Vinhos da Semana – Só Latinos

Enquanto não começo a compartilhar com os amigos os néctares com que me presenteei ao longo de um mês de festividades de aniversário, eis mais uma coletânea de Vinhos da Semana tomados. Desta vez só de vinhos latinos de grande diversidade entre si, adoro garimpar de tudo, em que se sobressaem um espumante e um gostoso syrah.

 

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  Marson Charmat – Para aqueles que, como eu, são fãs dos produtos da Marson, e especial de seu espumante Brut Champenoise, a casa traz agora uma versão elaborada com o método charmat. Como seu irmão mais conhecido é um espumante de primeiro nível muito saboroso, um blanc de blanc já que é produzido com 100% de chardonnay. Cítrico, de ótimo frescor e perlage abundante e fina, algo cremoso, leve e delicado na boca uma ótima pedida para um aperitivo e entrada de melão com presunto cru, como foi o caso. Um dos meus espumantes preferidos e ótima opção para preparar o palato para uma refeição substituino o vinho branco como aperitivo. O preço está por volta de R$35, porém não é incomum encontrá-lo por cerca de R$30, só precisa garimpar um pouco. I.S.P. $     

 

 

Lima Mayer Alentejo 2004 – um vinho muito elogiado pela imprensa especializada, corte de Aragonez, Syrah, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Alicante Bouschet. Um vinho potente, untuoso e austero. Aromas algo balsâmicos, taninos firmes, precisando de mais tempo ou decantação antes de servir, grande estrutura, encorpado e vigoroso não é um estilo de vinho que me encante. Bom, talvez um pouco rústico, vinho para quem gosta de vinhos potentes e sérios. Na Vinho Seleto por R$45,00. I.S.P.  $

 

 

Torreon de Paredes Reserva Syrah  06 – um chileno de primeira que me agradou bastante. O nariz, onde aparece alguma fruta negra, não é seu forte, mas desperta na boca com uma entrada impactante, rico, ótimo volume num corpo médio, taninos amistosos e aveludados. Harmonioso e equilibrado, cresce na taça e termina com um final de boca algo herbáceo e especiado típico da casta. Um vinho muito agradável que está por R$53,00 na Santa Ceia. I.S.P. $  

 

 

 

Valle Escondido Bonarda/Syrah 06 – no nariz já mostra sua origem Argentina com intensos aromas de fruta madura. Na boca mostra ameixa escura, madeira com algo de especiarias, taninos suaves equacionados depois de 30 minutos de decantação. O final de boca é aveludado e agradável em linha com seu preço. Foi bem com um prato de berinjela recheada. Ainda prefiro o Cabernet Sauvignon deles, mas este também mostrou qualidades. Comprei na Expand sale por R$19,00 (uma pechincha) porém o preço normal é de R$39,00, justo pelo que oferece. I.S.P.     

 

Terragnolo Cabernet Sauvignon 05 – esta cepa vem mostrando que nossos bons vinhos nacionais não estão dependendo somente da ícone Merlot. Tenho provado muitos Cabernets bem feitos e saborosos vindos do sul do Brasil; Encruzilhada, Vale dos Vinhedos, Santa Catarina, etc. Este é a primeira experiência de engarrafamento próprio desta pequena vinícola do Vale dos Vinhedos que sempre vendeu suas uvas. Cor rubi de boa intensidade, fruta madura com ameixa aportando ao nariz e se confirmando na boca de forma bem harmonizada. Boa acidez, taninos finos já equacionados num final de boca bastante agradável e fácil de tomar. Não é um blockbuster, mas dá conta do recado. O preço não encanta, por R$44 na EivinI.S.P. 

 

Salute e kanimambo

 

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Vinho Verde

Nada mais português que um bom Vinho Verde que, lamentavelmente, o Brasil ainda não descobriu. O Vinho Verde branco, sim porque há tintos que muito se bebem pelo interior de Portugal afora, tem tudo a ver com nosso clima e com nossa alimentação, especialmente nas regiões litorâneas. Da região do Minho, norte de Portugal fronteira com a Galicia (Espanha), especialmente da sub-região de Monção e Melgaço, vinhos gostosos, amistosos, sempre muito frescos, tradicionalmente de baixo teor de álcool, com uma acidez cortante, alguma agulha na ponta da língua, é ótima companhia para frutos do mar em geral, bolinhos de bacalhau, casquinhas de siri e coisas do gênero, perfeito com sardinhas assadas na brasa! Neste painel de quase dois meses em que provei uma série de vinhos brancos e rosés, não poderia deixar de fora estes deliciosos vinhos, bem apropriados para o nosso verão e, ainda por cima, com ótimos preços.

 

