Para Além do Vinho

Solidariedade

take-actionJá falei aqui e por diversas vezes, que “vinho não é tudo” e não é mesmo, a vida vai muito além disso e o desastre de Santa Catarina está aí para nos alertar disto. É também, nesses momentos, que somos chamados a refletir e a nos posicionar perante os fatos da vida. É hora de ajudar, dentro dos limites de cada um, é tempo de solidariedade. Por estarmos longe da catástrofe que assola aquela querida, linda e simpática região, pouco podemos fazer fisicamente, mas certamente todos nós podemos alocar alguns trocados que resultarão em ajuda a gente que nem água para beber tem. Incito os amigos a colaborarem da forma que puderem, aos colegas blogueiros do vinho que ajudem a espalhar a mensagem da necessidade de um ato de solidariedade urgente e imediato, mas cuidado com os e-mails falsos em nome da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina . O portal Terra trás alguns, confira e veja a reportagem completa clicando aqui, números de contas e dados para quem quer e pode ajudar.

  • Caixa Econômica Federal – agência 1877; operação 006; conta 80.000-8
  • Banco do Brasil – agência 3582-3; conta corrente 80.000-7
  • Besc – agência 068-0; conta corrente 80.000-0
  • Bradesco – agência 0348-4; conta corrente 160.000-1
  • Itaú – Agência 0289, conta corrente 69971-2

O nome da pessoa jurídica é Fundo Estadual da Defesa Civil e o CNPJ é 04.426.883/0001-57. A Defesa Civil ressalta que não envia mensagens eletrônicas com pedidos de auxílio.

No mais, meu profundo repudio e revolta por quem se aproveita de uma situação calamitosa destas para extorquir o próximo. Tem gente lá vendendo o garrafão de 20 litros de água mineral que normalmente custa e, torno de 4 reais por, pasmem, 22! Os nomes dessa cambada de safados deveriam ser colocados em uma lista nas primeiras páginas dos jornais da região para que as pessoas possam lhes dar o troco na volta à realidade e, já que o açoite em praça publica não mais é castigo aceite em nossa “civilização”, pagando-lhes na mesma moeda através de boicote a seus negócios, caso os tenham. Desculpem-me, mas isso realmente me tira do sério e me deixa profundamente revoltado. Isto sem mencionar os bandidos com seus e-mails falsos!

É isso meus amigos, convoco vocês a tomarem uma atitude. Neste momento, toda a ajuda é extremamente bem-vinda e, certamente, se todos ajudarmos um pouco, poderemos ajudar a aliviar a dor de milhares de pessoas que tiveram suas vidas destruídas por esta tragédia e que passarão um terrível e triste final de ano. Não há plástica para corrigir as cicatrizes que ficarão nessas pessoas passado este momento mais crítico, mas saber que houve gente que se importou certamente lhes trárá algum alivio. Eu já fiz meu depósito, vou procurar aqui na região onde moro um local onde possa entregar alguns garrafões de água e estou aqui lhe cutucando, e você meu amigo? Vai ficar aí parado sem nada fazer? Faça o que estiver dentro de suas possibilidades, mas faça algo!

Kanimambo a todos que puderem ajudar, nem que seja somente divulgando a mensagem. Abraço

Tears on Earth ….(lágrimas por Miriam Makeba)

