Vinhos do Porto"

Vinho do Porto – Degustação Temática Harmonizada

Chamada Vinhos do Porto

Amigos, dia 23 de Outubro a partir das 20 horas, na Vino & Sapore (link aqui do lado) falarei um pouco da diversidade de estilos do Vinho do Porto que NÃO, não  é todo igual! rs Vamos falar um pouca da história, do processo de viníficação, dos estilos, porém prometo não chatear muito os presentes com a teoria e logo mergulharemos na prática:

  • Recepção > Port Tonic com salgadinhos diversos
  • Porto branco com canapés
  • Tawny Reserva com panetone de frutas
  • Porto Ruby Reserva com Eclair de Chocolate e avelã.
  • Porto Tawny 10 anos com Torta de Amêndoas ou Pekan
  • Porto LBV com English Rich Fruit Pudding
  • Porto Vintage 96 com Queijo da Serra e torradinhas.

Os rótulos estou finalizando a escolha e o valor individual deverá ficar por volta dos R$140 por cabeça e devo ter esses dados dentro de uma semana, porém como são somente 12 vagas sugiro fazer sua pré reserva logo pois já só sobraram 8 lugares, mesmo sem termos o valor! Me sinto lisonjeado com tamanha confiança e se houver uma demanda grande colocaremos um segundo dia, mas……..! Ligue logo para (11) 4612-6343 a partir desta Terça ás 10:30, envie um e-mail para comercial@vinoesapore.com.br ou, ainda, contate-me via comentários aqui no blog.

Esperando vê-lo por aqui, salute e kanimambo. Uma òtima semana para todos

Sem Palavras, Porto Vintage e Queijo da Serra!!!

Ou Quase.  Sublime e clássica harmonização engrandecida pelas pessoas presentes. Divino Queijo da Serra (DOP) da Quinta da Lagoa (pastor/produtor) em Canas do Senhorim comprado in loco, com um maestral Fonseca Guimaraens Vintage 95 com ainda muitos anos de vida pela frente, não esta garrafa porque dela não sobrou gota, e gente fixe sem a qual nenhuma harmonização se completa!

As Vitimas

Os Carrascos

Kanimambo aos amigos que marcaram presença e chorem os que fizeram doce! rs Fui, salute e nos vemos por aí ou por aqui, porque como já dizia o mestre Saul Galvão, o que vale mesmo é ser feliz. Um ótimo fim de semana para todos.

Salvar

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Perguntas e Respostas I

       Minha experiência como novo lojista tem me marcado bastante, inclusive com a descoberta da  falta de conhecimento geral sobre as coisas do vinho. Umas são efetivamente mais complexas e outras extremamente simples e até meio óbvias, porém não para quem desconhece o tema e, para que haja um crescimento de consumo de vinhos finos, é essencial que haja uma maior pró-atividade da parte de importadores, lojistas, mídia e produtores na desmistificação e esclarecimento dos pseudo mistérios de nossa vinosfera . Vou tentar responder aqui  e em futuros posts sobre o tema, alguns desses questionamentos e até dar dicas de como se comportar numa loja de vinhos para obter melhor resultado em suas compras. Hoje falo de Vinho do Porto, pois é muito comum receber a seguinte pergunta; “depois de aberta a garrafa de Porto quanto tempo posso deixa-la aberta, dá para deixar por dois ou três meses?”. Invariavelmente a minha resposta é sempre a mesma, se demorar tanto tempo para “matar” esse Porto das duas uma, ou tem algo de errado com o vinho ou com você! rs Brincadeiras á parte, eis o que o o IVDP (instituto de vinhos do Porto – link aqui do lado) tem a dizer sobre isso com meus comentários entre parênteses:

“Depois de aberta a garrafa de vinho do Porto, a sua conservação dependerá da categoria de vinho do Porto e do local onde será guardada. Os tempos abaixo sugeridos servem como orientação, pelo que não se pretende afirmar que o vinho se deteriora completamente, mas que vai havendo uma lenta evolução que leva à perda das características sensoriais originais.   

