mineral, tem um final de boa persistência que convida á próxima taça. Uma ótima opção como aperitivo e boa companhia, certamente, para umas pataniscas de bacalhau ou sardinhas na brasa.

            Lokal Silex 2004, um vinho divino que não conhecia. Dizia Filipa, que o vinho ficou muito duro quando elaborado e que ela buscava algo mais elegante. Pois bem, não sei como ele era, mas sei que está delicioso e elegante Filipa Pato 005ao atingir a maturidade após cinco anos de vida, devendo crescer mais ainda com mais uns dois ou três anos de garrafa, quem sabe mais. Fermenta em inox e depois passa um ano em balseiros de 2.000 litros. É um corte de Touriga Nacional (85%) e Alfrocheiro produzido no Dão em uma pequena localidade de onde se avista a Serra da Estrela. O vinho me seduziu tendo, a meu ver, sido o vinho da noite. Nos aroma é bem frutado com leve floral (violeta) bem típico dos vinhos do Dão com forte presença da Touriga Nacional e nuances achocolatadas depois de um tempo em taça. Aos cinco anos, mostra-se ainda jovem com taninos finos ainda bem presentes, mas já sem qualquer agressividade, tomando-se muito bem sendo que este passou um tempinho em decanter, essencial para o poder apreciar em toda sua plenitude.  È retinto na cor, escuro, muito equilibrado, denso com bom volume de boca, rico, aveludado com um final algo especiado e bastante longo. Encanta a forte presença mineral em boca sendo um vinho que, apesar de ter se dado bastante bem com o bom rosbife servido, deverá se apresentar melhor acompanhando pratos mais robustos. Um vinho que acaba rápido em taça e deixa saudade.

            FLP 2008, um vinho doce de sobremesa com apenas 12% de teor alcoólico num estilo algo alemão, produzido com seu pai Luis Pato. Elaborado com Sercealinho (cruzamento de uvas Serceal com alvarinho com mais de 20 anos de idade só disponíveis nas terras de Luis Pato), Serceal e Bical pelo processo de crio-extração que consiste em congelar o mosto das uvas obtendo-se maior concentração. Com baixo teor alcoólico, cerca de 100grs de açúcar Filipa Pato 007residual e uma acidez em torno de 7 a 8grs, é gostoso, saboroso e com bom frescor, aromas sutis e delicados, boa persistência e, de acordo com Filipa, um vinho que deve crescer com tempo em garrafa. Tenho que confessar que não chegou a me encantar como vinho de sobremesa. Brinquei com a Filipa, de que seria um vinho para o chá da tarde, e é assim que o vejo. Um vinho leve, saboroso, fácil de agradar para juntar amigos e amigas num bate-papo descontraído ao entardecer. Para o final de uma refeição, o recomendaria com uma salada de frutas e uma bola de sorvete de baunilha. Foi servido com uma tradicional sobremesa de Romeu e Julieta (estávamos no Dalva & Dito, novo restaurante de Alex Atala com cozinha brasileira) em que o mestre adicionou uma bola de um sorvete de goiaba bem leve, salvando a harmonização com essa incrível liga com o vinho. A Filipa também o recomenda com cozinha oriental, sendo o Japão um dos principais importadores deste saboroso vinho. Eu fiquei pensando aqui com meus botões, será que não harmonizaria legal com Pato c/Laranja?! Acho que terei que fazer o sacrifício (rsrs) e fazer esse teste.

            Antes de finalizar, queria tecer meus comentários sobre algo além do vinho, mas que me chamou a atenção. A relação entre pai e filha. O amor, o respeito e a admiração um pelo outro são algo digno de salientar e não muito comum nos dias de hoje. Talvez isso tenha sido o que mais me marcou ao ouvir Filipa falar sobre seu pai nessa noite e ao Luis Pato falar de sua filha em outros momentos. Brindo à longevidade dessa admiração mútua com uma taça de 3b da Filipa e outra do novo espumante de Touriga Nacional do Luis Pato. Afinal, porquê se contentar com uma quando podemos aproveitar da maestria dos dois?! Os vinhos da Filipa Pato são de exclusiva distribuição da Casa Flora.

Salute e kanimambo.

Vinho do Porto – Uma Incrível e Rara Experiência

            Quantas vezes na vida se tem o privilégio de tomar um vinho com 36 anos de idade? E se esse vinho for um Porto branco?! Eu, apesar de ser gamado num Porto, nem sabia que havia brancos tão antigos! Pois bem, essas e outras foram palco de uma incrível degustação com harmonização realizada pelo IVDP (Instituto do Vinho do Douro e Porto) há alguns meses em São Paulo e repetida no Rio e Brasilia. A apresentação, esta ficou a cargo de José Maria Santana, representante do Solar do Vinho do Porto no Brasil junto com o “inventor” de delicados e saborosos docinhos, que harmonizavam com cada estilo de Vinho do Porto degustado, o Chef Pastissiére Henri Schaeffer do Le Vin Boulangerie . Como dizem que também comemos com os olhos, eis uma foto que mostra bem o que nos esperava!

 Porto e doces

Foram apresentados cinco estilos de Vinho do Porto, um deles uma verdadeira raridade, que marcaram este meu caminho de aprendizado pelos caminhos de nossa vinosfera. Adoro Vinho do Porto, dos Tawnies envelhecidos, passando pelos LBV até chegar aos maravilhosos Vintages e esta degustação foi um verdadeiro privilégio. Cada vinho foi harmonizado com dois docinhos (foto) especialmente criados para este evento, mostrando toda a capacidade deste incrível Chef, numa experiência sensorial magnífica.

 1 – Porto Branco Envelhecido Santa Eufémia (vide baixo)

  • Bugnes Lyonnaise com Mel
  • Creme Brulée Catalane com Framboesa

 2 – Vallegre Porto Tawny 10 anos (Muito bom – Importadora NOR-Import. Prove também o LBV)

  • Praline de Avelã com Sal no copo e Biscoito com Limão Siciliano
  • Torta de Amêndoas

3 – Noval Porto Tawny 20 anos (Grande vinho. Importadora Grand Cru)

  • Speculoos de Canela com Frutas Secas e Mousse de Chocolate Branco
  • Macaron de Nozes com Damasco e Roquefort

4 – Graham´s Porto LBV 2003 (Um dos mais tradicionais e bons LBVs no mercado – Mistral)

  • Calisson D’Aix eu Provence
  • Éclair Romeu e Julieta

5 – Niepoort Porto Vintage 2005 (Muito bom Vintage, mas muito jovem, prefiro com mais de 15 anos. Vintage é para comprar, guardar e deixar envelhecer – Mistral – Prove também o LBV 2004, está divino)

  • Mil Folhas de Chocolate Amargo
  • Cone de Mousse de Cassis.