               miriam-makebaComo sempre digo, “vinho é bom mas não é tudo” e hoje, os amigos que me perdoem, mas darei um tempo nas coisas do vinho porque estou triste e de luto. Morreu um ícone da resistência Sul Africana, uma grande artista, uma pessoa de grande caráter e forte personalidade que não parou, em nenhum momento, de lutar contra o apartheid e por uma África do Sul mais justa. O mundo perdeu  um exemplo de força e determinação, um simbolo da resistência pacifíca, Miriam Makeba nos deixou nesta segunda-feira dia 10 de Novembro de 2008 depois de anos viajando o mundo divulgando as atrocidades do apartheid, exilada de sua terra por três décadas, onde sua afinada e rítmica voz de protesto chegou a ser proibida nas rádios e seus discos banidos do mercado. Ao contrário de muitos; não se escondeu, não mudou de rosto nem cara e tão pouco se locupletou das benesses do poder quando das mudanças politícas no país. Usou sua arte, dando a cara para bater, para mostrar ao mundo as coisas de sua África do Sul e lutar pelas injustiças no mundo, mantendo-se coerente com sua história de vida. Sua morte foi o reflexo de sua vida, na hora do bis em um show, aos 76 anos, em favor de Roberto Scaviano jovem autor de “Gomorra”, jurado de morte pela máfia.

        Alguém por quem nutro um enorme respeito como pessoa e admiração como artista. Hoje a mundo chora a morte de Mama Africa, mas apesar da tristeza da perda, da lágrima que insiste em deslizar pela face, a certeza de que ela foi feliz ao poder presenciar um novo país pós apartheid, ainda cheio de problemas, mas livre! Que tenha encontrado a paz e tranqüilidade onde quer que esteja e, em sua homenagem, este post e alguns vídeos de diversas fases de sua vida, inclusive com uma canja em português. Para quem não conhece, sugiro fuçar um pouco na rede e pesquisar.

Salute Miriam e Kanimambo ou, melhor ainda, em Xhosa – “Syabonga Miriam”.

 

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=2Mwh9z58iAU] 

 

Se tiver problemas com acesso a este video acima, acesse http://www.youtube.com/watch?v=2Mwh9z58iAU, vale a pena para entender um pouco desse interessante idioma, Xhosa, e sua fonética.

 

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=CY8P2iYA9g0&feature=related]

 

 

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=eTj4qjC4akM&feature=related] 

 

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=GemqUlXe1Jw]

 

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ow40LQs0ue4&feature=related]

 

Amanhã retorno com Boas Compras de nossos parceiros. Até lá.

 

Tributo a Pedro & Inês

São alguns feedbacks que recebo que me fazem seguir adiante com esta coluna. Algums são verdadeiras preciosidades, como este que virou post. Lembram-se do post que fiz sobre Pedro e Inês, quando dos dias dos namorados. Pois bem, não é que a Zulmira é descendente direta deles e nos deu alguns enfoques e testemunho familiar sobre os dois e seu exemplar amor! Achei que valia um post, então eis a íntegra do comentário recebido:

“Quero dizer que gostei muito da tua coluna e tudo que escreveste sobre D Pedro e D Inês, corresponde ao que ouvi em conversas da família ( pai, avó, tias e primos). Sou descendente direta, por parte de meu pai, deste grande amor, somos da linhagem de João, Duque de Valença e Campos, filho do meio do casal. Por motivos políticos aqui estamos em terras brasileiras. Meu pai era um estudioso deste romance que de fato existiu, este Romeu e Julieta lusitano, trágico e lindo. Minha avó Maria Clara herdou castelos e terras em Portugal, tinha muita documentação um pouco está conosco e outro tanto com parentes. Como Comendador do Vaticano, meu pai tinha a confirmação que eles realmente casaram-se secretamente em 01.01.1353 na Igreja de São Vicente em Bragança e o fato que a Igreja Católica NUNCA haver contestado este acontecimento, apesar de todos os atritos de D.Pedro com a Igreja na época, é a confirmação deste fato. A mãe de D. Pedro, D. Beatriz reconheceu em seu testamento os filhos do casal os citando como Príncipes e chamando-os de Príncipes Infantes, desta forma legitimando-os.

Minha avó sempre contava que eles eram muito felizes e que se amavam muito. Já haviam se conhecido no Castelo de Albuquerque quando eram pequenos, uma vez que eram primos, e quando queriam que ele casasse com Bianca de Castela , ele a refugou e pediu ao pai para casar por AMOR com Inês. O impedimento que alegavam para prejudicar o amor deles é de que eram primos, mas tanto Bianca como Constância, sua primeira mulher eram suas primas também, portanto o motivo era 100% político.