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  • Quinta do Ameal Loureiro 06 (Vinho Seleto) – uva Loureiro, autóctone de Portugal, vínificado em extremo (varietal) apesar de tradicionalmente ser usada como corte nos vinhos verdes aportando-lhes uma melhor estrutura. O estilo deste Ameal faz lembrar muito a delicadeza e sutileza dos bons vinhos do Mosel, na Alemanha, incluindo o teor alcoólico de 11.5º. Deliciosamente refrescante, grande intensidade aromática em que sobressai um encantador bouquet floral. Na boca é leve, suave, um toque de seda no palato em que aparecem frutos cítricos, toques de limão com um final de boca algo amendoado. Muito mineral, ótima acidez, alguma agulha muito sutil e bem típica dos vinhos verdes. Encantador e de grande finesse!
  • Loureiro Muros Antigos 06 (Decanter) – de Anselmo Mendes, uns dos papas da região, vem este delicioso, floral e refrescante vinho com a mesma cepa do Ameal, porém de maior corpo, mais franco e vibrante com um teor alcoólico de 12%. Inicia cativando pelo olfato suave e elegante, com notas cítricas e florais. Na boca, é exuberante, intenso, fresco, textura macia e muita fruta. Muito harmonioso, é um vinho imperdível, que fará bonito escoltando um peixe grelhado com arroz de tomate ou uma caldeirada de lulas. Mais uma maravilha, mas acho que está na hora de esperar safra mais nova, pois achei-o menos fresco e vibrante que há seis meses atrás, ou compre agora e tomo logo.
  • Muralhas de Monção 07 (Barrinhas) – um dos vinhos verdes mais consumidos em Portugal e por aqui tem os seus seguidores também, como eu e meu amigo Antonio. Corte de Alvarinho com Trajadura, muito cítrico com nuances florais, sempre apresentando grande frescor e muito balanceado, é um vinho que safra pós safra mostra uma consistência impar e substância, algo nem sempre disponível nos vinhos verdes disponíveis no mercado. Tem um final de boca muito agradável e de boa persistência apresentando um retrogosto de frutas tropicais e algo mineral. Não é de grandes complexidades, mas é certeiro, direto diz logo ao que vem e nos deixa bem felizes e satisfeitos, missão cumprida com honras e bom preço, por volta dos R$38,00.
  • Varanda do Conde 07(Casa Flora) – uma enorme surpresa e uma paixão ao primeiro gole. Mais uma vez um corte com as casta autóctones Alvarinho e Trajadura que, já nos aromas, mostra-se sedutor com suas nuances florais e o que me pareceu ser casca de laranja. Na boca mostra uma acidez bem cortante com alguma mineralidade, deixando o vinho muito fresco, leve e fácil de tomar, muito equilibrado, leve agulha, saboroso com um muito agradável final de boca de média persistência que me lembrou nectarinas e deixa aquele gostinho de quero mais, e mais, e…… Um vinho feito para o nosso verão acompanhando camarõezinhos grelhados, lula à doré ou carne de porco na brasa, enquanto o sol se põe sobre as águas do mar tranqüilo. Fico aguado só de pensar!
  • Deu La Deu 07 (Barrinhas) – um dos mais tradicionais e muito consistentes vinhos monocasta elaborados com Alvarinho. De cor dourada brilhante e límpido, possui uma paleta olfativa bem frutada que nos leva a viajar por terras tropicais em que aparecem aromas de melão e algo de pêra cercado por nuances florais. Acidez muito boa o que lhe aporta um grande frescor, copo médio, cremoso, com final de boca guloso e mineral de média persistência com retrogosto que me lembrou maçã verde. Uma ótima companhia para um churrasco, muito yummy! Está no mercado por preços variando entre R$58 a 70,00 ou seja, há que pesquisar.
  • Quinta da Aveleda 07 (Interfood) – divide com o Varanda do Conde o titulo de melhor relação Preço x Qualidade x Satisfação desta lista de Vinhos Verdes. Corte de Loreiro, majoritariamente, Trajadura e Alvarinho com 11,5%, é mais um daqueles clássicos da região que se torna irresistível com umas sardinhas assadas e batatas cozidas. Gostosos aromas frutados e cítricos com algo herbáceo, na boca é harmônico, balanceado e muito saboroso com uma certa complexidade de sabores em que aparece algo de frutas tropicais, melão,talvez maçã verde tudo com muito frescor e vivacidade. Não possui corpo para encarar pratos muito evoluídos, mas certamente será grande companhia para pratos de peixe grelhados e, obviamente, as sardinhas já comentadas. 
  • Portal do Fidalgo 06 (Casa Flora) – Nariz agradável, citrico de boa intensidade. Na boca apresenta corpo médio, é suculento, vivo, muito equilibrado e fresco mostrando bem todas as características da cepa, um vinho para abrir o apetite e preparar as papilas gustativas para o que está por vir, ou, preferencialmente, para acompanhar um bacalhau grelhado ou na brasa com batatas ao murro ou um belo prato de lulas grelhadas na manteiga com batatas cozidas. Aqui o teor de álcool é mais alto, em torno de 13.2%, porém sem se notar já que está muito bem equilibrado. Com preço rondando os R$50,00, é um dos Alvarinhos mais baratos do mercado e uma boa introdução à cepa.
  • Casal Garcia 07 (Interfood) – talvez o mais conhecido Vinho Verde e um dos que mais vende mundo afora. Um corte das uvas Trajadura, Loureiro, Arinto e Azal muito leve e suave, descompromissado, magro, um estilo de vinho que costumo denominar de “beira de piscina”. Nariz tímido que se repete na boca com boa acidez, acentuado frescor e algo cítrico. Para tomar bem gelado e aos goles, não chega a entusiasmar, mas para o que se propõe é bastante agradável. No mercado por volta de R$25 a 28,00.  
  • Promoções válidas somente até ao final de Março.

Para os que gostam de encarar coisas diferentes, eis uma dica; como sugeri no Deu la Deu, harmonizar com churrasco, prove um destes deliciosos vinhos acompanhando uma costela de porco na brasa. Estranhou? Tente e comente aqui depois. O frescor e acidez cortante destes vinhos, equilibra-se maravilhosa e refrescantemente como contrapeso à gordura da carne. Agora vá um pouco mais longe ainda, sirva-o com feijoada (Cristiano, já adiantei a minha escolha)! Uma última coisa, com algumas exceções, como os bons Alvarinhos, para aproveitar todos os seus predicados estes vinhos devem ser tomados preferencialmente jovens, quanto mais melhor, preferencialmente não deixando passar dos dois anos. Como a grande maioria do que está no mercado é 2007, aproveitemos bem este primeiro semestre enquanto aguardamos as safras mais novas chegarem só que, provavelmente, com novos preços. Se quiser conhecer um pouco mais sobre Vinhos Verdes, clique aqui.

 

 

 

 

 

 

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Salute e kanimambo.

Ps. Se tiver oportunidade de se deparar com um Alvarinho Soallheiro 07 (Mistral), não negue fogo e compre. O Alvarinho Muros de Melgaço (Decanter) é outro que também não se deve perder, sendo vinhos mais complexos e elaborados, já numa outra liga saindo desta linha mais ligeira de vinhos, podendo inclusive envelhecer bem. Alvarinhos, no entanto, são vinhos de uma classe especial que merecem uma matéria especifica sobre a cepa. Questão de tempo!

Uma Semana só de Brancos

Ainda falando de brancos, termino os Tomei e Recomendo de Brancos & Rosés esta semana, tive uma semana mais comedida e provei alguns vinhos bastante interessantes. O Jerez nem é tanto uma prova, realmente nunca o havia comentado até pela pouca experiência que tenho com este tipo de vinho, ma já há um tempinho que tomo este Manzanilla La Gitana, uma bela indicação do amigo Luis Horta.

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            Cono Sur Reserva Gewurtzraminer 2006, como todos os vinhos deste produtor, é um vinho muito bem elaborado e um ótimo custo x beneficio. Nariz intenso, muito perfumado com forte presença de lichia em calda. Na boca confirma a impressão aromática, é cremoso, algo mineral e um pouco off-dry num estilo alemão. O residual de açúcar no final de boca será um prato cheio para quem gosta de vinhos brancos mais adocicados e suaves. É muito bem balanceado e seus 13.5% de álcool passam despercebidos pela boca. Um vinho bastante agradável e fácil de tomar. Importação da Wine Premium, nas lojas da Expand por R$39,00. I.S.P.  $       

 

          Quinta de Cabriz Dão Colheita Selecionada 2006, mais uma linha de vinhos que dificilmente dá errado. Tanto o tinto, na minha opinião o melhor dos três, quanto o rosé, são vinhos honestos, corretos e um porto seguro para quando o caixa anda meio baixo ou você busca algo mais simples que dê conta do recado. Este branco, corte de 25% Malvasia Fina, 25% Bical, 25% Cercial, e 25% Encruzado é uma ótima opção em sua faixa de preço, um branco para o dia-a-dia muito agradável e bem feito. Aromas de frutas tropicais, algo mineral na boca, equilibrado, cremoso, sem grandes compromissos, mas muito agradável, de boa textura e fácil de tomar, fresco com um final de boca saboroso e de média persistência. Importado e distribuído pela Expand onde você o encontra por cerca de R$24,00. I.S.P.  $  

 

         Gran Hacienda Riesling 2004, um vinho chileno produzido pela gigante Viña Santa Rita. Esperava um pouco mais, mas talvez a idade já comece a cobrar seu pedágio especialmente para quem, como eu, não abra mão da excelente acidez típica da casta. Aromas de boa intensidade e de boa tipicidade com algo floral que me fez lembrar jasmim. Na boca é agradável, leve, algo cítrico, macio com um final de boca de média persistência. Não chega a encantar, mas é um vinho saboroso. Por R$35,00, ou próximo disso, na Grand Cru. I.S.P. 

