Três Vinhos na Minha Taça

            Neste último final de semana, tive três interessantes vinhos em minha taça e achei legal compartilhar essa experiência com os amigos. São três vinhos bem diferentes uns dos outros e, por isso mesmo, tornaram o momento muito agradável já que adoro provar vinhos novos.

          valduga-chardonnay-gran-reserva-08Comecemos, pelo inicio, o Sábado quando tive a oportunidade de tomar o mais novo lançamento da Casa Valduga, o estupendo Gran Reserva Chardonnay 2008. Já comentei aqui sobre os brancos brasileiros de 2008 que vêem me encantando, mas este já vem com grande no nome e faz jus á fama que o precede. Sou, em geral, um crítico dos vinhos brancos nacionais que não têm me empolgado, salvo raras exceções e mesmo assim faltam-lhes regularidade. Quanto á regularidade não sei, teremos que esperar pela safra de 2009 que o Juarez Valduga me garantiu há alguns dias, será ainda melhor, e outras a seguir, até para poder sentir sua evolução na garrafa, agora que este 2008 é estupendo e realmente me conquistou, lá isso não restam duvidas. É um grande vinho que impõe respeito já pela garrafa, pela rolha (fiz questão de a fotografar junto) e onde é mais importante, na taça e na boca.

         É um vinho amarelo palha brilhante e translúcido, de nariz intenso e de boa tipicidade em que florescem aromas de frutos tropicais. Na boca é seco, cremoso, de bom volume, seu alto teor de álcool (14%) está muito bem equacionado e equilibrado, boa acidez, um final extremamente agradável e muito longo com retrogosto complexo em que aparece algo de baunilha, leve tostado e talvez côco. Não é para se bebericar, até porque não passaria pelo teste da terceira taça, porém é perfeito para a refeição e já o vi acompanhando um curry de camarões, algo leve sem muita pimenta, ou um bacalhau com natas já que estamos chegando na páscoa, com grande fidalguia. Grande Grand Reserva Chardonnay e o preço é justo para a qualidade do vinho ofertado, algo em torno de R$50,00.

          diversos-005   No domingo iniciei o almoço com alguns aperitivos como mussarela de búfala temperada, azeitonas chilenas graúdas bem temperadas e um patê de foie com ervas e torradinhas enquanto curtíamos um inicio de tarde agradável no terraço. Para acompanhar, um gostoso Perini Rosé 2008, corte de Merlot com Cabernet Franc, que foi um ótimo companheiro com seus parcos 12 % de teor alcoólico.

Linda cor salmão vibrante que de cara já nos convida a tomar, possui aromas delicados de frutos silvestres como morangos e cerejas bem típicos do estilo de vinho. Na boca o corte de Merlot com Cabernet Franc o faz sair da mesmice que se poderia esperar de um vinho deste estilo e de baixo custo, tornando-o muito agradável e saboroso, refrescante e fácil de beber. Durou pouco na garrafa e menos ainda na taça. Com um preço, indicado pelo produtor, em torno de 27 Reais, é uma boa opção de rosé ligeiro e descompromissado para tomar com os amigos e até, eventualmente, acompanhar uma refeição leve. Guardei uma taça e fiz um teste com um resto de caldeirada de lulas que tinha sobrado do dia anterior e foi uma parceria bastante saborosa e agradável.

diversos-008O segundo vinho do dia foi o WilliamCole Mirador Pinot Noir 2008, produzido na região de Casablanca no Chile. Um Pinot que nos traz cor e aromas mais em linha com seu terroir de novo mundo. É muito novo ainda e necessitou 45 minutos de decanter para começar a mostrar um pouco de suas virtudes, com aromas mostrando algo de frutas do bosque (framboesa, mirtilos, etc) e algo herbáceo que não pude identificar. O refresquei um pouco, servindo-o um pouco abaixo dos 14º como recomendado pelo produtor e realmente o vinho se mostrou mais equilibrado, taninos firmes sem agressividade com uma leve adstringência, corpo médio, final de boca de média persistência e algo especiado. Não é um grande vinho, nem é esse o seu propósito, mas é um Pinot Noir que agrada e condizente com o preço em torno de 45 Reais, importação Ana Import, tendo acompanhado bem o risoto de funghi servido ao almoço. Como sugestão, opte por um da safra 2007, até 2006, que neste momento deve estar com os taninos mais macios e redondos do que este. Compre o 2008 e guarde, certamente tomá-lo daqui a um ano lhe dará muito mais prazer.

 

Salute e kanimambo.

 

Ps. Leandro, preciso melhorar a qualidade das fotos, mas sua dica é válida e, sempre que possível, mostrarei o vinho na taça.

Boas Compras Brasil – III

Para finalizar os destaques deste mês, eis uma completa de lista de vinhos de diversas origens, inclusive com uma dica nova, a Ana Import diretamente da Bahia com vinhos que acredito serem bastante interessantes, sendo que o Mirador já está na minha alça de mira. Mas não só, temos Australianos, Chilenos, Sul Africanos, Argentinos e, como não poderia deixar de ser em função do tema do mês,  uma série de rótulos Brasileiros. Como sempre, ao longo do mês listamos mais de 50 rótulos de diversos estilos e origens destacados como Boas Compras por nossos parceiros.