         Pois bem, todas as harmonizações deliciosas e ótimos portos muito bem escolhidos, mostrando toda a tipicidade de cada estilo. Os participantes desta degustação, no entanto, foram agraciados com o especial privilégio provar um Porto Branco envelhecido, datado de 1973, uma verdadeira raridade e o néctar mais marcante de toda esta degustação, até em função de ser algo inusitado. Por isso mesmo destaco o Santa Eufémia Branco 1973, um verdadeiro néctar dos Deuses, desde já candidato a um dos assentos disponíveis no meu “Deuses do Olimpo” anual.

         Os Vinhos do Porto brancos, são tradicionalmente vinhos mais leves, secos ou doces, próprios para serem tomados jovens. Este Santa Eufémia 1973, foi obra do acaso e até hoje é a única safra engarrafada. Apesar de não ser muito comum, aparentemente começa a existir, de forma tímida ainda, um segmento de Vinhos do Porto brancos envelhecidos ainda por ser regulamentado pelo IVDP. Isto, no entanto, não é razão para que não nos esbaldemos nas delicias deste verdadeiro caudal de emoções que é este vinho. Certamente, a degustação como um todo ficou meio que ofuscada por este néctar, até porque foi o primeiro a ser servido, então vou me permitir expor minhas sensaçõesvinhos-eufemia e contar um pouco da história por trás do vinho que possui o nome correto de Reserva Especial Branco da Casa Santa Eufémia. Nas palavras do enólogo e proprietário, Pedro Carvalho; “Pois bem, este vinho é da colheita de 1973, não é um vinho datado porque o meu Pai deixou caducar o seu registro, na altura a Quinta de Santa Eufêmia só produzia vinho mas não comercializava, pois só estavamos sediados no DOURO (e não em Gaia), como tal vendíamos parte das colheitas para a casa Exportadora que melhor nos pagasse. Normalmente o meu Pai ia para Vila Nova de Gaia vender os vinhos entre Março e Maio e foi ai que no ano de 1974 houve a revolução Portuguesa de 25 de Abril (Revolução dos Cravos) e como tal o meu Pai nesse ano não vendeu nada. A partir daí, esse vinho branco começou a ficar mais louro deixando de ter interesse para os exportadores, pois eles só queriam brancos jovens, e foi ficando.”

             Foi dessa “sobra” que acidentalmente nasceu este grande vinho. Um Vinho com história, com V maiscúlo, caráter e personalidade. Um vinho que deixa rastros por onde passa tendo-me marcado a memória, daqueles vinhos de exceção que quando provados jamais são esquecidos. Uma obra, até hoje, única e rara, mas certamente ainda veremos novidades num futuro próximo. Quanto ao vinho, difícil descrevê-lo e mais ainda todas as emoções sentidas, é um vinho que mexe com a gente. De extrema complexidade tanto no nariz quanto na boca, possui, antes de mais nada, uma perfeita harmonia em que nada se destaca a não ser o conjunto. A cor é âmbar, mostrando sua idade, linda e convidativa. Nos aromas, algo de pêssego, frutos secos, damasco tudo muito sedutor e delicado. Na boca demonstra mais uma vez todo o seu equilíbrio de uma forma untuosa, gorda e macia num ótimo volume de boca lembrando um tawny envelhecido, enorme riqueza de sabores, complexo, muito equilibrado com a acidez ainda bem presente e balanceada, final muito longo em que as amêndoas, mel e frutos secos se apresentam muito presentes e com enorme persistência. Surpreendente e arrebatador!

          Mandarei vir umas garrafas, mas quem quiser comprar por aqui, a importação é da World Wine e é um daqueles néctares que não devemos deixar de provar, especialmente se acompanhando doces conventuais portugueses á base de ovos e amêndoas, algo para não esquecer fácilmente e para fazer de qualquer momento, algo muito especial! Preço aqui está ao redor de R$300.

Salute e kanimambo

Meus TOP 50 Vinhos – Uma Homenagem às 50 Edições do Planeta Morumbi.

Planeta 50Esta última edição do Planeta Morumbi já circulando desde o inicio do mês, foi a quinquagésima a ser distribuída na região. Já são mais de 16.000 exemplares mensais que, por solicitação dos condomínios, já chegam diretamente a 12.000 apartamentos complementando sua distribuição com 70 pontos de distribuição estrategicamente posicionados em shoppings, bancas e pontos de referência no bairro como supermercados, cabeleireiros, hortifruttis, etc. A coluna Falando de Vinhos tem acompanhado este crescimento e solidificação de uma imagem na região, a mídia de maior cobertura local, há 22 edições e não poderia deixar de homenagear o jornal através de seu editor e meu amigo Henrique Farina. A coluna de Agosto foi publicada com a escolha de meus TOP 50 vinhos tomados ao londo desse período em que por lá deixo minhas impressões e comentários sobre as coisas de nossa vinosfera. Um para cada edição do jornal e todos, vinhos que deixaram marcas ao passar assim como cada edição do jornal.

         Uso agora o blog para terminar esta homenagem e para quem quiser fuçar e conhecer melhor o jornal, não deixe de navegar pelos links aqui do lado, tanto na versão on-line como do blog com noticias diárias do bairro. A relação está em ordem alfabética e as safras podem não mais estar disponíveis no mercado, mas foram as que me marcaram indepentemente de preço, já que existem rótulos a partir de 100 Reais até quase 1.000. Tem diversos outros como o Graham’s Porto Vintage 1980, um Graham´s Tawny 40 anos (ambos Mistral), Clos-Vougeot Grand Cru 05 do Chateau De La Tour (Decanter), Grainha 2006 (Vinea) e Vina Tondonia Banco Reserva 1989 (Vinci) que mereceriam estar aqui, mas …….. em algum lugar tem que se passar a linha e fazer uma seleção deste porte é, efetivamente, um exercício salomônico. Salute Planeta Morumbi, salute meu amigo Henrique, que venham muitas mais edições por aí e kanimambo pelo privilégio de poder dar meus pitacos por aí.