 

         Manzanilla La Gitana – um vinho diferente como todo o Jerez é! Uma boa introdução a este estilo de vinho fortificado, liquoroso, levemente oxidado, típico da região da Andaluzia na Espanha onde é envelhecido pelo sistema de Soleira. Em sendo um Manzanilla, é um Jerez fino de produção exclusiva na cidade de Salúcar de Barrameda, que beira o mar. De cor amarela clara, possui aromas difíceis de definir, mas certamente se encontram leveduras, algo que parece chá de camomila e talvez amêndoas tostadas. Na boca é seco, muito rico em sabores, delicado, fresco, algo herbáceo, levemente salgado, é um ótimo abridor de apetites (rsrs). Grande aperitivo acompanhando castanha de caju, azeitonas e um pouco de presunto cru, é uma experiência única e diferente de tudo o que já tomamos. Estranha no inicio, mas arrebatadora. Esta garrafa, a última que comprei por volta de R$38,00 há cerca de oito meses, tomei como aperitivo durante toda a semana, bão demais da conta sô! Ainda preciso estudar mais sobre os vinhos de Jerez e certamente ampliar minhas degustações, mas este é realmente uma ótima introdução a estes vinhos e volta e meia abro uma garrafa (500ml). Com o dólar de hoje, importação Mistral, está por algo ao redor de R$64,00. Uma experiência que recomendo. I.S.P.  

 

 

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Salute e Kanimambo

 

 

Vinhos do Dão – Quinta Mendes Pereira, um Achado.

panorama-mendes-pereira3Há cerca de 50 anos, o Comendador José Mendes Pereira aporta no Brasil onde se estabeleceu profissionalmente e onde teve seus filhos. No contra-fluxo, Raquel, sua filha, volta a Portugal com Carlos, seu marido e parceiro, com desejos de revitalizar uma velha e histórica quinta da família. Nascida em Campinas, ela deu inicio a esse processo de renovação a começar com a mudança do nome da quinta de “Quinta da Sobreira” para “Quinta Mendes Pereira” em homenagem ao nome de seus ancestrais.

Apaixonada pela Quinta, onde já se plantavam vinhas desde o século XVII, sua dedicação e ambição de produzir vinhos de qualidade na região do Dão já dá grandes resultados apesar dos seus parcos cinco anos, já tendo sido premiada quatro vezes pela Comissão de Vinhos do Dão. Em 2006, e sob a insígnia “A Arte do Vinho”, dois dos seus vinhos tintos de 2003 – o Garrafeira e o Colheita DOC – foram incluídos na lista dos 160 melhores vinhos de Portugal. Em 2007 o Garrafeira 2003 foi reconhecido pela Revista de Vinhos como o melhor tinto do Dão desse ano de produção, num alargado painel dedicado a esta região demarcada. Não é pouca coisa, para quem há pouco aportou nestas coisas de fazer vinho. Pois bem, no limiar do ano de 2008, tive o enorme prazer e privilégio de bater um papo informal com ela e conhecer seus vinhos.

O que mais me surpreendeu, foi a opção por produzir vinhos sem madeira e por um vinho de quinta, artesanal, susceptível a precipitação e depósito natural na garrafa, vinhos como antigamente num lagar de pedra granítica com pisa a pé, de quatro a cinco dias. A propriedade possui 25 hectares dos quais 15 com vinhas em que as videiras foram parcialmente renovadas de forma a garantir a homogeneidade da produção e de acordo com as castas tintas selecionadas Touriga Nacional, Tinta Roriz (Aragonês) e Alfrocheiro, bem como as castas brancas Encruzado, Cerceal e Bical. Um lago com um hectare de extensão,assegura continuamente a riqueza de água do solo de profundidade, evitando a necessidade da rega e eliminando as doenças de podridão das plantas. Mantendo a tradição da região, a fermentação processa-se em cubas metálicas revestidas, sendo o estágio assegurado em cubas tradicionais de cerâmica. O vinho estabiliza com uma graduação alcoólica próxima a 13,5º, não estando previsto o estágio prolongado em madeiras de carvalho, por não ser julgado aconselhável para este tipo de vinho. O descanso mínimo dos vinhos é de 24 meses, o Garrafeira descansa por 36, sono este perturbado apenas pela recolha de amostras para análise e controle.

Muito simpática, Raquel, nos recebeu de forma simples e aconchegante, bom papo, bons vinhos e …. um azeite muito interessante que a Raquel trouxe da propriedade. Agora falemos dos vinhos.

Quinta Mendes Pereira Branco 2005, um vinho que já não é novo, mas segue com uma acidez muito boa, bem balanceado e muito saboroso. Tenho verificado que os vinhos à base de Encruzado tem uma capacidade de envelhecer muito bem preservando seu frescor. Uma boa introdução aos bons vinhos desta vinícola e aos brancos do Dão. Um saboroso corte de 50% Encruzado e o restante uma composição de Bical e Cerceal, que está com um preço em torno de R$ 52,00.

Quinta Mendes Pereira Rosé 07. Uma enorme e grata surpresa mendes-pereira-rose1porque foram apenas algumas garrafas que a Raquel trouxe consigo. Nem sei se a Lusitana já tem esse vinho em seu portfolio, mas este rosé de Touriga Nacional tem tudo a ver. Muito aromático, um delicioso vinho, com alguma estrutura e ótima acidez que lhe permite fazer frente a diversos pratos afora ser um agradável aperitivo. Deste primeiro lote engarrafaram somente 3.000 garrafas então. Um vinho cativante, de teor alcoólico comedido e muito frescor, como um rosé deve ser, porém acho que não virá ao Brasil em função da baixa produção.

Quinta Mendes Pereira Tinto Colheita 04, elaborado com um blend de uvas regionais como Touriga Nacional, Jaen, Tinta Roriz e Alfrocheiro, permaneceu descansando por dois anos antes de ser engarrafado em Fevereiro de 2007. Um belo vinho algo herbáceo no nariz em que também aparece fruta madura em abundância e de boa intensidade, que se confirmam na boca com bastante elegância e equilibrio. Mostra boa estrutura com final de média persistência e taninos aveludados já equacionados. Bom preço pela qualidade, algo em torno de R$52,00.

mendes-pereira-garrafeiraQuinta Mendes Pereira Garrafeira 2003, engarrafado em 2006, foi, a meu ver, o melhor vinho provado neste agradável encontro e, certamente, um achado pelo preço, melhor relação Qualidade x Preço x Prazer, tanto que constou de minha lista de Melhores de 2008 em sua faixa de preços. Um vinho complexo, muito rico e denso, de ótima estrutura, untuoso e pronto a beber apesar de ainda poder evoluir algo com mais um par de anos em garrafa. Para mim, no entanto, eu traço agora em 2009, eheheh. Bom demais, um vinho vibrante, de boa paleta olfativa em que se destacam frutos vermelhos maduros com nuances florais, na boca é muito saboroso, boa acidez, grande harmonia, corpo médio, bom volume de boca, taninos finos, saboroso e looongo final de boca que deixa aquele gostinho de quero mais. A protagonista aqui é a Touriga Nacional com 80% do corte e o restante uma composição de Alfrocheiro e Tinta Roriz, talvez por isso o vinho tenha me encantado tanto. Para quem queira conhecer os vinhos do Dão, este é imperdível e por cerca de R$84,00 (espero que não tenha mudado) é uma excelente compra.