 

BR Bebidas, o Fredo e irmãos também possuem uma boa leva de rótulos nacionais, entre eles os da Lídio Carraro que, apesar de sua origens no Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves, vem desenvolvendo um importante trabalho na Serra do Sudeste, especificamente em Encruzilhada do Sul.

  • Lídio Carraro Tannat Grande Vindimia 05, com uvas de Encruzilhada do Sul – R$75
  • Lídio Carraro Elos 06, um corte de Cabernet Sauvignon e Malbec, também de Encruzilhada do Sul, por R$55,00
  • Lídio Carraro Singular Tempranillo 06, Também de Encruzilhada do Sul por R$23,00
  • Lídio Carraro Quorum Grande Vindimia 05, um belo corte de Merlot/Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat do Vale dos Vinhedos por R$77,50
  • Villa Francioni 04, o melhor vinho nacional que já tive oportunidade de tomar, um belíssimo vinho de primeiro nível, por  R$99,00.
  • Don Laurindo, qualquer reserva está por R$37,00
  • RAR 03, da Miolo, um corte de Cabernet Sauvignon com Merlot por R$55,00

 

Kylix, o Simon está com duas promoções interessantes da Bodega Renascer na Argentina, ambas da conceituada linha Punto Final

  • Punto Final 2007, etiqueta preta, um Malbec que leva um tempero de  3% de Cabernet Franc. Aromas de frutas vermelhas, tipo cassis e amoras combinadas com pimenta preta, baunilha e cravo. Na boca, é um vinho moderno, estruturado, untuoso, que revela um elegante equilíbrio entre seus taninos doces e a sutil presença da madeira. Recebeu  91 pontos da Wine Enthusiast/Top 100 of Year com a Safra 2005.  De R$38,60  está por 37,00. Se comprar 6 garrafas cai para R$35,80 e se 12 garrafas fica por R$ 34,50.
  • Punto Final Reserva 2005, etiqueta branca, também Malbec só que desta vez aumentaram o tempero para 6% de Cabernet Franc. Visual vermelho intenso com reflexos viláceos. Aromas de frutas vermelhas e notas de tostado devido ao estágio em barrica francesa. Complexo, estruturado, untuoso e de grande persistência na boca. Recebeu  92 pontos da Wine Enthusiast/Top 100 of de Year e 91 pontos Wine Spectator/Top 100 of 2006 . De R$69,90  está por R$65,80. Se comprar 6 garrafas cai para R$63,90 e se 12 garrafas fica por R$62,00.

 

Grand Cru Granja Viana, como franquia de importadores que são, o Marcel e a Bete não possuem opção de rótulos nacionais, mas nos presentearam com os seguintes destaques.

Austrália

  • Heartland Stickleback White 07 – Corte de Chardonnay, Semillon e Verdelho, safra 2007 possui RP 90, um excelente vinho por R$46,00
  • Heartland Stickleback Red 06 –  Cabernet, Shiraz e Grenache, safra 2006 pontuado por Stephen Tanzer com 87 pontos, vinho de 12 meses em carvalho, com potencial de guarda de 5 anos – R$46,00
  • Heartland Cab Sauvignon 06 – com 91 pontos do Robert Parker, por R$73,00
  • Bishop  Shiraz 06 – do mesmo produtor do Amon Ra Shiraz (Top dos Australianos), esse vinho dispensa comentários –  94 ponto de Robert Parker – R$182,00

 Nova Zelândia

  • Vicar Choice Sauv Blanc – um branco maravilhoso, cujos aromas vão do maracujá a goiaba elegantemente. R$73,00
  • Saint Clair Marlborough Pinot – frutas silvestres, baunilha torrada, acidez equilibrada e final médio – R$93,00

 África do Sul

  • Glen Carlou Grand Classique – Cab Sauv Merlot, Cab Franc, Malbec, Petit Verdot 04 – R$98,00.

A Ana Import, jovem importadora com sede na Bahia e filial aqui em Sampa, possui um enxuto, mas bem montado portfolio. Neste mês, destaca os Sauvignon Blanc da William Cole, vinícola Chilena. Em recente painel publicado na revista Wikén do Jornal/El Mercúrio do Chile (set/08), o importante crítico Patrício Tapia avaliou os melhores Sauvignon Blanc chilenos na categoria de preços U$12, equivalente a R$40 no Brasil. Entre os 12 melhores do Chile estavam dois vinhos da vinícola William Cole, classificados em primeiro e segundo lugar. Veja os vinhos e os comentários de Tapia:

  • Mirador William Cole Sauvignon Blanc 2007 – Casablanca. Como bom representante do ano, esse sauvignon blanc brilha por seu frescor que se mostra com uma acidez firme e fresca na boca, mas também por uma bateria de aromas herbáceos e minerais que saltam do copo. Foi sem dúvida o mais expressivo dos vinhos degustados, o melhor da seleção (92 pontos) e o mais barato. Nada mal! Preço R$44,45
  • William Cole Alto Vuelo Sauvignon blanc 2007 – Casablanca. Um dos vinhos mais sutís da prova, ao menos no nariz, é puro aroma de frutas brancas cítricas e também pimentão verde e cal. A boca é marcada por intensa acidez que lhe dá volume. Perfeito para acompanhar peixe no estilo ceviche, por exemplo. Preço R$51,85.

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