Vinho

País

Importador

Achaval Ferrer Mirador 2006 Argentina Expand
Almaviva 2004 Chile Diversos
Amarone Classico C’a del Pipa Cinque Stelle 2004 Itália Decanter
Barollo Corda della Bricolina 2000 Itália Expand
Bouzeron Aligoté 2005 (branco) França Expand
Casa Marin Miramar Syrah 2005 Chile Vinea
Catena Zapata Estiba Reservada 2002 Argentina Mistral
Chacra Cincuenta y Cinco Pinot Noir 2007 Argentina Expand
Chateau de Tracy Pouilly-fumé 2006 (branco) França Decanter
Chateau la Puy 2001 França Casa do Porto
Chateauneuf-du-Pape Vieux Télegraphe Telegramme 2005 França Expand
Chinon le Pallus 2005 França Vinci
Chryseia 2001 Portugal Mistral
Comtes de Champagne 98 – Taittinger França Expand
Cote-Rotie La Divine 2005 França Decanter
Cuvelier Los Andes Grand Vin 2006 Argentina Expand
Dehesa la Granja Selección 2000 Espanha Mistral
Domaine Baumard Quarts de Chaume 2006 (branco doce) França Mistral
Domaine de Bouzerau Puligny Montrachet Champs Gain 2005 (branco) França Decanter
Domaine Huet Vouvray Sec Le Haut Lieu 2006 (branco) França Mistral
Elderton Ashmead Cab. Sauvignon 2002 Austrália Expand
Erdener Treppchen Riesling Auslese 2003 (branco) Alemanha Expand
Familia Deicas 1er Cru garage Uruguai Expand
Figurehead 2004 África do Sul Decanter
Herencia Remondo La Montesa Res. 2004 Espanha Vinci
Leonardo Porto Tawny 20 anos Portugal Lusitana
Luis Pato Vinha Barrosa 2005 Portugal Mistral
Malhadinha 2003 Portugal Épice
Marcel Deiss Mambourg Grand Cru 2002 (branco) França Mistral
Marques de Murrieta 2004 Espanha Expand
Moscatel Roxo de Setubal 1997 (branco doce) Portugal Portuscale
Pago de Cirsus Selección de la Familia 2004 Espanha Decanter
Penfolds BIN 389 Austrália Mistral
Perez Cruz Quelén 2005 Chile Wine Company
Pio Cesare Barberad’Alba Fides 2005 Itália Decanter
Pisano Arretxea Tannat/Petit Verdot 2004 Uruguai Mistral
Porto Branco Res. Especial Santa Eufêmia 1973 Portugal World Wine
Protos Gran Reserva 2001 Espanha Peninsula
Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2005 Portugal Qualimpor
Quinta do Monte d’Oiro Reserva 2004 Portugal Mistral
Quinta dos Carvalhais Touriga Nacional 2000 Portugal Zahil
Quinta dos Roques Dão Encruzado 2007 (branco) Portugal Decanter
Sassicaia Bolgheri 2004 Itália Expand
Savigny-les-Baune 1er Cru Clos de Guettes 2005 França Vinea
Seña 2005 Chile Expand
Tiara 2007 (branco) Argentina Decanter
Tignanello 2004 Itália Winebrands
Viña Arana Reserva 1998 Espanha Zahil
Viña Real Gran Reserva 1998 Espanha Vinci
Viña Tondonia Gran Reserva 1987 Espanha Vinci
Viñedo Chadwick 2004 Chile Expand

Tremenda Semana de Bons Vinhos

              Já fazia um tempinho que não postava sobre os vinhos da semana e desta feita uma bela quina de rótulos tomados que me trouxeram grande satisfação. Ah se pudesse ser sempre assim?! Para começar, tenho mais ou menos cumprido minha promessa de ano novo, tomar mais espumantes, tendo feito isso mais uma vez num gostoso fim de semana ensolarado. Por sinal, nesse mesmo fim de semana minha filha e meu genro estiveram em casa então tinha que ter um vinho do porto para o final da refeição, e que belo exemplar de LBV! Enfim, vamos aos finalmente, vamos falar de vinho.

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Veuve Paul Bur Blanc de Blancs Brut, um dos bons espumantes disponíveis no mercado e opção para quer um produto mais sofisticado que não seja de origem nacional, elaborado com Chardonnay/Sauvignon Blanc e Chenin Blanc na região de Bordeaux. Ainda tenho umas duas garrafas sobrando de minha última compra, e é sempre um saboroso porto seguro. A perlage é abundante e persistente, de tamanho médio , enorme frescor, equilíbrio, corpo leve e equilibrado, ótima acidez, aromas em que aparece um sutil brioche, boa fruta e leve floral que encanta e se repete na boca. Tudo isso sem perder a personalidade Francesa, difícil é deixar de terminar a garrafa!  Na Zahil por R$49,00, mas estas eu comprei em promoção por cerca de R$35,00, se não me engano, lá para Outubro do ano passado. Uma bela compra que segue me dando muito prazer ao abrir. I.S.P.$

Altimus 2004 um argentino que conheci há uns dois anos, produzido por Michel Torino e situada na alta gama de seus produtos. De lá para cá esta é a terceira garrafa que tomo e tem-se mostrado em plena evolução, sendo esta a melhor de todas elas. Um corte de malbec, cabernet, merlot e bonarda, no mínimo diferente, mas para o meu palato um vinho que me agrada sobremaneira. Sai um pouco da mesmice que ultimamente impera por terras argentinas, talvez pelo aporte de Bonarda que lhe traz uma concentração de fruta diferenciada. É bastante aromático, convidando á taça e na boca mostra-se bem redondo, macio, rico e harmonioso com boa acidez, um vinho para curtir e tomar nas calmas permitindo que se abra na taça. O preço, por volta dos R$85,00,  poderia ser algo mais barato, mas comprado na argentina é um vinho que vale a pena ter na adega. I.S.P .  

Ser Gioveto 2000, um super toscano, elaborado com sangiovese, como protagonista, mas tendo a cabernet sauvignon e merlot como coadjuvantes de primeira linha, que aos 9 anos começa a mostrar-se por inteiro. Já o tinha tomado há cerca de um ano atrás quando ele se mostrara mais fechado. Sua paleta olfativa  abriu-se mostrando-se bem frutado com nuances de especiarias que nos impelem a levar a taça à boca. Encorpado, denso, carnoso, ainda se mostra vigoroso, com uma personalidade muito própria, potente, porém elegante de boa textura e taninos sedosos, equilibrado com ótima acidez que implora por um bom prato. Um senhor vinho, de longa persistência e um saboroso final de boca algo terroso. Muito bom,  aliás como tudo o que a Rocca dela Macie faz já que não tem nenhum vinho deles, baixa, média e alta gama, que eu não goste. As minhas garrafas se acabaram, mas quem ainda tiver algumas, esteja certo que tem vinho por mais um bom par de anos. Na Expand por cerca de R$118,00. I.S.P. $ 

Selvapiana Bucerchialle Chianti Rufina Riserva 2003, mais um da Toscana desta feita um tradicional corte de Sangiovese com Canaiolo. Ganhei de uma amiga e ainda me resta uma garrafa, de três, que acho deverá ficar na adega por mais um tempinho, pois ainda se encontra fechado. Muito encorpado, potente, aromas algo defumado com ameixa vermelha e nuances florais, na boca é extremamente saboroso, muito concentrado, grande volume de boca, taninos ainda firmes, mas refinados, final de boca algo terroso e longo, muito longo. Um vinhaço que precisa de tempo. Uma pena que não esteja disponível no Brasil, mas certamente um vinho que os amigos podem buscar em uma viagem ao exterior, certamente um vinho que o amigo Paulo Queiroz (amante dos vinhos italianos) apreciará. Na Inglaterra custa algo em torno das 18 Libras e nos Estados Unidos entre USD25 a 30. I.S.P. . 