Duas observações finais. A primeira quanto à renovação da marca e rótulos que deram uma outra cara mais simpática, moderna e convidativa aos vinhos. A segunda, que fiquei com água na boca para provar os Touriga Nacional de vinificação em extreme (varietais). Produtor para ficar de olho, e na taça preferencialmente, com mais assiduidade, pois prometem muito. Para quem os quiser conhecer melhor clique aqui, ou melhor ainda, coloque um vinho deles na taça e sorva seus recados, imagens e sabores. A importação e distribuição no Brasil é de exclusividade da Malbec do Brasil.

Salute e kanimambo.

TOP 50 Vinhos Portugueses por Jamie Goode

Como prometido no domingo, eis aqui a lista que Jamie Goode (Wineanorak) publicou como os top 50 vinhos portugueses provados no ano de 2008. Está dividido por região e, sempre que possível, com uma referência de preços na Inglaterra. A lista de bons vinhos portugueses parece interminável, do Algarve ao Minho encontramos sempre uma novidade e um novo destaque. Mais uma listinha para os amantes do bom vinho carregarem quando de viagem por Portugal. Certamente não será por falta de opções que você voltará de mãos abanando, a diversidade de rótulos, terroirs, cepas, sabores e preços é imensa como venho divulgando por aqui já faz um tempinho.

 

VINHO VERDE / MINHO (7) 

 

Giro Sol 2007, DOC Vinho Verde (W) £10

Varieties: Loureiro

Production: 5.500 bottles

Producer: Quinta de Soalheiro / Dirk Niepoort

 

Soalheiro Primeiras Vinhas Colheita 2007, DOC Vinho Verde (W)

Varieties: Alvarinho

Production: 3.500 bottles

Producer: Quinta de Soalheiro

 

Alvarinho Anselmo Mendes 2007, DOC Vinho Verde (W)

Varieties: Alvarinho

Production: 5.000 bottles

Producer: Anselmo Mendes Vinhos Ltda.

Reguengo de Melgaço 2006, DOC Vinho Verde Alvarinho (W) £11

Varieties: Alvarinho

Production: 50.000 bottles

Producer: Reguengo de Melgaço

Quinta do Ameal Escolha 2007, Vinho Regional Minho (W) £ TBA

Varieties: Loureiro

Production: 4.200 bottles

Producer: Quinta do Ameal

COVELA Escolha 2005, Vinho Regional Minho (R) £11.20 (Ex-Vat)

Varieties: Touriga Nacional, Cabernet Franc, Merlot

Production: 10.000 bottles

Producer: Quinta de Covela

Afros 2007, DOC Vinho Verde (R)

Varieties: 100% Vinhão

Production: 3.860 bottles

Producer: Afros Wines

 

TRÁS-OS-MONTES (1)

 

Valle Pradinhos Reserva 2005

Vinho Regional Trás-os-Montes (R) £10

Varieties: Cabernet Sauvignon

Production: 2.635 bottles

Producer: Maria Antónia Pinto de Azevedo Mascarenhas

 

DOURO (16)

 

CONCEITO Bastardo 2007, Vinho Regional Duriense (R)

Varieties: 100% Bastardo

Production: 5.000 bottles

Producer: Conceito

Quinta do Vallado Touriga Nacional 2006, DOC Douro (R) £17

Varieties: 100% Touriga Nacional

Production: 18.000 bottles

Producer: Quinta do Vallado

Quinta do Vale D. Maria 2006, DOC Douro (R) £18

Varieties: Blend of 41 varieties

Production: 19.816 bottles of 75cl and 425 Magnums

Producer: Quinta do Vale D. Maria

Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa 2006, DOC Douro (R) £34

Varieties: 100% Old Vines

Production: 6.128 – 750 ml bottles; 120 – 1500 ml bottles; 30 – 3000 ml bottles

Producer: Quinta do Crasto

Quinta do Vale Meão 2005, DOC Douro (R)

Varieties: Cabernet Sauvignon

Production: 2.635 bottles

Producer: Quinta do Vale Meão

Poeira 2005, DOC Douro (R) £ 24.60

Varieties: Vinhas Velhas

Production: 14.000 bottles

Producer: Jorge Moreira

Quinta da Romaneira 2005, DOC Douro (R) £ 27

Varieties: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Roriz

Producer: Sociedade Agrícola da Romaneira

Quinta de S. José 2005, DOC Douro (R) £18.95

Varieties: 45% Touriga Nacional, 15% Tinta Roriz & 40% Vinhas Velhas

Production: 6.000 bottles

Producer: João Brito e Cunha

Quinta de la Rosa Vale do Inferno 2005, DOC Douro (R) £23/£25

Varieties: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca

Production: 1.000 bottles

Producer: Quinta de la Rosa

Gouvyas Vinhas Velhas 2005, DOC Douro (R)

Varieties: Field blend with more than 15 different grapes (blend de + de 15 cepas)

Production: 2.500 bottles

Producer: Bago de Touriga

Quinta do Noval 2005, DOC Douro (R) £34

Varieties: Touriga Nacional, Touriga Franca & Tinto Cão

Production: 10.000 bottles

Producer: Quinta do Noval

Pintas 2005, DOC Douro (R) £40

Varieties: Old vines, fields blend of 30 different indigenous grape varieties (blend de 30 cepas)

Production: 5.000 bottles 75 CL;

Quinta da Gaivosa Vinha de Lordelo 2005, DOC Douro (R) £45

Varieties: Sousão, Tinta Amarela, Touriga Nacional & Others

Production: 5.000 bottles

Producer: Domingos Alves de Sousa

Duas Quintas Reserva Colheita 2005, DOC Douro (R) £29

Varieties: Touriga Nacional (80%); Tinta Barroca (5%); Touriga Franca (15%)

Production: 21.848 bottles

Producer: A. Ramos Pinto

Niepoort ROBUSTUS 2004, DOC Douro (R) £ 65

Varieties: Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Amerela & Others

Production: 2.734 bottles

Producer: Niepoort Vinhos

Casa Ferreirinha BARCA VELHA 2000, DOC Douro (R)

Varieties: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz & Tinto Cão

Production: 26.000 & 1.500 Magnum

Producer: Sogrape

BAIRRADA / DÃO / BEIRA INTERIOR / BEIRAS (13)

 

Quinta da Pellada 2005, DOC Dão (R)

Varieties: 65% Touriga Nacional ; 20% Tinta Roriz and 15% Old Vines

Production: 7.525 bottles

Producer: Álvaro de Castro

PAPE 2005, DOC Dão (R)