  • Vintage: 1 a 2 dias (se de muita idade, melhor matar na hora!)
  • LBV: 4 a 5 dias (por experiência, vinhos de cinco a sete anos de vida aguentam bem umas duas/ semanas)
  • Crusted: 4 a 5 dias (idem acima)
  • Ruby / Ruby Reserva: 8 a 10 dias (duas a três semanas para a maioria dos bons produtos. Os mais simples certamente menos)
  • Tawny / Tawny Reserva:  3 a 4 semanas
  • Tawny com Indicação de Idade (10/20/30/40): Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo)
  • Brancos com indicação de idade (10/20/30/40): Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo)
  • Colheita: Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo)
  • Brancos “standard” dependente do estilo: Moderno  (frescos e frutados): 8/10 dias; Tradicionais (estilo oxidativo): 15/20 dias”

         Uma outra pergunta é onde guardar depois de aberto. Não é regra indiscutível, é meramente o que eu faço e tem funcionado, porém outras opiniões certamente existirão. Porta de geladeira e ao servir deixar chegar na temperatura de serviço adequada que, por sugestão do Marcelo Copello, profundo conhecedor destes vinhos, deverá ser:

  • Branco jovem  8 a 10 ºC.
  • Tawny ou Tawny Reserva  14 ºC.
  • Ruby e Ruby Reserva  14 ºC.
  • Colheita ou Tawny 10, 20, 30 e 40 anos  16 ºC.
  • LBV envelhecido  16ºC.
  • Vintage ou LBV jovem  18 ºC.

Bem, é isso e, se tiver perguntas sobre os “mistérios” do vinho e quiser enviar sua pergunta fique á vontade. Se souber respondo, se não corro atrás! Salute, kanimambo e grato pela visita

Comemore o Dia do Vinho do Porto na Vino & Sapore e Emilia Romagna

       Dia 27, amanhã, é comemorado o dia do Vinho do Porto, uma celebração global! Nós entramos nessa e o convidamos para o lançamento de um Porto diferenciado. Nesta Sexta e Sábado na Vino & Sapore e no Restaurante Emilia Romagna, nosso fiel parceiro, você conhecerá o Portonic, um drink de verão elaborado com Vinho do Porto Branco Seco. Ótimo como aperitivo, é super refrescante e tem tudo a ver com nosso verão. Aproveite, a cortesia é somente para estes dois dias.

       Na loja, também nesta Sexta e Sábado, suas compras acima de R$150,00 receberão um brinde; uma garrafinha de 50ml (que chamo de dose certa!) de Burmester Jockey Club Tawny Reserva. Eis aqui um belo programa para Sábado; almoço no Emilia Romagna, encostado na loja, e garimpo na Vino & Sapore! Aguardamos você, salute e kanimambo.

Ps. Quer conhecer mais sobre Vinho do Porto, esse néctar dos Deuses, e todas as suas varáveis? Então pesquise aqui > http://falandodevinhos.wordpress.com/2011/03/28/falando-de-porto-tawny/ aqui > http://falandodevinhos.wordpress.com/2009/08/13/vinho-do-porto-%e2%80%93-uma-incrivel-e-rara-experiencia/ aqui > http://falandodevinhos.wordpress.com/2008/08/16/porto-vintage/  aqui > http://falandodevinhos.wordpress.com/2008/04/28/vinho-do-porto-i/ e aqui > http://falandodevinhos.wordpress.com/2008/04/30/vinho-do-porto-ii/

S. Leonardo Tawny 20 Anos, Inebriante!

        Pelo menos na minha modesta opinião. Já tomei diversos tawnies envelhecidos, inclusive este, em outros momentos de minha vida, todos muito bons, mas tinha-me esquecido como este S.Leonardo é impressionante. Daqueles vinhos que te deixam sem palavras ainda mais quando tomado em boa companhia como foi o caso. Esta garrafa comprei da Lusitana no desligar das luzes desta empresa que lamentavelmente não mais está por aqui. Não sei com quem ficou o produtor ou sequer se ele ainda se encontra presente no Brasil, mas certamente é um daqueles vinhos para compor o Wish List de qualquer enófilo amante dos caldos do Porto.