Niepoort LBV 2004, um grande final para uma tremenda de uma semana de bons néctares. Já gostava do 2000 e do 2001, mas a Niepoort extrapolou desta feita e elaborou um dos melhores, se não o melhor, LBV que já tomei. Esta meia garrafa eu trouxe de Portugal e é no mínimo imperdível para quem gosta deste tipo de vinho. Aromas intensos de frutos negros, chocolate, especiarias, uma paleta olfativa sedutora e complexa que convida a tomar. Na boca está cremoso, elegante, vibrante, ótima textura e muito equilibrado com um final longo e muito saboroso. Numa próxima viagem certamente trarei algumas garrafas, mas enquanto não dá compramos na Mistral por bons R$90,00, (considerando-se o restante da concorrência) ou próximo disso. I.S.P. .$ 

Que venham mais semanas destas, salute!

Confraria na Taça

Nestas últimas semanas tenho tido a oportunidade de provar alguns vinhos diferenciados, como o que comentei ontem. Desta feita, mesmo com o friozinho de nosso inverno, tomei  dois vinhos bConfraria brancos 2rancos portugueses que ainda não estão disponíveis no Brasil, mas que espero possamos tê-los por aqui dentro em breve, são os vinhos Confraria (nome sugestivo) da Adega Cooperativa do Cadaval pertencente à CVR Lisboa. Por pura coincidência, meu primo trabalha na prefeitura da cidade, ô mundinho pequeno esse!

A Adega Cooperativa do Cadaval produz seus vinhos de uvas plantadas nos vinhedos que cobrem as encostas soalheiras da Serra do Montejunto e que, em declive suave, se estendem pelo vale. Foi fundada em 1963 por um grupo de pequenos viticultores que processaram na ultima safra um pouco mais de 7.000 toneladas de uva.  Presentemente, passa por uma grande reformulação no sentido de colocar a ACC no mapa de nossa vinosfera mundial, mas já possui uma marca bem conhecida no mercado português que é esta linha de vinhos Confraria composta de um vinho tinto e estes dois brancos provados. Há cerca de uns três para quatro anos, cheguei a tomar o tinto (castelão/aragonês e trincadeira), foi-me dado por meu querido primo Álvaro, e me lembro que mesmo não sendo nenhum blockbuster, foi um vinho que me agradou como um vinho correto para o dia-a-dia. Este post, no entanto, é para falar dos vinhos brancos, pois estes tomei agora e com a devida atenção.

Confraria Branco Leve 2008, é elaborado com a uva Moscatel num processo de vinificação a frio que resulta num saboroso caldo com apenas 10% de teor alcoólico e um muito leve açúcar residual que lhe dá um toquinho doce, queConfraria branco leve me fez lembrar um vinho off-dry alemão ou francês (loire) guardadas as devidas proporções. Um vinho muito interessante devido a ser menos comum numa vinosfera cada vez mais monocromática; nariz de ótima intensidade que convida a tomar, vibrante, muito leve agulha na boca, muito boa acidez, ótimo aperitivo, muito saboroso e fresco, ótima persistência, uma delicia que agrada/seduz fácil, tendo sido tomado no sábado como aperitivo acompanhado de um queijo de cabra, patê de atum com torradas e lulas à dorê com molho tártaro, tendo se dado muito bem. Faltou garrafa! Creio que deve se dar bem com comida Thai, talvez até um caril (curry) de camarão, levemente picante fazendo as vezes de um gewurtzraminer. Para os amigos portugueses, em pleno verão, uma grande sugestão de um vinho que costumo chamar de BGB (bom, gostoso e barato) para acompanhar os mais diversos frutos do mar sentado numa esplanada à beira-mar. Se chegar ao Brasil por um preço camarada, será a perfeita companhia para uma beira de piscina, na praia com mariscos, para se comprar às caixas!

Confraria branco seco 2Confraria Branco Seco 2008 é um corte de Fernão Pires, Vital e Seara Nova, esta última me era desconhecida, com 13% de álcool. Também um bom vinho, porém com outro estilo, mais gastronômico de maior corpo, mostrando bom equilíbrio, acidez na medida e um leve amargor ao final que não chega a incomodar, mas que torna importante manter-se a temperatura, tendo acompanhado muito bem um prato de fettucine com bacalhau e azeitonas verdes regado com bastante azeite. Pensei em  Amêijoas à Bulhão Pato (quem ainda não conhece está perdendo um manjar dos deuses), filés/postas de peixe frito com um arroz de tomate, pataniscas de bacalhau e até uma eventual carne branca com temperos leves, como outros possíveis bons companheiros para este saboroso  vinho.

              Sentados na varanda, curtindo dois vinhos brancos num almoço gostoso de sábado com “as crianças” e fazendo descobertas enogastronômicas, não dá para ficar muito melhor que isso e agradeço por esse privilégio.  Enfim, mais um dia bastante agradável, bonito, de céu azul e sol batendo na cara, apesar do friozinho dentro de casa, fazendo-me sonhar com mais um cantinho de Portugal a ser conhecido. Salute amigos.

Clipboard ACC

Vinhos da Semana

             È, fazia tempo que não publicava nenhum post destes “vinhos da semana” que vou tomando e compartilhando com os amigos. A periodicidade não é bem essa, mas isso é o que menos importa, o que vale mesmo são os vinhos e esta foi uma semana das boas, entre outras coisas porque matei saudades do gostoso Quinta de Camarate, mas tem mais!

Camarate + 003 

 

Ochotierras Gran Reserva Carmenére 2005, a última de minhas garrafas (snif,snif) deste vinho realmente estupendo sendo um dos varietais desta cepa que mais me encantaram até hoje. Está com uma paleta olfativa cativante de ótima intensidade, na boca é de grande elegância, muito harmônico com ótima acidez o que lhe dá uma vivacidade muito interessante, taninos finos e aveludados, rico, boa estrutura um leve apimentado final de boca com boa persistência. É importado pela Brasart e da última vez que vi estava disponível na Kylix e BR Bebidas com preço ao redor de R$90,00. Para tomar hoje e aproveitar por mais um bom par de anos.   I.S.P. 

 

Orzada Malbec 2005, ganho do amigo Cláudio do Le Vin au Blog em sua promoção de sugestão de perguntas para sua enquete semanal, é um Malbec chileno e, conseqüentemente, diferente dos argentinos que estamos habituados a tomar. É um vinho muito agradável ao olfato com presença de frutos negros, na boca é untuoso, macio e elegante sem a concentração exagerada que vemos muitas vezes nos vinhos argentinos, equilibrado, saboroso, taninos finos e sedosos, final de boa persistência uma pena que o preço seja tão caro. Na World Wine por R$86,00, em São Paulo, acho além da conta. Este produtor também produz um estupendo varietal de Carignan. I.S.P.  