Varieties: 50% Touriga Nacional, 50% Baga

Production: 5.220 bottles

Producer: Álvaro de Castro

Quinta do Perdigão Touriga Nacional 2005, DOC Dão (R)

Varieties: 100% Touriga Nacional

Production: 3.820 bottles

Producer: Quinta do Perdigão

Quinta da Vegia Reserva 2005, DOC Dão (R)

Varieties: Touriga Nacional & Tinta Roriz

Production: 3.500 bottles

Producer: Casa de Cello

Flor das Maias 2005, DOC Dão (R) £30

Varieties: 75% Touriga Nacional, 15% Jaen & 10% Alfrocheiro

Production: 2.000 bottles

Producer: Quinta das Maias

Cabriz Escolha 2004, DOC Dão £25

Varieties: Tinta Roriz, Touriga Nacional & Alfrocheiro

Production: 2.500 bottles

Producer: Dão Sul

Vinha do Contador 2005, DOC Dão (R) £40

Varieties: Tinta Roriz, Touriga Nacional & Alfrocheiro

Production: 1.200 bottles

Producer: Dão Sul

Quinta do Ribeirinho Pé Franco 2005, Vinho Regional Beiras (R)

Varieties: 100% Baga

Production: 1.400 – 0,75l; 100 – 1,5l; 50 – 3l

Producer: Luís Pato

Quinta das Bágeiras Garrafeira 2005, DOC Bairrada (R)

Varieties: 80% Baga, 20% Touriga Nacional

Production: 6.766 bottles

Producer: Quinta das Bágeiras

Lokal Sílex 2006, Vinho Regional Beiras (R)

Varieties: 85% Touriga Nacional, 15% Alfrocheiro Preto

Producer: Filipa Pato

Quinta de Foz de Arouce £45

Vinhas Velhas de Santa Maria 2005, Vinho Regional das Beiras (R)

Varieties: Baga

Production: 8.000 bottles

Quinta do Cardo, Selecção do Enólogo 2004

DOC Beira Interior (R)

Varieties: Touriga Nacional

Production: 10.000

Producer: Companhia das Quintas

Quinta dos Currais Reserva 2002, DOC Beira Interior (R) £12

Varieties: 50% Touriga Nacional; 25% Aragonês; 25% Castelão

Production: 13.000 bottles

Producer: Quinta dos Currais

 

ESTREMADURA (2)

 

Quinta de Sant’Ana Reserva 2005

Vinho Regional Estremadura (R) £19.95

Varieties: Aragonês

Production: 2.300 bottles

Producer: Quinta de Sant’Ana

Quinta do Rocio 2006, Vinho Regional Estremadura (R) £19.99

Varieties: 25% Merlot, 25% Grenache, 25% Shiraz, 25% Touriga Nacional

Production: 5.786 bottles

Producer: DFJ Vinhos

RIBATEJO (1)

 

Quinta da Lagoalva de Cima Alfrocheiro 2006

Vinho Regional Ribatejo (R)

Varieties: Alfrocheiro

Production: 1.850 bottles

Producer: Quinta da Lagoalva de Cima

 

TERRAS DO SADO (4)

 

Adega de Pegões Cinquentenário 2005

Vinho Regional Terras do Sado

Varieties: Touriga Nacional, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Syrah

Production: 6.987 bottles

Producer: Cooperativa Agrícola de Pegões

S de Soberanas 2004, Vinho Regional Terras do Sado (R)

Varieties: 50% Trincadeira & 50% Alicante Bouschet

Production: 14.000 bottles

Producer: Soberanas

Herdade da Comporta Aragonez / Alicante Bouschet 2005

Vinho Regional Terras do sado (R)

Varieties: Aragonez & Alicante Bouschet

Production: 8.000 bottles

Producer: Herdade da Comporta

Palácio da Bacalhôa 2005, Vinho Regional Terras do Sado (R)

£16.99

Varieties: Cabernet Sauvignon, Merlot & Petit Verdot

Production: 20.052 bottles

Producer: Bacalhôa Vinhos de Portugal

ALENTEJO (6)

 

Marias da Malhadinha 2004, Vinho Regional Alentejo (R)

Varieties: Aragonês, Alicante Bouschet, Cabernet, Syrah, Touriga Nacional

Production: 4.789 bottles

Producer: Herdade da Malhadinha Nova

António Maria 2006, Vinho Regional Alentejo (R)

Varieties: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon

Production: 3.400 bottles

Producer: Francisco Nunes Garcia

Dona Maria Reserva 2005, Vinho Regional Alentejo (R)

Varieties: 50% Alicante Bouschet; Petit Verdot & Syrah

Production: 21.300 – 750ml; 650 – Magnum (1.5l)

Producer: Dona Maria Vinhos

Herdade dos Grous “Moon Harvested” 2007

Vinho Regional Alentejo (R)

Varieties: Alicante Bouschet

Production: 7.000 bottles

Producer: Herdade dos Grous

Mouchão 2002, Vinho Regional Alentejo (R) £18.95

Varieties: 70% Alicante Bouschet, 30% Trincadeira

Production: 40.000 bottles

Producer: Herdade de Mouchão

Preta 2005, Vinho Regional Alentejo (R) £18.50

Varieties: Touriga Nacional & Cabernet Sauvignon

Production: 13.000 bottles

Producer: Fita Preta Vinhos

 

 

 

Acabou-se o que Era Doce

quinta-de-baldias-008Neste caso acaba, mas dá para passar na Lusitana e comprar outra garrafinha. Quinta de Baldias Tawny. Dos Vinhos do Porto, tenho uma preferência pelos Rubi, especialmente os Reservas e os LBV. Nos Tawny, gosto muito dos envelhecidos; 10, 20 e 30 anos o que não é para o bolso de todos nós, mas este tawny da Quinta de Baldias é muito especial, pois permanece por 8 anos em barricas antes de ser engarrafado. Possui aromas frutados e na boca a tipicidade acentuada de frutas secas e amêndoas, tudo de bom. A um preço bem competitivo e uma ótima relação Qualidade x Preço x Prazer é, nesta época do ano, um grande parceiro para um panetone. Em outros momentos, é grande companhia para os doces conventuais portugueses (ovos e amêndoas) ao final de uma refeição ou a qualquer hora. O meu acabou, snif, essa foi a ultima taça, mas logo/logo vou comprar mais uma garrafa porque sem Vinho do Porto não fico não! Na Lusitana e lojas por cerca de R$55,00.

Salute

Vinhos da Semana – Um Pouco de Tudo

          Um período interessante com vinhos de diversas regiões e cepas. Uns vinhos conhecia, outros não, uns confirmaram outros, não. Enfim, a diversidade e surpreendentes sabores que fazem com que nossa vinosfera seja um eterno processo de garimpo e descobertas.