        Os aromas, a cor, os sabores, tudo é inebriante e sedutor. Um grande e inesquecível tawny elaborado com as castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Tinto Cão. Elegante, macio, complexo, harmonioso e muito, muiiiiito longo, daqueles que apesar da taça vazia a gente teima em levá-la ao nariz e os aromas seguem nos preenchendo os sentidos de prazer. Um vinho excepcional, verdadeiro elixir dos deuses do qual preciso encomendar uma garrafas! Veio depois de um excelente Quinta Vale Do Meão 2001, finalizando um almoço para lá de saboroso na companhia de amigos, e o ofuscou, dá?! A última foto da direita, tirada pelo Alexandre, faz mais jus ao vinho!

Salute, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui

Falando de Porto Tawny

Na última Sexta-feira ressaltei entre os vinhos da Ravin provados, o encantador Quinta de la Rosa Tawny 10 anos. Para muitos, essa história de Vinhos do Porto não é algo muito claro, tem gente que acha que é tudo igual, especialmente quando nos deparamos nas lojas com rótulos como: Porto Ruby, Porto Tawny, Tawny 10 – 20 – 30 ou 40 anos, Colheita, Ruby Reserva, LBV (Late Bottled Vintage), Vintage, etc. Há tempos escrevi uma matéria sobre este tema, um post sobre Ruby e outro sobre Tawnies, e confesso que sou um apaixonado por estes vinhos tendo aqui ao lado em categoria, arquivado uma série de posts sobre o assunto. Para simplificar, o Ruby reproduz melhor o seu terroir enquanto o Tawny, especialmente o envelhecido, a meu ver, reproduz mais o estilo e mão de seu enólogo e casa produtora. Um é mais terra e o outro mais alquimia, mas ambos divinos! Achei, no entanto, que este video da excelente Hora de Baco da RTP (Portugal) merecia ser compartilhado com os amigos ávidos por mais informação sobre os Vinhos do Porto. Bom proveito!

Salute, kanimambo pela visita e tenham todos uma ótima semana

Bela Cartada da Ravin

          Esta o Rogério e o Alberto, leia-se Ravin, guardaram na manga bem escondidinho até ao último momento, até para a maioria de seus colaboradores. Foi no lançamento do novo catálogo desta jovem importadora que ficamos sabendo da chegada de Frescobaldi a seu portfólio. Uma grande sacada já que são vinhos que não necessitam de apresentação pois sua reputação os procede. Alguns destes rótulos certamente farão seu caminho até as prateleiras da Vino & Sapore, quando efetivamente chegarem, mas não foi só isso que tinha lá não!

        Tinha os novos vinhos da Quinta de la Rosa, inclusive o bom Passagem com viés mais moderno em que a fruta e a concentração se encontram mais presentes,  tinha alguns consagrados como Sassicaia, Guidalberto e Le Difese, tem a chegada de alguns nomes ilustres como a chilena Valdivieso, Quantum e Groot Constantia Sul Africanas, Scharzhof Mosel  alemã, da Argentina a Bodega Chacra com seus incríveis pinots a lá Borgonha, uruguaios da Marechal e bons lançamentos da Santa Julia com o Magna e especialmente a linha Innovación com um intrigante Touriga Nacional, ótimos borgonhas, um muito saboroso corte de Syrah com Nero d’Avola da Calatrasi, enfim novidade e vinhos de qualidade não faltam num portfolio bem elaborado.

        Agora, sempre há um vinho de grande destaque e, para mim, não sobrou pedra sobre pedra após ter sido apresentado ao Quinta de La Rosa Tawny 10 anos. Absolutamente divino e sedutor com uma paleta olfativa inebriante e linda cor âmbar. Na boca é delicado, complexo, amêndoas, frutos secos, caramelo, equilibrado formando um conjunto essencialmente hedonístico que encanta desde a primeira “fungada” até ao ultimo gole deixando-nos a implorar por mais. Vinho longo, daqueles que fica na memória por muito tempo e, tentar harmonizá-lo com algo é desnecessário e inócuo já que ele faz, por si só, toda a festa sem contar que sua garrafa de 500ml é de uma classe e tanto que só vem valorizar seu conteúdo. Entre tantas beldades e seduções presentes nesse novo catálogo, certamente este estupendo Tawny é um rótulo que tem que ser observado e, preferencialmente porque não é passarinho (rs), ser sorvido com pouca ou nenhuma moderação! Maravilha, parabéns Sophia, ou será meu sangue Luso falando mais alto?!