 

Elos Malbec/Cabernet Sauvignon 2006, da linha dos topo de gama da Lídio Carraro é um vinho muito bom que me agradou bastante. Nariz agradável de frutas do bosque maduras, algo vegetal, aparecendo um caramelo em segundo plano e após um tempo em taça. Na boca mostra-se bem equilibrado com taninos maduros e macios, untuoso, médio corpo, bom volume de boca, saboroso e de boa persistência. Pelo preço aqui em São Paulo, variando entre R$55 a 65,00 acho um pouco puxado. Pelos R$40 que vi em lojas do Sul (na Costi Bebidas em Porto Alegre vi em oferta por R$36 e a este preço compraria de caixa) é uma das boas opções do mercado nos dias de hoje. I.S.P.

 

MUMM Cuvée Reserva Brut, espumante produzido por esta Casa de Champagne na Argentina. Pouca espuma, cor palha, perlage de tamanho médio com razoável persistência. Aromas de boa intensidade com forte presença de leveduras e brioche num estilo aromático mais tradicional. A sensação no palato segue o nariz, bem balanceado e frescor adequado sem ser vibrante com um leve amargor final. Para quem gosta do estilo, é interessante, mas não chega a empolgar. Pelo preço, em torno de R$26,00, vale, mas acho que temos melhores opções nacionais nessa faixa. I.S.P.

 

Quinta de Camarate 2005, um dos meus vinhos portugueses preferidos e que há muito não tomava, daqueles que a gente compra e não só bica em degustações ficando somente no desejo. Da Terras do Sado (CVR Setúbal) é produzido Diversos 117pela José Maria da Fonseca, uma das mais antigas vinícolas portuguesas, a primeira a engarrafar vinhos no país lá pelos idos de 1850. Conheci este vinho no Brasil por volta de 2005 quando o Pão de Açúcar o importava tendo, inclusive, comprado diversas caixas junto com amigos. Depois, voltei a tomá-lo num delicioso jantar com um amigo que há muito não via, lá Quinta do Anjo em Palmela “esquina” com o Azeitão, no gostoso restaurante Alcanena. Pelo que me lembro do vinho, melhorou mais ainda, ou será o fator saudade e uma certa nostalgia influindo? De qualquer maneira, vinho tem que mexer com as nossas emoções e este mexeu, e muito, com as minhas. Corte de Touriga Nacional (sempre ela) com Aragonez e Castelão, está com quatro anos de vida, e no ponto para ser bebido. Nariz muito frutado “red berries”, floral com nuances tostadas, muito rico em sabores em que a fruta se mostra muito presente, bom volume de boca, corpo médio, taninos macios, ótima acidez, mineral, redondo e harmônico com um final levemente especiado e longo. Um vinho para tomar levemente refrescado, por volta de uns 16º e muito, muito agradável de tomar. Está na faixa do 7,50 para 9 euros e foi uma das boas compras que fiz na ultima vez que estive em Portugal. Dizem que o branco também é muito bom, mas ainda não tive oportunidade de o provar, está na lista. Não entendo como nenhum de nossos importadores traz este vinho!! I.S.P. 

Salute e kanimambo.

Noticias do Front Ibérico – I

          Nos últimos dois dias naveguei pela península Ibérica em busca de bons caldos e me esbaldei. Na Terça-feira uma interessante mostra de vinhos portugueses de diversas regiões em evento promovido pela Vini Portugal e na Quarta-feira a vez dos espanhóis em um acontecimento recheado de novos e bons produtores procurando importadores assim como alguns já nossos conhecidos. Como sempre, impossível ver tudo o que gostaria, mas deu para conhecer e rever alguns bons rótulos dos quais destaco alguns aqui:

ViniPortugal e a Diversidade de Vinhos e Regiões

  • Herdade Grande sai da Lusitana de Vinhos e Azeites, estando à busca de novo importador. No pouco tempo que milito nas coisas de nossa vinosfera aprendi a gostar destes bons vinhos alentejanos, especialmente do saborosissímo branco Colheita Selecionada, um vinho complexo elaborado com as uvas autóctones Antão Vaz e Arinto de bom frescor e bom corpo, um dos bons brancos portugueses. O tinto também é muito bom, e possui uma linha mais acessível para o dia-a-dia, Condado, mas fique de olho neste branco, é especial e espero que acertem logo com alguém.
  • Herdade do Perdigão troca a Interfoods Classics pela Ana Import. Com isso a Interfoods trata de esvaziar seu estoque e amanhã publico uma grande promoção com rótulos deste produtor.
  • Companhia das Quintas chega na Interfood Classics. É, perde de um lado e ganha de outro, é o vai e vém do setor. A Companhia das Quintas tem vinhos de várias regiões; Alentejo, Douro, CVR Lisboa (Estremadura). Provei alguns vinhos, uns mais baratos e mais acessíveis já sendo disponibilizados no mercado e outros topo de gama ainda em fase de definição se vêm ou não. Espero que venham, pois são grandes vinhos. Dos que vêm; o Prova Régia 08, um dos mais conceituados brancos portugueses elaborado com 100% Arinto que deverá estar com um peço por volta de R$50; o Portas da Herdade 07, tinto básico para o dia-a-dia por volta de R$25 e o Gaião 07, outro tinto num degrau um pouco acima que surpreende e deve chegar por volta de R$38. Com uma participação importante na elaboração de seus cortes, provei os estupendos Farizoa Reserva 06 do Alentejo, Fronteira Reserva 05 (esgotado devendo chegar o 2007) do Douro e por último, a meu ver o melhor de todos, o Quinta de Pancas Grande Escolha 05 um excepcional corte de Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot da CVR Lisboa, sub-região Estremadura, do qual foram produzidos somente 3.000 garrafas das quais o Brasil deve ser agraciado com umas 300! O preço deve vir nas alturas, mas que é um néctar lá isso não me restam duvidas!
  • Dão Sul, de casa nova com sua própria operação no Brasil através da Winebrands Brasil, provei três vinhos do Dão. O Cabriz Tinto Reseva 05, um vinho muito bom que, como todos os vinhos desta casa, está com um ótimo preço (por volta de R$65) e é uma das minhas recomendações de compra. Da Casa de Santar, o bom branco Santar Reserva Branco 08 um corte típico da região com as cepas encruzado/cercial e bical bem fresco, saboroso, e gastronômico com um preço camarada que deve ficar entre R$30 a 35 e o muito elegante e absolutamente pronto a beber Casa de Santar Reserva 05, vinho que me agrada bastante, aliás os três.
  • Casa Flora, com uma série de vinhos de seu extenso e sempre muito competitivo portfolio. Entre estes alguns vinhos freqüentadores de minha mesa como o vinho verde Varanda do Conde (delicia com costelinha de porco na brasa e/ou feijoada), Quinta da Cortezia Touriga Nacional (CVR Lisboa – Estremadura), Filipe Pato Ensaios Tinto e o espumante 3b (Beiras), Loios Tinto fácil e saboroso para o dia-a-dia, Marquês de Borba, um dos melhores custo x beneficio e o 2007 está especialmente bom, Vila Santa (todos do Alentejo) enfim vinhos de muita qualidade por um preço sempre muito coreto que valem cada centavo. Duorum 07, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz elaborado no Douro, ainda sem preço e por liberar no porto, grande vinho.
  • Bacalhôa Vinhos, aqui representada pela Portuscale, com seus ótimos vinhos a começar pelo sempre muito bem feito Meia Pipa, vinho que pede sempre de três a quatro anos para atingir seu apogeu, e os emblemáticos Má Partilha (Merlot), Quinta da Bacalhôa (Cabernet Sauvignon) e Palácio da Bacalhôa corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot todos da CVR Setubal.
  • Quinta do Carmo (Bacalhôa Vinhos) comercializada pela Mistral, com seus vinhos muito conceituados e uma sociedade com a Domaine Barons de Roschild no Alentejo. O Don Martinho , sem madeira, Quinta do Carmo e Quinta do Carmo Reserva são todos vinhos muito bons e já amplamente comentados na mídia. O que mais me chamou atenção foi o Quinta do Carmo Branco 07 , corte de Roupeiro, Arinto, Antão Vaz e Perrum, de aromas deliciosos e sedutores, fresco e mineral, mais uma prova de que os vinhos brancos portugueses estão cada vez melhores. Este está por volta de R$70.
  • Adega Alentejana, com um vasto portfolio, um dos principais importadores de vinhos portugueses. Revi o Cartuxa Colheita, sempre bom, e conheci o estupendo Selectio Vinea Maria Alicante Bouschet 05 obra do maestro Paulo Laureano, um grande vinho, muito complexo, harmônico e pronto a beber, mas com potencial de guarda, um grande vinho com preço ao redor de R$160.
  • Encosta da Guadiana, mais conhecida como a Herdade Paço do Conde, que comercializa seus vinhos aqui através da Lusitana de Vinhos e Azeites. Sempre muito bons, revi o Rosé, jardim de aromas de acordo com o Henrique e assino embaixo, o Paço do Conde Tinto, uma das boas relações custo x beneficio do mercado e o ótimo Paço do Conde Reserva, vinho que precisa d tempo e decantação para mostrar todas a sua exuberância.
  • DFJ Vinhos, uma série de importadores já que cada linha de produtos tem um. Já são três ou quatro e ainda procuram um mais para sua linha top conforme fiquei sabendo. Enfim, isso é uma questão de esstratégia, o que importa neste caso são os vinhos e provei alguns que a Malbec do Brasil começa a trazer. Uns cortes (bivarietais) interessantes e de bom preço (entre R$40 a 45), Tinta Roriz & Merlot, Touriga Nacional & Touriga Franca, Merlot & Touriga Franca e o que mais me agradou, Alvarinho & Chardonnay.

         Bem, por hoje é só, comentarei os vinhos da Espanha no inicio da semana que vem. Muita coisa boa, tanto de quem já está por aqui hà um tempo como a Protos (Península – Vinhos da Espanha), Grupo Pesquera (Mistral), Prado Rey (Decanter), La Estacada (D’Olivino) como de outras na busca de importadores como a incrível José Pariente (três ótimos e deliciosos brancos), Viña Santa Marina, Hacienda Del Carche, Santo Cristo, Elias Mora entre outros. Por enquanto, salute e kanimambo.

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Ps. Me entusiasmei com os vinhos e esqueci de fotografar. É, um dia ainda aprendo a fazer uma reportagem como deve ser! rsrs

Vinhos da Semana

               Semana de revisitar alguns rótulos amigos e provar um novo que, se não chegou a encantar, também não decepcionou. Vinhos que cabem no bolso da maioria, vinhos fáceis de beber e, majoritariamente, portos seguros já que nem sempre nos apetece singrar novos mares nem gastar muito!

Vinhos da Semana - Alaia 002

 Alaia 2004. Nome completo; Dehesa de Rubiales Alaia vindo de La Tierra de Castilla y León na Espanha. Apresenta bastante complexidade de sabores e aromas para um vinho nesta faixa de preço e uma experiência única já que é um corte muito bem elaborado com uma uva autóctone pouco conhecida por aqui, a Prieto Picudo, que é a cepa protagonista, tendo a Tempranillo e Merlot como coadjuvantes e um leve aporte de madeira passando 4 meses em carvalho francês novo. Aromático, muita fruta negra no nariz, já mostrando sua face mineral. Na boca está tudo lá, a fruta fresca, algo de chocolate, num corpo médio e equilibrado, redondo mostrando boa textura e taninos finos, mas acima de tudo o que mais me encanta neste vinho é sua identidade e personalidade. Não é um vinho tradicional com aromas e boca comum. É um vinho que atrai, cativa e seduz com algo diferente saindo da mesmice e nos fazendo experimentar sensações e sabores diferenciados. Desde a primeira garrafa que tomei lá atrás, no final de 2007 quando a Península trouxe seu primeiro lote experimental, deixei-me levar por essas experiências diferenciadas. Pela primeira vez creio que concordo com o tal do Jay Miller que lhe dá 89 pontos no Wine Advocate, um vinho que me traz grandes prazeres por um preço justo. Preço na Península, por volta de R$47,00. I.S.P.

 

Alfredo Roca Pinot Noir 2006,esta bodega Argentina faz vinhos de diversos níveis e de diversos preços. Quem se meter a grandes harmonizções, fartos jantares ou esperar muito dele, certamente se desapontará. Por outro lado quem o encarar como aquilo que ele é, um vinho básico, para o dia-a-dia, para traçar a pizza de Domingo, um belo sanduba, para aquele momento descontraído e descompromissado, aquela massa de domingo com o cunhado, aí eu acho que o vinho cumpre o seu papel e agrada.  Não é um vinho de grande tipicidade, mas é gostoso no nariz e, apesar de um pouco ralo, é gostoso, macio, redondo mostrando bastante equilíbrio. Ainda prefiro o Malbec básico deles, especialmente se for para um churrasco com um monte de gente ou até um casamento mais á vontade, mas este Pinot cumpre o seu papel e é sempre um companheiro seguro, ainda mais pelo preço em torno de R$16,00. Sirva levemente refrescado, a cerca de 15 ou 16º e opte por uma safra mais nova. I.S.P. $ 