Sobre Inês o que sei é que era loira de olhos verdes, magra, pele muito clara, muito alta para a época, da altura de D Pedro. A Rainha Beatriz (sogra) em carta para uma parenta próxima teria comentado sobre a beleza de D Inês e o encantamento de D.Pedro, chamando-a de deusa  “e tu sabes o que acontece quando os Deuses descem a terra”… Dizia-me minha avó, que Inês estava grávida quando foi degolada, o que está retratado nas imagens do tumulo dela, tornando a dor dele maior ainda! Foi essa terrível dor, que fez com que ele mandasse arrancar o coração dos algozes de sua amada, um pelas costas e outro pela frente, para que sentissem o que ele havia sentido, que ele sem ela era um homem sem coração, porque o haviam arrancado dele.

A expressão “agora a Inês é morta” é do desolado D. Pedro em sua imensa tristeza. O fato é que Dom Pedro quase enlouqueceu, passava as noites vagando pelas ruas, mesmo no inverno, fazia fogueiras para se aquecer e o povo lhe trazia vinhos e comidas tentando animá-lo, cantando e dançando perto dele, morreu cedo aos 49 anos, era um pai extremamente carinhoso com Beatriz, João e Diniz filhos dele com Inês. Sei, também, que ele era um Rei extremamente justo, sem fazer distinção entre pobres e ricos, muito eficiente na gestão do dinheiro público e extremamente honesto. Tenho muito orgulho e muita emoção de descender dele, de Inês e deste grande amor! Um grande homem, uma linda mulher, uma linda uma linda estória de amor, e nós como testemunhas vivas ….”

É isso gente, hoje fui mero passageiro e mensageiro neste post com o qual presto um tributo aos protagonistas desta linda história. Legal o que a Internet nos proporciona! Um pouco de história e cultura não fazem mal a ninguém e aqui está um pouco da história viva passada por gerações. Dizem que quem vive do passado é museu, no entanto, é estudando o passado que podemos; melhor entender o presente, evitar repetir erros, enfatizar os acertos e projetar o futuro. Salute ao amor, salute aos atos e atitudes que fazem história, salute Maria Zulmira e seu irmão Antonio Manuel, dignos e orgulhosos descendentes desse exemplo de dedicação e comprometimento entre duas pessoas que se amam.

Até Segunda, bom Domingo e kanimambo.

Pedro & Inês, lembram?

                 É, pessoal, lembram da história de Pedro & Inês? Pois bem, não é que fui contatado por descendentes diretos do apaixonado casal!! Pô, fiquei super emocionado e feliz da vida, amanhã publicarei o Post com os comentários recebidos. Na Segunda, mais Boas Compras do Loire/Borgonha e Rhône, depois, Vinhos da Semana, uma deliciosa harmonização de um Chardonnay com Fondue de Queijo, Gastronomia em Portugal com dicas de bons restaurantes por aquela bandas, enfim, montão de coisas que espero sigam agradando ao amigos que prestigiam este blog. Forte abraço, bom fim de semana e nos vemos por aqui.

Salute e kanimambo!

Que não seja imortal, …….

Para finalizar esta seqüência de posts de Sábado em que homenageei todos; os namorados, os que amam, os que buscam o amor e, em especial, a pessoa muito especial que é minha esposa e meu eterno amor, as palavras de um grande poeta que soube louvar a vida e o amor de forma absolutamente simples, coloquial e divina. Com vocês, o poetinha Vinícius de Moraes.

Soneto de fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

E, como não poderia deixar de ser, duas lindas canções que falam da eternidade, de estar lá para manter a chama acesa e manter o relacionamento infinito. Muito fácil com o fruto de um grande amor, nossos filhos, mas nem tanto com nossos parceiros.