Salute e kanimambo pela visita.

Fonseca Vintage 2007, o Vinho do Bruno.

                Acho que já comentei aqui que possuo uma pequena, mas boa coleção de Portos Vintage. Grande parte destas garrafas estão comprometidas com datas e pessoas. Tem as das datas de nascimento de meus filhos para tomarmos quando casarem, cada um tem outra garrafa para tomar com os irmãos quando completarem 50 anos, tem a do meu 35º aniversário de casamento, do meu sexagésimo de vida, e por aí afora. Pois bem, não sei se 2010 haverá vintage e se será um bom ano, então quis garantir que meu neto comemorasse seu trigésimo aniversário com um grande vinho. Que como esse grande vinho ele cresça e evolua com o tempo mantendo seu esplendor e saúde. Podia ser um Graham´s, um Quinta do Vesúvio ou um Fonseca, todos grandes vinhos, porém a escolha recaiu sobre o ùltimo. Os outros dois também se filiaram a minha adega, aproveitei bem a viagem recente a Portugal de onde também veio um incrível Santa Eufemia Porto Reserva Especial Branco 1973, porém estes terão outros destinos.

             Este Fonseca Vintage 2007 foi uma das estrelas daquela fantástica degustação de vinte e nove Vintages dessa incrível safra de Vinhos do Porto tendo o DOW’s  2007, outra das estrelas desta safra,  acabado de levar 100 pontos da Wine Spectator. O Dow’s e o Fonseca dividiram a premiação da revista portuguesa Wine – Essência do Vinho para o Melhor Vinho do Ano de 2009 ou seja, sem duvida alguma este Fonseca será um vinho que ainda vai dar muito o que falar e que me dará enorme prazer em tomar, até porque a companhia será muito especial. Ainda preciso pensar numa data para alocar um DOW’s! rsrs Será que precisa?

              Espero ainda estar por aqui para poder compartilhar do momento, mas certamente esse Fonseca Vintage será meu elo com esse dia e esse momento. Por outro lado, quem sabe não tomamos juntos quando ele fizer vinte e um?!

Salute, kanimambo e um belissmo fim de semana para todos.

Vinho do Porto Garrafeira e Demijon?

          Você que já sabe tudo, já tinha ouvido falar em pelo menos um dos dois? Bem, eu que sigo sendo um eterno “gafanhoto” nesse caminho de aprendizado das coisas de nossa vinosfera confesso que não e aprendi mais uma ontem ao abrir o blog Copo de 3 do amigo João Pedro de Carvalho. Um dos melhores enobloguers de Portugal, com o Pingas no Copo os meus preferidos, nos traz um matéria muito legal sobre mais uma preciosidade saída das encostas do Douro, o Niepoort Garrafeira!  Eis parte do post, o restante você terá que clicar no Copo de 3 para apreciá-lo em sua totalidade.

Situadas na Rua Serpa Pinto, Vila Nova de Gaia, as caves da Niepoort servem de ginásio a todos os vinhos do porto deste produtor, é ali que os vinhos se colocam em forma até estarem prontos a sair para o mercado. As máquinas à disposição naquele espaço variam desde as madeiras, garrafas ou os peculiares demijons, sob batuta atenta do Masterblender, Sr. José Nogueira, cuja ligação familiar à Niepoort remonta já ao seu pai, e estendeu-se em 2006 ao seu filho. É neste mesmo local que a magia acontece, uma autêntica fábrica de sonhos engarrafados, seja no formato Ruby, Tawny ou Garrafeira.