Vale da Clara 2005, bom vinho português por um preço muito correto. Produzido por uma das boas casas vinícolas da região do Douro, a Quinta de la Rosa. A safra de 2005 foi muito boa na região e este vinho se valeu muito dessas condições. De boa estrutura, é suave, madeira bem equacionada, simples sem grandes aspirações, porém muito correto e saboroso. Bem equilibrado, taninos finos e boa acidez o que lhe confere um frescor muito agradável ao palato, apesar de começar a sentir um pouco o peso da idade. Já perdeu um pouco da vivacidade e personalidade que me conquistou na primeira vez que o tomei e que me surpreendeu pela relação Qualidade x Preço, então a sugestão é optar por uma safra mais nova, preferencialmente a de 2007 se já estiver disponível. Na Expand por volta de R$38,00. I.S.P.  $

 

Dal Pizzol Touriga Nacional 2007, mais um vinho revisitado, cerca de um ano após seu lançamento. Há época escrevi; “No nariz, possui um primeiro ataque frutado e fresco de boa intensidade. Na taça evolui deixando aparecer alguns toques florais bem tipicos da casta. Na boca é suave, elegante, com taninos maduros e um teor de álcool bem comportado, 13º. Bastante equilíbrio e harmonia num vinho leve que, certamente, agradará fácil. Mudou o terroir, mas a essência da uva está lá. Gostei; um vinho correto, fácil de beber”. Pois bem, não mudou muito e o que mudou foi para melhor. A fruta está mais presente, o vinho arredondou, ganhou maior harmonia e persistência mostrando bastante elegância. Um vinho gostoso que evoluiu bem e que surpreende, inclusive em função do preço, por volta de R$29,00, o que o torna uma das boas opções de compra dentro da faixa de preços. I.S.P.  $ 

 

Yalumba Y Series Shiraz/Viognier 2005. Do sul da Austrália, um corte típico dos vinhos de Cote-Rotie no Rhône francês. Este vinho é algo mineral, quente, especiarias, taninos ainda mostrando uma “pegada” firme que, certamente, mereceria ter passado uma meia hora ou quarenta e cinco minutos de decantação. Bastante fruta madura compotada, algo floral no nariz (viognier), encorpado, boa concentração e volume de boca, certa austeridade na boca e média persistência com final apimentado, um estilo bem novo mundo. Fechado, algo desequilibrado, não encantou. O problema de copiar cortes ou vinhos de reconhecida qualidade é criar uma expectativa comparativa, mesmo que involuntária, difícil de ser alcançada. Culpa de quem compra com essa percepção? Talvez. Boa companhia para um churrasco. Importado pela KMM com um preço ao consumidor por volta de R$75,00. I.S.P.

Salute e kanimambo

Vinhos do Dão e Bairrada

Luis Pato1Na sequência de boas degustações de que venho participando, mais uma boa leva de bons vinhos e desta feita, portugueses. Neste ano de 2009, a ViniPortugal e a ABS firmaram um acordo de divulgação das diversas regiões produtoras de vinho em Portugal. Projeto bastante interessante em que um produtor vem falar um pouco sobre a região e comentar seus vinhos em uma degustação realizada na ABS. Uma boa e criativa forma de difundir ainda mais o consumo dos bons vinhos portugueses, conhecer novas regiões e aprender coisas novas. Eu sei que aprendi ao participar desta estupenda degustação de Dão e Bairrada apresentada por Luis Pato, um homem que impõe respeito por seu passado e presente à frente de alguns dos melhore vinhos da Bairrada, o domador da Baga, um visionário e revolucionário na elaboração de vinhos na região.

                 Foram degustados seis vinhos, sendo três rótulos do Dão e três da Bairrada.  Seis vinhos de grandes qualidades e, na minha opinião e para o meu gosto, três deles estupendos. Falemos dos Vinhos:

Vinha Barrosa 2005, elaborado com vinhas velhas de vinhedos de mais de 80 anos! A baga, uva com a qual este vinho é produzido e cepa ícone da região da Bairrada é uma uva tânica que produz vinhos encorpados e, até pouco tempo atrás, de uma certa rusticidade que pede tempo para se equacionar e mostrar todo o seu potencial. Luis Pato o “domador” da baga nos traz um vinho esplendoroso e encantador na boca com apenas 4 anos de vida, genial! É daqueles vinhos que já nasce grande e promete prazeres especiais para quem souber, e puder, esperar mais meia dúzia de anos. Comprar uma garrafa dessas e guardá-la por oito, dez, 12 anos é trabalho hercúleo digno de pessoas que possuem uma tremenda capacidade de disciplina e auto-controle já que a tentação será enorme. Doze meses em barris de carvalho seguido de mais seis em pipas de 650 litros , o vinho se apresenta macio e aveludado na boca mostrando uma personalidade muito própria e uma tremenda elegância pouco esperada num 100% baga tão novo. Boa paleta olfativa com aromas florais e algo de eucalipto, na boca apresenta fruta de boa concentração, mas sem os exageros novo mundistas, fresco, algo de salumeria, expressivo mostrando grande harmonia com um final de boca longo e saboroso. Um grande vinho que me encantou e foi uma bela forma de começar a degustação. (Mistral por USD87,50)

Quinta da Bageiras Garrafeira 2003, resinoso, fruta compotada, taninos firmes ainda presentes apesar da cor já mostrar uma certa evolução. Um vinho potente que mostra toda a força da baga pedindo decantação longa ou mais alguns anos de garrafa para mostrar toda a sua exuberância. Um exemplo mais clássico dos vinhos da Bairrada apresentando um estilo austero. Frutos silvestres, algo terroso e especiado, grande estrutura e volume de boca, um bom vinho que pede tempo para mostrar todas as suas virtudes. (Luzitana de Vinhos e Azeites por cerca de R$154,00)

Casa de Saima Garrafeira 2001, vinho advindo de uma das melhores safras na Bairrada. Aromas de boa intensidade que mesclam fruta concentrada e algo animal, como couro , muito firme e algo rústico mostrando que mesmo com 8 anos de vida, é ainda uma criança e certamente é vinho para mais 8 anos. Na boca é corpulento, ostensivo e viril, muita estrutura, taninos firmes bem equilibrados por muito boa acidez e uma certa mineralidade, um vinho que, mesmo não sendo de um estilo que me agrade, apresenta qualidades e certamente deverá evoluir mauito ainda, Vinho para abrir em mais 4 anos ou deixar em decanter por pelo menos uma hora e meia a duas antes de servir acompanhada de um leitão pururuca daqueles. Que tal um porco no rolete? (Decanter por R$251,00)