 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=obbW6y6esDo&feature=related]

 

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=-MnINEAQBkU]

 

Salute, kanimambo, um beijo no coração e até Segunda, com mais papo sobre vinhos!

Only You!

                 Chegou o dia nacional do romantismo. Para quem ama, parabéns aproveitem o dia da melhor forma possível. Para quem ainda busca seu par, desejos de boa sorte. Para quem só fica, bem que fique, mas saiba que é muito pouco. A todos, que tenham um dia muito feliz e, importante, não deixem de investir no longo prazo. Para aquele ser unico que amo e nem sempre tenho a oportunidade de demonstrar ….

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=OWCZ9WQPm3w]

 George Harisson também teve seus momento de genialidade lirica, não só na guitarra, e esta canção é especial “Something in the way she moves”. A homenagem de seus amigos, absolutamente divina!

[youtube=http://youtube.com/watch?v=mqQbrQEhSfY&feature=related]

Um salute muito especial no dia de hoje, com uma taça do muito bom espumante Pizzato Brut. Ao amor!

Pedro & Inês uma História de Amor

               O mês de Maio está por acabar. Daqui a uma semana entraremos no mês de Junho, chegamos ao meio do ano e ao mês dos namorados. Sim, digo mês porque há que se aproveitar ao máximo o romantismo da época, o friozinho ajuda, e não deixar a celebração para um só dia. Pensando nisso, decidi começar a preparar o clima desde já e nada melhor do que uma grande história de amor para abrir este ciclo de “festividades” e “declarações”. Todos os fins de semana falo menos de vinho e mais de coisas para além dele. A partir deste fim de semana, até ao final de Junho, dedicarei meus posts a todos os amantes e, em especial, á minha! Uma singela forma de homenagear um sentimento que, para mim, é precioso e faz o mundo girar.

             Eis aqui um misto de história e lenda, imortalizada em poemas, pinturas, musicas, peças, textos e esculturas, o amor de Don Pedro e Inês de Castro segue encantando o mundo, como símbolo maior de um grande amor, há mais de 650 anos. Para quem não conhece, eis a história que originou a conhecida frase “agora não adianta, a Inês é morta”.

                O príncipe D. Pedro, filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela nasceu em Coimbra, em 8 de Abril de 1320 e morreu em Lisboa, em 18 de Janeiro de 1367. Reinou por apenas 10 anos, de 1357 a 1367 (8º rei de Portugal), como D.Pedro I. Como de praxe à época, quando casamentos eram arranjados desde a tenra idade em função de estratégias e interesses políticos, D. Pedro I e D. Constança, princesa e filha do Infante de Castela, D. João Manuel, vieram a se casar. A noiva veio para Portugal, em 1340, acompanhada por um séquito, do qual fazia parte uma aia Galega, chamada Inês de Castro. Filha do fidalgo Pedro Fernandez de Castro , Inês de Castro, segundo os poetas, era uma mulher lindíssima, e o príncipe Don Pedro I se apaixonou perdidamente por ela que correspondeu totalmente seus sentimentos de amor profundo. Por ela, D. Pedro deixou de lado as conveniências de Estado e as reprovações de todos, desprezando a corte e afrontando tudo e a todos.