Nos dias que correm, o estilo de Porto, Garrafeira, é um exclusivo da Niepoort, e pelos preços que atingem tendo em conta a raridade dos mesmos, tornam-se objecto de culto e poucos são aqueles que lhes têm acesso. Comprova a sua raridade as poucas vezes em que foi feito e se apontei correctamente todos os anos (caso falte algum é favor indicarem): 1931, 1933, 1938, 1940, 1948, 1950, 1952, 1964, 1967 e 1977 (este último ainda por sair para o mercado).

O Garrafeira Niepoort é sempre de um ano específico, tal como os Colheita, onde após um estágio em madeira que poderá variar entre os 3 e os 6 anos, o vinho é transferido para demijons. Um demijon ou “demijohns”, é uma espécie de balão de vidro que varia entre os 7 e os 11 litros de capacidade. Foram comprados pelo bisavô de Dirk Niepoort no séc. 19, tendo sido produzidos na Alemanha em Flensburg no século 18.”

             Sei que ao terminar de ler o post fiquei com uma água na boca e me perguntei, será que esse elixir ainda passará por minha taça e minha boca? Não sei, mas que vai para o topo de meu wish list, lá isso vai!!!

Salute e kanimambo

Sou um Privilegiado! Provei os Porto Vintage 2007.

              Eu e mais umas 25 a 30 pessoas que se reuniram a convite do IVDP (Instituto do Vinho do Douro e Porto – link aqui do lado) para provar alguns dos Vinhos do Porto Vintage 2007. Quem me acompanha há um tempo, sabe que uma de minhas taras são os Vinhos do Porto  e o Vintage é quintessência dos vinhos ruby, necessário explicar porque os tawnies envelhecidos são também preciosidades abençoadas pelos deuses, especialmente quando, pelo menos a meu ver, são tomados com algumas décadas de tempo de guarda. Um Vintage de qualidade de um grande produtor com vinte ou trinta anos, é um verdadeiro elixir dos deuses, e algo que me traz imenso prazer tomar e compartilhar com amigos.

            Tenho uma pequena coleção em casa, pois a cada casamento de um de meus filhos abro uma garrafa com sua idade, tendo a última sido um Quarles Harris 1977. Depois, cada filho tem mais uma garrafa que deverá ser aberta somente quando completarem 50 anos, nesse momento nenhuma das garrafas terá menos de 30 anos, com a obrigatoriedade de a compartilhar com os irmãos. Aí tem uma garrafa para aniversários de casamento, outra para quando completar sessenta anos, outra para setenta, e por aí vai, desculpas/razões é que não faltam para celebrar.

           Pois bem, apesar de diversas casas produtoras declararem vintage num determinado ano, porque sua produção especifica alcançou os padrões mínimos de qualidade exigido pelo IVDP, o ano somente será declarado clássico quando a grande maioria das casas atinge esse patamar e o Instituto assim o declare. Costumam existir de dois a três anos clássicos por década e nesta já tivemos em 2000, 2003 e agora 2007. O Ano Vintage de 2007 tem algumas  peculiaridades que o tornam especial e potencialmente o melhor da década até agora, provavelmente semelhante em qualidade ao fantástico ano de 1994. A principio, este é o ano da elegância, de taninos mais prontos e aveludados, riqueza de sabores e equilíbrio com enorme frescor. Foi isso que fomos comprovar nesta excelente prova de 29 Vinhos do Porto Vintage 2007. A primeira degustação deste porte a ser realizada fora de Portugal para este Vintage, uma honra estar presente nessa degustação.

           É, essa taça aí em cima é de um dos meus preferidos da degustação, o Fonseca Vintage 2007. Mas não foi só ele que possuía essa cor retinta, púrpura que literalmente tingia a taça. Por sua tenra idade e ausência de decantação não foram vinhos de grande intensidade aromática, exceção a uns dois ou três, sendo na boca que mostraram seu enorme potencial. Provamos; Burmester, Churchill, Cockburn’s, Companhia Velha, Dalva, Dow’s, Duorum, Ferreira, Fonseca, Graham’s, Kopke, Messias, Niepoort, Poças, Quevedo, Quinta da Pedra Alta, Quinta da Romaneira, Quinta das Tecedeiras, Quinta do Crasto, Quinta do Noval, Quinta de Noval Silval, Quinta do Portal, Quinta do Vale D. Maria, Quinta do Vesúvio, Quinta Nova de Nossa Sra. do Carmo, Rozés, Taylor’s, Vallegre e Warre’s.