 

semana-interessante

 

La Posta Bonarda 2006 – da Estela Armando Vineyards, este foi uma recomendação do Luiz Horta que, mais uma vez acertou na cabeça. Esta cepa quando bem trabalhada, produz caldos muito interessantes e agradáveis o que se confirmou neste vinho. De bonita cor rubi intensa, aromas de frutas silvestres e nuances de fumado advindos da madeira, tudo muito sóbrio e bem harmonizado na taça. Na boca é muito saboroso de taninos amistosos e aveludados, bem equilibrado, boa estrutura com um final de boca de média persistência e algo apimentado. Um vinho que me agradou sobremaneira. Em agosto do ano passado o comprei por R$39,00. Com o Dólar do jeito que está, creio que o preço é hoje em torno de R$50 na Vinci Vinhos. I.S.P.  

 

Lyngrove Reserve Shiraz/Pinotage 2005 – Não é o primeiro Lyngrove que provo e este só veio confirmar a primeira impressão quando provei o varietal shiraz deles há cerca de um ano atrás. São vinhos que necessitam de tempo e de uma decantação bastante longa para arredondar um pouco seus duros taninos. Álcool um pouco alto, 14.5% o que convém manter a temperatura um pouco mais próximo de 16º. Paleta aromática de boa intensidade, bem frutada e com presença de especiarias. Na boca a madeira está bem presente, taninos firmes, concentrado, final de média persistência apresentando um retrogosto um pouco defumado um vinho austero para acompanhar pratos de igual porte. Importação da Wine Company, custava R$53,00 em Outubro, agora não sei. I.S.P.  

 

Casa de Santar DOC 2003 – Um Dão elaborado com um corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Afrocheiro com 13% de teor alcoólico. Comprei devido à boas criticas que o 2005 vem recebendo e porque gosto bastante do Reserva. Este não me agradou não. Achei demasiado rústico, taninos duros com uma certa agressividade e uma acidez cortante. Na boca mostra-se bastante encorpado, terroso, tostado com grande concentração. O amigo Álvaro Galvão costuma dizer que há que se dar três chances ao vinho; a primeira porque a garrafa pode não estar boa, a segunda porque pode ser que você não esteja bem no dia e a terceira, bem, essa é a derradeira! Acho que vou fazer isso com este vinho e nos darmos uma nova chance antes de eu tecer mais comentários já que corro o sério risco de estar sendo injusto.

 

Achaval Ferrer Malbec 2004 – Meu porto seguro, um Malbec de muita personalidade e bastante constante. Este 2004 está no ponto para ser tomado, macio e redondo, fruta vermelha madura, boa acidez ainda presente, taninos doces, cremoso, harmônico e elegante com final de boca agradável, longo e prazeroso invitando à próxima taça. Companhia que alegrou meu primeiro churrasco do ano tendo sido ótimo parceiro para uma maminha na brasa. Um dos melhores Malbecs disponíveis no mercado e só lamento que o preço não seja assim tão convidativo. Importação da Expand onde a safra de 2005 se encontra por R$85,00 e a de 2006 (excelente) por R$98,00 ou por volta disso. I.S.P.  

 

Muralhas de Monção 2006 – Um dos vinhos verdes mais consumidos em Portugal e por aqui tem os seus seguidores também, eu sendo um deles. Corte de Alvarinho com Trajadura, muito cítrico com nuances florais, sempre apresentando grande frescor e muito balanceado, é um vinho que safra pós safra mostra uma consistência impar e substância, algo nem sempre disponível nos vinhos verdes disponíveis no mercado. Tem um final de boca muito agradável e de boa persistência apresentando um retrogosto de frutas tropicais e algo mineral. Um vinho muito saboroso, ótimo para o verão acompanhando uns camarõezinhos grelhados ou uma lula à dorê enquanto o sol se põe sobre as águas do mar tranqüilo. Não é de grandes complexidades, mas é certeiro, direto diz logo ao que vem e nos deixa bem felizes e satisfeitos, missão cumprida com honras e bom preço, por volta dos R$38,00. Importador Barrinhas e disponível num grande numero de lojas, inclusive a Casa Palla, um dos bons pontos de venda aqui na região Oeste de Sampa e Cotia/Granja Viana

 I.S.P.  

 

Quer contatar importadores ou lojas aqui mencionados, veja detalhes em “Onde Comprar” .

Salute e Kanimambo

ViniPortugal II – O Jantar!

            Depois de uma primeira parte em que degustamos vinhos de grande qualidade, eis-nos chegando no jantar que, como já havia dito no post anterior, foi de lamber os beiços, a começar por aqueles acepipes que a incrível chef Helena Rizzo (Restaurante Mani), nos serviu para acompanhar o delicioso espumante da Filipa Pato, o 3b; Raviólis de manga com queijo de cabra, espetinhos de polvo com batata confitada e terrine de foie gras com galletas de uva assa, um mais gostoso que o outro! Mas era só o inicio de uma noite inesquecível repleta de gostosuras!

 

Entrada – Brandade de Bacalhau com geléia de pimentões e azeite de azeitonas pretas. Yummy! Para harmonizar, um Redoma Branco Reserva 05 muito elogiado pela critica especializada, mas que a meu ver, talvez pela harmonização, não se saiu tão bem. O vinho é muito bom, muito complexo, mas é um vinho já com um certo peso que se sobrepôs à delicadeza da Brandade de forma muito impositiva. Preferiria ter visto o Alvarinho aqui, creio que seria a harmonização, para o meu gosto, perfeita. Um exemplo claro de que harmonização é algo bem particular.

 

 

Primeiro Prato – Carne de Sol à Brás com palha de mandioquinha e azeite de coentros. Delicioso prato que teve o acompanhamento de um bi-varietal Touriga Nacional/Pinot Noir 2004 da Casa Santos Lima elaborado na região da Estremadura. Um clássico exemplo da arte de harmonizar. Sozinho o vinho era bom, mas não encantava, com a comida no entanto, foi um casamento perfeito tendo ambos – prato e vinho – crescido muitissímo.

 

Segundo Prato – um verdadeiro êxtase, uma explosão de sabores e harmonização difíceis de esquecer. Um divino Magret de Pato cozido em baixa temperatura com manga e rosas devidamente escoltado por um soberbo Zambujeiro 03 uma das mais recentes estrelas do Alentejo. Um vinho de muita qualidade, um complexo corte de Touriga Nacional, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet e Trincadeira de grande intensidade aromática, encorpado, denso e de grande concentração, potente com 15º de álcool, porém muito equilibrado de taninos doces e aveludados, um vinhaço! Teoricamente, este encorpado vinho deveria matar a delicadeza do prato, mas não! Para minha enorme surpresa, ambos se complementaram de forma absolutamente maravilhosa.

Fizemos, eu e o Álvaro Galvão, um teste meio aventureiro, fomos buscar no fundo da garrafa, um restinho do Moscatel Roxo 97 que haviamos degustado antes. Algo totalmente diferente e muito prazeroso. Não sei se acompanharia a refeicão inteira, mas foi uma harmonização muito especial e extremamente rica.

 

Sobremesa – Sorvete de gemas com espuma de côco e coquinhos crocantes, delicadeza e sabor que se completaram com um excelente, objeto constante de desejo meu, Madeira Justino Old Terrantez, um vinho da Madeira elaborado com esta cepa (terrantez) quase em extinção. Uma maravilha, após o qual me levantei e beijei a careca, com todo o respeito mestre, do Dr. Mário Telles Jr. sob a batuta de quem ficou a escolha dos vinhos que tomamos, afora seus primorosos comentários que são sempre fonte de grande aprendizado.