                 A corte considerava uma afronta aquela ligação indecorosa pelos problemas morais e religiosos que levantava, bem como, pelo perigo que a influência da família dos Castros (Galicia – Espanha) poderia trazer à coroa portuguesa. Apesar disso tudo, Inês de Castro e D. Pedro viviam trocando juras de amor eterno. No entanto, as intrigas que chegavam ao Rei D. Afonso IV, apressavam o monarca a agir. Brando de costumes, mas firme de valores, o Rei despacha D. Inês para o exílio próximo à fronteira Espanhola em 1344. A distancia, no entanto, em nada alterou a paixão de Pedro & Inês. Dona Constança faleceu pouco depois, ao dar à luz a D. Fernando, herdeiro do trono de Portugal. O Rei tenta, novamente, casar seu filho com uma dama de sangue real, tendo D. Pedro rejeitado a idéia e trazido Inês do exílio para, com ela viver despreocupadamente, o seu idílio nas bucólicas margens do Rio Mondego no Paço de Santa Clara. Esta atitude criou grande tumulto na corte e deu um enorme desgosto a D. Afonso tendo a relação entre os dois se esvaziado. Desta relação de Pedro e Inês nasceram três crianças, D. Diniz/D. Beatriz e D. João, que só vieram a agravar o relacionamento entre Príncipe e Rei.

               Para incendiar mais ainda a situação, querem fazer crer a D. Afonso que os Castros queriam ver o Infante Fernando, filho de Pedro e Constança, assassinado, uma vez que era ele o sucessor de Pedro, e não os filhos resultantes da sua união com Inês. O monarca se sente amargurado e vê-se no meio de uma trama que só ele podia resolver. Embora D. Afonso compreendesse as razões daquela ligação perigosa, todo o enredo político/social o levou a tomar uma decisão drástica, por influência de seus conselheiros Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, em reunião convocada sem a presença de D. Pedro, ficou definida a execução de Dona Inês. Apesar de ser mãe de três filhos de D. Pedro, os executores régios, aproveitando a ausência de D. Pedro em uma de suas habituais caçadas, entraram no Paço e, ali mesmo, apesar de suas suplicas, a decapitaram em 7 de Janeiro de 1355 com apenas 30 anos de idade.                                         

                Inconsolável com a perda de Inês, D. Pedro chegou a declarar guerra ao pai. Dois anos depois, quando da morte de D. Afonso IV e de sua subida ao trono, aos 37 anos, D. Pedro I diligenciou a captura dos assassinos de D. Inês. Dois deles foram encontrados e executados tendo o terceiro conseguido escapar. Procurando dignificar o nome de Inês de Castro, D. Pedro declarou solenemente, apresentando como testemunhas Don Gil, Bispo da cidade de Guarda e Estêvão Lobato, seu criado, que sete anos antes casara com ela em Bragança em dia “de que não se lembrava”, tendo esta afirmação pública sido proferida em 12 de Junho de 1360. Diz a lenda, não documentalmente provada e aparentemente obra de poetas da época, que D. Pedro fez coroar rainha a Dona Inês, obrigando a nobreza, que tanto os tinham desprezado, a beijar-lhe a mão, depois de morta.

                   Cumprida a sua vingança, D. Pedro I ordenou a translação do corpo de Inês, da campa modesta no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde se encontrava, para um túmulo delicadamente lavrado, qual renda de pedra, que mandou colocar no Mosteiro de Alcobaça. Mais tarde, D. Pedro I mandou esculpir outro túmulo semelhante ao da sua amada, colocando-o em frente ao da sua Inês, para, após a sua morte, permanecer ao lado do seu grande amor. (mais lindas fotos do mosteiro aqui)

                    O quanto disto é real, ou lenda, difícil de definir apesar de todos os estudos sobre o caso. O que é fato incontestável é o grande amor que os uniu tanto na vida quanto após a morte. Uma verdadeira estória de amor; sublime e trágica, cheia de magia e encanto, demonstrando toda a devoção entre dois amantes. Esta é uma de minhas histórias de amor preferidas, já que outras cantadas em prosa e verso, são, em sua grande maioria e apesar de lindas, totalmente obra do imaginário enquanto nesta, os fatos comprovam a quase total veracidade dos fatos ocorridos. Achei importante relembrar a história já que estamos por chegar em Junho, o mês dos namorados e eternos amantes. Salute a todos, que a magia e intensidade do amor de Pedro & Inês tome conta de todos.