          De todos estes bons Portos Vintage e ao meu palato, dez se sobressairam, me encantaram e mexeram com minhas emoções dando-me grande satisfação e prazer e, na minha humilde opinião, aqueles rótulos que os amigos colecionadores e apreciadores destas preciosidades devam colocar em seu “wish list”, todos grandes vinhos com enorme capacidade de guarda. São eles, por ordem de preferência; Quinta do Vesúvio,  Fonseca, Graham’s, Quinta do Noval, Warre’s, Cockburn, Taylor’s, Churchill, Dow’s e Quinta da Romaneira. Todos maravilhosos, mas os primeiros três, no entanto, me arrebataram e seduziram, deixando-me com uma vontade danada de fazer algumas adições a minha coleção, somente precisando de encontrar alguma desculpa, o que não é difícil já que agora começo a chegar no estágio dos netos! Três vinhos excepcionais, todos absolutamente retintos na cor, sobre os quais tentarei tecer alguns comentários, apesar da dificuldade que é tentar colocar emoções no papel.

  • Graham’s, daqueles vinhos que ficarão na história e os que tiverem o privilégio de abrir uma garrafa dessas daqui a quinze, vinte ou trinta anos certamente o tomarão de joelhos. Púrpura, denso e carnoso, equilibrado, muito frutado, taninos redondos e finos, complexo e muito rico em boca com um final interminável.  Nariz frutado, especiarias com nuances florais sutis mostrando a presença de um bom volume de Touriga Nacional no blend. Delicioso, ótima acidez e textura um vinho que espero rever dentro de 18 anos. Porquê dezoito? Porque precisarei comemorar os 18 anos de meu neto, ué!
  • Fonseca, talvez o vinho que mais me tenha surpreendido nessa prova. Tradicionalmente, pelo menos os que já provei e confesso que não sou nenhum Cabral, os vinhos do porto da Fonseca tendem a ser extremamente encorpados, robustos e duros, especialmente na sua juventude. Pois não foi nada disso que encontrei, muito pelo contrário, um vinho de grande estrutura sim, porém delicado, sedoso e cremoso, fruta em compota, algo de capuccino e menta num conjunto muito complexo no palato. No olfato fruta escura, fechado, pedindo tempo. Arrebatador e certamente será com ele que comemorarei os 18 de meu segundo neto que sequer foi concebido ainda!
  • Quinta do Vesúvio, o mais pronto deles todos e o que melhor transmite todas as carcteristicas da safra. Não sei se terá a mesma longevidade dos outros dois acima ou até de vinhos como Dow’s, Quinta do Noval e Warre’s por exemplo, mas está excepcional no momento e foi o que mais me seduziu. Fruta negra madura em abundância, licor de ginjas com nuances florais de violeta compõem uma intrigante paleta olfativa que nos chama á taça. Na boca sente-se bem a presença de taninos doces, ótima acidez que lhe dá um frescor muito especial, equilíbrio, harmonia, concentrado, taninos finos, macios e sedosos num corpo de boa estrutura, enorme riqueza de sabores com um final longo e algo terroso. Um gentleman, um lorde de fraque e cartola para ser apreciado desde já, mas que deverá estar ainda melhor quando o abrir daqui a dezessete anos nas minhas, inshala, bodas de ouro!

           Bem, como viram, razões para celebrar não faltam e sua criatividade certamente encontrará diversas outras e pessoais razões para o levar a comprar uma destas garrafas que, por lá, valem entre 45 a 55 Euros o que, convenhamos, não é nenhuma fortuna para o produto. Grato ao Carlos Soares do IVDP, à Fernanda Fonseca a organizadora do evento, ao pessoal da Aicep, do consulado, realmente um momento único em minha curta, porém intensa, vida de enófilo comentarista das delicias que tornam esta vinosfera um lugar muito especial para se habitar.

Salute e kanimambo.