Viniportugal

Quinta dos Carvalhais Touriga Nacional 2000. Dão e Touriga Nacional, dupla que me seduz e este vinho é realmente encantador! Um vinho classudo com tudo o que o Dão e esta uva podem gerar de bom, idade certa, complexo e muito rico de aromas e sabores. Aromas terrosos, floral (violetas), algo herbáceo. Na boca de boa textura e volume de boca, aparece fruta silvestre com nuances de especiarias, taninos sedosos, muito equilibrado, boa estrutura, rico, final longo e algo especiado. Um vinho que mostra muita finesse e elegância, extremamente sedutor que certamente entrou para minha lista de tops deste ano. (Zahil por R$150,00)

Lokal Sílex 2005 de Filipa Pato. Uma das filhas do Luis que, apesar de usar a estrutura de cantina do pai, brilha com luz própria produzindo ótimos vinhos com uvas tanto da Bairrada como do Dão. Adoro o espumante 3b e o Ensaios tinto, dois vinhos que visitam minha mesa com uma certa assiduidade e que já recomendei anteriormente. Este é um corte de Touriga (75%) e Alfrocheiro que lhe dá o tom aromático com notas de chocolate ao nariz, especialmente depois de um tempo em taça. Resinoso, algo químico, escuro na cor e denso na boca com grande concentração. Taninos firmes, algo duros ainda mostrando uma certa rusticidade, grande estrutura indicando grande potencial de guarda. (Casa Flora por R$105).

Quinta dos Roques Touriga Nacional 2005.  Mais um Touriga do Dão e mais um grande vinho na taça! Aliás, este produtor faz, a meu ver, um dos melhores vinhos brancos de Portugal, o Quinta dos Roques Encruzado, um baita vinho. Este jovem Touriga é de grande complexidade aromática em que aparecem violetas, chocolate, talvez algo de caramelo, mostrando-se na boca ainda algo fechado, porém já mostrando seu enorme potencial. Suculento, gordo, corpo médio, harmônico mostrando um balance entre os taninos finos e acidez muito uniforme, frutos negros maduros e um final de boca longo, aveludado com um retrogosto algo especiado com nuances de baunilha. Um vinho muito bom que se tornará excepcional dentro de um par de anos mais e daqueles que devem fazer parte do “wish list” de bons vinhos portugueses a tomar. Uma de minhas, muitas, paixões! (Decanter por R$168)

Não preciso falar quais forma meus preferidos, preciso? Salute e kanimambo

Vinhos da Semana

                  Mais um mix de agradáveis vinhos tomados na semana (longa) que compartilho com os amigos. Um pouco de tudo; confirmações, descobertas, surpresas, enfim, emoções geradas por vinhos que valem a pena serem conhecidos. Argentino, brasileiro, espanhol e, obviamente, a já costumeira presença de vinhos portugueses que são parte integrante de minha adega e meu constante garimpo.

Trivento Nature e outros 002

Trivento Brut Nature – um dos mais saborosos espumantes argentinos que tenho tido a oportunidade de provar. Com a Pinot Noir como protagonista e a Chardonnay de coadjuvante nesse corte, o espumante é levemente rosado e muito bonito na cor. Nos aromas aparece algo de maçã verde, mas na boca os sabores puxam um pouco mais para abacaxi, bastante interessante. Muito boa acidez que lhe transfere ótimo frescor e um final de boca bastante agradável. A Perlage é abundante, delicada, de média persistência e, apesar de ser um nature, está muito bem equilibrado sendo bem seco, porém amistoso ao palato. Uma boa opção, que me agrada bastante, trazido pela Wine Premium, que também importa os bons vinhos tintos deste produtor que pertence ao grupo chileno Concha y Toro, com um preço ao redor de R$37,00.  I.S.P. 

Artadi Viña de Gain 2003 – esperava mais. Na nariz aromas tostados, couro algo floral e frutado. Na boca está um pouco mais para Novo Mundo do que velho Mundo e diferente do que eu provei em 2007. Mostra-se escuro,algo duro, encorpado, de grande estrutura, taninos presentes ainda por equacionar, concentrado, final de boca especiado. Bom, mas senti falta daquela finesse presente nos vinhos da rioja que encantam pelo equilíbrio. Pelo histórico e presença na mídia, merece mais uma chance, até porque me lembro que o que tomei antes estava bem melhor. Desta feita procurarei uma safra mais nova. A importadora é a Mistral e o preço ao redor de R$150,00.  I.S.P. 

Negreiros 2004 – Mais um bom fruto de um garimpo na Expand Sales. Assemblage das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, plantadas na Quinta das Amendoeiras, no Douro Superior. São cerca de 10 hectares de vinha, que produzem cerca de 50 toneladas de uvas/ano, das quais, apenas 10 a 15 toneladas são viníficadas para este rótulo. Neste vinho, a mão mágica de Anselmo Mendes, entre outros enólogos, nos presenteia, com um vinho muito rico e equilibrado que está, provavelmente, no seu apogeu e melhor momento para ser desfrutado. O nariz, algo tímido, mostra fruta madura e algum vegetal. Cresce na boca, no entanto, mostrando-se bem harmônico, palato agradável com boa entrada de boca, taninos redondos e macios, acidez sem excessos formando um conjunto bastante equilibrado. Pelo preço que paguei na Expand Sale (R$28,00) uma bela pechincha. Preço normal R$58,00 disponível na Expand.  I.S.P.   

Perini Marselan 2006 – se não é um blockbuster, é um vinho saboroso e fácil de se gostar. Aromas de fruta madura, cantina, algo vinhoso. Na boca é agradável, fácil de tomar, redondo com taninos doces e equilibrados com um teor de álcool bem comportado o que o torna bastante amistoso no palato. Vinho correto, bem feito que melhora quando levemente refrescado a 14º. Esta uva parece ser bastante interessante para a região, já que as chuvas que tradicionalmente afetam a colheita de outras castas, na Marselan, de acordo com o enólogo da casa, é do que esta vinha gosta. Aos poucos, vemos diversos novos rótulos de vinhos elaborados com esta cepa sendo elaborados no Vale dos Vinhedos como este da Vinícola Perini. Fiquemos de olho, com os anos certamente veremos evolução. preço ao redor de R$28,00. I.S.P.  

Quinta da Lagoalva 2005 – um delicioso e macio corte de Castelão com Touriga Nacional. O vinho de entrada deste produtor do Ribatejo que me foi apresentado por meu primo Chico e sua simpática esposa Bia, quando lá estive no mês passado. Não é um grande vinho e não se propõe a isso, porém é um vinho correto, bem feito e equilibrado do qual poderia tomar garrafas. Com 50% passando em madeira, é um vinho que está absolutamente sedutor, leve para médio corpo, muito rico em sabores que encantam o palato, macio, equilibrado com boa acidez o que lhe dá um certo frescor, mostra taninos redondos, sedosos e amistosos que alongam o final de boca deixando um gostinho de quero mais. Grande surpresa, ainda mais quando lá o compramos por cerca de 3, 60 Euros. Aqui, é importado pela Mistral e custa algo ao redor de R$49,00.  I.S.P.

Salute e kanimambo.