Imagem retirada do trabalho de Fernando Paiva, base da matéria, publicada em http://www.youtube.com/watch?v=rZ-Z7X9HsPY

Para Minha Mãe

                 No dia de hoje, me permitam uma homenagem a quem devo tudo, ou quase tudo, do que sou. Este dia é, para mim, sempre um mix de emoções. De alegria celebrando com os que aqui estão e, ao mesmo tempo, de uma enorme saudade. É um mix de alegria e tristeza, pois minha mãe não está, fisicamente, mais por aqui, apesar de viver, eternamente, em meu coração e na minha memória. Nunca me esquecerei de sua paixão pela cidade em que nasceu. Durante uma época, viveu do outro lado do Tejo no Barreiro e, quando íamos a Lisboa , lá do alto da ponte (ou no barco) ela sempre repetia; “olha João, olha como é linda a minha Lisboa!”. A linda e alegre canção, na voz do Carlos do Carmo, e imagens dessa linda cidade são para ela.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=CHAYV4M3dwo&feature=related] 

Na vida, nem tudo são rosas e nem tudo é festa, aprendi isso há muito tempo. Para completar esta homenagem, num tom mais intimista e menos festeiro, mas igualmente sincero, La Mamma na voz de, mais uma vez, Charles Aznavour.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=fYSHG5f7VZg]

Através desta singela homenagem, um beijo no coração de todas a mães, o unico amor, realmente, incondicional. Salute e kanimambo por tudo que vocês são, fazem e representam para nós, seus filhos!

8 de maio 1976

                Amigos, um parênteses nos posts de vinho para celebrar um dia muito especial para mim. Para falar de algo muito mais importantes que vinho, O AMOR. Há trinta e dois anos e meio me apaixonei perdidamente, em menos de dois meses a pedi em casamento e em seis estava casado. Sabia que era com ela que gostaria de passar o resto da minha vida , e fui à luta. Esta decisão transformou minha vida dando-lhe um Norte que não existia. Minha homenagem, minha declaração publica de amor a uma pessoa que tem dividido bons e maus momentos comigo, aguentado minhas chatices, maus humores e endossincrasias, está nas palavras e na musica desse pequeno grande intérprete, Charles Anavour. O Iviguaranys postou o video para sua amada, e hoje, tomo a liberdade de o pegar emprestado sem nada mudar.

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Esta eu dançarei cheek to cheek.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=L7qyMBDDjvU] 

E.T.A.

 

African Sounds

                  Fim de semana é o momento de passeios por lugares além do vinho, para meus devaneios pessoais, para falar de coisas e culturas marcantes. Neste, sigo falando da África do Sul, lugar em que passei mnha adolescência. A musicalidade está no sangue dos povos indígenas seja no trabalho, nas festas ou nas principais manifestações políticas. Desde pequeno que me surpreendia com os corais dos trabalhadores  que cantavam como que para exorcizar o cansaço e tornar o trabalho menos árduo. Paul Simon conseguiu captar essa força e diversidade musical com um disco lançado em Harare, capital do Zimbabwe, em 1991 antes do fim do Apartheid e da libertação de Mandela. O álbum de nome Graceland foi um marco em sua carreira , talvez o melhor trabalho dele, e aqui estão quatro vídeos geniais onde os ritmos africanos estão bem presentes. Neste dia inesquecível Ladysmith Black Mambazo, Hugh Masekela e Mirian Makeba dão um show muito particular.

                Afora isso, existem três filmes que acho imperdíveis a quem queira entender, pelo menos parcialmente, o que foi o Apartheid para esse povo, não branco, sofrido e catalogado como gente de segunda classe com suas liberdades civis cerseadas. Cada um desses filmes; Biko, Serafina e The Power of One têm um hino, uma trilha sonora absolutamente genial. Desses também listei três vídeos imperdíveis. Curtam, reflitam, não deixem acontecer de novo.

‘Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que

os homens de bem nada façam’. (Edmund Burke)