 

Uma noite única, um enorme privilégio que recebi como um prêmio pelo trabalho que Falando de Vinhos fez ao longo deste primeiro ano de vida, tanto nas colunas dos jornais como deste blog. Uma noite comprovando a excelente qualidade e versatilidade dos vinhos portugueses, das diversas regiões e da capacidade de todos aqueles que se envolveram no evento; da ViniPortugal, da ICEP, do Consulado, da Fernanda Fonseca (Propop), da Chef Helena Rizzo e equipe do Mani (valeu Felipe) enfim, uma mostra do grande potencial vinícola de Portugal, tanto nas gamas mais baixas como nos grandes néctares. Não existem mais duvidas, nasceu uma nova estrela nesse competitivo mundo dos produtores de vinho e, como já disse a Wine Spectator, Portugal é a bola da vez!

Salute e kanimambo.

ViniPortugal I – A Degustação

Uma das maiores experiências de minha curta, porém intensa, vida enófila e certamente uma que persistirá na memória por muitos anos. Mas o que é a ViniPortugal e que encontro foi esse?

 

viniportugal

 

A ViniPortugal foi criada em 1997 tendo como objetivo principal a divulgação e promoção dos vinhos, aguardente e vinagres portugueses tanto no mercado internacional como no âmbito interno. Na parte internacional, mantém estreita colaboração com o ICEP (Instituto de Comércio Externo de Portugal) tanto através da estrutura externa que esta mantém em mais de 50 localidades no exterior, como através das próprias embaixadas quando necessário. Seu site, com link aqui do lado, tem importantes e detalhadas informações sobre a viticultura em Portugal, informações estas de grande interesse para os enófilos de plantão, especialmente para quem quer aprofundar seus conhecimentos sobre os vinhos, regiões e cepas portuguesas. Para quem curte o enoturismo, nada como entrar na seção Rota dos Vinhos, e viajar pelas diversas regiões produtoras. Incrível como um país tão pequeno pode ter tamanha diversidade, numero de regiões e cepas autóctones!

Dentro as diversas atividades pelo mundo afora, a promoção de eventos e provas junto a membros da imprensa especializada, formadores de opinião e consumidores finais, é uma das principais. No final do ano passado tive o enorme privilégio de ter sido convidado a participar de um de seus eventos, desta feita realizado nas dependências do Consulado em São Paulo. Um bota-fora para 2008 em grande estilo e regado com algumas preciosidades, exemplo do que melhor se faz em Portugal nos dias de hoje. Divinamente organizado pela Fernanda Fonseca (Propop Comunicação e Marketing) o evento se dividiu em duas partes. Na primeira degustamos diversos néctares escolhidos e comentados por um mestre no assunto o; médico, enófilo, critico, diretor da ABS e editor da Revista Wine, Dr. Mário Telles Jr. Na segunda parte, ainda sob a batuta do mestre, um magnífico jantar servido pelo restaurante Mani com a presença da mui competente Chef Helena Rizzo que rivalizou par a par com os néctares servidos. Uma grande noite com vinhos e comidas deliciosas, uma verdadeira esbórnia (não, não é palavrão) enogastronômica.

 

Começo pelo 3b de Filipa Pato que acompanhou acepipes dos mais diversos, todos absolutamente saborosissímos. Foi meu primeiro contato com este espumante que surpreendeu por seu incrível frescor, estrutura e elegância, mostrando boa textura e uma cor levemente salmonada em função da cepa baga. Seduziu-me ao primeiro gole e foi, certamente, um dos espumantes mais agradáveis que tive a oportunidade de provar em 2008, tanto que tenho algumas garrafas na adega.

 

 

Morgadio da Torre Alvarinho 07 – Muita fruta tropical e aromas sutis, algo florais. Cremoso, muito balanceado, ótima acidez bem típico dos vinhos verdes, longa persistência um belo Alvarinho que agradou sobremaneira.

 

 

Quinta do Corujão Grande Escolha 04, um Dão nobre, rubi escuro, complexo, untuoso de boa acidez e taninos finos macios e elegantes mostrando muito boa concentração e estrutura. Já pronto, mas acredito que melhorará muito ainda nos próximos dois para três anos.

 

 

Paulo Laureano Alicante Bouschet 05, um digno representante do Alentejo. Potente, vinho de grande estrutura e ainda bastante fechado mostrando que tem alguns bons anos pela frente antes de atingir seu ápice. Muito rico, denso, macio com álcool ao redor de 14.5º porém equacionado e em equilíbrio, madeira ainda presente e taninos aveludados ainda bem presentes. Um grande vinho que precisa de tempo, bota tempo nisso, para se mostrar.

 

 

Lagoalva de Cima Syrah 05, da região do Ribatejo. Balsâmico, algo terroso, álcool presente no nariz. Na boca é especiado, algo apimentado, copo médio, boa acidez, um vinho que demanda comida. Não deixa de ser um bom vinho, mas não me cativou.

 

 

Quinta do Crasto Touriga Nacional 05, mais uma criança! Um ícone desta Quinta e um dos melhores varietais produzidos com esta nobre cepa portuguesa. Linda cor rubi com toques violáceos, nariz intenso onde aparecem violetas e frutas negras, especiarias tudo em uma enorme complexidade de aromas. Um vinho excepcional que já mostra grande equilíbrio e elegância, muito saboroso com uma textura muito especial e extremamente longo. Quisera poder comprar uma garrafa ou duas e esperar mais uma meia dúzia de anos para me deliciar com este verdadeiro néctar!

 

 

 

Moscatel de Setúbal Roxo 1997 da Quinta da Bacalhoa. Foi um dos meus entronados como Deuses do Olimpo 2008, um estupendo e impressionante vinho! Já me referi a ele anteriormente e, se há vinhos que não se sabe se cheiramos ou bebemos, existe agora uma outra categoria, a dos vinhos para serem lambidos! Absolutamente genial, um vinho doce fortificado, muito cremoso e absolutamente equilibrado entre seu nível de doçura e acidez. MARAVILHA!

        

          Você acha que terminou? Que nada, agora começamos o maravilhoso jantar servido pelo Mani e tenho que tirar o chapéu para esta incrível chef! Que comida maravilhosa e que belos vinhos. Disso, no entanto, falaremos em um outro post, este já está longo demais.

Salute e Kanimambo.

Sobre a Minha Mesa

Seleto grupo de vinhos portugueses sobre minha mesa e na minha minha taça. Mesa portuguesa farta, repleta de sabores e de boa companhia. Para acompanhar um primeiro prato de bacalhau e um segundo de cordeiro com batatas e brócolis, ambos deliciosos, os confrades levaram algumas preciosidades. Cortes de Cima Reserva 03, Quinta do Corujão Dão Reserva 01, Esporão Reserva 04 e eu levei minha ultima, snif/snif, garrafa de Malhadinha Tinto 03. Para finalizar a refeição e acompanhar as rabanadas, um Vinho do Porto Fonseca Ruby, melhor só se fosse um LBV!

Lembrar de todos esses vinhos tomados com muito gosto faz quase seis meses, acompanhados de uma galera de bons gourmets, fica difícil até porque tomar notas numa hora dessas seria uma tremenda enochatisse! Então, se me permitem, copiarei algumas resenhas encontradas na rede, adicionado de algum comentário do que eu me lembrei. Agora, que foi inesquecível lá isso foi!

esporao-reserva-04Esporão Reserva 04, esta foi a avaliação do Pedro Barata do blog Os Vinhos com link aqui do lado. Diz ele; “Aromas de fruta madura bem vincados, com leves especiarias a acompanhar, tem um paladar cheio e volumoso, a madeira ainda está muito presente, mas denota alguma elegância, taninos maduros e complexidade muito interessante, o final é prolongado”. Apesar de todas as criticas favoráveis, tenho que confessar um pecado; não sou um fervoroso e apaixonado consumidor dos vinhos da Esporão, pelo menos dos que já tomei, mesmo os achando muito bons e bem feitos. Este, mais uma vez, lembro-me que não entusiasmou, mesmo sendo um vinho correto e muito bem feito. Será uma questão de incompatibilidade de gênios? rsrs. Sou teimoso por natureza então seguirei tentando e provando, afinal são vinhos de grande prestigio e respeitadissímos. Os vinhos da Herdade do Esporão são importados pela Qualimpor e o preço deste deve andar por volta dos R$90,00.

 

corujaoQuinta do Corujão Dão Reserva 2001, deste me lembro claramente, pois me surpreendeu muito positivamente, um vinho muito equilibrado, elegante, macio e de grande sabor, que me agradou sobremaneira. O provei novamente num recente encontro promovido pela ViniPortugal e esta primeira impressão se confirmou estando no ponto para ser tomado. Um vinho sedutor de corpo médio, boa acidez, de grande harmonia, taninos finos, boca de boa fruta e algo de especiarias com um final muito saboroso, agradável e longo implorando pela próxima taça. Um vinho que acaba rápido, com um estilo que me agrada muito e faz a minha cabeça. Este é certamente uma boa opção que recomendo aos amigos, até em função do preço que está por volta de R$82,00 na Vinci, que é quem importa.

 

cortes-de-cimaCortes de Cima Reserva 2003, um degrau acima dos demais, complexo, denso e ainda muito fechado, tanto que deveria ter passado por um decanter para melhor mostrar todas as suas nuances. Um belo vinho do qual tenho uma garrafa na adega, mas que a meu ver precisa de tempo. Nesse momento e dia, não apresentou tudo o que pode, mas mostrou muita qualidade, estrutura, grande riqueza de sabores e muito potencial do qual espero sorver e apreciar melhor no ano que vem em meu 55º aniversário. Devido às “condições” em que foi servido, nem deu para abrir na taça como deveria! Eu gosto muito do “básico” tinto Alentejo deles, que é um dos meus achados (Melhores de 2008 entre R$50 a 80,00) e um vinho muito especial. Diz Pedro Gomes no www.novacritica-vinho.com ; “Amplo e profundo na entrada, cheio e denso, sem ser excessivamente gordo. Rico na evolução, sedoso, muito envolvente, com uma acidez quase estranha para a região e taninos robustos mas ao mesmo tempo muito sedosos. Termina muito longo com uma dimensão frutada –amora e ameixa- plena de encanto. Grande Alentejo, grande tinto, grande vinho. Se tudo fosse assim…”. Um digno representante do que de melhor o Alentejo tem a oferecer. Quem o trás é a Adega Alentejana, mas não tenho noção de preços, creio que deve andar próximo dos R$290,00.

 

malhadinha-1Malhadinha Tinto 2003, desse eu lembro-me bem! Para mim e naquele momento, o vinho do dia. Aliás, poucos à mesa conheciam o vinho e ficaram entusiasmados, tendo dividido a preferência da mesa com o Cortes de Cima Reserva. Uma das principais diferenças entre os dois, todavia, foi o fato de que o Malhadinha estava absolutamente pronto, no momento ideal para ser tomado e apreciado. Por estar mais macio e pronto, se contrapôs melhor ao bacalhau, apesar de ter escoltado bem o cordeiro. Aliás, fosse um almoço normal e eu sugeriria essa harmonização, Malhadinha com o bacalhau e o Cortes de Cima com o cordeiro. Falemos desse Malhadinha, um vinho do Alentejo, corte de Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon muito frutado com o que me pareceu ser algumas nuances florais, denso, de muito boa estrutura, taninos finos, elegantes e sedosos, ótimo equilíbrio, com um final de boca complexo, longo, algo especiado e muito saboroso que pede o segundo, terceiro e mais goles. Estava perfeito, um grande vinho no ponto para ser tomado, companhia certa e pratos idem, só podia dar no que deu! A comprovação de que o Alentejo possui uma interminável coleção de grandes vinhos que, por caracteristica de seus cortes e terroir, necessitam de tempo para mostrar toda a sua exuberância. A importação é da Épice e o preço ronda os R$260,00. Comprei em Lisboa por uns 25 euros, hoje deve estar um pouco mais caro, e esta garrafita já deixou saudades!

 

fonseca1Fonseca Porto Ruby, esperar que depois de tudo isso eu lembrasse deste vinho seria exigir demais deste vosso amigo! Vinícola histórica produzindo Vinhos do Porto desde 1820, possui uma vasta gama de produtos, entre eles o BIN 27 que me agrada muito. Como só tenho uma vaga lembrança, recorri aos “universitários” (rsrs), neste caso ao www.portuguesewinesshop.com que diz: “Vinho jovem e encorpado, apresentando frescura e vigor, sabores de ameixa bastante prolongado, robusto,  rico e harmonioso.” Que era bom era e a combinação com a rabada, divina! Disponível na Vinho Seleto por R$55,00 e o BIN 27 por R$70.

 

         Os vinhos portugueses top estão já muito caros em Portugal e por aqui ficam quase que inacessíveis a nós pobres mortais, em função dos altos impostos e margens praticadas, porém sempre existem uns amigos viajando o que permite umas estripulia ou outra, opcionalmente se garimpa alguns bons vinhos menos midiáticos e de grande qualidade que abundam tanto aqui como especialmente por lá. Ao longo do ano passado comentei diversos e este ano, prosseguirei na mesma batida buscando os bons rótulos a preços melhores ainda, sem que haja necessidade de grandes perdas de qualidade. Enganan-se aqueles que pensam que a qualidade está no preço, qualidade está no conteúdo da garrafa! No caso do Malhadinha e do Cortes de Cima Reserva, e outros do mesmo calibre, o preço acompanha a qualidade do caldo, mas também o marketing e a produção limitada.  São néctares que todos gostaríamos de ter na taça mais assiduamente, porém estão no mesmo nível dos grandes espanhóis, italianos ou franceses, então não é de se estranhar os altos preços, mesmo que não seja do nosso agrado. Tendo a chance, no entanto, não perca a oportunidade pois são soberbos.

           Salute e kanimambo.